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Android: testemunho do Google admite código “provavelmente” copiado do Java

Este interessante artigo do Electronista apresenta alguns detalhes tornados públicos sobre o testemunho de Joshua Bloch (“Chief Java Architect” no Google) no processo que a Oracle move contra o Google a respeito do Android.

Enquanto não são divulgados outros testemunhos e evidências já apresentados ao juiz, este testemunho recém-publicado mostra que aparentemente há mesmo ao menos um trecho admitidamente retirado do Java e inserido no Android: é uma rotina de ordenação com implementação idêntica (algo que pode ocorrer mesmo sem cópia quando se trata de reimplementação de um algoritmo conhecido) mas que Bloch declarou que é provável que seja baseada em código da Sun ao qual ele teve acesso – e confirmou acreditar que a Sun (proprietária do Java na época do fato) ficaria incomodada se soubesse que seu código foi usado desta forma.

Ele procurou minimizar o fato com base na pequena extensão e importância da rotina em questão, mas a análise apresentada no artigo destaca que a importância deste testemunho não é tanto quanto à confirmação da existência deste código, mas quanto ao processo de sua inclusão: trata-se de um contraponto às alegações do Google quanto à inexistência de infração intencional.

O artigo também levanta outro aspecto curioso: correspondência interna do Google em 2007 demonstra o entendimento interno de que a escolha da Sun por uma licença copyleft para o código do Java tinha entre seus objetivos justamente impedir que alguém pudesse modificá-lo e distribui-lo sem oferecer imediatamente o código-fonte correspondente – ou seja, impedir a exata prática que o Google vem adotando com o Android 3.x, por exemplo.

A infração intencional e o conhecimento prévio de que havia termos de licenciamento cujo cumprimento não era de interesse da empresa podem ser elementos importantes na continuidade do caso, se a análise pelas partes e pelo judiciário também concluir pela sua presença. Será interessante acompanhar os próximos passos. (via electronista.com)


• Publicado por Augusto Campos em 2011-09-07

Comentários dos leitores

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    marcosvinicius (usuário não registrado) em 7/09/2011 às 6:47 pm

    Ih, já era, esta tudo perdido.

    Spif (usuário não registrado) em 7/09/2011 às 8:19 pm

    Letra por letra. O negócio é feio desse jeito mesmo? Não tem nada que patente da Motorola possa fazer sobre isso. Cara, isso deve ser MUITO embaraçoso.

    Os e-mails então. Se tudo o que é descrito nos artigos citados, as coisas vão ficar preta pro lado do Google. Tudo isso por quê se esquivaram do pagamento de uma licença de 100 Milhões por ano, pra usar a máquina virtual Java, sem redistribuir as modificações.

    Isso vem pra adicionar na pilha de fatos que apontam para o quão aberto é o Android, na verdade.

    Terramel (usuário não registrado) em 7/09/2011 às 9:11 pm

    A licença do java nao era aberta?

    No que diz respeito a este código, creio que era e é (ao menos em sua maior parte e desde 2006/2007): GPL, cuja restrição no estilo copyleft não permite trabalhos derivados sob outras licenças.

    Marcos (usuário não registrado) em 7/09/2011 às 10:49 pm

    Cadê as viúvas da Sun que afirmaram com tanta certeza que a Oracle inventou tudo?

    Bremm (usuário não registrado) em 7/09/2011 às 11:21 pm

    Parece que o “don’t be evil” fez a volta e mordeu o traseiro de alguém. Novamente.

    Spif (usuário não registrado) em 7/09/2011 às 11:25 pm

    @Terramel, o problema é justo esse. A Sun, que não era feita de bobos, liberava para as empresas o Java como GPL. Porém se o google fizesse isso, teria de distribuir as suas alterações, que era algo que ela não queria, e não poderia fazer a gracinha que fez com o Android 3.x.

    Isso, somado com o ctrl+C; ctrl+V que ilustra essa matéria, dá mais um indício que o google sabia o que fazia quando violou patentes/copyright da Oracle.

    O pior é que em depoimento ele confirma que trabalhou no código:

    “Q. BY MR. JACOBS: Do you have a recollection of accessing Sun code while you were working on TimSort?

    A. I don’t have a recollection, but I’m perfectly willing to believe that I did. You know, I think the similarity of the signature, the fact that, you know, the three arguments are in the same order and have the same name, you know, is a strong indication that it is likely that I did.”

    E o engenheiro vai além, confirmando que trabalhou no código:

    “Q. And you write to Steve: “PS, I am currently working on a drop-in replacement for Harmony’s sort function, which has demonstrated a huge up to 20X performance improvements on G1 hardware. This will be my first contribution to Android.”

    Do you see that?

    A. I do.

    Q. What is the — what’s the name of that drop-in replacement?

    A. TimSort.”
    (http://fosspatents.blogspot.com/2011/09/google-engineer-admits-strong.html)

    Nem mencionando o e-mail enviado por Andy Rubin ao Sergey Brin, com cópia ao Larry Page, que mostra que a Sun se ofereceu pra trabalhar em cooperação em uma “distribuição android” com a JavaVM em GPL. (http://fosspatents.blogspot.com/2011/09/sun-proposed-red-hat-style-android.html)

    É… parece que aquele acordo vai sair. A Sun pedia 100 Milhões/Ano pra licenciar a JavaVM. Claro, que a Oracle vai negociar nos termos dela, e provavelmente pedir indenização retroativa.

    O Google com menos 12,5 Bilhões no caixa, pagar uma indenização milionária, receber um golpe na linha de produtos, se conseguirem fazer o mesmo que a Sun fez com a MS: Forçar a JVM à ser descontinuada. Essa história de acordo fica cada vez melhor pro Google.

    Ninjacatnoob (usuário não registrado) em 7/09/2011 às 11:55 pm

    A justiça americana é infinitamente mais rápida que a nossa. Mas creio que a novela esta somente no começo;
    Mas se por acaso o google perder, basta pagar pelo tempo usado e liberar o Dalvink sobre GPL, alem da licença Apache atual.

    Pajé (usuário não registrado) em 8/09/2011 às 12:58 am

    Não importa se o código é pequeno ou de pouca importância, ou mesmo implementação de um algoritmo clássico ou conhecido. O fato é que, se esse procedimento for dado sem sofrer reprimenda, qual será o destino do mundo open source?? Virar trabalho gratuito para a iniciativa privada??

    Guilherm_ (usuário não registrado) em 8/09/2011 às 8:07 am

    Calma ae…. não era o google a empresa boasinha que nunca se aproveitava do trabalho opensource sem redistribuir tudo bonitinho nas licenças corretas, sem ferir a gpl? Ouh wait! onde esta seu deus agora? googleboy e fandroid?

    Spif (usuário não registrado) em 8/09/2011 às 9:27 am

    O Guilherm_ tem uma certa razão. Um dos grande prejuízos desse julgamento para o Google vai ser a imagem de “mecenas”.

    Mas até aí, muitas outras rachaduras na imagem de bonzinho do Google vão aparecedo à muito tempo. Só que ainda existe uma percepção estimulada pelos fãs da marca que o Googlemundo é um lugar feliz e contente.

    Bremm (usuário não registrado) em 8/09/2011 às 10:25 am

    @Spif

    Não sei porque, mas esse negócio do Googlemundo ser um lugar feliz e contente me recordou um pesadelo: Teletubbies.

    João sem Braço (usuário não registrado) em 8/09/2011 às 10:41 am

    É óbvio que não foi uma ordem da Google que o cara fizesse isso. As pessoas falam como se fosse intenção da companhia copiar o código. Não sei se é falta de conhecimento em programação de alguns, mas eu posso afirmar categoricamente que não seria trabalho nenhum reescrever aquelas poucas linhas para não precisar copiar o código. Pode-se ver que aquele era o primeiro commit do cara no Android, provavelmente ele era recém-contratado e um pouco inexperiente.

    Eu não sei como funciona a legislação trabalhista nos EUA, mas acredito que a responsabilidade pelo ocorrido recaia sim sobre a Google. Daí tiramos uma lição – toda companhia deveria se preocupar em manter um sistema de auditoria automatizado integrado a seus sistemas de controle de versão, para verificar se o código que está sendo enviado não é similar a algum código público ou ao qual os funcionários tenham acesso. Para a Google isso não seria tão complicado, já que eles já tem a base de dados do CodeSearch…

    Joao (usuário não registrado) em 8/09/2011 às 10:46 am

    @Spif
    ‘…se conseguirem fazer o mesmo que a Sun fez com a MS: Forçar a JVM à ser descontinuada.’

    Só relembrando que a Microsoft estava jogando sujo, com uma JVM fora dos padrões, como uma forma de promover a incompatibilidade de codigo entre a JVM Sun e a MS. Acho que essa comparação não se aplica a esse caso.

    Davi Navarro (usuário não registrado) em 8/09/2011 às 10:51 am

    Seria bom se isso fosse óbvio né? Mas o programador declarou que não havia objeção do gestor dele. O ato dele sozinho já seria responsabilidade da empresa, mas a participação do gestor enterra a ideia de que foi um ato isolado de um técnico iniciante s/ participação administrativa da empresa.

    Ele também declarou acreditar que copiou mesmo o código. Não é só um caso de ser parecido, é de ser igual e o autor declarar que acha provável que se trate mesmo de cópia.

    João sem Braço (usuário não registrado) em 8/09/2011 às 11:07 am

    Seria bom se isso fosse óbvio né? Mas o programador declarou que não havia objeção do gestor dele.

    Ele não declarou que o gestor não tinha objeção a ele copiar o código. Não foi isso que ele disse. Veja:

    ‘”My job duties are moderately flexible, and if I see something that, you know, I think could be beneficial to Google and to the broader Java ecosystem, and my manager doesn’t object, I do it,” the engineer said.’

    Aí ele só está se referindo à política de trabalho dentro da Google. A Google permite que os funcionários usem 20% do tempo para fazer o que quiserem, dentro do que acharem benéfico à companhia. Não importa dentro de qual projeto ele estivesse trabalhando dentro da Google, o gestor dele não teria objeções a ele fazer uma contribuição para o Android dentro desses 20% de tempo. É a isso que ele se refere.

    Veja também o seguinte:

    ‘Q. And you write to Steve: “PS, I am currently working on a drop-in replacement for Harmony’s sort function, which has demonstrated a huge up to 20X performance improvements on G1 hardware. This will be my first contribution to Android.’

    Veja que ele não falou que tinha copiado o código de outro lugar. Só falou que estava trabalhando em um novo código de ordenação. Não há nenhuma evidência de que o gestor ao menos desconfiasse da possibilidade de ele estar copiando código. Pelo contrário, é mostrada uma relação de confiança muito forte entre o gestor e o programador.

    O ato dele sozinho já seria responsabilidade da empresa, mas a participação do gestor enterra a ideia de que foi um ato isolado de um técnico iniciante s/ participação administrativa da empresa.

    Concordo que é responsabilidade da empresa. Eles deveriam ter uma auditoria desse código, ainda mais que o código está todo público e qualquer deslize aparece pra todo mundo e fica muito feio. Mas como eu disse, não há nenhuma evidência de participação do gestor.

    É claro que os advogados da Oracle vão tentar distorcer o testemunho dele, mas o que eu li nas falas dele não me deixa dúvidas de interpretação.

    Ele também declarou acreditar que copiou mesmo o código. Não é só um caso de ser parecido, é de ser igual e o autor declarar que acha provável que se trate mesmo de cópia.

    Claro, eu faria o mesmo no lugar dele. Ele está testemunhando sob juramento em um tribunal. Se ele falar qualquer coisa que seja mentira, é crime de perjúrio. Está bastante óbvio que o código foi copiado, letra por letra. Se ele não falasse isso (que acredita que ele copiou mesmo o código, mesmo não lembrando disso), ele estaria em apuros. Seria muito fácil acusá-lo de perjúrio.

    bebeto_maya (usuário não registrado) em 8/09/2011 às 11:09 am

    Isso abre precedentes para que os desenvolvedores e seus clientes fiquem mais espertos na hora de auditar o código de seus produtos. Conteúdo ilegal pode ser facilmente agregado a um projeto, inclusive no desenvolvimento web, onde pastas ocultas podem servir para armazenar tal tipo de material. Tudo que você faz em um PC, Tablet, Smartphone etc. Deve ser auditado, até mesmo os arquivos PDF! Esteganografia tá aí pra mostrar que dados ilegais podem ser ocultos em imagens legítimas.

    Davi Navarro (usuário não registrado) em 8/09/2011 às 11:58 am

    Entendi que você acredita que, apesar de ele declarar que a ausência de objeção do seu gestor é condição para as suas ações, é possível que o gestor tivesse esta objeção. Discordo da interpretação, à luz do restante do que foi divulgado sobre a atitude da empresa em relação ao licenciamento do Java, mas acredito que estamos discutindo um ponto menor. Em breve veremos o que prevalece no tribunal, e talvez vejamos até o testemunho do gestor em questão.

    Quanto a copiar ou não, ele afirmou que não lembra, mas está perfeitamente disposto a acreditar que copiou sim: “I don’t have a recollection, but I’m perfectly willing to believe that I did. You know, I think the similarity of the signature, the fact that, you know, the three arguments are in the same order and have the same name, you know, is a strong indication that it is likely that I did.”

    Dizer que, quando perguntado objetivamente, ele afirmou algo que não acredita realmente, por preocupação com a possibilidade de ser acusado de perjúrios, é inverter o funcionamento do mecanismo: algo que nem o advogado de defesa dele (se ele fosse o réu) alegaria. O compromisso dele é dizer a verdade. Alegar que faltou com ela por causa deste compromisso é admitir uma violação adicional, sem livrar-se da primeira.

    @Pajé

    Existe na justiça americana o conceito “de minimis”, que pode ser traduzido como “apenas um mínimo”, que implicaria em algo tão pequeno que não seria isso que faria diferença no conjunto. Se você tem 10 milhões de linhas de código e aparece algo igual ou muito parecido em 20 linhas, não dá para dizer que você copiou todo o software, concorda? Não que a Google vá sair ilesa disso, provavelmente vai no mínimo tomar uma paulada do juiz e isso pode enfraquecer parcialmente a defesa dela.

    Um pedido: Não referenciem o blog fosspatents, do conhecido Florian Muller. Por favor, o cara é pau-mandado para bater na Google, Red Hat, Novell e qualquer coisa que seja parecida com Software Livre (e até proprietário, quando for inimigo da gangue MS-Apple-Oracle). O cara errou 100% das previsões do fim do mundo dele, mas por algum motivo ($$$$$) continuam achando o cara um “expert” no assunto. Acreditem, ele previu que a SCO iria ganhar todas as ações judiciais dela e isso iria destruir a IBM, Novell, todo o Linux e mais o software livre como um todo. E o cara é um “Expert”? Fala sério …

    De qualquer maneira, ponto negativo para o controle de qualidade das inserções de código da Google. Pode acontecer com qualquer um, mas numa empresa de buscas é muito menos aceitável.

    Não acho que seja o fim do mundo e, pelo jeito, a Google já previa que algo similar fosse acontecer, vide que já inseriu o argumento de “de miminis” na sua defesa. Se o mesmo código existir no Apache Harmony, fica menos grave para a Google, pois seria uma violação de copyright mas bem mais fácil de corrigir (e mais barato para compensar o problema). Se for só o código Sun, dá mais trabalho.

    Flávio
    CEPTIBR21

    André Moraes (usuário não registrado) em 8/09/2011 às 1:20 pm

    E as patentes que a Oracle acusava o Google de estar violando? Ela processa a Google por violação de patentes e direito autoral ou essa análise de código é só para “dar base” para o processo por patentes.

    Outra coisa que sempre me deixou em dúvida com relação ao Java, é onde começa e termina a JVM e JDK, pois a menos que eu esteja muito enganado você pode utilizar a OpenJDK como base e os softwares que rodam sobre a OpenJDK não precisariam ser GPL.

    Ter a Dalvik como GPL e usar a OpenJDK não teria mudado tanto assim os planos do Google para o Android.

    João sem Braço (usuário não registrado) em 8/09/2011 às 1:38 pm

    Entendi que você acredita que, apesar de ele declarar que a ausência de objeção do seu gestor é condição para as suas ações, é possível que o gestor tivesse esta objeção.

    Veja bem, no trecho que eu colei anteriormente, ele disse que o gestor não tinha objeções a ele contribuir com o Android. Em momento nenhum ele disse que o gestor não tinha objeções a ele copiar o código. Então a menos que você tenha lido algum outro trecho do testemunho que mostre o contrário, eu não tenho razão nenhuma para acreditar que o gestor sabia do ocorrido.

    Simplesmente não faz sentido, o cara vai deixar de mandar alguém reescrever 5 linhas de código, coisa que leva no máximo 5min, por pura preguiça? Não faz sentido também o programador ter copiado aquilo. Eu acho que ele copiou só pra rodar uns testes e depois esqueceu de reescrever o código. Se alguém mais soubesse, as chances de isso ter acontecido seriam reduzidas. Mas o ideal mesmo seria existir um processo de auditoria.

    Discordo da interpretação, à luz do restante do que foi divulgado sobre a atitude da empresa em relação ao licenciamento do Java, mas acredito que estamos discutindo um ponto menor.

    Por mais que seja um ponto menor no processo, o que choca aqui é a inexistência de um processo de auditoria em uma empresa do porte da Google, a ponto de permitir que um único funcionário, sozinho, cause um estrago desses.

    Além disso, essa é a discussão mais “on-topic” dentro do tema desta notícia em particular.

    Quanto a copiar ou não, ele afirmou que não lembra, mas está perfeitamente disposto a acreditar que copiou sim

    E isso foi exatamente o que eu disse – “acredita que ele copiou mesmo o código, mesmo não lembrando disso”. Pelo tom que você disse agora, parece que está discordando de mim.

    O compromisso dele é dizer a verdade. Alegar que faltou com ela por causa deste compromisso é admitir uma violação adicional, sem livrar-se da primeira.

    Também não entendi sua objeção aqui. O compromisso dele de fato é dizer a verdade, e foi isso mesmo que eu disse. Eu realmente acho que ele falou a verdade. Ele disse que não lembrava de ter copiado, e eu acho isso plausível – eu também não lembraria (mesmo porque, se eu fizesse isso, seria acidental, por exemplo na situação hipotética que eu falei de copiar um trecho para testar, planejar reescrevê-lo depois, e esquecer). E ele disse que mesmo assim acreditava ter copiado, que é o que qualquer programador diria no lugar dele, vendo que o código é exatamente igual.

    Spif (usuário não registrado) em 8/09/2011 às 2:02 pm

    @Bremm, o Googlemundo, como a terra dos teletubies, não tem nada malvado, é só mal entendido. ;)

    @FlavioMachado, a ausência de coisas positivas à serem ditas sobre o Google não querem dizer que ele é “vendido”. Não vamos ser fanboys aqui. Olhe o currículo (http://www.linkedin.com/in/florianmueller82319) e veja que ele inclusive foi nomeado à prêmios pela Linux New Media, fundou e gerenciou a campanha “NoSoftwarePatents.com”.

    @JoaoSemBraço, Fica bem explícito, pelo fato da função dele ter um supervisor que deve aprovar as contribuições. A contribuição dele foi claramente a peça que foi copiada linha à linha. Logo, ele deve ter explicado em algum momento para o supervisor o que era aquele código, o que fazia e o supervisor SABIA o que estava fazendo.

    Juntando isso à forma como a Sun tentou oferecer o Java, para fazer uma “distribuição” livre do Android, e o Google SABIA que, por se recusar ao uso da GPL ele tinha que pagar a licença comercial.

    Oras, todas essas provas mostram o Google passando a perna na GPL, mostrando que não se interessa por software livre OU Opensource (o que deveria deixar muita gente aqui irritada), se esquivando de pagar os custos de licença da JVM e copiando descaradamente código livre num produto comercial.

    Senhores, é tudo muito na cara. A menos que o time legal da Oracle tropesse ou o time do Google use a defesa Chewbaca, esse assunto pode estar perigosamente próximo à um encerramento que alguns achavam impossível: O Google paagando à Oracle.

    Weber Jr. (usuário não registrado) em 8/09/2011 às 2:50 pm

    O velho e péssimo maniqueísmo… Ou alguém é santo, ou é demônio. Um pouco de cada, nunca ?

    Quer dizer que de uma hora pra outra, SummerOfCode, projetos/códigos doados e outras formas de apoio deixaram de existir?

    Esses haters, criativos ao menos.

    Mesmo que o Google tenha de pagar todo o exigido, não muda o papel da Oracle na questão, que foi agir como Patent Troll.

    O que muda é a patetice do Google se permitiu (ou até estimulou) isso.

    Ou seja, simplesmente o Google aumentou a desculpa (“justificativa” seria muito nobre) para oracle ganhar um dindin.

    Porque a lógica de *prejuízo* alegado pela Oracle só existe nessa pataquada que é o abuso do sistema de patentes.

    Ou alguém seriamente vai dizer que imagina a Oracle desenvolvendo algo para mercado de consumo?

    Guilherm_ (usuário não registrado) em 8/09/2011 às 3:38 pm

    Existe algo mais chato que um hater, ou fanboy, é fanboy criticando hater ou vici e versa. O google errou, pronto ele vai pagar por que DEVE pagar, ele não deixou de fazer as boas ações e por isso não é de todo mau, mas sim, ele não é um deus, ou um grande amigo q nunca ira te prejudicar, ele faz sim suas maldades e age sim por baixo do pano. IGUAL a toda empresa que se preze, o que diferencia é q ele faz muito mais propaganda daquilo que faz de bom, e oculta ao maximo o q nao faz. Toda empresa tem seu lado bom e mau, assim como a odiada oracle e microsoft, ou a mal falada apple. Poxa a oracle melhorou de uma forma considerável o virtual box, mas sim ela fez muito mais desaforo a comunidade. A apple também contribui com software aberto, vide webkit, cups, e cumpre bem a licença de todo o resto q tem em opensource em seus sistemas.

    Mania que o povo tem de achar q uma empresa é má, ou boazinha, são empresas o q elas fazem é igual em todas: conseguir dinheiro.

    João sem Braço (usuário não registrado) em 8/09/2011 às 3:49 pm

    @Spif, Não é assim que funciona na Google. Tenho amigos que trabalham lá e posso afirmar isso. Alguém aprovou, porque aquela era sua primeira contribuição ao projeto, mas muito provavelmente não foi o gestor dele. Mas mesmo assim, quem aprova o código só vê questões como funcionalidade e clareza, não audita pra verificar se ele foi copiado. Aí está o erro. Não que devessem verificar isso, estou argumentando que isso deveria ser automatizado.

    Weber Jr. (usuário não registrado) em 8/09/2011 às 4:16 pm

    Guilherme_

    “ele faz sim suas maldades e age sim por baixo do pano. IGUAL a toda empresa que se preze”

    Escreveu errado aqui, espero, hehe.

    Davi Navarro (usuário não registrado) em 8/09/2011 às 4:29 pm

    Que bom então que vc está de acordo

    @Spif

    Não gosto de generalizar, mas quando se trata do Florian Muller, o termo imbecil é bastante apropriado (desculpe a palavra chula, Augusto).

    Ele não entende patavinas de leis mas opina sobre isso, a ponto de dizer que a GPL é ilegal nos EUA, quando a própria legislação americana permite a permuta de valores/serviços como forma de compensação pela cessão de copyright, o que acontece com a GPL. Fora isso, não perde a oportunidade de dizer a MS é ótima, que a Apple é santa, que a Oracle é a encarnação da Madre Tereza de Calcutá e que qualquer outro que ouse se defender destas empresas é culpada de qualquer coisa. E não, não estou exagerando. O cara realmente é pago para espalhar a mensagem da destruição do Open Source, sempre que possível, mesmo quando não tem lógica.

    Quando do processo da SCO, ele afirmou categoricamente que tinha acesso aos códigos e analisou as “evidências” da SCO e que elas seriam o fim do mundo para o Linux. Depois que as “evidências preponderantes” que ele e a SCO acharam, engraçado que a SCO perdeu em TODAS as instâncias possíveis por falta absoluta de qualquer evidência que não fosse a “cópia” de um arquivo de headers, que é uma das exceções conhecidas de copyright na área, visto ser impossível implementar qualquer coisa que use as libs sem a definição da estrutura das chamadas.

    Resumindo, sim, ele é um pau-mandado da gangue para falar besteira como se fosse expert, o que ele não é, independente do curriculum vitae dele. Quanto aos prêmios, as indicações foram antes dele descobrir que falar mal do Open Source a partir da credibilidade anterior dele dava mais dinheiro que continuar falando bem. A mudança foi radical, ele começou a dizer que patentes eram a melhor coisa do mundo, que a gangue é que esta certa (antes era a SCO fazendo o papel de bully para a MS, depois ampliou para a gangue). O cara perdeu completamente a credibilidade dele com a comunidade e só tem eco às suas baboseiras na imprensa, que entende menos ainda que ele.

    Não tome o que digo como verdade, procure ler sobre ele, inicialmente no GROKLAW.NET, onde há análises detalhadas das coisas que ele falou durante o processo da SCO, entre outros. Mas leia as previsões dele na imprensa, para ter um contraponto, comparando com os resultados destas previsões. Aí você poderá fazer seu próprio julgamento sobre os fatos.

    Quanto à Google saber sobre a necessidade de pagar pelo JAVA, ela NÃO usa Java no Android, usa DALVIK. DALVIK não é Java, não diz que seja nem precisa do Java, ela é uma VM para executar código em estado P (bytecode). Código que pode ser gerado por outras ferramentas. Java PODE ser usado para gerar um bytecode JAVA que é convertido para DALVIK. A Google concluiu (certo ou errado) que não precisava pagar licença de Java para não ser Java. Se Dalvik copiou a JVM, aí é outra história, a ser verificada.

    Flávio

    Marcos (usuário não registrado) em 8/09/2011 às 7:25 pm

    Se eu fosse ceo do google, mandava descontinuar a dalvik e liberava o código e licenciava a .net só pra trollar kkkk

    Marcos (usuário não registrado) em 8/09/2011 às 8:58 pm

    A confusão é que a Sun chamou tudo de Java: a plataforma, a linguagem e a máquina virtual.

    A máquina virtual do Google, chama Dalvik. A da Sun suporta várias linguagens além do Java, embora essa seja a principal, roda python, ruby, haskell e várias outras.

    O Dalvik roda a linguagem Java, embora tenha mudado muita coisa fora da referência padrão, impedindo que uma aplicação Java tradicional rode na VM deles. Daí não sei se mesmo assim poderia chamar Java, já que quebrou o ‘write once, run anywhere’

    @Marcos,

    Dalvik NÃO roda JAVA, precisa de um conversor para traduzir bytecode JAVA para DALVIK e depois roda o que foi convertido.

    JAVA ME, a versão mobile de Java e foco da disputa, não foi usada pela Google pois não atendia aos requisitos que eles queriam, por isso eles desistiram e partiram para a sua própria implementação. Segundo as notícias da época, a Android Inc, comprada pela Google, tentou passar as mudanças que queria para a Sun aprovar e implementar, para então sair com o Android usando Java mesmo. Como a SUN disse que não mudaria tão pesadamente o Java ME, então eles desistiram. O problema era performance e acesso a certos recursos do hardware, que não era adequado no Java ME. Dai surgiu o Dalvik. Só que como já se tinha um monte de desenvolvedores Java, nada mais natural que facilitar a vida para eles e permitir que eles usassem o que já conheciam, sem grandes esforços de conversão. Tanto que o Dev Kit do Android não vem com Java, o desenvolvedor é que deve baixar e compilar seu código para traduzir com o conversor Java->Dalvik.

    Só faço uma sugestão: usem o seu poder como consumidor e “vote com seu bolso”, como dizem os americanos, não comprando os produtos das empresas que você acredita que estão atacando o que você gosta, sejam elas quais forem. Ex: eu evitarei ao máximo comprar coisas da Sony, depois que ela resolveu descumprir o que prometeu na venda do produto (PS3 com Linux) e ainda processou seus usuários. Meu dinheiro ela não verá. Já a Samsung contratou o cara do Cyanogen_mod e colabora com a comunidade de ROMs alternativas para Android, então ela terá mais chances de me vender algo. Sim, os exemplos foram razoavelmente simplistas, mas reais. Qaunto à Oracle, minha experiência com eles nunca foi boa, não acho que atacar o Android dessa maneira ajudou a melhorar a imagem que tenho dela. Se eu puder não recomendá-la, farei torcida contra quando for possível evitá-los, mas sem radicalismos. Se todos usarem seu poder de escolha, as empresas vão acabar notando que deram tiro no pé.

    Flávio

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