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Libertas quae sera tamen

Hoje é o dia de comemorar um dos primeiros movimentos brasileiros a favor da liberdade. 21 de abril é o aniversário da execução de Tiradentes, o alferes condenado pela sua participação no movimento da Inconfidência Mineira, de ideal republicano e separatista, e parcialmente abolicionista (escravos importados da África permaneceriam cativos, mas os nascidos no Brasil seriam libertos).

Há exatos 3 anos, esta história se entrelaçou diretamente com a da liberdade de software, quando Richard Stallman, descalço, entoou repetidamente em pleno FISL, a plenos pulmões e rodeado por participantes perplexos, o lema “Libertas quae sera tamen”, que hoje consta na bandeira de MG. A foto acima, tirada pelo desenvolvedor brasileiro Helio Castro, mostra o momento do acontecimento.

Tiradentes foi enforcado em 1792, mas a busca pela liberdade, em variados graus, permanece viva. Libertas quae sera tamen.

Saiba mais (pt.wikipedia.org).


• Publicado por Augusto Campos em 2009-04-21

Comentários dos leitores

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    amadeu (usuário não registrado) em 21/04/2009 às 10:32 am

    É uma pena. Não há liberdade plena em nenhum lugar. Liberdade, ainda que tardia é uma utopia. Sempre seremos dominados pelo mainstream, pelo dinheiro, pelo poder financeiro. Ideologias passam ao largo.
    Tiradentes foi enforcado porque se voltou contra o “mainstream” da época. Jusus Cristo foi morto pelo mesmo motivo. E Gandhi e tantos outros…Triste.

    João Olavo (usuário não registrado) em 21/04/2009 às 10:47 am

    Eu estava lá, vendo o Stallman gritando! E filmando também: http://www.youtube.com/watch?v=sobydV-E9NU

    zer0c00l (usuário não registrado) em 21/04/2009 às 11:18 am

    Saudações Livres!

    Jeronimo Zucco (usuário não registrado) em 21/04/2009 às 12:11 pm

    O movimento também era motivado devido aos impostos abusivos da época. E olha que nem chegava ao peso dos impostos de hoje em dia, incrível como isso ainda é atual.

    Vinícius (usuário não registrado) em 21/04/2009 às 12:38 pm

    como o colega amadeu disse acima, infelizmente a “liberdade” em si é uma utopia…

    Tiradentes morreu pq agiu contra isso, Jesus Cristo (etc…) foi “ensinar” os ignorantes e veja o que aconteceu com ele, e o próprio povo não fez nada… triste… mas eu ainda acredito que isso faça algum efeito, Jesus morreu, mas deixou seus ensinamentos, mas esses caras fizeram o que deviam fazer e deixaram a “mensagem”.

    Fábio Prudente (usuário não registrado) em 21/04/2009 às 12:43 pm

    A Liberdade existe sim, e posso até afirmar que ela é quase plena (em algumas partes do mundo, pelo menos), para aqueles que a buscam.

    O detalhe é que a Liberdade, como qualquer outro direito, não é gratuita. Ela tem que ser conquistada e mantida, com posicionamento crítico e vigilante, e com luta contínua.

    A Liberdade não é automática. Não é consequência direta dos atos heróicos de personagens históricos, nem de Leis, nem da Justiça. Os heróis podem abrir caminho para algumas conquistas, essas conquistas podem ser registradas em Lei, mas ainda assim, cabe a cada indivíduo lutar pela justa aplicação dessas conquistas.

    Liberdade não combina com passividade.

    “Nunca se pode concordar em rastejar, quando se sente ímpeto de voar.” — Helen Keller

    Leia mais, aqui.

    Igor Mol (usuário não registrado) em 21/04/2009 às 12:44 pm

    Concordo com vocês.

    A liberdade plena é metafísica e impossível de transceder para realidade por vários motivos, tantos poĺícos quanto por nossas próprias limitações.

    Mas independente de qualquer coisa, o ser humano busca esse desejo incessantemente, e pelo menos de forma parecelar temos encontrado.

    Também acho que a liberdade plena é um conceito difícil de definir em termos objetivos, e um ideal talvez impossível de alcançar a longo prazo e de forma ampla e coletiva.

    Quando cada um de nós escolhe o conceito de liberdade que melhor lhe atende, e aí busca alcançá-lo para si e os seus, sempre tem oportunidade de mudar sua vida – e quando os indivíduos conseguem mudar, a população pode mudar de forma evolucionária.

    Já quem tenta encaixotar o seu conceito de liberdade e levar populações maiores a aplicá-lo às vezes promove mudanças revolucionárias (que de modo geral não buscam o objetivo da “liberdade plena”, ou pelo menos não o alcançam), e às vezes alcança ao menos o objetivo secundário de inspirar outras pessoas a procurarem as liberdades que lhes interessarem.

    O próprio movimento inconfidente merece reflexão. Estava em seu contexto histórico, tinha foco apenas nas Minas Gerais e não buscava, por exemplo, a liberdade dos escravos importados da África – mesmo assim, associamos seu nome à busca pela liberdade e aos ideais republicanos nacionais. É assim mesmo que funciona, e o que eu considero mais importante sobre tudo isso é que cada um reflita sobre qual a liberdade que busca para si.

    Marcelo (usuário não registrado) em 21/04/2009 às 1:39 pm

    Concordo com o Augusto.

    O mais difícil é definir o que é liberdade.

    Segundo o filósofo Pedro Bial (citando Spinoza no BBB) “liberdade é conhecer os cordéis que nos manipulam”.

    Mais um detalhe interessante (para quem curte teorias de conspiração):
    dizem que Tiradentes e a Inconfidência Mineira foram “repaginados” na Velha República para servir de material de propaganda do novo regime.

    Abraços

    ezek (usuário não registrado) em 21/04/2009 às 1:49 pm

    O último golpe contra à liberdade foi dado com a condenação do “The Pirate Bay”.

    http://info.abril.com.br/noticias/internet/criadores-do-the-pirate-bay-sao-condenados-17042009-0.shl

    self_liar (usuário não registrado) em 21/04/2009 às 1:52 pm

    Eu sei também que a liberdade não chega enquanto as pessoas forem escravas…..

    …do software proprietário,da beleza, do dinheiro e tudo mais.

    Douglas Medeiros (usuário não registrado) em 21/04/2009 às 7:05 pm

    Mais um detalhe interessante (para quem curte teorias de conspiração):
    dizem que Tiradentes e a Inconfidência Mineira foram “repaginados” na Velha República para servir de material de propaganda do novo regime.
    [Marcelo]

    http://historia.abril.com.br/politica/conteudo_495857.shtml

    Bom foi exatamente isso que eu aprendi na escola… e por isso acho uma grande babaquice um feriado em homenagem a ele.

    Ozzy (usuário não registrado) em 21/04/2009 às 7:27 pm

    Sobre Tiradentes, a melhor definição está na música “Cidadão da mata”, do grupo “Baiano e os novos Caetanos” (Arnaud Rodrigues e Chico Anísio):

    “Quem morre por ultimo é o herói, e o herói, é o cabra que não teve tempo de correr…”

    O.O.

    Leandro Hamid (usuário não registrado) em 21/04/2009 às 7:55 pm

    Não se enganem amigos, a Inconfidência Mineira movimento fomentado por BURGUESES da época com o objetivo de não se sucumbirem a altos impostos cobrados pela realeza portuguesa (é uma afronta dizer que tal movimento era abolicionista) nem de longe pode ser comparado com o movimento de liberdade de uso de software e Open Source.Na minha opinião, acho que o ultimo movimento que devemos nos espelhar é a Inconfidência Mineira!!!
    W olha que sou mineiro hein???!!!rs…

    Claudiomar (usuário não registrado) em 21/04/2009 às 9:37 pm

    E levando em conta que só o mais pobre (O alferes Tiradentes) que “pagou o pato” em suaves prestações ( a perna direita a uns 200 metros da cabeça e 100m do braço, …).Vimos que, historicamente, a corda só arrebenta no lado mais pobre …

    Agora referindo ao texto, a parte que ficou, temporalmente, estranho:
    “quando Richard Stallman, descalço, entoou repetidamente em pleno FISL, a plenos pulmões e rodeado por participantes perplexos, o lema “Libertas quae sera tamen”, que hoje consta na bandeira de MG.”

    Dá a impressão de que “Libertas quae sera tamen” foi recentemente colocado na bandeira de Minas Gerais.
    Só retirar a palavra “hoje” no texto que fica legal.

    Um abraço

    Eu não tenho dúvida de que hoje o lema consta na bandeira de MG, e que na época do movimento não constava em nenhum símbolo oficial do Estado, nem do estado.

    Agora me emocionei, gente… Snif, snif…

    @Marcelo, Pedro Bial? hauaha Como as coisas são contraditórias. O cara do BBB, representante de uma das maiores formas de domínio da história (a televisão, embora também possa servir como ferramenta libertadora, confesso) falando de liberdade? É só para sair bem na fita, manja?

    Até um tempo atrás aqui no Br-Linux (na época do drupal) eu usava como assinatura uma frase de uma música da Legião Urbana que dizia “Quem pensa por si mesmo é livre. E ser livre é coisa muito séria.” que diz muito sobre minha definição de liberdade – parecida com algumas já citadas aqui.

    Liberdade se conquista, não é dada. Se conquista de quem? Dada por quem? Costumo usar um exemplo bastante “mundano”: “Eu te dou a liberdade de vir a minha casa quando quiser, usar as minhas ferramentas, pegar o meu carro quando precisar, mas se você começar a “abusar”, emprestando para os outros ou usando “de qualquer jeito” minhas ferramentas e saindo para festas e fazendo badernas com o meu carro, isso me dá total direito de acabar com sua liberdade, pois já passou do limite do termo.

    Lógico que, na “vida real”, não temos um sujeito, indivíduo que nos concede ou retira a liberdade, mas a própria vida em sociedade nos obriga a medirmos cada ação que nós executamos a fim de verificar se está dentro da liberdade que preciso ou se já virou “libertinagem”.

    Todo ser humano tem o direito de lutar pela sua liberdade, mas porque diabos criticamos o camarada que tenta fugir da prisão, penitenciária ou o que quer que seja? (não estou defendendo o cara fugir da prisão, só achei uma coisa engraçada)

    O que é a liberdade plena se sou um ente físico que está preso à várias leis impostas pela natureza?

    Dentro do contexto do software livre, gosto das idéias do Stallman, embora elas estejam voltada mais para a liberdade do usuário, fazendo com que muitas vezes a liberdade do desenvolvedor fique um pouco deslocada. Mas no caso da GPL o desenvolvedor tem a liberdade de tirar algum proveito do código fonte de um programa com esta licença, mas tem como dever o de possibilitar que outra pessoa tenha o mesmo direito. Neste caso não vejo o dever de manter o código em GPL como algo contra sua liberdade, já que é o “mal” necessário para que a liberdade não se torne a tal da libertinagem. E… ops, mas não tenho nada contra nenhuma licença BSD-like :-) Tomemos como várias maneiras de “ser livre”.

    Tóin (usuário não registrado) em 22/04/2009 às 12:10 am

    A tradução correta do lema é “LIBERTE QUE SERÁS TAMBÉM”. Significa que, como o Augusto disse, a liberdade de verdade é individual. Quando você vê com os olhos da liberdade, está livre, mas ficará na quimera enquanto sua liberdade for “tornar os outros ‘livres’”. Em ditado:

    “Uma sociedade muda quando os indivíduos que nela vivem mudam. E não o contrário.”

    E, para quem possa se interessar, “O BANQUEIRO ANARQUISTA”, pequena obra de Fernando Pessoa, também disponível na internet.

    Alguns estão precisando reconhecer outros pontos de vista, mais otimistas, reais e cômicos

    @Marcelo, Pedro Bial? hauaha Como as coisas são contraditórias. O cara do BBB, representante de uma das maiores formas de domínio da história (a televisão, embora também possa servir como ferramenta libertadora, confesso) falando de liberdade? É só para sair bem na fita, manja?

    @tenchi

    O que te faz pensar que pode dizer essas coisas do Pedro Bial ou da TV Globo? Em muitas das suas frases o Pedro Bial me parece mais lucido do que o Stallman, por exemplo.
    “É só para sair bem na fita, manja?” Voce tem certeza disso?
    Se fosse outra pessoa ele estaria “compartilhando conhecimento”, mas como é o Pedro Bial da Globo, entao é só pra sair bem na fita?

    Usar linux, SL em geral nao me faz rei da liberdade, e nem trabalhar na globo me transforma num devorador de mentes.

    Esse pensamento, para mim, é preconceituoso.

    Abs!

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