Código aberto profissional – nova coluna no TechTudo
Na semana passada, quando anunciei que teria uma coluna semanal sobre código aberto no novo portal de tecnologia da Globo.com – o TechTudo, recebi várias sugestões sobre tentar mostrar para o público de lá (que é bem diferente do público daqui quanto à experiência com código aberto) o que fica escondido pelos estereótipos muitas vezes associados ao termo.
Entre uma coluna e outra falando sobre funcionalidades e recursos existentes em código aberto e que possam interessar imediatamente ao público de lá, portanto, vou dar um jeito de ir encaixando este tipo de pauta, e é o caso da coluna desta semana, que procura tratar de um estereótipo (o amadorismo) que nasce de uma realidade positiva (as origens e a presença contínua de desenvolvedores que não atuam profissionalmente).
Pessoalmente, sou amador com muito orgulho, e há muito percebi (nos softwares alheios, pois não sou desenvolvedor) que não necessariamente um trabalho de amador é amadorístico.
E foi sobre isso que tratei na coluna dessa semana, incluindo números e exemplos. Separei pra vocês o trecho inicial, e o link ao final.
O mito de que os programas de código aberto são desenvolvidos por entusiastas, barbudos e com camisetas de bandas, no computador da casa dos pais é pitoresco e certamente tem bases reais – afinal, estes personagens existem mesmo – mas há bastante tempo não corresponde mais à realidade de boa parte dos softwares mais conhecidos.
Nada contra a importantíssima contribuição dos amadores, entre os quais orgulhosamente me incluo. Mas além de falsa, esta imagem comumente associada ao código aberto pode gerar indevidamente a ideia de amadorismo ou ausência de profissionalismo – duas condições cujos requisitos nem sempre se encontram no serviço de amadores competentes, mas cuja associação é, infelizmente, direta. (via techtudo.com.br)
Sem dúvida, sem tem uma coisa que defitivamente não são é amadores! Há mais de 10 anos trabalho com software livre e open source e, devo admitir, nunca percebi esse tipo de percepção no mundo corporativo quanto aos desenvolvedores de free software.
Parabéns pela coluna e pela matéria.
Acho horrível o pessoal querer apagar a imagem humana e informal tradicionalmente associada ao Software Livre, em troca de outra (burocrática e artificial) que é a mesma do software proprietário, ao qual ele deveria ser uma alternativa.
O próximo passo é todo mundo usar terno e se preocupar mais com marketing do que com a qualidade, tal como acontece nas empresas de software proprietário.
Que maneira de acabar, virando uma paródia do que não deveria ser.
Concordo plenamente, devnull – seria uma maneira horrível de acabar, e deve ser lamentável quando buscam dar uma imagem burocrática e artificial.
@devnull
Na verdade, essa imagem do software proprietário também não passa muito de imagem.
Creio que com a popularização do SL, essa imagem recebeu um grande reforço, tentando colocar uma pecha de software mal feito no SL.
Como se nas empresas não se fosse feito tudo por pessoas também.
Ironicamente, o caso onde há mais automatização do processo, as Fábricas de Software, é muitas vezes motivo de críticas a qualidade. Sem nem comentar que trabalhar em um lugar desses costuma ser uma droga. Só ouço reclamações.
Bacana, mais um artigo, deixei comentário no último artigo com uma wishlist :D , vai que você aceita lá, e aqui também, só não acostumei ainda com o tamanho dos textos, fiquei mal acostumado com os posts curtos do BR-Linux.
Falando em wishlist essa é uma das vantagens da forma como o software livre é produzido, você não precisa saber programar, necessariamente, para contribuir, eu por exemplo mal sei escrever um IF mas consigo contribuir enviado sugestões, e divulgando informação, dias atrás uma sugestão minha foi para a wishlist de um aplicativo do KDE, o desenvolvedor gostou, pediu mais detalhes e talvez em um dos próximos releases a melhoria que propus vai beneficiar milhares de pessoas.
No software proprietário/fechado isso seria improvável.
@Weber Jr., isso pq a maneira como você se veste e seu cabelo são diretamente proporcionais ao seu nível intelectual e conhecimento técnico.
Programadores vestindo ternos dão uma impressão mais “interprize” das coisas. Desenvolvedores têm sentimentos, emoções, riem, choram, como todo e qualquer humano. Mas a maioria das grandes empresas de software buscam suprimir esta realidade. Poucos são os desenvolvedores da Microsoft, Oracle, IBM, etc., que possuem blogs onde podem se expressar de forma pública sobre or projetos em que trabalham e sobre suas vidas pessoais. QUem assina os famosos “planetas”, tipo planeta mozilla, planeta kde, etc,, sabe que vira e mexe aparecem posts engraçados e pessoais, sobre nascimentos de filhos, etc, opiniões políticas, etc.
No modelo tradicional, todo copyright é de alguma coisa Corporation, e pessoas são apenas meios, quase nunca citados. Bem que o Pressman disse que um dia programadores/codificadores se tornarão desnecessários. Aí bastará que o cliente sente na frente de uma máquina, fale do domínio do negócio que pretende ser automatizado com software, e já sairá, do outro lado, um CD com a aplicação já funcionando (e manuais, documentação, etc.). Desenvolver deve ser algo frio e racional. Não pode ter um aspecto de “arte”.
Quem tem um livrinho de expressões regulares do Aurelio Jargas sabe que aquela foto do autor foi colocada por engano… hauahuahau
tenchi:
“Bem que o Pressman disse que um dia programadores/codificadores se tornarão desnecessários. Aí bastará que o cliente sente na frente de uma máquina, fale do domínio do negócio que pretende ser automatizado com software, e já sairá, do outro lado, um CD com a aplicação já funcionando”
como todo escritor de scifi, delira muito e erra em detalhes obsoletos, como CD… :p
me lembrei de Neuromancer e 50 megas sendo comum por volta de 2050… kkkkkkk
Parabéns, novamente, pela coluna, Augusto. Mas será que os mantenedores do site estão dando o nível de divulgação necessário e suficiente para a mesma?
Obrigado a todos! E acho que sim, André.
Uma coisa que não gosto muito é o espirito individualista dos grupos de SL, esse é uns dos motivos que grandes distribuições livres nunca foram tão populares. Um bom exemplo disso é o debian.. que sempre se fechou no seu mundo e nunca teve um espirito corporativo..(vendendo camisetas e selinhos..).. o que aconteceu.. uma empresa a canonical notou um espaço que nunca foi ocupado e resolveu se mexer, montou uma estrutura de marketing e se focou na necessidades dos clientes deles.. não na suas.. o que as outras distribuições nunca fizeram… bem que o kurumin tentou mas tinha um grave problema era pt_BR e sem uma boa estrutura..
O que quero dizer.. que temos que mudar a nossa visão e ver o SL como um produto e que toda a comunidade pode ganhar..