Por que o Linux não está atraindo desenvolvedores jovens?
Enviado por Fábio Prudente (fprudenteΘgmail·com):
“Este artigo da InformationWeek relata uma importante discussão ocorrida semana passada, durante o Linux Foundation Collaboration Summit em San Francisco, a respeito da constatação de que o time de desenvolvedores do kernel Linux está envelhecendo, e não está atraindo desenvolvedores jovens.” [referência: fprudente.blogspot.com]
• Publicado por Augusto Campos em
2010-04-19
@brlinuxblog
Feed RSS
As razões principal colocada pelo artigo, entusiasmo, me parece menor.
Para mim a razão tem a ver com que o Linux é feito em C e diminui cada vez mais quem desenvolve em C. Tanto que não acredito em crescimento da linguagem como posto no artigo da semana passada sobre o TIOBE.
Claro que a complexidade em si atrapalha, mas acho que a maior barreira ainda é a linguagem. Tem muita gente cooperando em projetos criados em Java, Python e Ruby.
Não que eu ache que não devesse ser em C. O contrário, que mais gente utilize a linguagem :) .
Essa é fácil.
Por que o Linux não está atraindo desenvolvedores jovens?
R: Porque a maioria dos jovens estão indo desenvolver aplicativos para iPhone/iPad, que, como se sabe, cresce a cada semana.
Eu acho que a qualidade dos desenvolvedores está em xeque. Muitos deles: preferem buscar trechos de códigos prontos na Internet (os “code recipes”) do que implementar por conta; não são estimulados a ler manuais de linguagem; preferem acreditar que “código rodando é o que importa” em detrimento de legibilidade ou consistência; e por aí vai.
A maioria dos jovens acha que desenvolver software é usar VB ou Delphi (nada contra, apenas um exemplo) + MDB mapeado no Access. Documentação não existe, code sharing não existe. Meu antigo professor falava que a “perfumaria” atrai muito mais, e a moda hoje é iPhone, iPad, etc.
Particularmente, não vejo nenhum problema nisso. O tempo traz experiência.
Porque os jovens nasceram numa época em que os usuários de computador não precisavam escovar bits para usar o computador. Com isso perderam também a oportunidade de aprender as coisas mais a fundo e apreciar a beleza de saber os detalhes de funcionamento das coisas.
Morrem de medo de linha de comando e compilação de programas pela linha de comando. No windows nunca sequer aprenderam a usar o prompt do DOS.
Aprenderam a programar na era das IDEs cheia de wizards que vomitam código no final. Nunca quiseram aprender algoritmos, estruturas de dados cheias de ponteiros e muitos nem chegaram a usar o Paradigma de programação estruturada. Preferem linguagens de alto nível e frameworks autosuficientes, que gerem programas de forma rápida e com visual bonito.
Aqui no Brasil, e na maioria dos países, os cursos de informática tiveram seus conteúdos programáticos “adaptados para o mercado”, visando a criar analistas, programadores de aplicativos e administradores de rede e servidores.
É só comparar as revistas de informática de antigamente, como a MicroSistemas, com essas revistas tipo InfoVexame, que misturam informática, celular, gadgets e todo tipo de futilidades.
Talvez seja devido a profissionalização do kernel Linux. Hoje em dia o kernel linux é um negócio sério, com muita grana envolvida, então quem trabalha nele quase sempre são funcionários de empresas grandes. Novatos pouco conhecimento nem se atrevem a chegar perto. Se o Linus chama de idiotas os programadores da Intel, o que será que vai dizer de um código de um novato?
Outro ponto é que a geração mais nova nasceu na internet, e está também toda lá, vocês por acaso acompanham quantos aplicativos legais tem surgido em javascript mesmo com a linguagem sendo absurdamente escrota?
“A maioria dos jovens acha que desenvolver software é usar VB ou Delphi (nada contra, apenas um exemplo) + MDB mapeado no Access.”
Que eu saiba sempre foi assim. De fato, ainda existe alguém que usa VB e Delphi? Eu achava que esse pessoal (os quais meu professor na faculdade apelidava de “mamões”) tinha “digi-evoluído” para Java e .Net
Pow.. se o cara vai mexer com kernel, a linguagem é o de menos para ele…
A resposta é óbvia: dinheiro e visibilidade
Quantas vagas de emprego vocês viram ultimamente para programadores C(pagando bem)? Muitas? Agora comparem com Java e C#.
O pessoal fica procurando qual o problema dos desenvolvedores jovens por não se interessarem pelo kernel.
A pergunta mais correta para mim é: tem algo de atraente em mexer no kernel?
Tem áreas (projetos) que precisam mais e são mais (tecnicamente falando) interessantes. É só dar uma olhada no Summer of Code.
Concordo com o Weber Jr,
“As razões principal colocada pelo artigo, entusiasmo, me parece menor. ”
TI não é mais feita de entusiasmo ou ideologias. As pessoas, inclusive as conhecedoras e técnicas da área querem simplesmente que as coisas funcionem. Ganhar seu dinheiro e pronto.
Questiono o Túlio Ribre,
“R: Porque a maioria dos jovens estão indo desenvolver aplicativos para iPhone/iPad, que, como se sabe, cresce a cada semana.”
Questiono POR QUE cresce a cada semana ? seria por que simplesmente é fácil de usar, não precisa ler nada e a Apple te ajuda de forma amigável e cria um ambiente tão amigável que torna fácil prospectar os melhores talentos ? até pra te dizer não os caras são educados e gentis ! será que não se atrai mais moscas com mel do que limão (alguma coincidência com “certas” comunidades)?
Questiono o GPL,
“Porque os jovens nasceram numa época em que os usuários de computador não precisavam escovar bits para usar o computador. Com isso perderam também a oportunidade de aprender as coisas mais a fundo e apreciar a beleza de saber os detalhes de funcionamento das coisas.”
Você realmente acha que isso é apreciar a beleza ? para mim coisas simples, que funcionam sem esforço ou com menor custo/esforço é a verdadeira beleza… o que atrai mais, o que agrega mais valor, um Alienware ou terminal preto/branco, com um cursor piscando ?
A Microsoft só tem perdido mercado mobile por causa disso… produtos complexos, dificeis que seguem aquela linhagem lá de 1995 quando TI era algo “a ser explorado”… O MUNDO MUDOU!
Hoje TI é o que as crianças já tem no seu dia-a-dia. Aquela coisa obscura para os “inciados” ou “jedi” JÁ ERA…
E é o mesmo problema do Linux. O Linux é bom onde ele NÃO parece COMO Linux. A RED HAT é uma EMPRESA de ÓTIMA QUALIDADE. Seus produtos SÃO ÓTIMOS. Em termos técnicos ela é Linux, mas no mercado não… explico : Se a RED HAT passar colocar sua marca em caminhões de transporte pesado, TENHO CERTEZA QUE SERÃO CAMINHÕES DE EXCELENTE QUALIDADE. Independente da tecnologia “embaixo do capô”. A RED HAT entrega qualidade PERCEBIDA PELO CLIENTE, por isso ela cresce, por isso atrai grandes talentos, e por isso entrega qualidade…
O mesmo ocorre com os produtos do Google (baseados em SL ou não). Eles entregam FACILIDADE E ACESSO COMO O CLIENTE QUER, isso gera consumidores ao longo do tempo, esses consumidores se tornam profissionais mais cedo e os mais talentos serão recrutados para entregar mais qualidade a novos consumidores
A Canonical está entrando também nesse ciclo agora. Não estou falando em aspectos técnicos intrinsecos, mas em prospecção de talentos e entrega de QUALIDADE PERCEBIDA pelo CLIENTE.
POR ISSO ESSAS EMPRESAS ATRAEM TALENTOS E QUALIDADES PARA SÍ, ELAS ENTRAM EM UM CICLO VIRTUOSO, pois criam uma imagem virtuosa em torno de suas marcas.
E o reflexo disso é bem claro de como esse (ai sim cabe a palavra) “ENTUSIAMO DE MARCAS” funciona :
QUANTO DE MARKET SHARE A APPLE TINHA EM 1997 ? QUANTO ELA TEM EM 2010 ?
Quanto de market share o Google tinha em 1997 ? Quanto ele tem 2010 ?
Quanto a MICROSOFT tinha de mercado em 1997 ? QUANTO CAIU em 2010 ?
E agora para refletir ?
Quanto de market share o Linux tinha em 1997 ? quanto ele tem em 2010 ?
O Linux (como marca e produto em seu estado “puro”)está num atoleiro cultural e mercadológico. A ponto de perder o bonde da história. O ANO DO LINUX É SEMPRE O ANO QUE VEM É O MAIOR RETRATO DISSO.
Os conceitos de colaboração em rede trazidos pelo Linux JÁ SÃO mais fortes que o próprio Linux e ai tenho que ler coisas como :
Saci de patinete :
“preferem buscar trechos de códigos prontos na Internet (os “code recipes”) do que implementar por conta”
CARA ISSO NÃO TEM MAIS VOLTA. NÃO TEM MAIS COMO VOLTAR ATRÁS. SÓ VAI AUMENTAR ISSO. ISSO É A COLABORAÇÃO EM SEU ESTADO MAIS ARRAIGADO NOS JOVENS. PRA QUÊ REIVENTAR A RODA ? INOVAR NÃO É SÓ CRIAR ALGO NOVO, É USAR O QUE JÁ EXISTE DE FORMA INOVADORA.
Softwares de cadastro já exisiam, web já existia, fotos, vídeos, e-mail, chat TUDO JÁ EXISTIA. O que foi a inovação das redes sociais tecnologicamente ? usar isso de forma diferente e integrada.
É essa a visão míope dos programadores “mais antigos” que leva ao desinteresse dos mais jovens. QUER ATRAIR OS JOVENS ? ENTÃO SEJA JOVEM !
Fábio, uma das minhas atribuições é ajudar a contratar gente. Eu fico muitas vezes meses para achar um bom programador C com experiência em sub-sistemas linux ou plataforma ARM e pode ter certeza que o salário é muito bom.
concordo em parte, o ramo de programação que atualmente é mais rentável é, programação de jogos e aplicativos web, que muita gente coloca no conceito de mobilidade. Acredito que esses desenvolvedores com o passar do tempo adquirem maior conhecimento em C e a partir daí começam a desenvolver para C, LINUX e etc.
Mas o pessoal mais jovem quer saber do que dá dinheiro e C hoje nao dá dinheiro.
@Gustavo Melo
Tem alguém “surdo” aqui? pra que “gritar”?
Sim Thales, tem muitos surdos. E vão continuar surdos enquanto não tirarem os dedos dos ouvidos, pararem de gritar “la la la la” e estarem dispostos a ouvir os sons das mudanças.
Infraestrutura (kernel, FS etc) nunca atraiu jovens programadores em massa.
Os jovens entram em geral, em camadas superiores da programação e com o tempo, alguns vão para a infraestrutura.
O kernel Linux vai muito bem, obrigado, nos últimos tempos. Muita inovação, velocidade alta na implementação e facilidades entregues pelo kernel para camadas superiores do sistema estão muito bem.
Nada mudou nisso.
Traduzindo em miúdos:
Programar o KERNEL do LINUX (assim como o KERNEL de qualquer coisa) é coisa para PROGRAMADOR com P maiúsculo.
O que existe hoje é uma quantidade enorme de escrevedores de programas que se acham (e são chamados assim por muita gente) programadores.
Hoje em dia o imediatismo que a nossa sociedade está vivendo é muito prejudicial e se reflete diretamente nesse tipo de problemas.
http://en.wikipedia.org/wiki/Usage_share_of_operating_systems (2010)
Year 1997
* Market share of personal computer operating systems worldwide during the year:
Windows 95 69.4%,
MS-DOS 10%,
Windows NT workstation 9.2%,
Mac OS 4.6%,
Linux 2.4%,
Unix 1%,
OS/2 0.8%,
other 2.7%.
@Gustavo Melo
Que desgraça!
@André Luis
Muito bem lembrado ;)
@Gustavo Melo
Cara, você tem 15 anos? acha mesmo que esta revolucionando o mundo?
Se faz mesmo questão de ser ouvido, tenha respeito pelo leitor. Eu não vou gastar meu tempo contrapondo alguns de seus argumentos, como o de confundir colaboração com preguiça. Mas vai por mim: evite o caps lock. Principalmente parágrafos inteiros assim.
Ah, eu eu jamais vou me cansar do “hoje em dia isso”, “hoje em dia aquilo”. Se o mundo estivesse piorando tanto tecnicamente, porque as tecnologias estão cada vez mais avançadas?
Alguém acha mesmo que dá para um guri começar a programar low level sem antes ter aprendido a programar em camadas de abstrações mais altas?
Andrew Morton, a key aide to Linux’ lead developer Linus Torvalds and often referred to as the “Colonel of the kernel,” put the issue equally bluntly: “Yes, we’re getting older, and we’re getting more tired. I don’t see people jumping with enthusiasm to work on things the way that I used to.”
http://www.informationweek.com/news/software/open_source/showArticle.jhtml?articleID=224400309
Vai ver que eu que tô loco então…
Mas o pessoal mais jovem quer saber do que dá dinheiro e C hoje nao dá dinheiro. [2]
eu por exemplo, tenho 20 anos, gosto demais de programar em C, mas trabalho como programador C… raro
Na minha faculdade, até hoje (que estou me formando) só se teve duas disciplinas que tiveram alguma coisa ensinando como fazer no linux. Já o resto é sempre no foco de Windows, pelo menos lá é isso que ocorre pra que o linux não atraia jovens desenvolvedores
@Gustavo Melo
Que “diabo” tu ta falando cara? Fala, grita, fala, e num diz nada o.O
@adilson
Me mande seu contato:
antonio.alecrim at gmail . com.
(Y)
@Abril
Concordo contigo, se a linguagem for o impecílio para a pessoa contribuir com o Linux Kernel, então essa não é a praia dele.
Talvez porque está na moda programar na linguagem do cafezinho e bug.NET ..
;-;
@Gustavo Melo
Essa é a impressão de quem vive o dia a dia do kernel, mas não é necessariamente a realidade.
Eu, em todos estes anos de trabalho como programador de alto e baixo nível, vejo que baixo nível nunca atraiu em massa os jovens.
Raramente programadores de 25 anos são atraídos pelo kernel Linux. E isso era verdade em 1997 e parece continuar sendo verdade em 2010. E nem por isso o kernel parou de ser incrementado de lá para cá.
O kernel nunca dependeu de programadores jovens. Ele sempre dependeu dos veteranos.
Isso tudo me faz pensar em “Seleção Natural”
Eu concordo com algumas coisas que o Gustavo Melo disse (só algumas). Acho que na verdade o @devnull e o @abril resumiram melhor o que eu penso. Fora a opinião deles, queria acrescentar que na minha opinião o maior problema do Linux é o radicalismo cego das pessoas. Não estou falando apenas do Kernel, mas da plataforma como um todo.
Por exemplo, várias pessoas aqui mesmo denegriram quem programa em .NET ou em Java porque eles não precisam conhecer pormenores de plataforma, várias pessoas aqui se acham muito inteligentes e superiores por saberem usar um console de texto… Esse tipo de conduta acaba desmotivando e afastando as pessoas ao invés de atraí-las. Eu acho engraçado quando alguém vem falar de “liberdade de escolha” mas acaba falando mal de quem fez escolhas diferentes das suas.
E como sei que muita gente vai se ressentir com o que eu escrevi, queria esclarecer que eu sei programar em C, que eu sei “usar uma linha de comando”, etc. Gostaria que antes de começarem a me xingar (é a primeira opção do radical…), por favor reflitam sobre esse excesso de radicalismo.
@Winter
Em minha visão, e na visão do mercado, não existe nada de ruim ou menor em se programar em camadas de alto nível.
Mas o fato é que jovens em geral, não começam à programar em baixo nível (kernel etc).
Portanto, parece que o problema colocado pelo artigo, na verdade não existe.
Sempre foi assim e acho que sempre será.
O kernel ainda pulsa
O kernel ainda pulsa
Peste bubônica, câncer, pneumonia
Raiva, rubéola, tuberculose, anemia
Rancor, cisticircose, caxumba, difteria
Encefalite, faringite, gripe, leucemia
O kernel ainda pulsa
O kernel ainda pulsa
Engraçado, tenho apenas 15 anos, aprendo java no curso técnico, estudo C,C++ e python.No geral, quando digo aos meus amigos que uso linux, eles, ou dizem que é ouviram dizer mais rápido mas estão feliz com o windows, outros dizem que não roda jogos. Não posso obrigar todos a ter a minha curiosidade natural.Mas imagino que o problema seja “popularidade” e “grana” a maioria das pessoas acham que desenvolver linux significa fazer parte de um grupo de voluntários maconheiros que ouvem rock psicodélico, além do linux n ser exatamente algo popular. Mal sabem que a maioria é remunerara e que o salário não é nada mal.
Lembro que há várias exceções de gente jovem que saca muito de C, kernel, etc, mas estatisticamente falando, não são muitos proporcionalmente e acredito que menos do que o pessoal das gerações passadas.
O Marcelo Tosati
http://pt.wikipedia.org/wiki/Marcelo_Tosatti
foi um desses jovens brilhantes que foi mantenedor do kernel linux por um bom tempo.
Lembrem que o próprio Linus Torvalds só começou a escrever o linux porque queria ter um unix em seu PC. Talvez se fosse hoje ele se contentasse com um OpenSolaris ou mesmo um MacOS X.
Eu acho que as coisas estão bem mais fáceis hoje para quem quer aprender informática mas por outro lado há uma grande quantidade de informações que pode causar overdose de informações, apatia para aprender coisas mais a fundo e distração. O problema hoje é ter disciplina para aprender coisas mais profundas ou abstratas.
Sou desenvolvedor Java, aprecio muito o desenvolvimento do kernel do linux, mas para contribuir em código para o kernel eu levaria alguns anos estudando C e a estrutura do sistema operacional. Que é gigantesca.
Eu tenho vontade de um dia contribuir para o kernel, mas hoje em dia estou mais focado em aproveitar meu tempo livre desenvolvendo algo que me dê um retorno financeiro bom e a curto prazo.
@Igor
Faço minhas suas palavras
Os jovens de hj tem menos inteligência.