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H.264 x Theora: licenciamento de patentes e você

O Engadget publicou um post tentando esclarecer a situação de patentes que circunda o padrão H.264/MPEG-4 parte 10, e o trechinho que o LWN destacou me lembrou daqueles filmes de Chicago na década de 1930, com gente violenta armando esquemas de extorsão baseados na defesa contra uma ameaça criada por eles mesmos.

Vamos a uma tradução livre do trecho em destaque, que coloca a situação como é vista por empresas que se defrontam entre a opção do Ogg Theora e a do H.264: “Então a escolha real para muitas empresas é assinar com o H.264 e a MPEG-LA em troca de um nível básico de proteção jurídica e larga compatibilidade com um codec bastante adotado pelo mercado, ou ir com o Theora, economizar o dinheiro adiantado, e arriscar um processo por patentes mais adiante enquanto fornece um produto potencialmente inferior. (via lwn.net)


• Publicado por Augusto Campos em 2010-05-06

Comentários dos leitores

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    Bremm (usuário não registrado) em 6/05/2010 às 9:51 am

    “Potencialmente inferior” cheira a FUD.

    Philippe (usuário não registrado) em 6/05/2010 às 10:22 am

    é verdade, deveriam ter escrito somente “inferior”. pelo menos pelos comentarios lidos aqui, no br-linux, em discussoes anteriores, ja que eu de codecs de audio nao entendo nada

    No contexto do artigo original, o “potencialmente” tem razão de ser – o artigo menciona, algumas frases antes, que há quem acredite na inferioridade técnica, mas isso não está demonstrado (nele, ao menos) – embora seja bem divulgado. Assim, a escolha das empresas – que ficam sabendo do que se diz – acaba sendo vista como descrito.

    Se quem escolhe isso em muitas empresas tivesse a mesma visão que eu tenho sobre o assunto, o “potencialmente” poderia ser trocado por “alegadamente”, mas também não acho ser o caso.

    Depois do que houve com o mp3 o pessoal da mpeg LA cresceu os olhos. Eles devem imaginar que cada um que quiser disponibilizar algum conteúdo na internet deve pagar a eles, esse é o jogo.

    tirar o flash da jogada(coisa que eu concordo) para cair em outro monopólio, mesmo de código aberto, é trocar seis por meia dúzia.

    Acho que o ponto de desfarçatez do artigo original é quando ele imagina que a formação de consórcios entre empresas para definir padrões não limita a criatividade.

    O que é falso, basta lembrar do caso do betamax-x-xvhs, foi o consórcio do vhs que percebeu e consegui fazer algo mais barato, hoje se um consórcio de empresas elege um padrão não quer dizer que ele seja o melhor para as pessoas, vide caso recente da disputa blueray e HD-DVD, em que a disputa foi definida pelas empresas, diferente do que ocorreu há vinte anos com o vídeo doméstico.

    Claro que a grosso modo também podemos dizer que um javascript, o próprio theora também são consórcios, o problema está em definir-se que o vídeo no html5 será padrão proprietário e impedir uma alternativa compatível com padrões web.

    particularmente acho que qualquer solução baseada no licenciamento compulsório para distribuir conteúdo na internet está fadada ao segundo plano.

    tre (usuário não registrado) em 6/05/2010 às 12:44 pm

    E a extorsão por causa de patentes MPEG-LA já começou:

    http://www.osnews.com/story/23258/MPEG-LA-owned_Patent_Troll_Sues_Smartphone_Makers

    ejedelmal (usuário não registrado) em 6/05/2010 às 1:05 pm

    É incrível a semelhança com o caso do PNBL e o Cartel da Banda Lerda. Só para lembrar, o resto do mundo c*ga para patentes de software. O que acontece, em ambos os casos (Theora e PNBL), pode-se resumir em uma única palavra:

    X O R O R Ô ! ! !

    Quiseram travar tudo nas próprias mãos, agora tem algo correndo por fora. Perderam, paciência.

    Tem também aquele caso em que o autor do livro “A Estrada do Futuro” (não consigo me lembrar o nome) disse que a Internet não daria em nada…

    Anderson Freitas (usuário não registrado) em 6/05/2010 às 1:05 pm

    Vejamos o que acontece com a possível liberação do VP8 no dia 19 de Maio(provável segundo eu li).

    @tre

    Essas patentes se referem à aplicações em telefones.

    Curiosamente no artigo que você indicou, a MPEG-LA exerceu seu “direito” de cobrar pelo uso de algumas tecnologias em telefones Apple e HTC, mas não pegou ninguem maior como Nokia e Google.

    Coincidencia?

    Será?

    Acho que é FUD também. A MPEG-LA não vai atrás de ninguém que tem potencial pra enfrentar eles. Bandido é assim:

    Ataca sempre o alvo mais fraco, já que bandido corajoso morre cedo.

    Anderson Freitas (usuário não registrado) em 6/05/2010 às 1:15 pm

    Ou eles só vão atrás dos ”Frouxos”??

    Ezequiel (usuário não registrado) em 6/05/2010 às 2:34 pm

    Se for o caso destas patentes, como ficaria o caso do SBTVD que utiliza o MPEG-4 (H.264).
    Todos os fabricantes de tvs terá que pagar algum $$$ para esta turma? – E naturalmente repassando para o consumidor estes custos?

    @Ezequiel

    As patentes de software não produzem efeitos no Brasil.

    As empresas em solo brasileiro não estão sujeitas à esta cobrança.

    tre (usuário não registrado) em 6/05/2010 às 2:40 pm

    http://en.wikipedia.org/wiki/H.264/MPEG-4_AVC#Patent_licensing

    In countries where patents on software algorithms are upheld, vendors and commercial users of products which make use of H.264/AVC are expected to pay patent licensing royalties for the patented technology[8] that their products use. This applies to the Baseline Profile as well.[9] A private organization known as MPEG LA, which is not affiliated in any way with the MPEG standardization organization, administers the licenses for patents applying to this standard, as well as the patent pools for MPEG-2 Part 1 Systems, MPEG-2 Part 2 Video, MPEG-4 Part 2 Video, and other technologies. The last US MPEG LA patents for H.264 may not expire until 2028[10].

    On February 2, 2010 MPEG LA announced that H.264-encoded Internet Video that is free to end users would continue to be exempt from royalty fees until at least December 31, 2015.[11] However, other fees remain in place. The license terms are updated in 5-year blocks.[12]

    Marco (usuário não registrado) em 6/05/2010 às 2:41 pm

    O Google, como o maior potencial licenciado e atual maior usuário do h.264 é o maior interessado numa alternativa. Liberar o VP8 seria a solução ao estilo do nó górdio.

    Mark Twain (usuário não registrado) em 6/05/2010 às 5:34 pm

    Não custa lembrar que estas patentes NÃO valem no Brasil…

    Iuri Gules (usuário não registrado) em 6/05/2010 às 6:22 pm

    É… quem liga pros outros. Se o nosso tá garantido então tudo bem né?

    Marcos (usuário não registrado) em 6/05/2010 às 6:41 pm

    Pois é, só que o Google tá demorando demais pra abrir o V8 e a adoção do H.264 está acelerando. Se demorar muito, vai ser tarde demais…

    DF (usuário não registrado) em 6/05/2010 às 8:07 pm

    Microsoft, Apple Will Never Allow An Open Web

    http://www.katonda.com/blog/1102/microsoft-apple-will-never-allow-open-web

    VinIPSmaker (usuário não registrado) em 6/05/2010 às 8:59 pm

    Interessante é que Ogg Vorbis (também desenvolvido e mantido pela Xiph.org), tem uma qualidade muito muito (repete o muito cerca de infinitas vezes) superior ao mp3, e o mp3 virou febre.
    Talvez tenham sido os esforços dessas agências de patentes ou a adoção dos desenvolvedores dessa tecnologia.

    Mas e nesse caso, onde nem a qualidade do Theora é superior, fica complicado.

    oneboring (usuário não registrado) em 6/05/2010 às 9:24 pm

    Seria uma situação interessante se a Google abrisse o VP8, a MPEG-LA tentasse abrir um patent pool dele, e logo em seguida a Google destruísse legalmente a MPEG-LA.

    Acho que não é legal colocarmos todas nossas fichas no google. Mesmo que ele liberasse o V8 (que pelo que ouvi falar é um super codec que ninguém viu, mas que dizem ser o melhor do mundo) para uso geral, sem a necessidade de pagamento de royalties, será que isso salvaria o html5? Isso pq este fato atrasaria ainda mais a especificação da linguagem, e acho que nem em 2020 teríamos algo pronto para uso.

    Como o Marcos disse, pode ser que demorar muito seja tarde demais…

    O html5 é feito por um consórcio de várias empresas e comunidades. Para aprovar um ou outro formato a maioria deveria concordar, não? Pelo que sei a Mozilla e a Opera estão ao lado dos formatos atualmente abertos (theora e ogg), enquanto a Apple quer o seu formato ou outro proprietário e o google é aquela coisa de “don’t be evil”, apoiando o ogg/theora mas não fazendo muito por ele.

    Engraçado que a Adobe participou – e praticamente foi ela que fez – da especificação do SVG, e hoje é a principal inimiga da adoção deste formato na Web :-) Seria legal se ela se juntasse à w3c para a melhoria dos padrões web para que, quem sabe, alguns recursos do Flash pudessem influenciar um futuro html6… :-)

    Aliás, o pessoal da Mozilla (e os lá do ecmascript) está há dez anos especificando o javascript 2.0 e nada dele sair nos navegadores… O pessoal da Adobe já o adotou como base do ActionScript3, mas o JS dos navegadores é o mesmo 1.X do século passado…

    lambda (usuário não registrado) em 7/05/2010 às 9:53 am

    Não confudam, por favor:
    V8 = engine de javascript
    VP8 = codec de vídeo

    Quanto ao JavaScript2.0, não saiu ainda porque só a Mozilla e a Adobe apoiam. Aliás, acho que a Mozilla nem está tanto a fim de soltar o JavaScript2.0 mais, a maior interessada é a Adobe, que gostaria que o JavaScript fosse igual ao ActionScript do Flash.

    Mas eu sou contra o JavaScript2.0, ele complica demais a linguagem. JavaScript é uma linguagem linda e excelente do jeito que está, e acho ótima a postura que a ECMA vem tomando de inserir apenas pequenos recursos úteis na linguagem em vez de mudar totalmente a filosofia da linguagem (e para pior – como o JavaScript2.0 propõe).

    @lambda, erro de digitação :-)

    Não sei, mas pelo que vi a maior inovação do js2 seria uma aproximação maior com linguagens orientadas a objetos, extremamente útil nestes tempos de migração para a web, onde temos programas imensos que rodam quase que totalmente no cliente (como o gmail).

    O mecanismo de herança do js é complicado, chamar uma classe de função tbm me parece algo estranho, quem dirá para quem esteja entrando agora no mundo da programação para web. Por isso a Adobe tem atraído tantos desenvolvedores para o Flash e Flex: action script é muito fácil e cheio de recursos úteis e não supérfluos, como por exemplo tipagem explícita.

    Mas isso é só uma opinião, não sou o melhor programador para dizer com certeza o que é bom ou ruim.

    JS 2.0 é algo urgente. Hoje a linguagem é usada pra algo que não foi feita, os framworks JS tem de encher de marretas seus códigos pra contornar as limitações e os browsers precisam fazer verdadeiras mágicas pra conseguir ganhar performance nessa bomba.

    Com a evolução da web, só o HTML5 é suficiente pra conseguir portar as aplicações desktops.

    lambda (usuário não registrado) em 7/05/2010 às 7:36 pm

    marcosalex, Você me ofende e ofende a todos os programadores JavaScript ao chamar a linguagem de bomba. Por favor siga o exemplo do tenchi e seja mais humilde.

    Indo ao que interessa, a linguagem JavaScript atual não é nenhuma bomba. JavaScript é uma linguagem muito moderna desde que nasceu, seguindo conceitos de programação funcional e de orientação a objetos baseada em protótipos.

    A orientação a objetos orientada a protótipos é somente um estilo diferente de orientação a objetos do Java, por exemplo, mas não deixa de ser orientação a objetos (muitos dizem que JavaScript tem não tem orientação a objetos!?!?). Aliás ela foi desenvolvida depois da orientação baseada em classes que alguns estão acostumados. A orientação a objetos baseada em classes surgiu da linguagem Smalltalk, e a orientação a objetos baseada em protótipos surgiu da linguagem Self.

    O objetivo do Self era simplificar conceitualmente todo aquele negócio de herança que existia na orientação baseada em classes. A ideia era deixar tudo mais simples de entender para o programador. A desvantagem seria a perda de performance decorrente do fato de ter objetos dinämicos, mas o pessoal do Self sanou isso por meio de ardente pesquisa em teoria de compiladores dinämicos, chegando ao ponto de o Self ter implementações mais rápidas que as implementações de Smalltalk na época.

    E quem a Google contratou para escrever o V8? Isso mesmo, o pessoal do Self, que conhece essas técnicas há muitos e muitos anos.

    Agora que eu já falei da história do negócio, vamos aos conceitos da linguagem, respondendo os pontos que não estão esclarecidos:

    “O mecanismo de herança do js é complicado”

    Na realidade não. Cada objeto em JS tem o que é chamado de protótipo. O protótipo é um “ponteiro” para outro objeto. Tudo que não existir no objeto será procurado no protótipo dele.

    “chamar uma classe de função tbm me parece algo estranho”

    Não existe classe em JS. O operador “new” em si cria um objeto vazio. A função a qual você se refere apenas coloca as coisas desejadas dentro do objeto vazio. É um “construtor”.

    “quem dirá para quem esteja entrando agora no mundo da programação para web”

    Isso não seria realmente um problema se nas faculdades e escolas se ensinassem outros estilos de programação além do “mainstream Java”. Na verdade nem precisava ensinar, se pelo menos citassem, as pessoas não ficariam tão viciadas em certos estilos específicos.

    Eu fiquei chocado ao conversar com os alunos formados em Ciência da Computação de uma universidade renomada e descobrir que eles não sabiam o que era programação funcional e nunca tinham ouvido falar de Haskell nem de OCaml. História da computação? Menos ainda.

    “Por isso a Adobe tem atraído tantos desenvolvedores para o Flash e Flex: action script é muito fácil e cheio de recursos úteis e não supérfluos, como por exemplo tipagem explícita.”

    Tipagem explícita era um recurso interessante antes das técnicas de compilação dinâmica. Hoje em dia se consegue a mesma performance com tipagem explícita que com tipagem dinâmica. O V8 é definitivamente mais rápido que a VM de actionscript do Flash, para citar um exemplo.

    Bom, espero que esse monte de discussão “fora do tema” tenha sido útil para alguém. Abraços para o pessoal.

    Afinal, H.264 é livre ou não?

    Douglas Drumond (usuário não registrado) em 9/05/2010 às 11:11 pm

    @RamzaGyn®

    Não.

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