5.500 netbooks: Piraí-RJ adota Um Classmate PC (com código aberto) Por Aluno
Escreve o Rafael Rigues, no iG Tecnologia:
desenvolvido em parceria com a Intel.
Com isso, a cidade se torna a primeira no mundo a adotar a computação 1:1 em toda a sua rede de ensino. Piraí tem 6.200 alunos matriculados e já possuía 400 Classmate PCs fornecidos pelo governo federal, entregues como parte de um projeto piloto para a iniciativa UCA (Um Computador por Aluno), e 250 outras máquinas adquiridas com recursos próprios. (…) No total, foram investidos R$ 5,28 milhões no projeto. (…)
Segundo Maria Helena Cautiero Horta Jardim, professora da UFRJ e coordenadora educacional do Pirai digital, todo o projeto roda baseado em Software Livre. “Não só pelo custo, como também pela questão filosófica. Não é possível fazer um projeto de inclusão digital com software proprietário”, diz a professora. (via tecnologia.ig.com.br)
Saiba mais (tecnologia.ig.com.br).
Como sempre em casos assim, vai aparecer alguém aqui dizendo que isso é dinheiro jogado fora, que as crianças só vão utilizar a máquina prá Orkut e MSN e que pobre tem mesmo é de ficar de fora da inclusão digital (desde que seja no Brasil, porque quando é em outros países, essas pessoas são as primeiras a dar os parabéns e dizer que o Brasil “como sempre” está ficando para trás).
Oh, Deus! “So goes life”, como diz aquela música dos pré-históricos Monkees.
Parabéns, piraienses! Cidade progressista faz assim!
Concordo plenamente com o nobre colega imortal Machado. São de projetos assim que o nosso País precisa. Se somente 5% desses alunos aproveitar bem essa iniciativa e não ficar de bate-papo no MSN, Orkut on no BR-Linux (ehehehehe), já será um vitória =)
Espero que os professores sejam capazes de aproveitar bem o uso disso nas escolas… quem sabe finalmente de lá saia um futuro hacker de software livre ;-)
Notebook + linux = n.e.r.d.!
Notebook + windows = 99% do mundo!
:)
Certamente, sem o devido treinamento dos professores, serão somente uma novo meio de acesso ao MSN e orkut…
Mas caso contrário será uma ferramenta incrível para os professores, que aumentará as possibilidades de aprendizado dos alunos, além de ser muito mais divertido. Ao invés de passar metade da aula copiando dois quadros negros de texto sobre geografia, os alunos poderiam utilizar programas como o marble ou o google earth e obter informações sobre os lugares, auxiliados logicamente por textos disponíveis na internet e internamente nas escolas.
Os programas educacionais do KDE são ótimos para os alunos treinarem física e programas como celestia e stellarium são ótimos para estudarem astronomia, ao invés de slides estáticos ou livros. O computador ajuda a mexer com a imaginação e fazer os alunos pensarem. E se a idéia do software livre for passada às crianças desde cedo acredito que a idéia de cooperação e liberdade – sim, liberdade, seja lá o que signifique – valerá para outros aspectos em suas vidas.
Um dos problemas, ao meu ver, da rede pública hoje em dia é – não quero generalizar – que ninguém quer dar aula em escola pública , assim como nenhum médico quer trabalhar para o SUS. É estressante e paga pouco. Assim o que vemos são professores que não amam o que fazem, da mesma forma que é difícil – mas não duvido que exista – ver um médico “do postinho” ou hospital público feliz com seu trabalho.
Da mesma forma hoje em escola pública o pensamento do aluno é de que o professor – e todos que o “obrigam” a estudar – são seus inimigos. E nem venham dizer que é “coisa da idade”, que não é. Estudei a vida inteira em escola pública e sei como a coisa “funciona”.
Espero que em Piraí a coisa funcione bem. Torço muito.
Sinceramente eu acho disperdício mesmo, o ensino público de todo o país esta em ruínas.
EM muitas, não se encontra merenda escolar, livros didáticos, uniforme, carteira de boa qualidade, etc…
Como que você que dar computadores, para crianças que mals sabem fazer a tabuada até o 10?
Pobre não tem mesmo que ter inclução digital, pobre tem que ter e precisa de muito coisa antes disso, para só depois ganhar um computador.
A iniciativa é boa, mas eu acredito que não há base para que isso funcione.
Comentando a frase do Marcelo Toscano, eu acho que o problema é mais em baixo: tanto pobre quanto não-pobre precisam de muito mais coisas antes de um computador (cultura, educação, etc.)
A peculiaridade dos leitores do br-linux é que a maioria é interessado e realmente transforma um computador em benefício, mas a maioria da população não.
Sempre fui pobre e desde criança sonhava em ter acesso a tecnologia e outras coisas. Investiram em mim, e quando adolescente, bem novo ainda, pude ter acesso ao que eu achava ser o máximo. Fui crescendo, e ainda pobre desenvolvendo-me através de apoio vindo de outros, parentes ou não. Não usava a tecnologia para muita coisa a não ser para meu bem estar, mas em tudo houve um diferencial – eu tive oportunidade de me acostumar e aprender – não sabia usar, hoje sei: aprendi! Aprendi usando…
Hoje sou Educador, tenho mestrado, doutorado, sou Coordenador de Educação a Distância numa grande Faculdade em Londrina, no Paraná. Trabalho com tecnologia e foi ótimo alguém ter investido em mim, mesmo que no início fosse só pra “msn e orkut” (não era, sou bem velhinho!!!), mas o uso, a oportunidae me fez aprender, me fez gostar, me fez tentar ser alguém melhor, me reinventei!!!
Hoje não sou rico, mas tenho boa estabilidade profissional e acadêmica. Trabalho quase que exclusivamente com software livre – também por causa de custos e pela necessidade de ter uma ferramenta que me possibilite mudar o que eu necessite (as vezes…).
Minha peregunta aqueles que são contra: quando é que crianças do ensino público, pobres terão acesso a tecnologia para aprender a viver com ela se não forem introduzidas por pessoas que tem o poder de comprar e distribuir, orientar e fazer usar? Vão usar para o MSN e Orkut??? Sim! Nós também não usamos? Pelo menos estarão INCLUÍDAS onde a transformação pode e deverá ocorrer.
Falta-nos fé! Fé que ações, mesmo simples, surtam resultados práticos e maravilhosos – sou filho de uma ação destas e muitos que estão comigo também.
Para que eu transformasse o meu computador em benefício tive que aprender a viver com ele – tive que ter acesso a um!
Deixem ter acesso, porque as tais, com acesso, poderão (ou não!) transformar o seu próprio mundo (e talvez de outros!).
tanto pobre quanto não-pobre precisam de muito mais coisas antes de um computador (cultura, educação, etc.)
Uai, que argumento mais sem pé nem cabeça: cultura e educação não são bens palpáveis, é necessário que haja instrumentos para que a pessoa as adquira e o computador, com certeza (pergunte a qualquer um, dos EUA à Índia, da Alemanha à China), é um desses instrumentos.
Educaçao, eh que estes PCs podem significar.
Pouca gente sabe, mas a imprensa foi inventada na China. E la ela servia para armazenar e distribuir o conhecimento apenas para as casta superiories (a elite meia-boca de sempre, que teima em aparecer em diversos periodos historicos atrapalhando o desenvolvimento do planeta).
A magica de Guttemberg foi popularizar a imprensa, e por tabela, os livros. Pouca gente sabe, mas a elite (aquela elite meia-boca) temtou atrapalhar ate usando do tradicional – naquela epoca – arqumento de que a imprensa era coisa do mal.
A imprensa, e por conseguinte o inicio da distribuiçao do conhecimento, eh um marco historico inequivoco!
Num documentario que vi, onde era mencionada a invençao da imprensa na China, o documentarista perguntava:
“Como seria o mundo hoje se a China tivesse usado a imprensa para distribuir conhecimento para alem das elites (meia-bocas)?
Provavelmente eu estaria escrevendo nes post em chines.
Parabens Pirai.
Também já pensei como o Ian Liu, mas estava enganado. Essa é uma visão elitista.
Vi casos de perto, um garoto a quem foi dado (acesso a) computador na escola, logo em seguida os pais compraram um, com certo sacrifício (isso em 2006). Ele está com 17 anos e no início era só msn, p2p e quetais.
Hoje ele paga sua faculdade (SI) programando PHP.
Acho louvável iniciativas como a de Piraí. Que outras mais surjam, pois já estou(amos) fartos de ouvir que o Brasil precisa de educação e nada ser feito. Ficamos esperando uma grande iniciativa nacional, de parte do governo federal, o que é outro engano, a meu ver; não passaria de mais um Bolsa-Moradia desses que tanto criticamos.
Todos podem ter algum fundo de razão, mas quando voce dá um computador para uma criança voce incentiva sua criatividade. Todas as crianças que conheci que tiveram acesso ao computador, se tornaram conhecedores dessa ferramenta muito mais que muitos profissionais. Não subestimem essa capacidade.
Pura balela. O uso do computador em nada ajuda o desenvolvimento mental de crianças. Se nem ao menos aprendem a respeitar os pais, imagine tendo acesso ao conteúdo podre da internet?? Ou alguém aí nunca entrou em site de pornografia gratuito?? Pura hipocrisia, parece que o virus do lullismo-mentirismo tomou conta do país…
O fato maior das dúvidas levantadas sobre as vantagens ou não deste projeto, é apenas a noticia de alunos recebendo computadores. Tem que se atentar ao fato que são os professores, primeiramente, que devem se atualizarem para utilizarem os referidos equipamentos de maneira ordeira e cultural. Haja vista que normalmente é aplicado somente uma “pincelada” aos professores quanto ao uso do computador no laboratório, esquecendo-se que muitos alunos sabem utilizar muito mais do que os docentes.
O objetivo do laboratório é bem claro, ser utilizado para fins de aprimoramento cultural, mas primeiro é preciso aprender a utilizar esta ferramenta e depois tirar o devido aproveitamento.
A necessidade do uso de profissionais em informática com capacidade didática de ensinar a matéria é fundamental para o desenvolvimento cultural da chamada INCLUSÃO DIGITAL.
Todas as escolas devem sim ter um laboratório de informática, e neste ambiente os professores que ainda não sabem fazer uso, devem ser os primeiros a utilizarem este ensino. Posteriormente ou até paralelamente os alunos também devem aprender esta matéria de informática.
Esta deve ser a questão da discussão, e quando finalmente professores bem treinados e orientados, poderão ministrar suas aulas com um complemento digital a disposição e naturalmente os alunos também aculturados receberão com mais facilidades os ensinamentos inerentes ao bom desenvolvimento social e cultural.
Aqui perto de Curitba uma prefeitura resolveu dar treinamento sobre robótica para diversos professores da rede pública. Uma excelente notícia para os alunos que teriam mais uma oportunidade de aprender com métodos diferentes, mais práticos e com aplicações do dia-a-dia. O grande problema foi que muitos dos professores fizeram o treinamento por fazer, sem comprometimento algum em utilizar os recursos para ensinar e mudar os alunos. Isso acontece em parte pela mentalidade restrita de alguns professores e porque recebem baixos salários (claro que isso não é desculpa para não fazer um bom trabalho, mas convenhamos que sem uma boa remuneração é mais difícil)
Pois assim, eu questiono este tipo de conduta adotada pela prefeitura de Piari. R$ 5 milhões é dinheiro pra burro, será que os professores tem bons salários? Receberam ou receberão cursos para utilizar os equipamentos adequadamente?
Na minha opinião a prefeitura poderia iniciar um piloto com 500 máquinas e avaliar o desempenho, se fosse positivo, poderia estender os computadores aos outros alunos.