Excesso de distribuições: o paradoxo da escolha
Enviado por Guilherme Mac (gui84macΘgmail·com):
A falta de escolha no mercado de consumo é ruim. Relembrando com o exemplo do sistema operacional líder, quando só se tem um único produto dominante, você não pode escolher o melhor custo-benefício, tendo que pagar um alto preço, ficar dependente das estratégias comerciais de uma única empresa e até mesmo possibilitando uma estagnação tecnológica.
Com base nas teorias de Barry Schwartz, professor do departamento de psicologia do Swarthmore College, fica fácil de perceber que o excesso de distribuições Linux é ruim, fazendo o consumidor ficar infeliz , prejudicando seu senso avaliativo, diminuindo o fator prioritário para qualquer sociedade, a qualidade de vida – afinal, a busca da qualidade de vida deve ser a prioridade de qualquer sociedade, de qualquer Estado, de qualquer sistema econômico.
Em seu livro “O Paradoxo da Escolha. Por que mais é menos” o professor Schwartz afirma e mostra como a autonomia da pessoa humana, a liberdade de escolhas, está relacionada com a queda da qualidade. Barry Schwartz, explicando “a busca da satisfação”, idealizado pela economista ganhador do Nobel, Herbert A. Simon, diz que há pessoas “maximizadoras” e as que “buscam a satisfação”. Enquanto os que buscam a satisfação são regidos pelo pensamento do suficientemente bom, os maximizadores são uma parcela significativa da população que nunca estão satisfeitas com a opção que escolhem, e nesse grande segmento da população é que o excesso de distribuições Linux cai em uma armadilha. (….)” [referência: guilhermemac.blogspot.com]
O excesso de distribuições causa também uma dor de cabeça imensa para qualquer um que queira desenvolver algo para o Linux. Eu gostaria de uma )!(@*&#!)(*@&#(!* de um formato que me permitisse distribuir meu software sem que, para cada distribuição, houvesse instruções específicas, incompatibilidades específicas. Eu não queria ter que me preocupar, por exemplo, com a imensa lasanha que é a arquitetura de som para o Linux. Para alguns pode ser uma maravilha ter zilhões de escolhas. Para o usuário final, é um porre.
Não vejo um fim para isso – tem gente que ama ficar compilando tudo do zero e acha que isso é ser usuário Linux de verdade. Eu já fiz isso muitas vezes, e não tenho tempo ou paciência para ficar fazendo isso.
É por essas e outras que enxergo o Linux como um SO de nicho para desktops. Considero-o razoavelmente estabelecido e com uma base de usuários relativamente grande, mas sempre atenderá somente a um nicho específico (em DESKTOPS, que fique bem claro).
Se houvesse somente uma distro, o Linux saltaria de 1% para uns 10%, certamente! Ou não ?
Não. Ubuntu é o mais conhecido e assim mesmo é só parte desse 1%.
Red Hat é bem famoso no mundo servidor e também é parte do 1%.
FreeBSD tem poucas “distros” ou forks e assim mesmo tem menos ainda.
Branding é importante, mas essa ladainha de “muitas distros são uma perdição” é muito chata.
Por mim pode existir quantas distribuiçoes o mundo quiser, acho q é necessario somente um padrão em relação a arquivos de config. pacotes, pastas e outras coisas do tipo!
É um equivoco achar que muitas distribuições são um problema para o Linux.
A baixa penetração do Linux no mercado de desktops ocorre por uma questão histórica e não técnica.
A Microsoft conseguiu se tornar um monopólio em desktops antes de existir o Linux. E qualquer monopólio é difícil de ser quebrado.
Em mercados em que não havia monopólio (servidores) o Linux cresceu rapidamente.
Monopólio de mercado se combate com muito esforço e tempo. Isso está sendo feito, mas é uma briga para vários anos.
Eu acho que o pessoal do linux é muito desunido, oq causa essa variedade enorme de distribuições e algumas delas não vão pra frente. Posso dizer o mesmo de gerenciadores de janela, eu acharia mais produtivo se os usuários se concentrassem em menos projetos e desenvolvessem algo com maior qualidade.
E isso dificilmente vai mudar, eu imagino que quem desenvolve tem motivações que não se restringem às demandas de mercado. o “problema” em questão seria a sobra de talentos que buscam criar espaços fora das distros já estabelecidas, por isso surge uma distro nova a cada dia. Usa quem quer! ;)
Só acho que falta uma padronização em relação ao caminho dos arquivos configs e instalação de programas. Ex: no Debian e derivados o diretório raiz do Apache é “/var/www”, no Red HAT e derivados fica em “/var/www/html”. Para reiniciar serviços também não tem padrão. No Debian /etc/init.d/apache2 restart” no Red HAT “service httpd restart”. Pequenas coisinhas que incomodam a todos.
Sds,
Desculpe-me o autor do texto, mas esse tipo de teoria de limitar escolhas, de reduzir o incentivo a criação de coisas novas e a busca pelo “caminho único” é uma teoria que mais tem haver com o “controle” do que com a “felicidade”.
A ideia de “Satisfação é ter poucas escolhas” me fez lembrar diretamente o Lema do Partido, do livro 1984:
“Guerra é paz,
Liberdade é escravidão,
Ignorância é força.”
Tenho muito receio desse tipo de teoria.
Eu acredito que se começarmos a proibir que possam ser criadas novas distribuições, estariamos indo de encontro com a filosofia do software livre…. Que é justamente a liberdade de você poder pegar o código e modifica-lo para um fim…. – ainda que esse fim seja um fim comercial ou de desenvolvimento de distribuição…
Para mim dizer que todas deveriam ter um padrão mas que deveriam haver muitas é um pouco contraditóro.
Se todas usassem a mesma estrutura de diretório, as mesmas ferramentas e o mesmo gerenciador de pacotes. Seriam a mesma distribuição com o tema diferente.
A fragmentação, não só de distribuições, mas também de ambientes desktop, soluções de som e APIs básicas para aplicações é muito legal porque fortalece a pluralidade técnológica e o direito de escolha, mas foi um entrave mercadológico para o Linux, principalmente no Desktop.
EU tenho uma teoria: quando uma ideia não formalizada, mas conhecida por todos (óbvia) é expressada de forma formal, parece algo de outro mundo, inédito :-)
Este problema não ocorre somente com o Linux: ocorre com o software livre em si. COmo citado, temos no Linux dezenas de toolkits gráficas, sistemas de áudio, bibliotecas básicas (libc), máquinas virtuais java, interpretadores shell, linguagens de programação (quantas!), players de áudio, de video, navegadores web, gerenciadores de arquivos, etc.
“Disconcordo” que isso seja ruim. No caso do Linux para usuários comuns, errados estão os distribuidores de computadores que não padronizam a distribuição que equipará os computadores. No caso do Brasil eles frequentemente criam uma distro “nacional” baseada mas incompatível com alguma outra distro que é derivada do…
Padronizar para, por exemplo, um mandriva ou um ubuntu (nos moldes de acordos comerciais com a Canonical ou Mandriva) não iria denegrir as outras distros, já que o usuário mais avançado, que efetivamente ESCOLHE o que usar não liga para isso, e usará sua distro Varsea Linux da mesma forma.
Uma distro padronizada deve implicar uma distro suportada. EU nem ligaria se o fabricante suportasse o Sistema Operacional Ubuntu mas não suportasse Linux :-)
Há também o fato de a maioria das distros lançar uma versão a cada 6 meses. Isto dificulta o suporte por fabricantes acostumados ao lançamento de uma versão do Windows a cada 5 anos. Ok, existem os LTSs, mas em geral o usuário comum quer ter os últimos programas instalados no computador, e estes normalmente só são compatíveis com a última versão da distro. Hoje sai o Ubuntu 10.04 LTS com o firefox 3.6, mas daqui a dois anos haverá o firefox 4.2, instalável inclusive no Windows XP (um sistema q terá 12 anos de idade) mas que não será instalável no Ubuntu 10.04! Bizarro isso!
O Linux com suporte longo está fadado a ter versões antigas (dois anos de idade é antigo nos dias de hj) dos programas, e o usuário comum (alguém conhece um? Acho que o SETI está procurando eles ainda) normalmente instala aquele programa que saiu esta semana no baixaki…
“Eu acredito que se começarmos a proibir que possam ser criadas novas distribuições, estariamos indo de encontro com a filosofia do software livre…. ”
E contra a Constituição do Brasil e da maioria dos países democráticos também =).
Eu acho é que tem gente que reclama muito e de barriga cheia. Se eu não gosto do KDE eu não posso querer que os desenvolvedores do XFCE ou do Fluxbox venham para o Gnome para o “Bem do Linux do Desktop”. Não mesmo! Deixa o pessoal lá desenvolver o que eles querem (liberdade), quem não quer usa outro.
É simples e natural o processo de adoção e preferência à um ou outro software, por exemplo no caso dos gerenciadores de janela e das distribuições as mais organizadas e com apelo original estão sempre aí e com uma massa grande de usuários de vários “skills”, dizer que o usuário fica confuso porquê tem um zilhão de distros pra escolher é meio forçado, é só ver que pra um dito usuário “leigo” ele tem basicamente meia dúzia de grandes distros que ele pode escolher sem se arrepender. Ou seja, as grandes estão sempre aí em foco, mesma coisa com os Window Managers.
No dia que uma dessas não me antender, técnica ou ideologicamente falando, outras estarão aí disponíveis para eu testar. E no dia que nenhuma me atender, eu posso ir lá e criar a minha, mesmo que seja só pra ter um “visual diferente”, mas se a possibilidade existe eu quero ter a liberdade para fazê-lo.
Agora, sou totalmente contra esses “Aspira Linux” que se proliferam nos PCs populares, isso me dá uma certa raiva, não pela distribuição em si, mas porquê o uso dela é uma escolha política pra beneficiar alguém, e esse alguém não é uma empresa série, e muito menos o cidadão que vai comprar o equipamento.
Problemas? Vários! Mas a diversidade do ecossistema Livre não é um deles.
… ah sim, software livre é assim, feliz ou infelizmente. A única maneira de evitar a pluraridade é fechar o código de tudo dentro de uma empresa ou um conjunto delas (como é no Windows) e achar uma brecha nas licenças livres para que todos o código distribuído até hoje passe a não mais poder ser.
Software livre é uma das faces da fluidez da informação na “Era Digital”: impossível de conter. Nem na aqui nem na China :-)
Não acho que seja o excesso de distribuições, e sim, a falta de padronização de empacotamento e distribuição. Tomo como exemplo um amigo meu, que convenci a usar o Mandriva. Estava muito satisfeito, até que ele quis instalar o OpenShot quando saiu. Só tinha pro Ubuntu. Ele não viu problema em testar o Ubuntu para usar o OpenShot, até que ele se deparou com o Gnome. Ainda bem que o convenci a testar em uma MV, porque ele não gostou nem um pouco do gnome. Falei que podia instalar o KDE (não, Kubuntu ainda não servia (já serve?)). Instalou. Depois, veio me perguntar onde estavam as ferramentas que ele já tinha se acostumado a usar, e desistiu do ubuntu e do openshot.
Se tivesse um empacotamento único, ele estaria plenamente satisfeito e, as distros boas se sobressairiam apenas pelas suas qualidades.
Essa análise só se justifica se a pessoa não tem maturidade para fazer escolhas. Saber o que se quer é fundamental. Só fica sofrendo com escolha quem não sabe o que quer. Daí sim, se tem uma só opção fica fácil.
As pessoas deveriam prestar mais atenção nas suas necessidades, para daí poder escolher.
Alguns precisam de um desktop que não de manutenção, outros de um que permita que compilar tudo do zero, outros que rode jogos, ou que rode um aplicativo específico.
Existem distribuições para várias finalidades, é só uma questão de procurar.
Essa estória de que existe muitas distribuições é coisa de desenvolvedor de software de código fechado acostumado com monopólio. Reclama porque não consegue distribuir um “instalador” para todas as distribuições.
Nem usuário iniciante tem mais essa desculpa. Existe até live cd para testar e para ver como é.
Não acho que ter tantas distros é ruim, afinal as mainstreams mesmo são poucas. O que incomoda mesmo é a falta de padrão para algumas coisas essenciais, como formato de pacotes, estrutura de diretórios e arquivos de inicialização (ah, não me venham citar o ridículo LSB).
De resto, é bom ter toda essa competição. Afinal, é a liberdade, cria quem quer, usa quem quer. E disso vem a inovação.
“ah sim, software livre é assim, feliz ou infelizmente. A única maneira de evitar a pluraridade é fechar o código de tudo dentro de uma empresa ou um conjunto delas (como é no Windows)”
Não exatamente. Como servidor Gráfico podemos dizer que o Xorg é padrão, o Dbus vem se tornando padrão, existem outros exemplos.
Complementando, nós não temos uma algo que podemos chamar de plataforma Linux, e é isso que faz falta. Quando vou prograr pra Android, pra MacOS, pra symbian eu sei qual é a api de som, ou qual api gráfica, por exemplo. Sei quais são as bibliotecas disponíveis por padrão. No Linux não.
Resumindo, aplicações finais devem ser muitas e variadas, mas a plataforma deveria ser unificada. Mas isso não é alcançável em um futuro próximo.
Que a Red Hat compre logo o que resta da Mandriva…
@Renato, sim, mas no caso do Xorg há ainda o Xfree86 e as trocentas outras implementações do X11, livres ou não. Há ainda as distros que não usam o X, rodam aplicações em cima do framebuffer provido pelo kernel do Linux.
O HAL está morrendo e dando lugar ao ConsoleKit. Houve distros que demoraram a adotar o HAL (sou da época em que se montava CDs manualmente, e nem faz muito tempo, uns 5 anos). Agora o HAL, que demorou tanto, está dando lugar á outro sistema.
Todas estas plataformas (Xorg, HAL, ConsoleKit) são mantidas pela FreeDesktop, que tem como objetivo exatamente este: promover uma camada independente de ambiente gráfico, de desktop, para que as aplicações possam se comunicar e prover recursos sem precisar reinventar a roda. Um programa do KDE funciona no GNOME, justamente por funcionar dentro de uma janela, padronizada pelo Xorg.
O negócio da Microsoft e da Apple funciona bem pq eles concentram todo o desenvolvimento da plataforma: a MS produz desde o sistema operacional ao navegador, suíte office até jogos, além de definir as ferramentas de desenvolvimento e API de seu sistema, da mesma forma como faz a Apple para seu sistema (que engloba tbm hardware).
O que quis dizer no comentário anterior é que o dom do software livre é sua maldição :-) Condenado à liberdade, não foi Sartre que disse?
@Tenchi
Sim existem outras implementações do X e isso é ótimo. Só que o Xorg é o padrão da indústria. O Free Desktop é um ótima iniciativa só que ainda não é suficiente.
Eu discordo, as diferentes distribuições não reinventam a roda, temos na verdade dois ou três troncos dos quais derivam a miríade de distros.
A confusão existe na verdade nas pessoas que não imaginam o modelo núcleo+servidor gráfico+ambiente gráfico, simplificando é claro, elas vêem apenas a superfície.
Mas o grande problema da assertiva do doutor Barry é tentar explicar o mundo por uma frase, o que mostra que ele abdica de pensar muita coisa no mundo, o pessoal do bar da esquina escreve aforismas e sistema filosóficos bem mais completos.
Bom saber que nao sou soh eu o unico incomodado com a “liberdade” de distros.
Estas pessoas que argumentam que a liberdade faz vc usar oq vc gosta ja ouviram falar em usabilidade?
A maioria das pessoas tao pouco importando com escolhas desde que lhe porporcionem um ambiente confortavel e familiar. A pior coisa que tem pra um usuario quando troca de sistema ou micro, é descobrir que ele tem q reaprender a mexer em tudo. A maior frustracao eh ver que as ferramentas que vc esta acostumado em uma distor nao tem na outra que veio no notebook. E olha que nem tou falando da melhor ou pior, e sim de ser diferente da que se esta acostumado.
Agora isto é problema do usuario, de nao ser flexivel o bastante pra reaprender a fazer oq esta acostumado com uma ferramenta mais facil? Ate poderia ser se isto tivesse um ciclo longo, coisa de 5 anos ou mais para se precisar reaprender as coisas devido a novas tecnologias, mas com o linux vc eh obrigado a conviver com isto frequentemente…
Um usuario que esta acostumado a mexer na sua casa com o wxp vai se sentir familiar com muito mais coisa mexendo com um win7 em um novo emprego do que um usuario mexendo em uma distro em casa com kde e q pegue pela primeira vez um gnome em outro ambiente.
A escolha eh ruim sim, apartir do ponto que eh obrigatoria. Se ouvesse uma unica distro considerada oficial e outras fossem como aprensentadas como customizacoes, tweaks desta oficial tendo ciclo de desenvolvimento amarados a esta, daria a liberdade de escolha que as pessoas querem, assim como padronizacao e valor ao aprendizado dos usuarios que só importam em usar um sistema podendo afirmar com certeza que sabem usar um computador com linux
Bem interessante o texto. Bem interessante também que um monte de gente aqui comentou um monte de coisas que não estão lá (em certos casos, como se estivessem).
O excesso de distros dificulta no momento de dar suporte. Qualquer suporte , eu digo. As pessoas procuram a ajuda mais próxima (parente , vizinho , amigo, a loja de informática do bairro , assistência técnica , fabricante )
Encontrar um conhecido que saiba usar o Linux Xyz não é nada nada fácil ! Isto desmotiva , pois o sujeito fica com receio de não ter a quem pedir ajuda. E o suporte oficial da distro nem sempre funciona e quando funciona o tel é interurbano , bla, bla, bla !
@joâo.
Sinto muito, mas você pode desenvolver seu software em qualquer uma das plataformas suportadas pelo linux kt, gtk, python e etc. Garanto que se ele obedecer os padrões abertos livres, ele rodará na maioria das distribuições GNU/Linux, só precisa escolher um. Veja um exemplo clássico: K3b é desenvolvido em Qt é roda em todos os ambientes livres. Além do que, quer desenvolver algo especifico, escolha o ubuntu que é a mais famosa e se o seu soft for realmente muito bom será portado pela comunidade para os outros pacotes. Resumindo não é desculpa para desenvolver.
A todos.
A imensa gama de distribuições faz parte do processo evolutivo, no linux não é diferente, os melhores projetos vão ficando os piores vão entrando em extinção. Acho que o mundo do software livre perde quando só temos uma opção de aplicativo a exemplo de pulseaúdio, Xorg, openoffice e alguns outros. Mas quando temos pluralidade a exemplo do brawsers temos muitas opções e o desenvolvimento flui de forma mais eficiente.
Realmente precisamos de padrões no epacotamento, mas nesse quesito temos três opções rpm, deb e o próprio código fonte, o que não é muito, mas isso também está evoluindo. As distribuições seguem a mesma linha. Imagine uma piramide, sua base temos as diversas distros enquanto que lá no topo temos as mais famosas. O GNU/linux está evoluindo pelo menos do tempo que eu conheço até os dias de hoje só vejo ele melhorando através de suas várias distribuições, sinto falta do Kurumin, que realmente tinha uma mente brilhante e que pensava na comunidade a frente do projeto, se é em um país desenvolvido o projeto não teria acabado.
Na minha singela opinião acharia que software livre deveria ser tema acadêmico e deveria se ter um centro de pesquisa dedicado a atividade, pois uma nação ganha com software e principalmente se ele for livre. Vejo a MS investindo em nossas universidades, influenciando nossos acadêmicos enquanto que o governo aceita essa situação, temos que desenvolver tecnologia e somos suficiente maduros para realizar isso, as próximas eleições estão aí sejam conscientes.
Perdoem-me pelo desabafo.
Quem pensa assim como Barry Schwartz, na minha opinião, está contra a essência do software livre, contra a LIBERDADE.
Se esta idéia prevalecesse, hoje estariamos só com o primeira distro MCC Interim, de 1992 ou só com a Redhat, Debian e Slackware, que apesar de boas, não se beneficiariam com todas as idéias novas vindo do de outras distros, que é o que permite a licença de uso do linux.
Não conheceriamos a Conectiva, o Kurumim, a Mandrake e a atual Mandriva, o Ubuntu, a Dynabolic etc.
Quem vai decidir qual distro vai ser lançada? Ele?
Ao contrário, hoje temos as 500 distro que Morimoto estima existir , e que fazem parte do caldeirão de idéias que estão desde 1984 acrescentando pequenas ou grandes sugestões e avanços ao software livre, e idéias novas e muito boas são as únicas coisa que fazem o software livre continuar sobrevivendo e na minha opinião, melhorando cada vez mais.
Essa discussão é daquelas que a maioria não consegue encarar sem cair no 100% emocional (abandonando a razão totalmente).
Mais uma vez alguém do zilhão de distros desnecessárias que tem por aí e, outra vez, surge um batalhão de “defensores da liberdade”. E o usuário (inclusive muitos mais técnicos), por liberdade, escolhe ficar longe desse sistema que tem dois desktops gordos, N APIs para som, GUI, …
Isso é uma característica do Linux, que aparentemente não vai mudar, mas que não deixa de ser danosa por isso. Mais o pior mesmo é que, se isso mudasse hoje, não faria diferença, pois o Linux perdeu a oportunidade dele no desktop a alguns anos, quando o Windows era bem pior (em termos de estabilidade, performance, segurança) do que ele é hoje (ele se tornou pelo menos tolerável). Agora a imagem dele para a maioria dos usuários é de um sistema enrolado, complicado e de übernerds.
Agora, quem defende Software Livre, é mais prática que o faça através de aplicações. Sempre que posso recomendo Firefox, BrOffice, VLC, Inkscape, … quando o assunto é SL. Quando alguém me pergunta diretamente sobre Linux (é raro hoje, mas acontece), eu recomendo Ubuntu. E digo assim, Ubuntu, sem Linux no nome mesmo.
Bem aqui vai meu bit de comentário:
1º Temos 4 lados envolvidos nesse bolo: o ou os criadores da “distro”, o desenvolvedor de programas, o usuário final e a Empresa. Não existe uma análise somente por um ângulo, todos devem ser comentados. Para o criador de uma nova “distro” tudo deve ser lindo e fantástico, tirando o trabalho de ter que mantê-la sempre atualizada seja com softwares mais novos ou com pelo menos patches de segurança e bugs. Normalmente alguns criadores de “distros” não se preocupam ou também não tem recursos para criar uma interação entre os programas que vem em sua “distro”. Muitas das vezes o importante para ele é que o pacote exista na sua “distro” agora como configurá-lo é outra história. Para o usuário final esse cenário pode ser muito bom ou muito ruim. Imagine um usuário que quer experimentar uma distro linux e de cara pega uma distro xingling onde nada funciona para ele. Nesse momento ele pode pensar: putssss linux é isso?!?! Sempre vão existir usuários e usuários. Existem usuários que gostam de chegar em casa e antes de dar um beijo em suas esposas e filhos, vão direto para o micro compilar o novo kernel que saiu e existem aqueles que usam o sistema apenas para verem seus e-mails, resolver problemas do trabalho, fazer pesquisas, etc. Esses só querem ter acesso ao conteúdo e não ao código fonte. Para esses eu indicaria um Ubuntu enquanto que para os compiladores de kernel eu indicaria desde um Gentoo até um Archlinux. :)
Para o desenvolvedor de programas diversas “distros” é o caos completo porque é praticamente impossível criar programas que possam rodar em 100% das “distros” sem que haja certos padrões. É como dito acima tipo configuração de rede no Gentoo é de um jeito, no Debian/Ubuntu é de outro, no Slackware também é diferente, no RedHat também. Ou seja, fica impraticável para quem desenvolve. Por isso vemos muito: esse programa xpto roda apenas nessa e nessa distro. Se quiser que esse programa rode nessa outra distro é necessário que quem fez a distro faça as mudanças, ou alguém da comunidade. Hoje basicamente vejo soluções para os 2 mundos e outros derivados: Debian/Ubuntu e RHEL/CentOS. Para a Empresa a coisa muda de foco porque muitas delas querem um sistema que tenha outra empresa de porte por trás, para garantir o funcionamento de tudo. Com Empresas menores ocorre que quem administra escolhe o sistema e passa à ser o suporte da mesma, porque essas preferem economizar em licenças e confiar em sua equipe. Empresas grandes vão preferir usar um RedHat Enterprise, SuSE, etc e pagar pelo suporte. Empresas pequenas vão optar por sistemas equivalentes, que dêem segurança mas sem a licença ou custo alto. Um Debian, CentOS, Ubuntu, OpenSuSE e por aí vai. Não vai ver alguém usando uma “distro” xpto que acabou de sair do forno. Porque se der algum pepino e os dados da empresa forem pro saco e sem backups é o emprego de quem escolheu o sistema que está em jogo.
Ao meu ver a necessidade de se ter um padrão no sistema ajudaria aos desenvolvedores que por conseqüência melhoraria em quantidade e até mesmo na qualidade dos programas.
Bem eu penso assim, mas cada um é cada um.
Pra mim, é só seguir o LSB que tá tudo em paz. Só acha o LSB ridículo quem não quer dar o braço a torcer.
“Linux” não é um produto. “Fedora” ou “Ubuntu” são produtos.
O que existem não são várias “distros Linux”, isso é jargão. O que existem são “muitos produtos”, e dizer que isso é necesariamente ruim é idiotice.
É como dizer que existem muitos carros diferentes movidos a motor Ford. Você está definindo um produto pelo que vai dentro dele.
Podem existir quantas “distros” quiserem, o mercado vai selecionar o que há de melhor e o resto morre. Já está acontencendo agora que o Linux sai cada vez do mercado hobbista e aparecem grandes players usando ele, e vai acontecer cada vez mais.
Não existem mais do que 3 ou 4 produtos baseados em Linux relevantes hoje em dia, eu diria.
joão, é simples, desenvolva software livre. isso diminui a maior parte dos seus problemas: se se software for relevante, ele será empacotado por pessoas de cada distro. é assim que funciona, na prática.
além disso, aprenda como escrever software portável usando o padrão posix. links uteis pra vc:
http://en.wikipedia.org/wiki/Autoconf
http://en.wikipedia.org/wiki/POSIX
http://en.wikipedia.org/wiki/Linux_Standard_Base
http://cr.yp.to/docs/unixport.html
no meu entendimento, a multiplicidade de distribuicoes afeta principalmente quem quer desenvolver software proprietario
Além disso, propostas de padronizações nunca vão acontecer. Cada um tem o seu produto, e cada um tem uma visão do que construir com ele. Por mais que todos usem o kernel Linux e outras ferramentas base, a compatibilidade entre um e outro tem o seu limite.
O problema é que todo mundo só enxerga como “distro” – algo como um “sabor” de Linux. Acho esse termo “distribuição” completamente infeliz. O trabalho existente em um Ubuntu ou Fedora é bastante diferente do feito por um hobbista criando uma imagem de disco em casa – existe todo um ecossistema, marketing, suporte e serviços em volta, é um produto.
Não dá pra comparar uma montadora com quem faz um protótipo de automóvel em casa. Da mesma maneira comparar as zilhões de “distros” com produtos baseados em Linux também não faz o menor sentido. Cobrar que diferentes produtos sejam homogêneos e compatíveis entre si, faz menos sentido ainda.
Devnull dise: “Essa discussão é daquelas que a maioria não consegue encarar sem cair no 100% emocional (abandonando a razão totalmente).Mais uma vez alguém do zilhão de distros desnecessárias que tem por aí e, outra vez, surge um batalhão de “defensores da liberdade”.”
Vc ironiza um pensamento de defesa da liberdade, mas não reclama quando vai no supermercado e escolhe o que comprar e deve achar normal ter tantas marcas do mesmo produto numa prateleira.
Quem vai dizer que numa padaria vai ter que dois tipos de pão ou muitos vai ser o consumidor.
Limitar a liberdade abrange também limitar a liberdade de iniciativa, a abertura de empresas. Uma idéia nova muitas vezes é tudo. Nem estariamos teclando neste site se algumas pessoas não tivessem liberdade para por em prática idéias inovadores.
O que incomoda se alguém quer usar seu tempo para por em prática para uma idéia, quem vai dizer se ele pode ou não?
Por isso não considero emotiva a critica ao pensamentos de pessoas como Barry Schwartz, que deve está assessorando projeto lei de censura na internet, porque talvez ache que é muito chato algumas pessoas dando sua opinião livremente na internet e talvez ache isso 100% emocional e totalmente sem razão.
Por outro lado concordo com o que disse Gondim:
Em 1998, a idéia de padronizar a estrutura interna de sistemas operacionais baseados em Linux fez surgir a Linux Standard Base (LSB) . Isso pode ajudar os desenvolvedores, mas é diferente, não cria limites, mordaças, apenas dá uma opção. Várias empresas já estão adotando.
Curiosidade: na época em que reinavam os dinossauros, os mamíferos só se ralavam, a mudança de ambiente no mundo causou a extinção dos dinossauros e hoje os mamíferos reinam.
Quem pode saber se uma distro criada num quarto de adolescente, não vai ser a próxima distro padrão no mundo?
O estímulo a essa criatividade é fundamental, e isso, repito, é a essência do Software Livre, que está garantido pela Licença Pública Geral GNU Linux, que garante o direito de copiar, usar, modificar e redistribuir.
O Google, o napster, fecebook, youtube não existiriam com a idéia retrógada desse cara, Barry Schwartz.
Considero esta opinião 100% racional e não é minha.
@Henrique
“É como dizer que existem muitos carros diferentes movidos a motor Ford. Você está definindo um produto pelo que vai dentro dele.”
Rapaz mais ou menos isso que você falou mas o problema não é o motor nesse caso. Você pode entrar em qualquer carro desses que os pedais e marchas vão estar no mesmo lugar. Você não precisa re-aprender à dirigir por causa disso. Você não vai entrar no carro e encontrar a marcha no porta-malas por exemplo. :) O motor aí nesse seu exemplo pra mim é o kernel linux. Você pode ter o mesmo kernel em qualquer produto vide “distro” mas o problema não é ele é onde encontramos o volante, a marcha, o freio, a embreagem. Isso que faz a diferença para quem programa e não qual o motor que está debaixo do capô. rsrsrsrsrs