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Palestra: 10 passos para matar qualquer comunidade de código aberto

À medida que o código aberto se aproxima do dia-a-dia do mercado, vão ficando cada vez mais comuns os casos em que grandes empresas adquirem os direitos sobre projetos que trazem consigo comunidades já formadas de desenvolvedores (muitas vezes voluntários) livres.

Várias dessas empresas lidam suficientemente bem com as comunidades que herdam ou formam – basta ver o entusiamo dos membros das comunidades associadas a várias empresas.

Mas outras vêem as comunidades como ameaças à ordeira organização corporativa e estrutura de poder pré-existente, e aí conseguem fazer tudo errado, e o fazem tão caprichado, que até parece que é de propósito. E é sobre isso que a palestra de Josh Berkus (do PostgreSQL, e ex-Sun) na LCA 2010 tratou: “10 maneiras de matar uma comunidade Open Source”.

Ele fala por experiência própria: diz que a empresa em que trabalhou usava todas estas “técnicas”. E de fato eu reconheço várias delas.

Destaco algumas:

  • Prover ferramentas difíceis para o pessoal do código aberto: build systems complicados, sistemas de controle de versão proprietários, um website baseado em um CMS frágil…
  • Manter documentação insuficiente, incompleta ou ultrapassada, e mesmo assim mandar os interessados irem RTFM.
  • Fazer reuniões de desenvolvimento a portas fechadas, excluindo o pessoal da comunidade.
  • Mudar os termos de licenciamento e outros acordos periodicamente, se possível com pouco aviso.
  • Escolher uma pessoa inacessível ou desinteressada para ser o elo de ligação.
  • Adotar uma cadeia de aprovação difusa e confusa, impedindo que as pessoas saibam a quem se dirigir para propor alguma coisa.
  • Permitir apenas a empregados da empresa o acesso de escrita aos repositórios oficiais. Se possível, fazendo com que pessoas que nem mesmo entendem do que se trata o código sejam responsáveis pelos commits.
  • Manter-se em silêncio e simplesmente não se comunicar com os integrantes do projeto open source.

Quais as armas mais eficazes na sua opinião? Para mim, as de ferramentas e de documentação quebram as pernas dos interessados mais cedo, mas quando acontece de eles conseguirem superar estas barreiras, desenvolver algo interessante mesmo assim, e aí dar de cara no muro da propriedade intelectual cambiante, governança críptica e comunicação insuficiente, o fim da comunidade pode ser alcançado de forma bem mais definitiva – e há o bônus extra de isto alcançar também os usuários não-desenvolvedores… (via itwire.com)


• Publicado por Augusto Campos em 2010-01-20

Comentários dos leitores

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    Renan Birck (usuário não registrado) em 20/01/2010 às 5:48 pm

    Pra mim, a cultura toda do ‘RTFM’ é prejudicial. Considero que, se não for pra ajudar (nem que seja com a seção do manual na qual a resposta se encontra), é melhor nem responder.

    Weber Jr . (usuário não registrado) em 20/01/2010 às 6:15 pm

    Como usuário e fã do Postgres, considero que ter o Josh Berkus e o Bruce Mmomjian no projeto como um privilégio.

    São excelentes na parte técnica sobre arquitetura de dados e costumam passar boas dicas sobre projetos de SL, como é o caso desse artigo.

    Desses realmente eu me surpreenderia se viesse um comportamento eticamente questionável ou condenável. ;)

    João Dromedário (usuário não registrado) em 20/01/2010 às 8:01 pm

    Elo de ligação é pleonasmo.

    Wilfredo (usuário não registrado) em 20/01/2010 às 9:58 pm

    “elo” == “ligação” ou “laço”

    Conferir http://www.priberam.pt/dlpo/definir_resultados.aspx?pal=elo
    elo (é)
    s. m.
    1. Cada um dos anéis de uma cadeia; gavinha.
    2. Fig. Laço, ligação.

    Smaug (usuário não registrado) em 20/01/2010 às 10:16 pm

    “Elo de ligação” é redundância, pois “elo” quer dizer “ligação”. Aliás, isso que escrevi também é redundante, pois tudo isso já foi dito aqui…

    devnull (usuário não registrado) em 21/01/2010 às 7:21 am

    A Oracle já deve estar com um plano (com cronograma, alocação de horas, centro de custo, … ) preparado para implantar os 10 itens no MySQL…

    Ivan (usuário não registrado) em 21/01/2010 às 9:07 am

    Cara , é terrível ser chato detalhista de gramática.
    mas esse “elo de ligação” tirou meu foco do conteúdo do post
    :(

    Juan (usuário não registrado) em 21/01/2010 às 9:42 am

    O Professor Pasquale também usa Linux :P

    Adao (usuário não registrado) em 21/01/2010 às 1:37 pm

    Hahaha

    Flávio Gomes Coutinho (usuário não registrado) em 25/01/2010 às 9:50 am

    “lo de ligação” é pleonasmo.

    Flávio Gomes Coutinho (usuário não registrado) em 25/01/2010 às 9:51 am

    “elo de ligação” é pleonasmo.

    Flávio Gomes Coutinho (usuário não registrado) em 25/01/2010 às 10:06 am

    “detalhista de gramática” é sobre detalhes. Elo de Ligação é gritante.

    Já que essa insistência off-topic persiste, vou registrar que acho bem curiosa a certeza com que tanta gente (inclusive com base em gramáticas) acredita firmemente que “todo elo é de ligação”, e que por isso a expressão “elo de ligação” é pleonasmo, ou uma redundância. Elo de ligação é uma peça bem específica e com um papel importantíssimo na ligação entre duas correntes.

    Quem já trabalhou no ramo (mecânico, metalúrgico, transporte de cargas) sabe que existe bastante distinção entre os “elos de ligação”, “elos de suspensão”, outros elos especializados, e os elos “comuns”, permanentemente fechados, que compõem uma corrente. Veja por exemplo este catálogo da Weissenfels com elos de ligação e de suspensão – note que é bem fácil perceber que são específicos.

    O mesmo desconhecimento sobre especificidades leva bastante gente (inclusive profissionais da área) a caracterizar erroneamente outras expressões (como “prefeitura municipal”) como sendo pleonasmos viciosos, apenas porque o gramático em questão não sabe da existência de nenhuma prefeitura que não seja municipal.

    Mas assim como as prefeituras, os elos também têm diferenças entre si, e os elos de ligação, especialmente, têm características próprias.

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