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Debian 5 se aproxima – incluindo Blobs, agora referendados por votação da comunidade

As controvérsias sobre a inclusão de BLOBs e trechos puramente binários, sem código-fonte equivalente, especialmente no caso de firmware transferido em tempo de execução a dispositivos externos, já se arrastam por anos, e mais uma vez foram objeto de uma votação pela turma do Debian, conforme se aproximava uma data prevista para lançamento da nova versão da distribuição, cujo nome é Lenny.

A decisão de tocar em frente segue uma votação acirrada, cujo resultado autoriza a equipe a assumir que cada BLOB está de acordo com a GPL, a não ser que haja prova em contrário. (via osnews.com)

Segundo a mensagem de anúncio do resultado da votação, isso significa que o lançamento pode seguir em frente, com os pacotes do kernel hoje disponíveis, incluindo firmware sem fonte que esteja sob uma licença livre nos projetos upstream (como é o caso dos BLOBs incluídos no kernel Linux).

Saiba mais (osnews.com).


• Publicado por Augusto Campos em 2009-01-07

Comentários dos leitores

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    Paul (usuário não registrado) em 7/01/2009 às 9:50 am

    Se o kernel fosse micro, onde os drivers nunca quebrariam um sistema, não haveria problema algum em termos drivers closed source.

    Mas depois da última notícia de micro kernel, onde alguns simplesmente disseram que o Tanembaum é “somente um cientista que fica em laboratório” (quando na verdade o cara é pai da estrutura dos sistemas operacionais que conhecemos, além de autor do Minix, Ameba e professor renomado), nem comento mais nada.

    Daniel (usuário não registrado) em 7/01/2009 às 9:57 am

    Oq isso traz ou deixa de trazer em vantagens/desvantagens para o usuário final???

    Em termos de funcionalidade, afeta principalmente quem tem periféricos que exigem a transferência de firmware durante a inicialização. A presença deste firmware, em forma binária, acaba sendo importante para que o periférico possa operar normalmente.

    Marcelo Andrade (usuário não registrado) em 7/01/2009 às 12:27 pm

    Isso não vai contra o próprio Contrato Social Debian? Tá escrito lá (http://www.debian.org/social_contract.pt.html):

    # Código Fonte
    O programa deve incluir código fonte e deve permitir a distribuição em código fonte, bem como em formato compilado.

    # Trabalhos Derivados
    A licença deve permitir modificações e trabalhos derivados, e deve permitir que estes sejam distribuídos sob a mesma licença que o trabalho original.

    Aparentemente os votantes, representando o projeto Debian, decidiram que não. Creio que consideram que firmware que não será executado na CPU em que o Debian está rodando não está na definição de programa adotada em seu contrato social – até prova em contrário, como consta em seu voto.

    Mas o próprio anúncio esclarece que a questão do licenciamento livre deve ser preservada.

    Marcel Ribeiro Dantas (usuário não registrado) em 7/01/2009 às 2:37 pm

    Isto afeta o usuário final a partir de quando impede ele de usufruir de seus direitos garantidos pelo fato do sistema quase que totalmente possuir softwares licenciados por licenças livres como a GNU GPL. Para o sistema que não faz diferença, sim para o usuário final, programador, desenvolvedor, entusiasta, curioso ou qualquer outro tipo de homo sapiens sapiens :)

    Lewis (usuário não registrado) em 7/01/2009 às 2:47 pm

    Paul Se o kernel fosse micro o driver sendo closed source seria ruim for software livre do mesmo jeito, mas isso parece obvio demais pra eu ter que explicar.

    “o cara é pai da estrutura dos sistemas operacionais que conhecemos”

    Quando diz isso, voce ignora todos que ajudaram a criar os SOs como conhecemos hoje e comete uma falácia de jogar todo o conhecimento humano de SOs no colo de apenas uma pessoa, ou seja, se o Tanembaum nunca tivesse existido os SOs não seriam como são hoje, ou alguem iria fazer ciência no lugar dele?

    O que eles decidiram foi supor que, se o titular de direito autoral distribuiu só o blob, numa licença compatível com a GPL, eles vão supor que o blob é a forma mais conveniente para modificar o programa, o que, se a suposição estivesse correta, tornaria legalmente permissível a redistribuição do blob como parte de uma obra licenciada sob a GPL. Viva a falsa ingenuidade!

    O contorcionismo mental que você sugeriu, de que o firmware não é executado na CPU que roda o kernel, e que portanto não seria sujeito à exigência de fontes da DFSG, era outra opção, não aprovada. Se fosse, como eles justificariam colocar em non-free documentação sem fontes, que também não executa na CPU do kernel?

    Então tá!

    Jack Ripoff (usuário não registrado) em 7/01/2009 às 9:06 pm

    O Debian entra em conflito com suas próprias práticas. Por um lado considera documentação sem fonte não-livre, mas por outro aceita blobs binários.

    Firmware binário não me preocupa tanto, porque a verdade é que ele roda na microcontroladora de um periférico vagabundo e não pode travar meu computador. Além do mais, de que iria adiantar o código-fonte de um firmware, sendo que eles por vezes são escritos em dialetos esquisitos ou até em linguagens de programação internas das fabricantes e que quase sempre não temos um compilador adequado para esse tipo de coisa?

    Firmware sempre foi um problema complicado porque não existem métodos padronizados para sua atualização e firmware proprietário no seu computador é mais comum do que você imagina (a começar pela BIOS da sua placa-mãe se ela tiver uma, sua placa-de-vídeo também tem um, seu modem, seu roteador, seu “mp3 player” e talvez até o controle remoto da sua televisão e a sua máquina de lavar tenham firmware!). É uma situação triste, mas que só tem vindo à tona recentemente porque hoje tornaram-se mais comuns os dispositivos que exigem upload de firmware para funcionarem (e.g. controladoras de rede sem fio de design estadunidense). Até certo tempo atrás não existia essa preocupação, porque você teoricamente não podia ser impedido de usar o seu hardware porque não tem os direitos de redistribuição do firmware, era uma idéia inconcebível para muitos…

    O que mais me preocupa são os drivers binários. O Debian faz uma escolha muito séria, optando por dar mais importância para o tamanho da sua base de usuários e deixando de lado a qualidade do seu software. Isto fala mais alto do que qualquer diretiva, até mesmo que a DFSG, sobre a mentalidade do projeto. O Debian junta-se oficialmente à longa lista de distribuidoras de Linux que desrespeitam a liberdade de todos, pois não só seus usuários são prejudicados, mas também nós que lutamos pela liberdade da documentação do hardware somos silenciados pelas fabricantes em vista das atitudes e precedentes de nossos supostos parceiros. Além disso, as fabricantes de software proprietário, que obtém a documentação sob NDAs (uma vantagem injusta sobre nós), conseguem também mais poder para desrespeitar o consumidor.

    Eu sinceramente espero que o projeto Debian e as outras distribuidoras da lista estejam cientes destas abomináveis conseqüências de seus atos.

    Paul (usuário não registrado) em 8/01/2009 às 1:44 pm

    Lewis, eu não desmereci ninguém que ajudou a criar os sistemas operacionais. Eu desmereci os comentários desmedidos que ofendiam a figura do Tanembaum sem conhecer o trabalho do mesmo (ou provavelmente nunca terem estudado matéria alguma sobre Sistemas Operacionais).

    Gondim (usuário não registrado) em 10/01/2009 às 11:10 am

    Olá todos,

    Creio que foi uma decisão difícil para o Debian mas também foi importante, porque a distro, assim como outras grandes, precisa manter o mercado “Linux” em crescimento. Se esses periféricos não funcionarem vamos ter novamente aqueles falando: – Ummmm mas no XP e Vista funciona. Vivemos nessa realidade e em 2 mundos, o mudo da nossa casa, universidades, escolas, etc e o mundo das empresas e corporações que querem resultados. Por esse motivo as vezes grandes empresas exigem o uso de distribuições comerciais, porque elas além de terem suporte técnico, não se preocupam com os códigos fechados de outras empresas. O suporte técnico é fácil de ser substituído pois é nossa função e obrigação aprender e resolver os problemas em nossas empresas, mas daí desenvolver firmware para um hardware. Isso complicaria muito. Imagina chegar para o diretor de uma empresa e dizer que o sistema dele não vai funcionar porque o firmware do periférico que ele comprou não é aceito e por isso ele vai ter que mudar de servidor. Gostaria muito que fosse diferente mas é mais complexo do que imaginamos. :)

    André Luiz (usuário não registrado) em 10/01/2009 às 1:47 pm

    Olá a todos!
    Pelo que entendi a presença de blobs se justifica por periféricos que necessitam de upload de firmware para funcionar. Esta necessidade seria pela utilização, por parte destes periféricos, de componentes com tecnologia FPGA? Se for o caso, a equipe Debian talvez não tenha muita opção pois estes componetes têm sido preferidos pela indústria devido a seu baixo custo e alta flexibilidade(eles seriam uma espécie de “curinga” de hardware: muda-se o FW e ele funciona com outras características, explicando de forma bem simplificada…).

    Jack Ripoff (usuário não registrado) em 11/01/2009 às 2:21 am

    Creio que foi uma decisão difícil para o Debian mas também foi importante, porque a distro, assim como outras grandes, precisa manter o mercado “Linux” em crescimento.

    Precisa? Por quê? Quem faz software livre faz porque gosta e porque quer, não para cumprir agendas. Não precisamos manter o mercado “Linux” em crescimento, precisamos fazer software de qualidade. Essa é uma decisão que sacrifica a qualidade do software que eu e você usamos em troca de uma base de usuários maior. Eu já mencionei as terríveis conseqüências disto.

    Nós temos o direito de usar o hardware que nós mesmos compramos com o nosso próprio dinheiro, temos portanto todo o direito de exigir a documentação do hardware. Este é o caminho difícil, mas é o caminho que dá melhores resultados a longo prazo, tanto para nós quanto para os usuários. O projeto Debian, outras distribuidoras e até alguns desenvolvedores do projeto Linux escolheram o caminho fácil dos NDAs e dos blobs binários. Não há nenhum mérito, apenas vergonha.

    Leia mais à respeito do assunto: http://www.vivaolinux.com.br/artigo/Esclarecendo-a-questao-dos-drivers-o-problema-do-suporte-a-hardware

    Imagina chegar para o diretor de uma empresa e dizer que o sistema dele não vai funcionar porque o firmware do periférico que ele comprou não é aceito e por isso ele vai ter que mudar de servidor.

    É melhor você dizer para o diretor que o sistema não vai funcionar porque o firmware do periférico que ele comprou não é distribuível e por isso ele vai ter que mudar de periférico.

    Esta necessidade seria pela utilização, por parte destes periféricos, de componentes com tecnologia FPGA?

    Bom, no caso das controladoras de rede sem-fio de design estadunidense, há uma CPU embarcada de arquitetura ARM ou MIPS programável e o firmware com a sua programação fica armazenado numa EEPROM regravável. Este tipo de hardware é mais caro, devido aos custos de licenciamento da CPU e do firmware, mas é mais rápido de desenvolver e de colocar no mercado e mais fácil de estender futuramente. As chinesas, por sua vez, utilizam um design mais barato, mas que demora mais para chegar no mercado e é mais difícil de estender, porém não exige direitos de redistribuição de firmware.

    Rafael (usuário não registrado) em 11/01/2009 às 5:02 pm

    Na minha opinião, o Debian tem de ser livre.

    Gustavo Melo (usuário não registrado) em 11/01/2009 às 11:39 pm

    Na minha opinião o usuário/cliente vem sempre em primeiro lugar, é a ele que devemos atender, até por que sua existência é o que garante mercado consumidor e este gera os empregos que permitem o desenvolvimento de software existir.

    “A insatisfação é a principal motivadora do progresso.” [Thomas A. Edison]

    Jack Ripoff (usuário não registrado) em 11/01/2009 às 11:57 pm

    Na minha opinião o usuário/cliente vem sempre em primeiro lugar, é a ele que devemos atender, até por que sua existência é o que garante mercado consumidor e este gera os empregos que permitem o desenvolvimento de software existir.

    Esta é uma comunidade de desenvolvedores. O usuário não faz o software. No artigo em que postei, falo sobre isso em detalhes, mas sinteticamente se trata daquilo que nós desenvolvedores precisamos para poder dar ao usuário aquilo que ele precisa. Portanto as nossas necessidades são a prioridade.

    Repetindo: este é o pior caminho para todos a longo prazo, inclusive para o usuário. Ele vai ficar momentaneamente satisfeito quando vir o seu hardware funcionando com drivers proprietários, mas vai voltar à insatisfação quando vir que a estabilidade do sistema piorou, que o blob binário não está disponível para todas as arquiteturas de CPU e sistemas operacionais e que nós não podemos consertar bugs ou dar suporte algum a esse software pois não possuímos a documentação do hardware. Ele vai ficar na mão da fabricante, e vai voltar à situação de quando ele usava Windows, e entre usar um sistema ruim que ele conhece e usar um sistema ruim que ele não conhece, logicamente ele vai optar pela primeira opção.

    Gustavo Melo (usuário não registrado) em 12/01/2009 às 12:11 am

    Não Jack, ele simplesmente irá procurar outro fornecedor que supra sua necessidade. E acredite o mercado apresentará outro fornecedor que suprirá esta necessidade.

    Simplesmente classificar o “windows de ruim” não fará o Linux ficar bom. Pelo contrário trará uma percepção distorcida do que é qualidade e do que é realmente importante.

    Com a simples lógica de dizer que carros da FIAT eram simplesmente ruins os outros fabricantes perderam mercado e agora a FIAT é lider de mercado por 7 ANOS CONSECUTIVOS (em pessoa física e pessoa jurídica e em UNIDADES de veiculos vendidas).

    Se seu notebook não liga, pois o conector dele não está no novo padrão brasileiro, o que você faz ?

    1) Devolve ao fabricante e aciona a garantia conforme o código de defesa do consumidor e Compra de outra marca concorrente concorrente que fabrique com o plug que funcione ?

    2) Compra um adaptador para usar logo o note e puder trabalhar e não ficar perdendo tempo

    3) Fica com o note desligado, sem trabalhar, esperando que todas as tomadas fiquem no padrão e que o fabricante do seu note lhe envie um cabo novo ?

    André Caldas (usuário não registrado) em 12/01/2009 às 12:52 am

    Eu tô com o Jack Ripoff!!

    André Caldas.

    Gustavo Melo (usuário não registrado) em 12/01/2009 às 1:31 am

    O que é mais importante para o consumidor/cliente ? ter um sistema super estável, tecnicamente superior em todos aspectos, seguindo padrões e normas ou ter um sistema que te traga lucro e produtividade de forma que se ele eventualmente der problema, o que você ganhou de dinheiro com ele cobre em muito o rombo ? por qual vc acha que um administrador/gesto/diretor vai escolher ? aquele que te dá retorno mesmo que de problema e este retorno garanta recursos para recuperar-se das falhas ou aquele que é simplesmente tecnicamente correto ?

    Se fosse pelo tecnicamente correto a maioria esmagadora dos sistemas de frente de caixa, gestão de estoque e afins não rodariam em windows !!! A informática é um meio para atingir um objetivo daquele que é o mais importante – O SER HUMANO – e não o inverso.

    A Red Hat entendeu isso, é software livre, e o nível de satisfação de seus consumidores é altíssimo, mais alto entre os fornecedores de T.I e seus clientes adquirem uma marca que dá retorno ao negócio mesmo que o valor de investimento seja mais alto que seus concorrentes como Oracle e Microsoft.

    Ao entender o seu cliente/consumidor ela(a RH) entrega qualidade e é lucrativa e esta lucratividade gera(além de empregos, renda, desenvolvimento social, conhecimento livre e outros) um grande investimento em software livre, suas comunidades, seus desenvolvedores e seus recursos humanos qualificados em geral.

    Se não há ganha-ganha pode-se fazer o que quiser e utilizar quaisquer justificativas técnicas que o mercado ignora.

    A fundação mozilla é lucrativa e ao mesmo tempo entrega um software de qualidade, reconhecido pelo mercado, LIVRE E GRATUITO, também gerando empregos, renda, desenvolvimento social, conhecimento livre, CONCORRÊNCIA, 20% do mercado de navegadores, etc…

    Roberto Parente (usuário não registrado) em 12/01/2009 às 1:47 am

    “O que é mais importante para o consumidor/cliente ?”

    Reduzir Software Livre a uma questão de consumidor/cliente é bem simplesta… Imagina se esse fosse o debate na década de 80/90 quando o SL surgiu…

    Abração,
    Roberto

    Jack Ripoff (usuário não registrado) em 12/01/2009 às 11:19 am

    Não Jack, ele simplesmente irá procurar outro fornecedor que supra sua necessidade. E acredite o mercado apresentará outro fornecedor que suprirá esta necessidade.

    Obrigado por deixar explícito o que eu deixei implícito na minha mensagem. Repetindo: o usuário vai ficar momentaneamente satisfeito quando vir o seu hardware funcionando com drivers proprietários, mas vai voltar à insatisfação quando vir que a estabilidade do sistema piorou, que o blob binário não está disponível para todas as arquiteturas de CPU e sistemas operacionais e que nós não podemos consertar bugs ou dar suporte algum a esse software, e vai finalmente procurar outro fornecedor.

    Simplesmente classificar o “windows de ruim” não fará o Linux ficar bom. Pelo contrário trará uma percepção distorcida do que é qualidade e do que é realmente importante.

    Nossa, que bom que nós concordamos tanto! Notou quando eu disse que entre dois sistemas ruins o usuário prefere um familiar? Adivinha qual é o segundo sistema ruim (o primeiro é o Windows)!

    Se seu notebook não liga, pois o conector dele não está no novo padrão brasileiro, o que você faz ?

    1) Devolve ao fabricante e aciona a garantia conforme o código de defesa do consumidor e Compra de outra marca concorrente concorrente que fabrique com o plug que funcione ?

    2) Compra um adaptador para usar logo o note e puder trabalhar e não ficar perdendo tempo

    3) Fica com o note desligado, sem trabalhar, esperando que todas as tomadas fiquem no padrão e que o fabricante do seu note lhe envie um cabo novo ?

    Essa analogia super-simplificada não explica em nada a situação.

    O que é mais importante para o consumidor/cliente ? ter um sistema super estável, tecnicamente superior em todos aspectos, seguindo padrões e normas ou ter um sistema que te traga lucro e produtividade de forma que se ele eventualmente der problema, o que você ganhou de dinheiro com ele cobre em muito o rombo ? por qual vc acha que um administrador/gesto/diretor vai escolher ? aquele que te dá retorno mesmo que de problema e este retorno garanta recursos para recuperar-se das falhas ou aquele que é simplesmente tecnicamente correto ?

    Engraçado, você fala como se uma coisa não estivesse relacionada à outra, e aparenta julgar erroneamente o mercado. Veja bem, correlação não implica causalidade. Ainda há muitas empresas que ainda usam aquele velho sistema em VB que vive dando os famigerados “run-time errors”, mas você indicaria um sistema desses para alguém? Não é que o sistema cobre o rombo que ele mesmo causa, é que as empresas ficaram atadas a ele. Justamente por não cobrir o próprio rombo, ele impossibilita a aquisição de um novo sistema.

    A realidade é que o sistema tecnicamente correto oferece inúmeras vantagens para o consumidor, começando pelo suporte, e que o lucro imediato oferecido pelo sistema incorreto nem sempre cobre o suposto rombo. Basta entrevistar algumas empresas e você vai notar isso. Muitas delas não podem arcar com os custos de desenvolver um sistema novo e são obrigadas a conviver com os problemas do sistema antigo. Por que você acha que as empresas modernas procuram tanto profissionais fluentes em orientação a objetos e que a linguagem Java se tornou uma favorita entre elas? Para poder desenvolver sistemas tecnicamente corretos, para não passar o sufoco do sistema em VB. Para ter certeza que os desenvolvedores poderão dar suporte ao sistema amanhã, para se assegurar que o sistema vai funcionar em qualquer plataforma, para saber que seus dados estão seguros. A mentalidade do mais barato que você sugere já não funciona mais, hoje todos sabem que o barato costuma sair mais caro.

    Não sou um especialista em economia e administração, estou apenas lhe contando o que aprendi em quase 6 anos no mercado de TI. E sabe por que eu trabalho no mercado de TI? Porque há espaço para software de qualidade, porque eu sei que posso trabalhar com as soluções de que eu gosto tanto e com as quais estou tão familiarizado, e que os clientes ficam muito satisfeitos ao saber que não vão passar dor de cabeça. Se eu fosse obrigado a trabalhar com Windows e software proprietário, acho que não me sentiria tão empolgado. Acho que ainda estaria dando aulas de matemática…

    Além do mais, como eu já disse antes, nós estamos fazendo software porque gostamos e para nós mesmos usarmos. Não precisamos nos preocupar com mercado. A qualidade do software de quem está fazendo isto está só deteriorando. Veja a quantidade de problemas que o Linux tem apresentado nos últimos anos, principalmente desde que mudaram o modelo de desenvolvimento para a árvore 2.6. O software da Mozilla, que você mesmo citou, é conhecido por problemas de desempenho e o Firefox não é exatamente o navegador mais seguro existente. E a Red Hat não é uma cultura de software livre, é uma cultura de capital como qualquer outra empresa. Ela assina NDAs e está pouco se importando com a sua liberdade, software livre para ela é só um modelo de negócios e um grande “PR booster”. Não faz muito tempo, substituímos o firewall Red Hat de uma nova cliente nossa por um firewall OpenBSD, pois encontramos uma série de vulnerabilidades exploráveis que davam acesso de superusuário ao servidor de e-mail (também Red Hat), e além de tudo conseguimos diminuir pela metade o spam dela usando o spamd e alguns padrões inteligentes…

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