Consumidores, não produtores
Enviado por Jacioly Taufer (jtaufer2Θgmail·com):
“Meu professor na faculdade diz que o software livre no Brasil é uma coisa político/filosófica e que não se encontram muitos “produtores” de software livre: poucos programadores fazendo parte de projetos proeminentes assim como poucos projetos de software nacionais relevantes. Tentei argumentar, mas realmente encontrei pouca coisa em uma pesquisa simples no Google… Será que a grande comunidade do BR-Linux pode me ajudar? Desde já agradeço.”
• Publicado por Augusto Campos em
2010-08-18
Talvez o ohloh.net possa te ajudar.
Mas eu acredito que a melhor posição nesse caso é que ambos estão corretos. A grande maioria não colabora com desenvolvimento, mas trabalha na parte promocional e de suporte, o que para mim também é colaboração.
Tudo vai depender da definição de “muitos produtores”.
O Software Livre começou lá fora antes e com isso os projetos mais interessantes (e mais importantes) surgiram lá também… De forma mais ampla, o Brasil não tem muito destaque em tecnologia em geral por uma série de problemas, que vão da educação fraca até a economia “instável”.
Realmente tem muito mais gente fazendo o político / social, como eventos e coisas assim, o que tem vantagens e desvantagens, incluindo o fato de existirem poucos projetos nacionais.
De qualquer forma, existe Lua, que é um projeto bacana, embora em certos pontos de vista seja mais do mesmo (a quantidade de linguagens de programação livres é impressionante).
Seu professor está mais que correto, na verdade podemos dizer que somos consumidores de Software Livre, desenvolvedores mesmo… te digo que posso contar nos dedos….
@Tulio Magno boa sua argumentação.
Conforme disse o Tulio, há vários fatores, mas sim, seu professor está certo.
O mercado de TI brasileiro ainda é muito infantil. Existem algumas empresas e desenvolvedores que se destacam como produtores, mas são casos pontuais de excelência.
A maioria ainda está naquela de “Windows X Linux”, “por que Linux?”, etc.
Outra coisa se você observar bem, tome como exemplo os comentários no BR-Linux, aqui no Brasil, as pessoas tem o mal hábito de botar defeito em tudo, mesmo que elas mesmas não façam nada melhor do que o que criticam (mentalidadede criança).
Veja outro ponto, aqui no Brasil ainda impera a mentalidade da pirataria. Software Livre e pirataria, não são compatíveis. O chupim que compra a playboy da Cleo no camelô não tem maturidade para produzir nada sério ainda sobre uma licença livre.
Impera a lei do menor esforço e do ser “esperto”. Ser o fodão porque tá usando aquele crack XPTO.
Não espere que o Brasil se destaque em algo relevante antes do próximos 30 anos, é uma questão cultural.
Mas isso não é exclusividade do software livre. Quantas empresas brasileiras de destaque mundial produzem softwares proprietários também ?
Eu arriscaria dizer que pelo menos é muito mais fácil o Brasil no futuro se destacar por produção de SL do que de software proprietário.
Seu professor não está errado e pesquisas já comprovaram isso (não achei o link, tá no meu desktop em casa). A maioria dos contribuidores só fazem tradução e suporte, e não colaboram com o f*cking code.
Seu professor esta certo. O que eu mais vejo é o pessoal usar SL para produzir proprietário para lucrar mais.
Fora que a maioria dos eventos de SL continuam sendo superficiais.
Tem um texto aqui que explica um pouco melhor:
http://pub.uzed.com.br/install-fests-a-taylorizacao-das-comunidades-livres-e-a-transformacao-do-homem-em-individuo/
Apesar da pátria amada não ser “pop” no mundo open-source ela também não fica para trás.
Esse ano a LinuxCon será aqui (talvez ele não saiba…) e apesar dos problemas com a Microsoft o evento mostra a relevância do Brasil.
Mr. Maddog pode se dizer que é um “fã” do Brasil, vide projeto Cauã, que talvez não emplaque por conta da cultura do povo de sempre desejar levar vantagem.
Quanto ao fato de poucos produtores, acho que ele não entende bem como funciona open-source. Veja o kernel Linux, ele deve possuir +/- 1000 committers e possui bem mais de milhões de usuários diretos, outro exemplo clássico é o BIND (servidor DNS) que é open source, usado pelo mundo todo (não estou exagerando, bom talvez o Mr. Gates não use…) e a relação produtor/consumidor com certeza é bem pior do que a mesma relação aqui no Brasil.
Além disso, qualquer pessoa que dê suporte para qualquer projeto sem cobrar é um colaborador voluntário (ou seja, produtor de conhecimento) para aquele projeto. Eu por exemplo, apesar de utilizar o GWT um pouco no trabalho participo do fórum de discussão ajudando outros usuários.
Seu professor, aparentemente, está super valorizando a idéia de projetos grandes, todo projeto é grande (pergunte para quem é usuário do projeto) a diferença é que alguns não são “pop”.
O jetty é um exemplo de um projeto que até pouco tempo era desconhecido mas é muito melhor (possui mais inovações) do que o famoso tomcat.
Outra coisa, caso ele não esteja contribuindo de qualquer forma que seja para algum projeto open/free software, acredito que ele poderia começar a contribuir e ver como a comunidade irá recebê-lo bem e talvez esbarre com outros brasileiros nessa aventura.
Abraços.
É. Brasileiro é mais ativo na parte de tradução mesmo.
No Brasil, o Software livre é usado como desculpa para “redução de gastos” e desvios de dinheiro, infelizmente.
>>> Quantas empresas brasileiras de destaque mundial produzem softwares proprietários também ?
Se bem que esta constatação tá certa também. Pergunte pra ele de empresas de porte mundial, que produzem softwares PROPRIETÁRIOS bem difundidos no mundo.
(e de origem BRASILEIRA)
Na comunidade PHP tem o Guilherme Blanco que manja muito e participa da equipe de desenvolvimento do Doctrine(http://www.doctrine-project.org/about), tem o Comitiva(gerenciador de eventos) desenvolvido por amigos meus do PHPMS que, inclusive, já foi destaque aqui no Br-Linux(http://br-linux.org/2010/comitiva-sistema-de-gerenciamento-de-eventos-de-tecnologia/).
De memória, conheço esses 2 projetos com brasileiros trabalhando neles. ;)
Realmente o argumento pedindo exemplos de grandes softwares proprietários é matador.
Infelizmente somos consumidores em tudo quase. Sempre tem o velho exemplo das exportações / importações. Onde exportamos em imensa maioria matéria prima, para importar produtos. Ou seja, fazemos muito pouco.
Além disso é preciso ter um pouco de cuidado para não querer cair na parte “fashion”. Tem muita gente que está lá desenvolvendo quieto.
Outro ponto é o complexo de vira-lata. Precisaria ver quanto de contribuidores existe por país. Tirando EUA, Grã-Bretanha, Alemanha e França imagino que o número seja bem reduzido mesmo.
Concordo, em afirmar que o Brasil é mais consumidor que produtor de software no geral. Isto é algo que já havia percebido há muito tempo. No geral existem muitos projetos brasileiros de software livre e muitas iniciativas, mas o que vejo é que não existe uma colaboração forte nestes projetos iniciados por brasileiros. E se verem os projetos brasileiros de renome (Lua, Sarg e Npgsql por exemplo) foram desenvolvidos tendo em vista o mercado externo, já nasceram falando inglês. Mas os desenvolvidos inicialmente no mercado brasileiro não avançam, vejam os produtos da Solis, alguns não avançam à muito tempo.
E quantos projetos proeminentes nasceram como projeto de universidade como tantos lá de fora, só para citar Linux, MSDOS, Facebook.
Infelizmente o Brasil é um grande comsumidor de tecnologia e não fornecedor.
Quer nomes:
Mauro Chehab, José Valim, Arnaldo Carvalho de Melo, Marcelo Tosatti, Kiko Reis, Ursula, e por ai vai
Conheco uma galera do arch, gentoo, rails, python, linux aqui no Brasil.
Sem falar no povo da canonial aqui no Brasil.
E o que tem de brasileiros fora ajudando.
Temos diversas empresas pequenas e médias focadas apenas em software livre, e empresas grandes que atendem e oferecem software livre.
O foco do mundo corporativo brasileiro é java, e java não seria o que é hoje sem as diversas libs gratuitas, e conheco diversos colaboradores.
A pena é que os colaboradores brasileiros aparecem poucos, a maioria das empresas e relações publicas são de fora, sem falar que em alguns paises, a carga horario é menor.
O único software brasileiro que conheço que é bem “usado” lá fora é o InVesalius, que por sinal também é livre.
Se não me engana, lá no MIT estão testando bastante o software. (Eles possuem o Chai 3D no mesmo segmento)
Acho que um exemplo bacana de investimento nacional em software livre é o que o serpro vem fazendo. Alem de “consumir” SL, também produz. Pesquise sobre o projeto Demoisselle por exemplo.
[]‘s
BROffice talvez pudesse ser um exemplo bom tambem. É mais uma adaptação e para consumo interno, mas enfim…
No Brasil a maior parte da iniciativa em software livre veio do governo criando o software publico brasileiro veja: http://www.softwarepublico.gov.br/ListaSoftwares
dessa lista se pegarmos o InVesalius por exemplo ele é desenvolvido pelo CTI (Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer) de Campinas-SP (antigo CenPRA) e por sua vez o CenPRA tem varias outras iniciativas Livres…
Outros desenvolvedores de software livres estao nas universidades, para nao deixar o papo longo vamos aos exemplos: Ginga, LUA, Rau-Tu, Nou-Rau, E-science, GeCon, Sisclip…
Agora as empresas, E-Create e GFARIAS vendem suporte, consultoria e customizacao para o software Moodle. A IBM tem o Linux Technology Center em Hortolandia. Empresas criando distro linux para colocarem em desktop e notebook fabricados no Brasil (ex.: BigLinux).
Usuarios que participam de projeto de para traducao do Gnome e KDE alem da documentacao a traducao de textos dos softwares em si pode ser considerado programacao.
Lembro em 2007 qdo fui no SunTech Days em SP e em uma palestra sobre o Solaris afirmaram que atraves do OpenSolaris eles haviam recebido contribuicoes do tipo suporte a teclado ABNT2…
ixi é tanta coisa q seria melhor escrever um artigo.
abracos
Meus 50 centavos em nomes:
- Aurélio Marinho Jargas – http://www.aurelio.net
- Thobias Salazar Trevisan – thobias.org
- Eriberto Mota Filho – http://www.eriberto.pro.br
- Equipe do BrazilFW – http://www.brazilfw.com.br
- Julio Cezar Neves – jneves.wordpress.com
Claro que falta *muita* gente nessa lista. Só citei os que lembrei rapidamente e que tem projetos bem conhecidos.
No exterior o Brasil é visto como uma potência do Software Livre. Você vai ver Brasileiros participando em muitos projetos.
Mas algumas pessoas parecem estar procurando projetos exclusivamente Brasileiros, e isso tem pouco. É a natureza do Software Livre de ser mundial, e, consequentemente o desenvolvimento é falado em Ingles. Mas proporcionalmente ao número de desenvolvedores, tem muito Brasileiro sim.
Agora em todo mundo as pessoas usam mais software livre do que codificam. E isso é bom pro software livre também. Usar software livre é uma forma importante de colaboração.
Concordo com o marcos, mas ainda acho que tem muito a melhorar. O brasileiro tem um potencial enorme, mas muitas vezes desperdiça. Temos pessoas criativas e chance de sermos uma potência gigante em tecnologia de software, afinal isso depende pouquíssimo de infraestrutura (que é um dos problemas para avançarmos em outras áreas tecnológicas). Eu acho que a proporção de pessoas que de fato contribuem com código além de somente usar o software livre está aumentando, pelo menos é a impressão que eu tenho ao observar pessoas conhecidas da comunidade. Mas isso tem muito o que melhorar. As pessoas tem que continuar mudando sua mentalidade e se conscientizando de que são capazes de contribuir mais a fundo com os projetos, basta se dedicar.
Também concordo com o marcos. E essa coisa de ficar querendo fazer coisas exclusivamente brasileiras é uma grande bobagem. Veja o padrão novo de tomadas, por exemplo… qual é a vantagem de ter uma coisa mal testada, mal planejada, mal mantida e mal desenvolvida?
Acho também que existem grandes problemas sociais no Brasil para as pessoas terem capacidade técnica de contribuir para os grandes projetos de software livre/Open-Source.
Nós temos muita pobreza, pouca educação ,alta carga trtibutária , tecnologia muita cara e entre outros problemas.As pessoas treinadas ficam babando exclusivamente em tecnologias proprietárias para assim ganhar mais e mais dinheiro .Aprendem .NET,ASP,banco de dados proprietários ,mas não dedicam uma fatiazinha de tempo as tecnologias do software livre.
E isso é um problema geral da socieade também,a falta de ética e a luta por ideiais.A maior parte da sociedade se afundou no egoísmo e não consegue ter uma visão global das coisas .Simplesmente só interessam por carros ,mulheres ,viagens, bebidas alcoolicas e aparelhos eletrônicos.E quanto mais se tem ,mais se quer ter , e ai que o luxo entra .Em vez dos individuos dedicarem um tempo aos ideais,eles gastam todo o tempo em suas vidas egóistas para assim comprar rolex de ouro ,privada com diamantes e um carro todo ano.
Para a maior parte da sociedade que se dane transgenicos,patentes,poluição,pobreza,sistema monetário e tudo mais.
O WindowMaker (Alfredo Kojima) – mundialmente famoso -
e o Synaptic (Conectiva) – usado no Debian e derivados como o Ubuntu -
São exemplos tão inexpressivos? Hehe.
Teu professor está com a visão um pouco distorcida.
Um programa para ser importante não precisa ser usado por milhões. Basta que ele seja útil a um ou mais usuários. Por exemplo, os softwares de acessibilidade são importantes para quem necessita dos mesmos.
Além disso, software (livre ou não) não é feito apenas de código. Testes, documentação, tradução, divulgação e suporte aos usuários são pontos essenciais e o trabalho do quem se dedica à eles é de valor inestimável.
A quantidade de projetos livres é tão grande que fica complicado. No eco sistema do Software livre deve-se considerar tirar dúvidas em fóruns, desenvolvimento de video aulas, manuais scripts, divulgação boca a boca e mais outras formas. Talvez como desenvolvedores de grandes projetos fiquemos atráz de outros países, mas em termos de uso, divulgação e espírito de comunidade temos um eco sistema que está se firmando “perigosamente para o lado dos empurradores de mouse”.
KDE tá cheio de gente, no projeto kenai também tem muito software livre de pequeno porte, tem desenvolvedores brasileiros no kernel, no projeto Mono…
Faltam mais projetos LIDERADOS por brasileiros. Somos bons pra executar, mas nossa formação gerencial é fraca, vide os gerentes das nossas áreas.
http://www.stoq.com.br? Parece que se encaixa.
Pelo IBGE o Brasil tinha em 2006 65 mil empresas na área de TI (http://tiny.cc/gbnsg). Se levarmos em consideração a diferença de 2005 para 2006 (+-18%), teremos hoje cerca de 100 mil empresas.
Destas, quantas possuem pessoas trabalhando com SL? E destas, quantas desenvolvem SL? Creio que é esta a visão do professor que, no meu ponto de vista e de algumas instituições brasileiras, é o mote da questão.
Sds