WebM: Google lança formato de vídeo aberto para web
WebM é o formato de vídeo, aberto e livremente implementável, que o Google anunciou ontem e que chega para complicar (em um ótimo sentido, aparentemente) ainda mais a novela dos formatos de vídeo do HTML5 – e possivelmente dar aos defensores do H.264 algo em que pensar, ao mesmo tempo em que oferece uma alternativa adicional (baseada em Matroska, Vorbis e VP8, com código aberto (licença de software livre, estilo BSD) e expressamente isento de royalties sobre patentes) a quem previamente defendia o Theora.
Entre os defensores do Theora, aliás, há algumas presenças interessantes no bonde do WebM: organizações como a Mozilla (cuja posição pró-Theora e anti-H.264 era bem divulgada) já estavam sabendo do assunto antecipadamente, foram mencionadas no anúncio oficial e publicaram seu próprio comunicado de boas vindas em sincronia com o anúncio oficial e o lançamento de uma versão já com suporte ao novo formato. A Collabora também divulgou sua nota em sincronia, anunciando que estava presente nos preparativos e falando sobre a disponibilidade de plugins para o GStreamer. Adobe, Opera e Google Chrome também estão em situações similares.
Curiosamente, entretanto, a FSF (que há algumas semanas divulgou uma nota sugerindo a abertura do formato de vídeo VP8 pelo Google) não está entre as 27 organizações listadas no anúncio oficial, embora tenha publicado uma nota dando as boas-vindas ao lançamento do Google e seus parceiros.
O posicionamento desta novidade em oposição à MPEG-LA, seus apoiadores e seu portfolio de patentes sobre o H.264 fica evidente desde a primeira frase da FAQ sobre o licenciamento do WebM, esclarecendo que “existem CODECs” cujos implementadores precisam pagar royalties, mas no caso do WebM não é necessário pagar nada a ninguém.
Bem-vindo, e obrigado! E se você quiser testar desde já, há builds do Firefox e Opera com suporte a WebM já disponíveis, e o do Chrome sai nos próximos dias – todos ainda com suporte preliminar e não otimizado. Sites como o YouTube já têm conteúdo no novo formato, também, para que os usuários dos navegadores compatíveis tenham no que testar. Segundo o OSNews, já há também patches para o ffmpeg.
Segue trecho do IDG Now enviado por Manoel Pinho (pinhoΘuninet·com·br):
O WebM é baseado no codec de vídeo VP8, desenvolvido pela empresa On2, adquirida pela Google em agosto do ano passado, e no codec de áudio Ogg Vorbis, um padrão Open Source desenvolvido pela Xiph.org. Ambos são encapsulados em um “container” no formato Matroska, outro padrão aberto criado pela CoreCodec, Inc.
O formato é uma alternativa ao popular Flash Video e ao H.264, formato de vídeo popular na web mas “amarrado” por patentes e necessidade de pagamento de royalties para sua implantação e uso, que dificultam sua adoção. Os custos de licenciamento, por exemplo, foram o principal motivo citado pela Mozilla Foundation ao divulgar sua decisão de não adotar o H.264 como um dos formatos de vídeo online em seu navegador Firefox.
Segundo a Google o WebM é otimizado para a web, com baixa exigência de poder de processamento durante a reprodução, o que o torna ideal para uso mesmo em dispositivos como smartphones, tablets e netbooks. Alta qualidade de imagem e mínimo número de perfis de codificação, o que facilita o processo de criação de arquivos no novo formato, são outras características.
Empresas como AMD, ARM, Broadcom, Digital Rapids, Freescale, Imagination Technologies, Logitech, Marvel, MIPS, NVIDIA, Qualcomm, Texas Instruments, Veri Silicon e ViewCast são parceiras da Google no projeto webM, e se comprometeram a adotar o padrão em seus produtos de software ou plataformas de hardware.
Além disso, versões dos navegadores Mozilla Firefox e Google Chrome com suporte ao webM estarão disponíveis em breve, com o Opera se juntando ao grupo “em breve”. Na página oficial do projeto, em www.webmproject.org, há ferramentas para criação e reprodução de conteúdo, bem como mais informações sobre a iniciativa.”
A Microsoft também já declarou que o Internet Explorer 9 suportará também o VP8 em vídeos HTML5.
Mais detalhes e atualizações na notícia do OSNews.” [referência: idgnow.uol.com.br]
ótimo artigo.
agora só resta aguardar. mas estou confiante neste formato do google.
Se o youtube adotar este formato, pode-se saber que é o fim do h264…
O problema é que ele será suportado somente nos players mais novos, e ainda tem muuuuita gente que usa versões antigas dos navegadores e vai continuar usando por anos.
Mas este codec é melhor mesmo que o theora e o h264?
ps: sei que esta notícia provocou um orgasmo mental em muitos :-)
Quando surgirem novos comentários comparando o nível de “maldade” de cada empresa esse post servirá para ilustrar a diferença ;) .
Um dos exemplos.
@Tenchi
“Se o youtube adotar este formato, pode-se saber que é o fim do h264…”
Pelo que disseram, os vídeos a partir que forem submetidos desde ontem já estão sendo codificados com esse codec.
“O problema é que ele será suportado somente nos players mais novos, e ainda tem muuuuita gente que usa versões antigas dos navegadores e vai continuar usando por anos.”
Isso só é problema se os desenvolvedores quiserem. Como a MS vai querer, provavelmente, e Apple, possivelmente.
tô testando aqui com o firefox…
Muito estranha a sensação de acessar o youtube no firefox sem usar flash :-)
Um link com vários trailers de filmes com suporte à webm é:
http://www.youtube.com/results?search_query=trailers&aq=f&webm=1
Pena que a mozilla só colocou para download o firefox 32bit.
Mas tá bom. Agora não há mais desculpas para o html5!
Ah sim, a mozilla ainda não resolveu o problema do baixíssimo desempenho de videos em fullscreen no firefox :-(
Excelente notícia!
As vezes fico com um pé atrás com o Google, mas mais uma vez, eles mandaram muito bem.
É o “Final Count Down” para o Flash.
O Google a cada dia assenta um tijolinho para que o ChromeOS tenha bom desempenho,isso é comprovado pelo seguinte trecho da notícia:
Segundo a Google o WebM é otimizado para a web, com baixa exigência de poder de processamento durante a reprodução, o que o torna ideal para uso mesmo em dispositivos como smartphones, tablets e netbooks.
Vale lembrar que foi a Opera que propôs o elemento e lançou um manifesto sobre as possibilidades de uso livre do mesmo, em fevereiro de 2007…
Mas agora fica a pergunta:aonde entra a parceria do Google e Adobe pelo flash???
http://www.guiadopc.com.br/noticias/13964/google-integra-flash-ao-chrome.html
O Flash vai suportar o WebM.
Tenchi, aqui voce encontra uma análise técnica do VP8 (que é a novidade neste WebM), para entender mais sobre esse negócio de ser “melhor” do que outros concorrentes: http://lwn.net/Articles/388334/
ARM, MIPS, Nvidia e Texas Instruments já anunciaram que vão suportar o codec do Google.
http://www.electronics-eetimes.com/en/chip-makers-back-googles-open-source-codec.html?cmp_id=7&news_id=222901981&vID=271
Agora ficou divertido.
Ainda que já se especulasse isso há algum tempo, a primeira carta da FSF já demonstrava essa possibilidade.
A questão a partir de agora é saber quem poderá mais, o consórcio dos fabricantes ou o consórcio dos principais detentores de conteúdo.
Lendo rapidamente a página sugerido pelo augusto ficou reforçada minha visão de o h264 foi muito focada na visão de criação de um codec para todos os tipo de mídia, enquanto o vp8 sempre foi pensando na web.
por fim só resta comentar que o pendulo do google continua em movimento, volta e meia eles satisfazem as comunidades FOSS, volta e meia não, e por isso chovem comentários a favor e contra.
Mas só lembrando que com o flash também suportando o formato nada muda, é só mais uma isca na flash trap diria a FSF.
Muito interessante o Google lançando esse formato aberto. Acredito que pelo fato de Google e MS estarem de comum acordo em inserir o suporte ao formato em seus browsers logo logo isso se tornará o padrão (veremos de facto a força dos 2 grandes monopólios do planeta – 1º Google e 3º MS – na vida do usuário hehe) .
Parece que o Internet Explorer 9 também vai ter suporte ao V8.
http://www.osnews.com/story/23323/Microsoft_Internet_Explorer_9_To_Support_VP8
Abs!
“Ah sim, a mozilla ainda não resolveu o problema do baixíssimo desempenho de videos em fullscreen no firefox :-(”
Ué, é problema do Firefox então? Putz, vou testar outro navegador, achava que isso era de todo mundo.
Só lembrando, a FSF fez há pouco tempo uma carta aberta à Google pedindo para ela abrir o código do VP8 e usá-lo no youtube
http://www.fsf.org/blogs/community/google-free-on2-vp8-for-youtube
Não sei se foi idéia da FSF ou eles já estavam pensando nisso quando compraram a empresa On2, mas que foi uma ótima notícia.
Flash não serve só para ver vídeos e mesmo com o VP8 aberto, o flash vai ser útil e necessário para animações e banners.
A Apple é que foi a grande perdedora nisso tudo, ao insistir no H.264 e na idéia idiota de não permitir o Flash em seus últimos produtos.
Azar o dela e tomara que perca bastante mercado para o Android da Google.
@marcosalex, não testei no chrome o método fullscreen, mas imagino que neste deva ser mais rápido. Ao que parece o flash usa aceleração da placa de video para a execução de videos. Talvez seja isto que falta aos navegadores de hoje. E parece-me que o IE9 será o primeiro a suportar isto.
Logo é de se imaginar que o IE9 não terá este problema com a execução de videos em tela cheia.
Pode testar ele, a MS fica alegre :-)
Depois dessa noticia deve ter uma certa pessoa arrancando os cabelos (isso é, se ele ainda tivesse algum).
O pessoal do x264 não gostou muito do vp8 não :-)
Criticaram o VP8 e o theora mas pouparam o matroska (em inglês):
http://x264dev.multimedia.cx/?p=377
@Marcelo Nascimento, é que o matroska não é um codec, mas um container, assim como o mp4, ogv e tantos outros.
Num container vc pode colocar arquivos com o codec que quiser, inclusive alguns suportam imagens e outros tipos de arquivos.
Vale lembrar 2 que o Opera já possui uma versão de testes!
http://my.opera.com/desktopteam/blog/
E os srs defensores do software livre não venham com mimi pois o Opera é um dos melhores!
Esta foi uma ótima jogada para tentar acabar com a guerra dos codecs no html5.
Espero que as empresas agora se acalmem e tentem melhorar os navegadores, em vez de brigar pelos formatos.
Flash agora virou aplicação de nicho (joguinhos, banners e animações).
Se bem que com o tempo, o HTML5 vai entrar na área de jogos, banners e animações também. Ai será o fim do Flash.
Quem bom.
André Luis Pereira dos Santos, instale algum navegador com suporte à webgl (chomium e firefox 3.7 em desenvolvimento) e acesse os links desta página:
http://www.khronos.org/webgl/wiki/User_Contributions#Frameworks
Flash para jogos 3d em breve terá mais um concorrente. Tem até um projeto para a criação de animações web com o blender. Bastante interessante, mas perdi o link :-(
O legal do webgl é que será possível inserir elementos 3d em páginas comuns :-)
@tenchi
Sem dúvidas. Aqui o navegador padrão é Chromium. Fizemos algumas experiencias já com wbgl e é ela que com o tempo vai passar por cima do nicho de jogos web que hoje está com o Flash.
Para o Flash, aparentemente vai sobrar pouco ou nada.
Padrão fechado que vai morrer, por que é fechado.
Hoje é um dia melhor que o dia de ontem.
@Tenchi e Marcos Alexandre
Na boa, acho essa crítica ao firefox prematura e descabida.
O formato não foi incorporado em nenhum release oficial de qualquer navegador, num máximo um beta do opera. Não cabe ficar discutindo desempenho e possível superioridade de performance do IE9.
Isso ultrapassa os limites da especulação, total FUD.
Abs!
@MarcusJabber
Mesmo porque, não dá pra cobrar performance em uma primeira implementação experimental do VP8 nos navegadores.
A implementação será refinada agora com o tempo, trazendo ganhos de performance a atingindo grau de produção (provavelmente em pouco tempo).
@Tenchi
O problema é que ele será suportado somente nos players mais novos, e ainda tem muuuuita gente que usa versões antigas dos navegadores e vai continuar usando por anos.
O YouTube é um nome forte e de peso e hoje o já faz parte do cotidiano da maioria dos internautas ao redor do mundo. Acredito que se eles parassem de usar vídeos em Flash e passassem a usar o WebM acabaria obrigando muuuuita gente a migrar para navegadores mais modernos. Esses usuários não substituem seus browsers por comodismo e por já estarem habituadas a usá-los. Pensam: “para que mudar se com este navego em qualquer página?”
Pois bem, se o YouTube parasse de funcionar em seus browsers eles não iriam procurar outro serviço de vídeos na Internet exatamente pelo mesmo motivo: já conhecem e estão acostumados a ele, logo se sentiriam obrigados a mudar. É claro que essa seria uma aposta arriscada e poderia até acabar sendo um tiro no pé, mas se eu tivesse um site cuja força fosse comparável à do YouTube, eu arriscaria.
Em tempo, Flash não é um padrão fechado que vai morrer, por que é fechado. Para quem não sabe, Flash é uma especificação aberta. O que falta é alguém que o implemente completamente, quer seja porque a especificação passa por adições de tempos em tempos, quer seja por falta de investimentos em quem tenta implementá-lo.
A adobe não está morta: http://techcrunch.com/2010/05/19/adobe-html5/
to be continued…
@MarcusJabber e @André, não, não estava falando da performance do firefox com o codec da notícia, pois comigo rodou com um desempenho semelhante aos videos em ogg, mas com o desempenho de qualquer video, seja lá qual for o codec, do firefox em tela cheia.
Eu usei o 3.7 só para testes, mas no dia-a-dia uso o ff 3.6, que possui o recurso de deixar um video em tela cheia, e possui um desempenho bem ruim, principalmente se comparado ao Flash, mesmo num vídeo que não é HD.
Não estou reclamando, só constatando que, mesmo na versão em desenvolvimento, 3.7, a mozilla ainda não corrigiu o problema do baixo desempenho em videos em tela cheia no firefox.
Já a MS anunciou que usará um outro mecanismo para renderizar as páginas, usando o poder da placa de video, e como suportará também audio e video do html5, possivelmente usará tal poder para a execução do video, assim como o Flash faz. Logo é bem provável que o desempenho seja tão bom (ou não tão mal) quanto o do Flash.
Nos dias de hoje, com aplicações web cada vez mais cheias de firula gráficas, torna-se óbvia a necessidade de usar o alto poder de processamento das placas de video (nvidia, ati e intel) para tal tarefa.
Sim, sei que isso já está prometido para a maioria dos navegadores. Não estou reclamando :-)
@erico, não entendo porque a adobe e a MS veem o html5 como um inimigo.
HTML5 por definição não é propriedade de nenhuma empresa; qualquer empresa pode criar produtos baseados em html5, inclusive proprietários e pagos; html5 pode aumentar muito o alcance das aplicações web, podendo ser usado numa variedade muito maior de dispositivos que Flash e Silverlight não chegam…
Não entendo. HTML5 não é do google, nem da apple, mozilla ou opera. O plugin Flash é gratuito, e o mesmo vale para o silverlight. Logo o preço da tecnologia-fim em si não é o X da questão.
Talvez o que elas queiram seja: 1) que todos usem somente suas tecnologias, e paguem (caro) por isso, 2) manter a web fragmentada, com o desenvolvedor e o usuário sem saber o que usar para desenvolver/usar as aplicações.
A adobe poderia “entrar no trem” e criar um filtro para criação de aplicações web a partir de sua ferramenta proprietária e paga Flash e para o Flex. Isto serviria até como propaganda, imagine, a Adobe, líder do mercado de RIAs liderando também o desenvolvimento em HTML5? A MS, bem… Quem usa o silverlight? Nunca vi um site que me interessasse e que usasse SL. Não sei estatisticamente, mas qual o percentual de sites web q usam silverlight?
@erico, sim, a matéria era exatamente contrariando isso, mas quando se fala em RIA em HTML/Ajax, normalmente há comentários da Adobe dizendo que a próxima versão do Flash será melhor do que o html5.