Nokia diz que N900 vem para o Brasil no primeiro semestre
Enviado por Cláudio “Patola” Sampaio (patolaΘgmail·com):
Em notícias relacionadas, para quem é desenvolvedor deste magnífico GNU/Linux embutido, saiu hoje também o kit de desenvolvimento do Maemo 5 versão 1.2, já vindo com o patch PR1.2 para o ambiente de compilação cruzada e emulação scratchbox. Recomenda-se que os desenvolvedores que têm aplicações nos repositórios atualizem logo e recompilem suas aplicações nesta nova versão.
Diferentemente do Android, que tem um kernel Linux bastante modificado e um modo gráfico bastante diferente, o N900 roda o Maemo 5, um sistema operacional móvel bastante semelhante a uma distribuição de GNU/Linux convencional: vem com X, GTK+, QT, dbus, hal, upstart, pulseaudio e outros conhecidos. Normalmente para uma aplicação desktop funcionar neste sistema, só é necessário uma recompilação pra ARM e alguns retoques nos widgets para se enquadrarem em um gerenciador de janelas de celular.” [referência: rodrigostoledo.com]
Uma das coisas que eu gosto do Maemo em relação ao Android, é (além de ser um GNU/Linux mais tradicional) o fato de você poder rodar várias coisas offline, inclusive o OVI Maps.
No Android, como a Google vive de anúncios, muita coisa não funciona sem a internet (tá, eu sei que existem gambis pra alguns casos).
Tenho o motorola milestone. É um excelente celular. Depois de instalar o Busybox, Perl e Python, vira outro celular.
O MotoNav executa off-line. Espero poder adquirir um N900 para utilizar com outro chip.
Em alguns joguinhos que eu percebi os anúcios. Geralmente ficam na tela de abertura. Durante o jogo, os anúcios não são exibidos.
Tenho o motorola milestone. É um excelente celular. Depois de instalar o Busybox, Perl e Python, vira outro celular.
Não querendo começar flame – não é por querer comparar com o Milestone e outros androids que eu esteja comprando briga. Pelo contrário, é pra expor um ponto de vista pacificamente, provavelmente aprender com as respostas também.
No início eu achei o Android uma excelente idéia, mas é porque eu não sabia que ele seria tão diferente. as modificações do kernel pra ele funcionar, não ter X, a máquina virtual Dalvik… Não que eu seja um dos “odiadores de java”, mas sempre me pareceu esquisita essa linguagem pra um celular.
Quando foi anunciado o N900, eu, que não conhecia direito o Maemo, pensei ser mais do mesmo. Então comecei a ler mais sobre o bichinho e fiquei impressionado. Encomendei dos EUA e comecei a pesquisar mais e mais, baixei o kit de desenvolvimento, rodei o ambiente “emulado” (na verdade compilado pra x86).
Tive surpresas muito boas, especialmente depois que o celular chegou.
Primeiro, os defeitos, que quero deixar bem claro. Como todo dispositivo novo, falta uma série de coisas. Não tem suporte a videochamada 3G, não tem MMS, não tem modo retrato em todas as aplicações, não tem toques diferentes por contato, não tem timer pra fotos/vídeos e não tem uma aplicação de GPS nativa assistida guiada por voz (embora tenha por texto). Algumas dessas deficiências serão resolvidas por atualizações de firmware, como no caso do iPhone.
No entanto, junto com esses recursos faltantes, tem outros em que ele se ressalta de todos os outros celulares, como o suporte eficiente e nativo ao flash 9.4, contatos, SMS e contas de mensageiros instantâneos totalmente integrados, videochamada de gtalk “de fábrica”, navegador web baseado em mozilla (MicroB) que proporciona provavelmente a melhor experiência web móvel da atualidade, uma tela resistiva super-precisa e bastante sensível ao toque, a melhor multitarefa de todos os celulares e mais alguns pontos que agradam muito ao consumidor comum.
Mas o melhor diferencial dele é ser um brinquedo geek. Com “valor de hacking” gigantesco: sabe quando você leu aquele tutorial de dbus e aprendeu a controlar a janela do seu terminal com scripts, ou aprendeu a iniciar e parar o tocador de mídia? Ou quando leu um pouco sobre o gstreamer e começou a usá-lo para alguns truquezinhos divertidos? Ou quando fez um script python ou perl pra resolver uma necessidade momentânea e ele acabou virando um programa com interface gráfica?
Tudo isso acontece no N900, mais do que em um programa de GNU/Linux do desktop, basicamente porque ele é móvel e tem sensores mil. Parece que o Linux e seus componentes foram criados pra ele! Você não tem timer na foto, mas você pode usar o gstreamer pra simular esse comportamento, ou votar no “brainstorm” para esse recurso. Como nas aplicações do GNU/Linux, você tem um bugzilla dedicado; como no GNU/Linux, um script python pode acabar virando uma aplicação e você pode ter mil maneiras de fazer coisas por comandos, remotos ou locais, para controlar seu celular. Você pode instalar debian facilmente sem “perder suporte” ou ter qualquer tipo de problema com seu dispositivo. Você pode mexer e brincar com os sensores à vontade, e tem aquela satisfação de estar realmente no domínio e com tudo integrado, que (acredito) o Android nunca vai alcançar (ou ele tem todos os equivalentes, facilmente acessíveis, de pulseaudio/dbus/hal/gstreamer/xkb/etc.etc.etc.?), nem com busybox, perl e python instalados.
Nunca fiquei tão satisfeito com um dispositivo quanto fiquei com o N900. E a interface dele, fora o miolo de GNU/Linux, é muito fácil de usar. Foi a melhor compra que já fiz e superou todas as minhas expectativas, mesmo com as falhas que tem.
Saca quando você tem aquela noção de que quem fez esse aparelho “finalmente entendeu as coisas”, “caiu a ficha”? É isso que ele passa, e fico satisfeito de saber que o pessoal da IndT (do Brasil!) colaborou bastante com o sistema. Minhas sinceras congratulações aos que conseguiram feito técnico tão brilhante.
Final da minha mensagem: quero dizer especialmente aos que se afeiçoaram ao Android: não tenho nada contra o sistema e o teria comprado se não existisse o Maemo 5 ou se me importasse somente com o número de aplicações. Minhas confabulações não são um ataque. Mas eu tenho minhas preferências e elas residem na semelhança com o sistema que uso. O Android é uma ótima idéia; mas eu gostei mais da idéia do Maemo.
O “soda” vai ser o precinho da criança aqui na Terra Brasilis…
Em tempo: tô vendendo um rim…
Perfeito o que o Patola escreveu. Também tenho um n900 e concordo com tudo.
O n900 tem algumas deficiências, que provavelmente serão corrigidas no próximo smartphone da Nokia, mas, se comprado por um preço razoável, é o que tem de melhor pra quem é hacker.
O maior problema dele, apesar de ser o smartphone da Nokia que concorre diretamente com o iPhone e o Nexus One, é não receber a devida atenção do seu fabricante, com relação ao marketing, investimentos e suporte.
O iPhone é bem popular no mundo, o Nexus já está bem divulgado, mas o n900 ninguém conhece. As aplicações mais populares existem para ambas as plataformas, mas não para o Maemo.
O n900 poderia ter vindo com algumas funcionalidades a mais (bússola, multi-touch), poderia ter uma interface mais fácil de usar (uso há meses e continuo me perdendo nela, quem não conhece não consegue usar) e para arrumar os bugs dele precisamos recorrer à velha dança “google + linha de comandos”.
Resumindo: é perfeito pra quem curte software livre, mas não é tão recomendado aos lusers.
Patola, legal a sua descrição do N900. Realmente, o android não possui gstreamer(o android não trabalha com glibc). O SO não é um “linux nativo”, e depende muito de uma API java alienigena . Com relação ao HAL, o esquema é assim na maioria das vezes: aplicação -> java api -> java service -> HAL module -> kernel. Pode existir um daemon extra no processo, no caso dos sensores.
Espero poder comprar um N900 em breve.
[]´s
@ Narcélio Filho
O marketing (que ainda é o instrumento que mais alavanca as vendas de qualquer coisa no mundo atual) era feito praticamente pelo Zé Antonio (ex-NokiaBR). Aí vieram os advogados da Nokia, e o resto da história todo mundo já sabe.
A maior parte do “lixo tecnológico” que se vê hoje em dia é fruto de duas coisas, combinadas ou não: preço baixo e marketing. A tecnologia atual chegou num nível que a maioria dos consumidores precisam orientação especializada para efetuar uma boa compra, seja lá o que for o bem pretendido. É por estes motivos que vemos os clones de celulares do momento e “hypes” como iPod, vendendo feito água.
O N900 já chega com aplicativos desenvolvidos pela comunidade brasileira. Um exemplo disso é o TweeGo, client twitter com bastante repercussão. Ver: http://maemocentral.com/2010/03/20/tweego-is-a-great-looking-twitter-app-for-the-n900/. O projeto Zagaia/FUCAPI, responsável pelo mesmo, envolve graduandos de Manaus e é apoiado pelo IndT. A parceria possui várias outras iniciativas como essa.
[ ]s
Lembrando que o novo ambiente de compilação para N900/Maemo é o MADDE:
http://wiki.maemo.org/MADDE
Dos aplicativos desenvolvidos pelos brasileiros tem também o PySafe, do excelente blog especializado em N900 do Jorge Aguilar.
Acho que vale acrescentar, o maemo e baseado em vários projetos livres, como Debian, Gnome, Linux(kernel), mozilla, etc…
http://maemo.org/intro/
Um vídeo dele, mostra varias coisas, achei bem legal.
http://www.youtube.com/watch?v=IHa3AoNdglY
BLZ! Vou ja vender meu RIM para conseguir comprar o N900!
Duvido que venha a menos de R$ 2.000,00!:(
Já comprei o meu..
Custou R$ 1600,00. Não sei posso passar o site onde comprei, fica em BH e o atendimento lá é ótimo.
Quem quiser, é só procurar pelo INFOCELL VIRTUAL no google.
Deixo claro que não ganho nada com isso.
Seguinte, eu tenho o Milestone, e como geek de GNU/Linux desde 1997 eu estou muito decepcionado!
O kernel é muito capado e a partição do mesmo não pode ser modificada. Rola uma discussão no http://www.and-developers.com se isso não viola a GPLv2, com certeza violaria a GPLv3!
Quero trocar num N900 assim que possivel e ser livre com SW GNU.