Compilador C/C++ EKOPath 4 agora também é livre – veja um comparativo com o GCC
Mais compiladores livres são sempre bem-vindos, ainda mais quando trazem consideráveis ganhos de desempenho em relação às demais alternativas existentes para as plataformas mais populares.
A Pathscale anunciou na segunda-feira que o EKOPath 4 está disponível sob licenças livres em versões para download gratuito já prontas para Linux, FreeBSD e Solaris, trazendo compilador, debugger, assembler, runtimes e bibliotecas padrão.
O compilador, que esteve disponível apenas em forma proprietária a preços iniciando em US$ 1795 até recentemente, foi disponibilizado sob a GPLv3, e o debugger está sob uma licença livre permissiva. Já há trabalhos em andamento para permitir que seja possível compilar grandes projetos open source (como o KDE, o GNOME e o kernel Linux) com ele.
O Phoronix anunciou que está preparando benchmarks completos comparando o EKOPath 4 a outras alternativas, mas já adiantou resultados de 4 testes diferentes comparando o EKOPath 4 ao GCC 4.5.2 na configuração que vem com o Ubuntu, e o EKOPath levou vantagem em todos os 4: 40% mais rápido no primeiro (gráfico acima), 2,7x mais rápido no segundo, 8% mais rápido no terceiro e 80% mais rápido no quarto.
Enquanto não saem os demais benchmarks do Phoronix, caso alguém tenha feito seus próprios comparativos de desempenho rodando em ambientes livres, será bem-vindo para compartilhar o link do relatório nos comentários! (via softlibre.barrapunto.com)
Caramba, tudo isso?
Muito bom, parabéns à equipe de desenvolvimento.
Tem que botar isso pra funcionar no Gentoo urgente…
Maneiro! Vou ver se arrumo um tempo pra tentar montar um Gentoo usando esse compilador!
Realmente muito interessante montar um Gentoo com esse compilador. Alguns reclamam do método Gentoo e tal, mas se você tiver um tempinho disponível para queimar com a distro, verá que é muito legal e com certeza a experiência te ajudará um dia.
Unix wars, editor wars, browser wars e agora compiler wars?
Daqui a pouco vai ter até war wars!
Tem algo estranho nesta informação.
O texto diz que o programa está sob GPLv3, mas verificando no site ele continua pago (por US$1795,00 – ver http://www.pathscale.com/ekopath-compiler-suite). Será que eles não atualizaram o site na Pathscale?
Tentei baixar as fontes, tive de fazer um registro e ainda não as localizei…
O anúncio está na página da PathScale, sobre esta mudança na licença para a GPL v3 (http://www.pathscale.com/ekopath4-open-source-announcement), embora não tenha encontrado um link desta notícia na página principal…
Tenho interesse, principalmente no Fortran, para aplicação em sistemas Físicos.
está de acordo com a gpl. O software tem que ser livre, não necessariamente GRATIS.
E quem falou de GRÁTIS!!! Quero acesso ao código!
Nesta página há um nightly build download do EKOPath. Será esse? Aqui no trabalho não tenho como testar.
Os links para os githubs do compilador e do debugger constam no meu post! A página do produto no site do fabricante ainda não foi atualizada para refletir a disponibilização gratuita, livre e de código aberto.
Não havia percebido Augusto. Vou testar…
Tive alguns problemas na compilação e em torno de 90% do processo compilou sem problemas. Com isto dei uma olhada no código por curiosidade e percebi que existem vários arquivos do gcc da GNU na árvore do EKOPath 4. Não conhecia o projeto e o seu histórico, mas apenas por curiosidade segue uma contagem dos arquivos:
Total de arquivos: 4803
Arquivos com a frase ‘GCC is free software’: 591 (12%)
Arquivos com a frase ‘This file is part of GCC.’: 588 (12%)
Arquivos com a palavra ‘GCC’: 723 (15%)
Este último não significa muito. Bom, aparentemente, ao menos 12% do projeto é código do gcc, embora alguns são apenas programas de teste.
@alves
Isso então dá a entender que os caras vendiam um compilador proprietário e fechado que incluía uns 12% de código sob GPL??
Depende da contagem que for usada para compor o percentual do código, né? Pelo que foi relatado, são 12% dos arquivos, mas usualmente tenho visto percentuais de licenças serem analisados pelo número de linhas de código, e não pelo número de arquivos. Tem que ver se são arquivões ou arquivinhos…
Mas a questão é interessante para evidenciar alguns detalhes sobre licenciamento e o que é (ou não é) violar uma licença copyleft, que sempre interessam ao pessoal, portanto vamos a ela.
Não acho que vocês pensaram diferente, mas creio que vale destacar, antes de começar, que 591 arquivos correspondem a um percentual muito pequeno da árvore do GCC – não é como se o Ekopath fosse baseado no GCC, ou algo assim. Comparar com base no número de arquivos é meio pobre mas, só para evitar um erro de interpretação, destaco que o tar do GCC 4.5.3 tem 70.146 arquivos – ou seja, o número de arquivos do GCC reproduzidos no pacote do EKOPath corresponde a menos de 1% dos arquivos do GCC.
De qualquer forma, a presença de trechos do GCC em outros compiladores não é surpresa nenhuma, nem um fato negativo. A compatibilidade do Ekopath com o GNU e com a toolchain do GCC era até mesmo anunciada como ponto positivo (ainda consta na página do Ekopath, inclusive), e é de se esperar que trechos do GCC estejam presentes nele para oferecer essa compatibilidade com o GNU e a toolchain – oferecer isso sem ter de reimplementar é uma grande vantagem do software livre, afinal de contas.
O que seria de surpreender seria se a licença GPL destes arquivos estivesse sendo violada – por exemplo, se eles estivessem sendo linkados a código proprietário, ou se os seus executáveis estivessem sendo distribuídos sem o código-fonte correspondente, mas não parece ter sido o caso.
Vale destacar, inclusive, que estes arquivos mencionados não estão escondidos – eles estão corretamente identificados e, além disso, dos 591 arquivos que vieram do GCC e constam no pacote, 581 estão reunidos nos diretórios /GCC e /gcc_incl, fora do diretório /src do EKOPath.
As 10 exceções são um arquivo de teste (test.c) e 9 arquivos de headers (.h), com as definições que permitem a compatibilidade com as funções do GCC, mas que (por sua própria natureza) não incluem o código das funções em si.
O arquivo de teste é para ser compilado separadamente (para testar o compilador, inclusive a compatibilidade com o GCC, suponho), e sobre os 9 headers, vale o esclarecimento do Dr. Stallman sobre o fato de que o uso de headers NÃO é suficiente (o grifo com caps é dele, e não meu) para constituir uma obra derivada – ou seja, ainda que o executável resultante fosse proprietário, isso não significaria que teríamos aí uma violação de licença.
Lembrando que software livre é diferente de grátis. Eles poderiam vender o compilador com os fontes, autorizando que você o redistribuísse sob os termos da GPL 3.
Pois é, nem sei quais são os tipos dos arquivos e nem se eles já estavam lá antes da “abertura”. Pode não ser nada disso.
E também acho que a empresa pode – e até deve mesmo – vender o pacote pelo preço que quiser, sendo GPL ou não.
O que acho curioso é pensar nessa possibilidade de que trechos de código sob GPL (e logo de um projeto do rms) terem estado lá dentro quando o pacote era proprietário, já que não haveria como alguém saber. Mas acho difícil que seja o caso, pois se fosse já teria “estourado” por aí, né?
Não acho que seja um caso de violação, apenas achei curioso e depois os arquivos se encontram em diretórios bem identificados, como o Augusto comentou. E de fato, a maioria são headers.
Mas obviamente isto chama a atenção.