Internet também funciona a favor da repressão no Irã
Enviado por Fábio Prudente (fprudenteΘgmail·com):
“Nas últimas semanas, os cidadãos iranianos têm usado diversas tecnologias de comunicação para organizar mobilizações e protestos, e para transmitir ao mundo informações sobre os confrontos que sucederam a “reeleição” de Ahmadinejad. Muitos apontam essa mobilização iraniana como um exemplo de como as modernas tecnologias de comunicação podem ser usadas para dar maior liberdade de expressão aos indivíduos, e para combater regimes opressores.
Há, entretanto, um outro lado nessa história. Comunicações eletrônicas podem ser monitoradas, rastreadas e censuradas por um regime opressor que disponha de meios para tal. Dessa forma, mobilizações eletrônicas podem ser mais vulneráveis que os métodos de mobilização usados no passado.
Leia a matéria completa aqui.” [referência: fprudente.blogspot.com]
• Publicado por Augusto Campos em
2009-06-29
1 – Anos 80: EUA apoiam e armam Bin Laden contra invasor, URSS; hoje, Bin laden é o inimigo no. 1 dos EUA
2 – Anos 80: EUA apoiam e armam Saddan Hussein contra o opressor, Irã; hoje temos um Iraque invadido pelos ex-amigos arrependidos, sem contar que Saddam já foi enforcado
Quer dizer: muito cuidado ao embarcar nessa canoa de apoiar o candidato derrotado no Irã, mesmo porque seu passado não é nada edificante (é dos responsáveis pelo atentado aos judeus em Buenos Aires há alguns anos, entre outras barbaridades); mesmo porque, segundo a BBC, a mídia ocidental errou ao divulgar pesquisas feitas apenas nos bairros de classe média de Teerã, onde o Armadinejad ganhava por muito pouco; segundo ela, pesquisas não divulgadas (porque não interessava?) abrangendo o país todo dava ao atual presidente até um pouco mais do que ele obteve (62% dos votos).
Portanto, vamos fazer como diz aquele música do The Who: “we won’t get fooled again”, o que, evidentemente, não significa apoiar a repressão contra os (manipulados?) protestantes. São duas coisas diferentes.
A questão vai muito além da eleição do Ahmadinejad, no Irã.
Todos nós estamos usando tecnologias de comunicação sem refletir sobre o preço que se paga, em perda de privacidade, por exemplo.
Ao usar celulares, emails, redes sociais, cartões de crédito, não nos damos conta de que estamos disponibilizando informações sobre nossa localização, hábitos de consumo, redes de contatos, etc. Muitos nem sabem que podem estar sendo rastreados dentro de shopping centers.
Por enquanto, o único incômodo que sentimos são as insistentes ligações de telemarketing, onde a telefonista sabe tudo sobre você, e você não faz a menor ideia de como ela obteve tais informações.
Nada disso nos preocupa, porque vivemos em paz, em uma democracia, onde as autoridades “garantem a nossa proteção”. Sentimo-nos mais livres com o uso dessas tecnologias, e sempre achamos que a tecnologia, em si, favorece a liberdade.
A realidade, entretanto, pode ser diferente.