Ubuntu se prepara para migrar do X Window para o Wayland
Toda distribuição desktop que conheci até hoje baseia seus gráficos no venerável X Window System, criado em 1984 e cuja versão corrente do protocolo (conhecido como X11) está na estrada desde 1987 – e agora Mark Shuttleworth anunciou que o Ubuntu começará a se direcionar para um mundo pós-X11, ou ao menos um mundo em que o X não será a peça principal dessa construção cada vez mais dinâmica que é o desktop Linux.
Claro que o X11 alcançou idade avançada com muita saúde, e vários dos seus diferenciais originais continuam tão relevantes hoje como eram há 25 anos. Mas essa é uma área em que grandes avanços no desenvolvimento, e hoje há outros diferenciais (ao menos em potencial) que podem atrair o interesse de quem fornece o desktop Linux, como os que estão presentes no projeto Wayland, que busca se distinguir pela qualidade e fluidez de seus gráficos, usando recursos modernos do kernel Linux (e sem preservar em si a compatibilidade com o X11).
O Wayland está em desenvolvimento há algum tempo, e certamente ainda não alcançou um grau de maturidade suficiente para permitir desde já uma migração do Ubuntu. Trata-se portanto de uma mudança a médio e longo prazo, e para a qual a Canonical pretende contribuir com código que faça avançar o próprio Wayland, além de apoio para que o GNOME e o KDE possam rodar neste novo ambiente.
E não se trata também uma revolução que corte as raízes de décadas de desenvolvimento de aplicações baseadas no X: embora o Wayland em si não preserve a compatibilidade com o X11, nada impede que as distribuições ofereçam este recurso (ainda que seja apenas para rodar código legado), e o anúncio de Shuttlewrth informa que o plano para o Ubuntu é preservar esta possibilidade.
O post do OSNews explica melhor o ponto de vista a favor dessa mudança, defendida enfaticamente por seu editor. E o anúncio de Mark Shuttleworth (em link enviado ao BR-Linux por O Máskara), naturalmente, é um bom local para conhecer melhor a sua intenção. (via blogs.computerworld.com)
Já vai tarde X11! Não deixará saudade…
O próximo passo é um kernel mais interessante para desktop.
Desde que mantenha a compatibilidade com aplicativos usados hoje, inclusive os gerenciadores de janelas que desenha as decorações delas, e tbem que possa rodar sem aceleração gráfica, parece uma ótima experiencia!
O problema do Wayland é que ele está sendo desenvolvido por um carinha só. Esse anúncio da Canonical irá atrair mais desenvolvedores para o projeto, provavelmente fazendo que que seu desenvolvimento seja acelerado a partir de agora.
Eu não duvido nada que será uma transição trumática e sangrenta, mas em um ano ou dois tudo deve ficar nos trilhos.
Eu até já posso ver os gritos de choro e revolta com os bugs que irão aparecer, como no caso do Pulseaudio.
No Slashdot, sempre que se fala em outra alternativa ao X11, aparece alguém falando que “nossa, como vamos viver sem a possibilidade de rodar o X remoto via socket?”
Qual a(s) vantagem(ns) do Wayland perante o X11?
refazer as coisas de forma melhor como estão é sempre bom, o problema e a maldita compatibilidade, portar os toolkits para que eles se comportem da mesma maneira como no X11 não será nem um pouco trivial
Cada vez mais vejo o Linux menos Unix e mais windows… Para quem se entusiasmou com o Linux em 98 como eu, ver que 12 anos depois o Ubuntu esta estragando tudo é dureza…
Vida longa aos BSDs
Achei a notícia excelente.
Agora é só fazer como no Mac, que é unix mas não usa o X e quando você precisa de alguma app que precisa do X ele carrega o X de modo “seamless” e parece que a app está rodando “nativamente”.
Portar tudo não deve ser grande coisa, visto que as toolkits principais, GTK e QT, já são multiplataforma, ou seja, não dependem do X. A grande maioria das apps pra linux usam ou QT ou GTK, ou seja, nem vai dar tanto trabalho assim como parece. Apps que usam o X direto são muito raras.
@Carlini
Estragando tudo???
É, eu “adorava” perder semanas só pra fazer o X rodar com mais de 256 cores no meu conectiva linux em 1999.
Também “adorava” não imprimir nada pq instalar impressora era um parto.
“Adorava” me matar pra compilar um simples joguinho só pq não tinha pacotes prontos pra ele, e depois de horas descobrir que não era compatível com a minha glibc…
e por aí vai…
E realmente, hoje não consigo compilar o kernel né? não posso mais usar linha de comando, não posso montar unidades na mão…. Ops, posso sim fazer tudo isso…
Só não é power User de linux (ubuntu ainda é linux) quem não quer e fica de mimimi…
“Claro que o X11 alcançou idade avançada com muita saúde”
Isso é uma ironia? Se não, deveria ser.
Se a Canonical pelo menos colocar o wayland como OPÇÃO não padrão, tudo bem, mas duvido muito disso pela filosofia da distribuição em não dar muitas opções.
Na minha opinião o que o Mark Shuttleworth quer fazer é diferenciar o ubuntu em relação às outras distribuições linux.
Ele quer fazer é quase um “android”, ou seja, um sistema operacional que usa kernel linux e alguma parte da infraestrutura mas o resto tudo diferente.
Podem anotar: o próximo passo é chutar o GTK+ e usar alguma API gráfica própria, como o BeOS p.ex. tinha.
Finalmente um projeto que deve aceitar a contribuição da Canonical.
http://www.vivaolinux.com.br/dica/Wayland-um-servidor-grafico-naoX-muito-interessante/
Ubuntu ferrando tudo des de que nasceu !
>> Podem anotar: o próximo passo é chutar o GTK+ e usar alguma API
>> gráfica própria, como o BeOS p.ex. tinha.
Eu sinceramente, acho isso ótimo, uma API centralizada é ótimo pra desenvolvedores.
É sempre bom ter alternativas, desde que elas sejam boas.
@Marcos
>> Podem anotar: o próximo passo é chutar o GTK+ e usar alguma API
>> gráfica própria, como o BeOS p.ex. tinha.
>Eu sinceramente, acho isso ótimo, uma API centralizada é ótimo pra >desenvolvedores.
Eu também acharia, se não ficar restrito ao ubuntu.
Na realidade, o X não tem culpa se as distribuições linux não padronizaram a Qt ou a GTK+ como bibliotecas gráficas padrão. E o wayland não vai mudar isso também.
@all
A leitura desse artigo e o vídeo do wayland em ação (rodando no desktop inteiro) são indicados:
http://smspillaz.wordpress.com/2010/11/07/compiz-in-a-strange-new-land/
Esse projeto promete!!!
“Qual a(s) vantagem(ns) do Wayland perante o X11?”
Uma bem atraente seria a possibilidade de rodar varias instâncias de um mesmo “X”, ao invés de emulá-las !!!
Gnome -> Unity
Rythmbox -> Banshee
C -> C#
o dia em que substituirem gcc por clang, vou fazer Ubuntu -> Fedora.
Gosto do X, mas é interessante…
Enquanto aos jogos no linux? Com o wayland vamos ter melhorias?
Eu gosto da idéia do wayland usar melhor o KMS (Kernel Mode-Setting) para diminuir o overhead das camadas entre o GTK+ e o meu driver de video. E checando os docs do wayland, o X.org ainda existirá, logo meu ssh -X não vai morrer.
Estou feliz com a decisão do Mark apontando nesta direção (ponto pro ubuntu), mostra que ele entende do riscado!!! :-D
Curiosamente o projeto do wayland é de um cara que trampa para a redhat, mas o anúncio do suporte não partiu do fedora, a distro que orgulha-se de sempre incluir o que tem de mais moderno… fail?!
Aposto que o cara do wayland vai trocar de empregador em breve ehehehe
@foobob,
Não adianta mudar para o Fedora.
O Wayland é um projeto de Kristian Hogsberg, empregado da RedHat.Pode até acontecer do Wayland aparecer primeiro no Fedora do que no Ubuntu.
Eu acho q
Kristian Hogsberg não é mais funcionário da Red Hat. Ele trabalha para a Intel agora.
@Adao: obrigado pela info! mas acho que mantenho minha aposta que o cara do wayland vai trocar de empregador em breve, mesmo que ele já tenha saido da RH.
Muito bom, muito interessante… mas não parece ter agradado ( pelo menos, por enquanto) a quem realmente interessa:
http://aylons.geek.com.br/posts/14188-nvidia-nao-dara-suporte-ao-wayland-que-ubuntu-deve-adotar
Mas é como dizem. Está muito cedo ainda para se possa sentir o peso da decisão da canonical.
Como fiz no 8.04, vou ficar no aguardo até o próximo LTS para ver como fica.
Ja era hora. Morte ao X11.
Qual é a licença usada nesse projeto?
O que ouço falar é que a Cannonical volta e meia usa código proprietário em algos de seus projetos.
Toda novidade é boa, mas se isso for verdade é bom ter um pé atras!
@Milton César – o artigo diz a licença usada.
Essa é aquela mugidinha que a vaca dá antes de chutar o balde…
Ubuntu a serviço da Microsoft.
Galera, pule fora desse barco, tem tanta distro boa.
Todo mundo vem com choradeira pra tudo que o Ubuntu faz.
Pelo ódio de Lúcifer.
O Mono reclamam que é “proprietário” (na verdade é por que é baseado nem uma tecnologia da Microsoft), agora ficam metendo o pau, se ele não está maduro o suficiente para ser usado tão já é outra coisa.
Uma coisa que eu tenho notado parece que a maioria dos usuários do Linux não gostam de mudanças, e essa não é a primeira vez que noto essa atitude.
Junin,
A questão não é a mudança em si, mas a forma pela qual ela ocorre: mais uma vez, um novo projeto surge em cena para fragmentar o cenário! Não seria melhor promover uma PROFUNDA reformulação no X.org? Para piorar, são mudanças que simplesmente são aplicadas sem a busca da compreensão dos usuários, como é o caso do Unity, que será enfiado goela abaixo dos usuários nas novas versões! É sempre bom ter novidades, mas em excesso elas procuram causar problemas. Já pensou se uma pessoa da sua família cisma de mudar os móveis e pintar a casa toda hora, por melhores intenções que tenha?
Devagar e sempre… &;-D