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Revista Veja dedica 2 páginas aos laptops educacionais que o Brasil quer comprar

“A vida real – com impostos, seguros e logística de transporte, o preço real dos laptops educacionais no Brasil chega a pelo menos 350 dólares. Tal valor torna inviável o projeto educacional idealizado por Negroponte. Dos 350 dólares, 27,2 dólares se referem a impostos, e 32,48 dólares à exigência de garantia de 3 anos.” Esta frase, em destaque na matéria, resume para mim o posicionamento da Veja sobre a situação atual do processo de compra dos laptops educacionais pelo MEC. A opinião sobre a inviabilidade (a este preço) é atribuída a uma pesquisadora da USP, entusiasta do OLPC e participante dos testes do laptop no Brasil.

Mas a matéria não fala apenas sobre a compra no Brasil. Ela inclui uma menção à origem do projeto do OLPC, quando adotava ainda o lema “laptop de 100 dólares”, aos custos atuais (US$ 188 na porta da fábrica), e a alguns obstáculos que o projeto enfrentou: a inexistência da demanda nos volumes esperados pelos proponentes do projeto (em 2005, divulgou-se que seria de 5 a 10 milhões de laptops XO no início de 207 – até o momento já foram vendidos ou comprometidos 500.000), a divisão de mercado com projetos concorrentes, e o posicionamento de alguns governos, como o da Nigéria, que questionam a vantagem de se adotar laptops, quando as crianças não têm onde sentar para estudar. A esta última objeção, Nicholas Negroponte responde que a precariedade só acentua a necessidade do uso dos laptops.

São obstáculos que o OLPC reconhece que não são pequenos, mas espera superar: em uma resposta à revista, o consórcio afirmou que não considera seu projeto ameaçado.

Sobre o processo de aquisição pelo MEC, e o pregão vencido pelo Positivo com o laptop Classmate, da Intel, a Veja também divulgou a informação de que os técnicos do governo se assustaram com o preço (o vencedor do pregão cobrou US$ 350 unitários), explicado em parte pelos impostos, e em uma parte maior pelas exigências extras do MEC, como a forma do suporte técnico e a garantia de 3 anos, prestados no local.

Ainda segundo a Veja, mesmo sem os custos adicionais, os notebooks não seriam vendidos no Brasil por menos de US$ 240. Torço para que consigam avançar, e que a educação do Brasil se beneficie de todo este esforço.

Saiba mais (veja.com.br).


• Publicado por Augusto Campos em 2008-02-05

Comentários dos leitores

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    ===========================
    == E-MAIL ENVIADO À VEJA ==
    ===========================

    Senhores,

    Chega a ser ridículo o Brasil querer comprar 150.000 “laptops” para ser utilizado em escolas públicas sem que as crianças saibam o básico, que é ler e escrever corretamente!

    Qual será a finalidade desses laptops?

    Quem irá desenvolver os materias didáticos digitais?

    Quem irá reestruturar a rede elétrica das salas de aula para suportarem 40 laptops ligados simultâneamente, além de dispor as 40 tomadas, pois esses laptops NÃO suportam operar por bateria durante um período interio de aula?

    Quem irá treinar os professores para utilizar esses laptops?

    Quem irá ser capaz de utilizar esse “laptop” com tela de 7″, que mal dá para ver 5 palavras em uma única linha?

    Quem irá ser capaz de ficar digitando em um teclado miniatura sem ter uma L.E.R.?

    Quem irá contratar profissionais para ensinar os alunos a usarem o tal “laptop” milagroso?

    Alguém precisa avisar os nossos governantes que o Brasil precisa “começar pelo início”. Primeiro as crianças precisam aprender a LER, ESCREVER, e principalmente SABER o que estão lendo e escrevendo.

    O segundo passo é ensinar as crianças a encontrar a Raiz Quadrada do número 4.

    Depois disso devemos pensar em adquirir “laptops”, pois do contrário, serão gastos MILHÕES em equipamentos que terão apenas 2 finalidades: Usar o MSN e o ORKUT.

    Att,
    Renato S. Yamane
    Cachoeirinha – RS

    Boa resposta, concordo com tudo o que foi escrito acima. Precisamos dos laptops sim, mas temos coisas a fazer antes de termos esses laptops.

    sem@email.org (usuário não registrado) em 5/02/2008 às 5:07 pm

    Caramba, se com o laptop uma criança que nem sabia ler e escrever e que estava condenada a varrer a rua onde o Sr. Renato S. Yamane mora (se tiver sorte) se tornou capaz de usar o MSN e o ORKUT entao o laptop vai ter sido um sucesso!

    Como eh que era mesmo a letra da musica?

    …Brasil, mostra a sua cara…

    Vocês deveriam saber que não devemos dar credibilidade alguma à matérias publicadas por revistas como Veja…

    È…, é claro que por trás de tudo isso está a Microsoft e seus parceiros. Eles não querem perder esse mercado d jeito nenhum, então fazem de tudo para detonar esse projeto. Contando com a inestimável ajuda dos “inocentes úteis” de sempre, eles vão aos poucos demonstrando como tudo isso é irreal e que no fim das contas as (poucas) crianças que conseguirem aproveitar alguma coisa conhecerão somente um sistema operacional que não custa nada (portanto não presta), que não tem dono (portanto não tem controle), que não inventa nada, apenas copia (portanto viola patentes), etc…

    Aí, não mais que de repente, uma dessas parceiras aparece dizendo que, numa tremenda demonstração de patriotismo e preocupação com nossa sagrada educação, se associou com a M$ e, depois de incontáveis estudos, conseguiram montar uma máquina rodando Windows XP Starter Edition + Firefox + OpenOffice, por $200,00. O governo, levando bordoada de todo lado e já de saco cheio dessa história, compra uns 400.000 desses mic(r)os e pronto: acaba toda a controvérsia, a imprensa só vai falar bem (“viu? nós avisamos…agora sim, eles resolveram nos ouvir e trilhar o caminho certo”) e todo mundo fica prá lá de feliz.

    ceti, embora a expectativa de preço de US$ 100 me pareça irreal, eu tenho certeza de que ela não foi criada pela Microsoft. E também acho que US$ 350 é muito caro pra um equipamento com essa finalidade, espero que essa situação seja contornável. Especialmente, acredito que US$ 110 de overhead em um produto que custa US$ 240 é demais, e torço para que isso possa ser bastante reduzido, por ambos os lados.

    Mas antes de enxergar aí uma conspiração da Microsoft, eu tenho a expectativa de que o pregão seja revisto para pedir serviços que custem menos, ou pelo menos que custem o que o MEC planeja pagar, e o projeto, seja qual for, possa prosseguir. E que assim fique demonstrado que ele é viável no Brasil, e que causa efeitos positivos sobre os alunos expostos a ele, mesmo fora do ambiente controlado das turmas testadas até agora.

    Barna Nabex (usuário não registrado) em 5/02/2008 às 6:25 pm

    Só uma ligeira correção: deveria ser “as raízes quadradas do número 4″ e não “a raiz quadrada do número 4″ pois o tamanho do conjunto das raízes quadradas de quatro, por coincidência igual ao módulo delas, é maior que um.

    Quanto à duração da bateria a do XO (laptop.org) é de 3 a 5 horas. Outras perguntas estão respondidas no mesmo site.

    Barna Nabex,

    Quando um fabricante diz que a duração da bateria é de 3 a 5 horas, leia-se:

    - Na prática é de 3 horas, mas em laboratório chega-se a 5 horas, com o sistema em “idle”.

    Att,
    Renato

    bebeto-maya (usuário não registrado) em 5/02/2008 às 7:24 pm

    A resposta do Sr. Yamane é um oxímoro. Explico. Trata-se de uma figura de línguagem onde o paradoxo do imposssível acontece, “O amor é fogo que arde sem se ver”…

    É uma resposta péssima, sem dúvida, pois testes ergonômicos foram feitos, a exaustão no tal laptop, e a interface foi adaptada…Pergunto: Quantas polegadas tem o visor do seu celular?

    Quanto ao fato de não saberem ler os usuários do laptop, por favor, não nos ridicularize, e não deboche de nossa inteligência: O objetivo do projeto é exatamente ajudar as crianças a aprenderem a ler e a calcular…

    O desfecho é o cúmulo: O laptop será usado por crianças que não sabem ler nem escrever para acessarem MSN e Orkut e ler e escrever bobagens e amenidades (?)…Oxímoro. Como é absolutamente sem nexo, certamente essa cartinha será publicada.

    Ok, se o preço final é 350, tirando os impostos e suporte isso vai para 290,32 dólares. A Veja afirma que sem os adicionais, o preço mínimo é 240 (contando lucro e tudo mais. né?).

    Faltam 50,32 dólares nessa conta.

    bebeto-maya,
    eu UTILIZEI o tal laptop da OLPC no FISL durante 20min e posso lhe garantir que ele é extremamente desconfortável e a sua tela é pequena demais para ser utilizado por um longo período de tempo.
    http://my.opera.com/yamane/homes/blog/fisl_olpc2.jpg

    ALém disso, o touchpad deixa o punho sem apoio e isso leva a um sério desconforto.

    Quanto ao meu celular, ele possui uma tela de 2,4″ e eu não fico escrevendo nenhuma redação ou lendo e-books nele.

    Se eu tivesse que usar o meu celular para fazer isso, com toda certeza me sentiria extremamente desconfortável.

    Quanto a sua citação do Orkut/MSN, caso o senhor não tenha entendido, eu fui irônico no meu texto enviado à Veja. Tentando dizer que não haverá o que fazer com um laptop sem material, funcionários qualificados e infra-estrutura.

    Att,
    Renato

    Clésio Luiz (usuário não registrado) em 5/02/2008 às 7:58 pm

    yamane, seu primeiro post mostra como é a visão distorcida que muitas pessoas tem deste projeto, do que é capaz o aparelho e mesmo de como pode ser a utilização dele numa sala de aula.

    - Qual será a finalidade desses laptops?

    Deixa eu ver… Ensinar as crianças como programar em assembly?

    - Quem irá desenvolver os materias didáticos digitais?

    Humm… que tal o pessoal que já faz isso no governo, como o MEC?

    - Quem irá reestruturar a rede elétrica das salas de aula para suportarem 40 laptops ligados simultâneamente, além de dispor as 40 tomadas, pois esses laptops NÃO suportam operar por bateria durante um período interio de aula?

    Você acha mesmo que as crianças passarão 5 horas com o aparelho ligado fazendo atividades nele? Você já passou pela escola alguma vez? Sabia que o XO é capaz de gerar energia extra girando uma simples manivela?

    -Quem irá ser capaz de ficar digitando em um teclado miniatura sem ter uma L.E.R.?

    Já reparou que as mãos de uma criança são menores que as de um adulto, portanto compatíveis com o tamanho do teclado? Por acaso uma criança precisa ficar digitando por horas? Ela escreve por horas? Onde é a escola que isso ocorre? Você tem alguma idéia das atividades que ocorrem numa sala de aula?

    - Quem irá treinar os professores para utilizar esses laptops?

    Quem ensinou eles a lecionar? Será que todo professor é auto-didata? Que tal as Universidades Federais?

    - Quem irá contratar profissionais para ensinar os alunos a usarem o tal “laptop” milagroso?

    Deixa eu ver… os seus professores? Você acha que a interface dele é igual ao Windows ou Gnome ou KDE? Você alguma vez na vida já viu um XO funcionando?

    - Alguém precisa avisar os nossos governantes que o Brasil precisa “começar pelo início”. Primeiro as crianças precisam aprender a LER, ESCREVER, e principalmente SABER o que estão lendo e escrevendo.

    Eu passei 12 anos da minha vida em escolas públicas, e te digo que quem não aprendeu a ler e escrever foi quem não queria aprender. Isso vale para crianças estudando em escolas particulares também: “papai pagou, passou”. Chega dessa estória de denegrir a escola pública como sendo um lugar de semi-analfabetos de vagabundos desordeiros. Para você que não sabe, boa parte dos alunos de qualquer Universidade estudou em escolas públicas. Maus alunos existem em qualquer escola, pública ou privada.

    - O segundo passo é ensinar as crianças a encontrar a Raiz Quadrada do número 4.

    Essa eu sei responder, é 3, certo?

    - Depois disso devemos pensar em adquirir “laptops”, pois do contrário, serão gastos MILHÕES em equipamentos que terão apenas 2 finalidades: Usar o MSN e o ORKUT.

    Noooosssa, de repente quem não sabia ler, escrever nem usar um laptop agora usa MSN e Orkut! Realmente o governo precisa desesperadamente desses aparelhos, eles são milagrosos!!

    Incrível como a sociedade brasileira não quer ver o Brasil melhorando…

    Bruno, certamente faltam, mas não dá mesmo de chegar a um dos valores somando os outros. Só foram mencionados no texto os valores estimados de alguns dos custos adicionais (suporte, impostos), e não de todos.

    Yamane, salvo engano de minha parte, as suas necessidades ergonômicas individuais tendem a ser bem diferentes das do público-alvo desta iniciativa, e este público-alvo foi estudado usando o produto por períodos de tempo maiores que o seu. Neste ponto eu estaria disposto a imaginar que as crianças do ensino fundamental terão uma experiência ergonômica melhor do que a que tiveste nos teus 20 minutos de teste.

    Clésio,
    deixando de lado os seus ataques baratos, que não levam a lugar algum, respondo:

    - Poderia citar, por favor, qual seria a finalidade desse laptop e COMO e com QUAIS recursos essa finalidade será alcançada?

    - O MEC, para sua informação, não desenvolve NENHUM material para as escolas.
    Ele apenas pré-seleciona e indica para as escolas, que por sua vez compram usando, por exemplo, recursos do FUNDEB.
    Até o presente momento, eu não vi nenhum material digital destinado às escolas e nem ouvi falar que algum orgão público será responsável pelo desenvolvimento dele.

    - Usar o laptop girando uma manivela realmente é algo prático. Poderíamos vincular a aula de educação física com a aula de matemática.

    Poderemos sugerir que esse laptop seja utilizado por duplas. Um aluno gira a manivela e o outro digita um parágrafo.

    Supondo que uma escola possua 500 laptops… Onde eles seriam ligados? No nariz do porco?
    A verba para infra-estrutura elétrica precisa vir de algum lugar… Até agora eu não ouvi ninguém falar sobre isso. E lembre-se que para 150.000 laptops são necessárias 150.000 tomadas.

    - Quanto ao teclado pequeno, eu USEI o laptop da OLPC no FISL durante 20min, meus maior dedo mede 8cm e eu possuo somente 1,65m (tem muita criança aí de 13anos com mais do que isso). O teclado/touchpad é desconfortável.

    - É muito interessante a sua idéia de mandar todos os professores para as Univ. Federais para serem treinados para usar o tal “laptop”. São Paulo possui quantas universidades federais mesmo?
    Quem pagaria o material/transporte/hospedagem de TODOS os professores de ensino fundamental para essas universidades federais? Viu como não é tão simples quanto parece?

    - Quanto a citação do Orkut/MSN, entenda que isso é uma ironia… Tentei dizer que de NADA adianta comprar esses laptops SEM ter material, pessoal qualificado e infra-estrutura para utiliza-lo. Só restará usar o tal laptop para acessar o Orkut/MSN.

    - Adoraria ver o Brasil melhorando, mas o tal “laptop” não servirá para NADA se não houver material digital, funcionários qualificados e infra estrutura para utiliza-lo.

    O “laptop” sozinho não fará milagres.

    Att,
    Renato

    Sergio J Dias (usuário não registrado) em 5/02/2008 às 9:56 pm

    Concordo plenamente com o André Machado. Não devemos dar qualquer crédito a Revista Veja. Esta revista não produz jornalismo de qualidade há muito tempo.

    Brasil+500 (usuário não registrado) em 5/02/2008 às 10:05 pm

    Façamos assim, como já esperamos 500 anos, vamos esperar mais 500, afinal deve ser este o tempo que o Brasil vai levar para ensinar as crianças a ler e escrever, até lá vamos ficar reclamando dos governantes (atuais e anteriores, conforme suas tendencias politicas partidárias) e até vamos levantar teorias conspiratórias, afinal a culpa é sempre de terceiros e não nossa.

    bebeto-maya (usuário não registrado) em 5/02/2008 às 10:56 pm

    Bom, ao meu ver, o único problema do laptop é o preço…Inclusos os impostos, o que denota má vontade por parte das entidades públicas e privadas…Ou seja todo mundo quer lucrar com algo que deveria ser filantrópico por natureza…O que eu acho? Acho a mobilidade do laptop perfeita…Mas se não for possível, LTSP, terminais magros, para reaproveitar computadores que iriam para o lixo e pontos de acesso com multiterminais…Isso ainda é muito pouco explorado nesse país.

    Enquanto isso Lixo Tecnológico intóxica gente miserável na índia, com chumbo e outros petardos tóxicos.Lixo que nós geramos, toda vez que jogamos fora um monitor de CRT semi-novo, porque a moda é o LCD. Lixo que geramos quando jogamos um computador inteiro na vala, pra fazer valer a lei estúpida do Bill Gates e seu Vista, ou ainda do Jobs e seu Leopard, que tornou obsoletos computadores como Macs G4.

    Porque não reciclamos nosso lixo tecnológico, já que não podemos nos dá ao luxo de fornecer gadgets educacionais para crianças em situação de risco?…Muito embora eu prefira o notebook.

    Barna Nabex (usuário não registrado) em 5/02/2008 às 11:53 pm

    De acordo com matéria publicada pelo IDGNow em dezembro http://idgnow.uol.com.br/computacao_pessoal/2007/12/07/idgnoticia.2007-12-07.4591069116/, alguns dias antes do pregão, o valor que o governo esperava gastar por laptop seria US$ 200 ou US$ 30M no total, ou seja pouco mais da metade da melhor oferta conseguida ao final do pregão.

    Tem uma apresentação, do Prof. Simão Pedro Marinho, sobre o Projeto UCA em http://www.authorstream.com/player.swf?u=http://www.authorstream.com/&p=marinhos-34165-projeto-UCA-laptop-computador-educa-o-escola-classmate-XO-mobilis-smedpbh-071221ol-Education-ppt-powerpoint.xml

    O IDGNow tem um galeria de imagens sobre o Classmate em http://idgnow.uol.com.br/galerias/classmatepc2. Dá para sanar bem algumas dúvidas sobre a questão da ergonomia, por exemplo. A distância entre as teclas no Classmate é 16 mm enquanto que em note comum é de 19 mm.

    Resposta a bebeto-maya: a “sacada” do LTSP é genial. O lixão, digo, terra, agradeceria penhoradamente. Mas, depois que o PIG (Partido da Imprensa Golpista, direito autoral atribuído a Paulo Hemrique Amorim) soube do UCA, só interessa (ao PIG) o laptop; respondendo também (e corroborando idem) ao pessoal que releva, que destaca o problema do profissional do grupo MAG, penso que, mesmo sendo uma questão hiper-relevante (por formação acadêmica, sou pedagogo, devo conhecer um pouco do problema), temos que começar. Esta discussão está no pé que está porque o Governo comprou a briga sobre o UCA. É um começo. O Governo trouxe para o primeiro plano a questão da educação – sentido latu. Isto é mérito! Cabe a todos os brasileiros encontrar o melhor modo de implementar as mudanças que surtirão efeito – quiçá – daqui a duas, três décadas. Parabéns pela lembrança do Projeto LTSP, bebeto-maya.

    Clesio Luis (usuário não registrado) em 6/02/2008 às 12:47 am

    yamane

    Deu pra notar que sua visão negativa do projeto se deve a um, assim digamos, preconceito com o mesmo. Mesmo que as outras pessoas dêem explicações extensas disso e daquilo do laptop infantil você simplesmente as rejeitará, como rejeitou as que eu dei, que obviamente não foram explanadas de forma muito amigável.

    Então, eu vou tocar nos pontos que você citou de uma forma não agressiva, para que talvês você abra a sua mente e aceite que o OLPC é um projeto viável.

    - Eu não sou professor do ensino primário, então não posso te dizer com exatidão como um notebook vai ser utilizado nas salas de aula. Sua pergunta será melhor respondida se você procurar informações sobre o OLPC na internet, escritas por quem está envolvido diretamente com ele;

    - Com relação ao desenvolvimento de software, o que eu posso dizer é que o Brasil participou do desenvolvimento dele, pelo menos na parte de software. Então existem pessoas aqui no Brasil que desenvolveram e desenvolvem pra ele. O governo federal tem orgãos capazes de fazê-lo. Qual, você pode me perguntar. Eu não sei exatamente qual, mas universidades podem prover isso, não vejo impossibilidades para isso;

    - Com relação a energia, o XO foi pensado para funcionar em lugares onde não existe energia elétrica, dái você pode ter uma idéia do que eu quero dizer sobre a questão da instalação elétrica não ser um problema. A manivela não precisa ser girada enquanto o XO está em funcionamento. Você pode dar uma olhada por aí para ver quantos giros são necessários pra carregar a bateria dele. E não são muitos. Mais uma vêz eu quero te lembrar que esse aparelho não precisa ficar ligado 5 horas direto, sua utilização numa sala de aula não será por tanto tempo assim. Lembre que as atividades dentro de uma sala de aula não se restringem em ficar escrevendo ou lendo textos. Procure conversar com professores primários para que eles te descrevam como é o decorrer de um dia de aula;

    - Lembre-se que você (pela altura pelo menos) não é mais uma criança em idade do primário. Crianças de 6 a 10 anos são bem menores que você. E como o augusto citou, o XO foi feito após extensas pesquisas em cima do seu público alvo. Só porque um adulto como você achou desconfortável não significa que uma criança achará. Afinal, ficar 2 horas numa cadeira que elas usam não é nada confortável para um adulto, não concorda?

    - Quanto ao ensino de professores, não necessáriamente precisa ser feito em Universidades Federais. Qualquer estado possui centros de capacitação de professores, ou qualquer coisa do tipo, afinal, professores vem de algum lugar. Existem várias instituições públicas em qualquer estado que pode prover o treinamento necessário para os professores;

    - Existe aqui no Brasil todas as condições necessárias para se implantar um projeto como o OLPC. Muitas vezes o que acontece é que a gente vê uma escola nos confins do Brasil onde uma professora semi-analfabeta dá aulas para crianças, e acaba achando que é assim no país todo, isso está longe de ser verdade. Claro que cituações extremas acontecem, mas não são a regra. Eu conheço a cituação aqui no meu estado, a Paraíba, e não vejo o porque de não termos a possibilidade de implantar o projeto do OLPC aqui. E se nós, um dos estados mais pobres da federação podemos, porque um estado como São Paulo ou o Rio de Janeiro não podem?

    -Eu sugiro fortemente que você dê uma pesquisada no projeto do XO, procurando conhecer mais a fundo as suas características e daí fazer uma reflexão sobre o assunto, para depois ter uma opinião formada em bases sólidas. Pelo que eu vi de seus comentários, você ficou com uma má impressão do aparelho depois de experimentá-lo e acabou achando que “aquilo” não tem serventia para as crianças brasileiras. Dê uma pesquisada no assunto que eu garanto que você vai mudar de opinião.

    lalala (usuário não registrado) em 6/02/2008 às 3:19 am

    Quem não tem argumento critica a Veja.

    Sempre assim.

    O XO foi uma boa idéia, não funcionou mas fomentou várias outras iniciativas pelo mercado como o Eee.

    não acho que a melhora do ensino público passe pela compra de notebooks para todas as salas. mais vale ter um bom laboratótio com bons desktops do que um montao de XO´s.
    que gastem essa verba com treinamento e remuneração dos professores. Ou com manutenção e expansão das escolas eu é melhor.

    Tive uma experiência muito boa recentemente com informática aplicada ao ensino. Ocurso de inglês que eu fiz a muitos anos colocou um super “quadro negro digital” (não sei qual o nome do equipamento), o professor passou a poder ilustrar muito melhor a aula e isso teve um custo (alto, mas) muito inferior a dar um notebook para cada aluno.

    Hugo Branquinho de Carvalho (usuário não registrado) em 6/02/2008 às 9:26 am

    A minha idéia sobre esse projeto está mudando, antes eu era a favor dele, mas estou vendo que tem muitas outras coisas a serem analisadas primeiro. Para começar o valor que é um absurdo.

    Hum… Temos – há tempos – então um dilema: os laptops são mesmo necessários? Será que a única maneira de levar educação digital às escolas públicas é dando um computador para cada aluno?
    Acredito que cada aluno ter um computador não seja a solução real. Como foi dito acima, a maioria dos docentes não tem treinamento suficiente para utilizar um computadores em sala de aula. E é muito provável que as crianças não se interessem tanto em ter um treinamento para utilizarem o computador como algo útil e produtivo, visto que o ensino público não incentiva a pessoa a estudar, mas só “a passar de ano”. Assim se o laptop for adotado será nada mais que um caderno high-tech. As crianças continuarão a arrancar folhas para fazer bolinhas de papel e jogar no outro (só não me perguntem como fazer isso com “papel digital” ;-)).
    Não querendo ser pessimista, mas é provável que boa parte dos laptops sejam “desviados”, roubados, desmontados, dentre outras coisas, simplesmente pelo fato de as pessoas – eu, provavelmente você e a maioria das crianças – ainda não vêem o que é público como sendo de todos. Pelo contrário, vêem como sendo “do governo”, não tendo o respeito necessário por estes bens.
    Aí vem gente dizer que defeq… falei besteira, pois nos testes que fizeram com o XO em escolas públicas não mostraram nenhum dos comportamentos citados acima, mas vejam que foram testes, e não usos reais, e provavelmente em escolas “comportadas”, diferentes da maioria das brasileiras.
    Para demonstrar a falta de visão do ‘público’, vejam mesmo os livros que são devolvidos pelas crianças nos finais de ano, para serem utilizados por outras. Se as crianças são capazes de fazer aquilo com livros, o que farão com os computadores?
    É falta de confiança nas nossas crianças? Sim, de certa maneira, mas maior desconfiança na educação que, não somente na escola, damos à elas.

    Qual é a minha visão do ideal uso de computadores na escola? Vou dizer com o uso de exemplos.
    Quando eu era pequeno, queria ser astrônomo. Quem nunca quis? Olhar as estrelas, as belezas do cosmo. Ou astronauta? quem também nunca quis?
    Mas não há incentivo para as crianças cultivarem estes sonhos – não que eu seja um não-astrônomo frustrado ;-). O que eles usam para ensinar astronomia? Livros? Livros são chatos. São antigos, são estáticos. Não são capazes de mostrar com perfeição a beleza do universo.
    Aí pergunto aos presentes: Quem aqui já utilizou dois maravilhosos, chamados Celestia e Stellarium? Minha nossa, mesmo depois de ‘grande’, eu fiquei maravilhado quando vi tais ferramentas. Imaginem se os professores utilizassem estes softwares em vez de livros para ensinarem ciências? Imaginem uma sala com SOMENTE UM computador – equipado com uma boa placa-de-vídeo, é claro – projetando as animações num telão? As crianças ficariam maravilhadas e não faltariam à aula nunca. Isto sim seria um incentivo para estudarem.
    Imaginem aprender química em animações que simulem a interação entre átomos e moléculas nas reações químicas de forma totalmente interativa e animada, ao invés de livros?

    Lembrando que isso não se aplica somente às duas matérias citadas acima, pois temos excelentes softwares – livres – para as mais diversas disciplinas.

    E, para isso não é necessário um computador especial para cada aluno. Basta um por sala, mas desde que seja bem-equipado – não um K6-500 com Windows 98 – e que os professores sejam treinados para os utilizarem.

    Posteriormente, quando “a poeira baixar”, diminuírem os casos de repetência – oh não, no Brasil não se reprova! – melhorarem o ensino com professores mais motivados, não ganhando um salário mínimo, com escolas mais seguras, onde um aluno não precise espancar a própria professora, nem vender drogas para os “coleguinhas” e depois assassinar d ois deles (…) aí quem sabe possamos pensar em colocar um computador em cada carteira.

    Ou seja: independente se a veja faz ou não bom jornalismo, seja ou não inviável o preço por cada computador, o projeto fracassaria, por fatores já apontados acima e que todos já estão cansados de ouvir.

    PS: Acredito que boa parte deste sentimento que temos do público como sendo algo “do governo”, e não nosso, seja conseqüência da visão que temos do governo como mandante do povo, quando a essência desta instituição é ser a representante do povo. Vemos o governo como “um bando de políticos ladrões”, e não respeitamos nada que “venha deles”. Uma pena.

    Frederico (usuário não registrado) em 6/02/2008 às 2:15 pm

    Prezados colegas,

    Acompanho a discussão do projeto UCA com muito interesse porque sou professor da rede pública municipal de Belo Horizonte e trabalho também com o uso de software livre nas nossas escolas. Pra quem não sabe TODAS as escolas municipais de Belo Horizonte utilizam GNU/Linux tanto nos laboratórios de informática quanto na parte administrativa e um projeto como o UCA serviria como um complemento ideal para nossas atividades. Assim gostaria de discutir algumas falas, na minha opinião, equivocadas e esclarecer outros pontos. Peço perdão pela extensão da mensagem.

    O primeiro equívoco é considerar o XO um “laptop pequeno”. O objetivo dele é outro e quem já usou o Sugar, seu sistema operacional, vai entender o que estou falando. A idéia é que ele funcione como um “caderno digital”, uma ferramenta de exploração e interatividade. Laptops tem outro objetivo, que é o de serem ferramentas de produção. Além disso, muitos adultos o acham chato ou pouco funcional. E isso tem uma explicação bem simples: ele NÃO foi feito para ser usados por adultos. Seu foco são as crianças. Já tive a oportunidade de conversar com algumas que fizeram parte de projetos pilotos e elas ADORAM o XO. NENHUMA delas questionou o teclado ou o touchpad. É muito complicado um adulto analisar ergonomia de um equipamento feito para crianças. Isso porque, mesmo que seja um adulto pequeno, suas proporções corporais são diferentes das de uma criança.

    Em segundo lugar, parem de achar que educação é algo linear e progressivo, onde uma coisa tem que ser aprendida para depois se aprender outra. NÃO é assim que a coisa funciona. O aprendizado ocorre em paralelo. Obviamente que a compreensão de determinados conceitos depende de outros aprendidos previamente, mas nas séries iniciais o processo é muito mais dinâmico. Além disso é um argumento no mínimo ingênio defender que as crianças precisam aprender a ler antes de usar computadores. Por que elas não podem aprender a ler USANDO computadores? Existem vários softwares livres de cunho educacional, voltado para crianças, que podem colaborar com esse processo de aprendizagem. Temos, por exemplo, o GCompris, só para citar um exemplo.

    Em terceiro lugar, a escola pública não é uma sucursal do inferno, onde tudo é roubado e destruído, como a imprensa adora mostrar. Se os livros estão destruídos ao final do ano (e isso não é uma regra), isso se deve à relação que os alunos estabelecem com o material e à postura do professor diante disso. Em minhas aulas, por exemplo, eu sempre trabalhei esse cuidado e a responsabilidade dos alunos com seu material. Além disso, só porque eles tratam os livros dessa maneira, não quer dizer que irão fazer o mesmo com computadores.

    Por fim, como já foi dito por várias pessoas, o objetivo não é ficar com o computador em uso durante todo o período de aulas. Primeiro porque uma aula em que o aluno fique digitando textos o tempo todo é insana (tão insana quanto aquelas em que o professor insiste em encher o quadro de coisas para serem copiadas). Como eu disse antes, a idéia é que esse equipamento seja um “caderno digital” a ser usado somente quando necessário. E para isso, não precisa ter um “material didático digital” disponível. Esse inclusive é um dos erros que as pessoas tendem a cometer quando discutem informática educativa. Uma planilha eletrônica pode ser muito mais “didática” do que vários “softwares educacionais” disponíveis por aí, desde que bem utilizada. Nessa linha, o ideal é que as aulas esjam espaços de interação, onde esse material vai ser construído coletivamente. Portanto, temos que tirar o foco da máquina. Ela é somente um instrumento e deve ser vista como tal. E como instrumento, ela deve ser manipulada, experimentada. Por isso não funcionaria a idéia de um computador projetando na parede. Afinal se for algo só pra ser visto, não precisamos de computador. Podemos gravar tudo em um DVD ou fita de vídeo-cassete e projetar para os alunos. É o mesmo efeito. Acreditem, eu já tentei usar um computador para mostrar coisas para uma turma de 35 alunos. Não foi uma experiência muito agradável… ;-)

    Portanto, amigos, antes de criticarmos a educação e as medidas tomadas para melhorá-la, é bom nos inteiramos do que REALMENTE acontece em nossas escolas. Existem equívocos nas políticas educacionais dos governos? Com certeza. Os professores são mau-remunerados? São sim. Mas temos que fazer lutas paralelas para resolver os nossos problemas e não esperar resolver um de cada vez na seqüência. Infelizmente vários dos argumentos que eu usei aqui se aplicam ao XO e não ao Classmate, que foi o vencedor. Eu não o considero uma escolha adequada justamente porque, ele sim, é um “laptop pequeno”. Mas ainda assim seu uso tem seus méritos. Bom, paro por aqui… Mais uma vez peço desculpas pelo tamanho da mensagem e agradeço a quem leu até o final… :-)

    Sergio J Dias (usuário não registrado) em 7/02/2008 às 8:53 am

    Os momentos de catarse e a mídia

    por Luís Nassif

    Estilo neocon, política e negócios

    O maior fenômeno de anti-jornalismo dos últimos anos foi o que ocorreu com a revista Veja. Gradativamente, o maior semanário brasileiro foi se transformando em um pasquim sem compromisso com o jornalismo, recorrendo a ataques desqualificadores contra quem atravessasse seu caminho, envolvendo-se em guerras comerciais e aceitando que suas páginas e sites abrigassem matérias e colunas do mais puro esgoto jornalístico.

    Para entender o que se passou com a revista nesse período, é necessário juntar um conjunto de peças.

    O primeiro, são as mudanças estruturais que a mídia vem atravessando em todo mundo.

    O segundo, a maneira como esses processos se refletiram na crise política brasileira e nas grandes disputas empresariais, a partir do advento dos banqueiros de negócio que sobem à cena política e econômica na última década..

    A terceira, as características específicas da revista Veja, e as mudanças pelas quais passou nos últimos anos.

    O estilo neocon

    De um lado, há fenômenos gerais, que modificaram profundamente a imprensa mundial nos últimos anos. A linguagem ofensiva, herança dos “neocons” americanos foi adotada por parte da imprensa brasileira, como se fosse a última moda.

    Durante todos os anos 90, Veja havia desenvolvido um estilo jornalístico onde campeavam alusões a defeitos físicos, agressões e manipulação de declarações de fonte. Quando o estilo “neocon” ganhou espaço nos EUA, não foi difícil à revista radicalizar seu próprio estilo.

    Um segundo fenômeno desse período foi a identificação de uma profunda antipatia da chamada classe média mídiatica em relação ao governo Lula, fruto dos escândalos do “mensalão”, do deslumbramento inicial dos petistas que ascenderam ao poder, agravado por um forte preconceito de classe. Esse sentimento combinava com a catarse proporcionada pelo estilo “neocon”. Outros colunistas utilizaram com talento – como Arnaldo Jabor -, nenhum com a fúria grosseira com que Veja enveredou pelos novos caminhos jornalísticos.

    O jornalismo e os negócios

    Outro fenômeno recorrente – esse ainda nos anos 90 — foi o da terceirização das denúncias e o uso de notas como ferramenta para disputas empresariais e jurídicas.

    A marketinização da notícia, a falta de estrutura e de talento para a reportagem tornaram muitos jornalistas meros receptadores de dossiês preparados por lobistas.

    Ao longo de toda a década, esse tipo de jogo criou uma promiscuidade perigosa entre jornalistas e lobistas. Havia um círculo férreo, que afetou em muitos as revistas semanais. E um personagem que passou a cumprir, nas redações, o papel sujo antes desempenhado pelos repórteres policiais: os chamados repórteres de dossiês.

    Consistia no seguinte:

    O lobista procurava o repórter com um dossiê que interessava para seus negócios.

    O jornalista levava a matéria à direção, e, com a repercussão da denúncia, ganhava status profissional.

    Com esse status ele ganhava liberdade para novas denúncias. E aí passava a entrar no mundo de interesses do lobista.

    O caso mais exemplar ocorreu na própria Veja, com o lobista APS (Alexandre Paes Santos).

    Durante muito tempo abasteceu a revista com escândalos. Tempos depois, a Policia Federal deu uma batida em seu escritório e apreendeu uma agenda com telefones de muitos políticos. Resultou em uma capa escandalosa na própria Veja em 24 de janeiro de 2001 (clique aqui) em que se acusavam desde assessores do Ministro da Saúde José Serra de tentar achacar o presidente da Novartis, até o banqueiro Daniel Dantas e o empresário Nelson Tanure de atuarem através do lobista.

    Na edição seguinte, todos os envolvidos na capa enviaram cartas negando os episódios mencionados. As cartas foram publicadas sem que fossem contestadas.

    O que a matéria deixou de relatar é que, na agenda do lobista, aparecia o nome de uma editora da revista – a mesma que publicara as maiores denúncias fornecidas por ele. A informação acabou vazando através do Correio Braziliense, em matéria dos repórteres Ugo Brafa e Ricardo Leopoldo.

    A editora foi demitida no dia 9 de novembro, mas só após o escândalo ter se tornado público.

    Antes disso, em 27 de junho de 2001(clique aqui) Veja produziu uma capa com a transcrição de grampos envolvendo Nelson Tanure. Um dos “grampeados” era o jornalista Ricardo Boechat. O grampo chegou à revista através de lobistas e custou o emprego de Boechat, apesar do grampo não ter revelado nenhuma irregularidade de sua parte.

    Graças ao escândalo, o editor responsável pela matéria ganhou prestígio profissional na editora e foi nomeado diretor da revista Exame. Tempos depois foi afastado, após a Abril ter descoberto que a revista passou a ser utilizada para notas que não seguiam critérios estritamente jornalísticos.

    Um dos boxes da matéria falava sobre as relações entre jornalismo e judiciário.

    O box refletia, com exatidão, as relações que, anos depois, juntariam Dantas e a revista, sob nova direção: notas plantadas servindo como ferramenta para guerras empresariais, policiais e disputas jurídicas.

    Mat3us (usuário não registrado) em 7/02/2008 às 1:41 pm

    Sinceramente, não dou muito crédito a quem aponta o eventual problema mas não propõe solução.
    O Brasil está cheio disso desde abril de 1500. Todo mundo diz que tá errado e não propõe nada. Admiro principalmente a INICIATIVA, a tentativa de melhorar a vida da maioria da população. Alguns dizem que a máquina é péssima, que o S.O é ruim, mas o que eles indicam? Notebooks com processador de quatro cores com 2gb de ram, hd de 160gb, wimax, internet via satélite dedicada de 2mb por aluno além de um gabinete à prova d’água e choques? Sinceramente, não levo fé em quem apenas procura problema…O Brasil já tem o seu PT e o seu PSDB que tanto falam e não fazem nada ou muito pouco.
    Toda caminhada, por maior que seja, começa com o primeiro passo.
    Quanto ao preço, infelizmente isso é Brasil, onde um dono de posto de gasolina lucra R$ 0,45 por litro de gasolina, que faz cartel, grila terra…O mesmo que utiliza o fator imposto como justificativa pra tudo…
    Ou acham que a Positivo tá pensando em alguma coisa além do lucro?
    Eles desenvolvem e revendem softwares educacionais, por que não migrar alguns para a plataforma dos laptops educacionais?
    Enquanto a falta de educação de uma nação der lucro, ninguém mudará nada.

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