Google pede que OSI adie análise da licença do WebM
Logo após o anúncio do Google sobre a disponibilização do formato de vídeo WebM, surgiram observações de que não se podia afirmar que a licença dele (estilo BSD) fosse open source, pois a mesma não foi analisada pela Open Source Initiative. Ato contínuo, Bruce Perens tomou a iniciativa e submeteu independentemente a licença à consideração da OSI.
E agora chega a informação de que o Google solicitou que a análise pela OSI seja adiada por algumas semanas, até que o Google conclua algumas análises internas e decida se quer ou não submetê-la, pois compartilha da preocupação com a proliferação de licenças – e, pelo jeito, talvez prefira ver-se impedido de usar a expressão “open source” (ou receber um relato do que precisaria ser mudado para poder usá-la) do que ver o número de licenças aprovadas pela OSI crescer ainda mais.
E não só isso: a empresa também informa, na mesma mensagem, que no caso de submeter mesmo a licença para a avaliação, vai preferir que ela faça a análise publicamente, e não da forma reservada que é usual.
Para mais detalhes, os links acima têm a íntegra das mensagens publicadas, e o link a seguir tem um acesso à thread da discussão a respeito. (via lwn.net)
Há algo de podre no reino do Google… Concordo que a licença BSD é menos restritiva, mas eles também se preocupam que alguém “muda uma vírgula do algoritmo e crie um novo produto, fechado”.
Why didn’t you use the Apache license?
The Apache license is somewhat similar in effect to this license. The main reason it was not used is that filing patent litigation against someone using the Apache 2 license only terminates patent rights granted under the license. Whoever filed the litigation would still be able to use the software they are suing over and still be in compliance with the license. This license, however, terminates all rights when patent litigation is filed. Rather than modify the Apache license to meet our needs, which would probably lead to significant confusion, we went with the simpler approach of a BSD style license + patent provision.
A meu ver, a intenção deles é de deixar a coisa aberta hoje, e fechar ela no futuro. A mim não faz muita diferença, mas para outros, deve fazer.
então há patenets dentro do webM? Ou o google apenas está tentando se preservar?
Sim, o WebM inclui várias tecnologias patenteadas, e a licença dele explicitamente concede direitos de uso dessas patentes.
O trecho que o Bremm citou é importante, pois trata de algo que vai além: é sobre a possibilidade de algum usuário do WebM (que vou chamar de “usuário A”) processar algum outro usuário qualquer, com base em *outras* patentes, que sejam de propriedade deste “usuário A”.
Neste caso hipotético (mas importante – também tratado em outras licenças livres, como a Apache e a GPLv3), a licença que o Google escolheu encerraria todos os direitos do “usuário A” (o que processou, com base em outras patentes que pertencem a ele) continuar usando o WebM.
E o google mudando o mundo…
Patente de software é algo que está longe de fazer sentido, como patentear algo que é inexistente? É como querer patentear um nome ou mesmo o estilo de estória de um livro.
@Bremm
Se eles fecharem o VP8, isso fracassa, simples assim. Acho que fechar é fora de contexto, só ver o Android, ChromiumOS etc.
O objetivo do Google, acho eu, é se passar de bomzinho.
Hell, também sou contra as patentes desse tipo de coisa. Mas software não é algo inexistente. Software existe. Algorítmos existem. Só não está num formato sólido que você possa pegar na mão e por no bolso.
Até onde entendi o Google ainda continua com a idéia de colocar uma licença que garanta que o WebM seja “de alguma forma” aberto para sempre.
Pelo que eu entendi, considerando as patentes envolvidas usar uma licença estilo BSB não parece cumprir esse objetivo.
Lembrando que o Google é uma empresa de publicidade (curioso não?), ela só iniciou o WebM project porque a “guerra” entre codecs atrapalhava seu negocio, Youtube/Android/Chrome/etc.. Depender de terceiros não é lá uma boa estrategia.
Acredito que o objetivo ainda seja o inicial, um codec “livre” para a web. Infelizmente parece que toda essa historia de patente está atrapalhando.
Eu acho que um LGPL seria mais adequado aos propósitos.
@DeathCrawler – você é advogado?
@walacy, o Google deixou de ser uma empresa de publicidade há um bom tempo. Hoje o escopo dele é bem mais amplo. Assim como a MS não é mais uma empresa de Sistema Operacional, a Apple uma empresa de computadores e a Oracle uma empresa de banco de dados.
E pelo que entendi do Google, eles estão estudando uma das licenças LIVRES existentes pra ver a que melhor se adequa aos interesses, pra não ter de inventar uma nova. Pra mim são duas atitudes louváveis: licenciar o CODEC sob uma licença livre e não criar uma nova licença, aproveitando uma existente.
Tem gente demais acreditando que excesso de distribuições é bom, excesso de navegadores, agora excesso de licenças também?
Uma das poucas licenças que protege de alguma forma os usuários contra patentes é a gplv3 ,mas como não querem ,terão que procurar uma licença mais adequada.
E percebemos que as licenças BSD são o sonho dos patent trolls e das corporações .Não protegem em nada os usuários contra patentes
O que eu acho mais legal é que aqui no Brasil essas patentes não têm efeito algum!
@Marcos
Enquanto 97% da renda do Google vier de publicidade, ela vai continuar sendo uma empresa de publicidade.
Android/etc é são formas que o Google usa para vincular publicidade, vide Youtube.