Perdas e pedras no caminho do OOXML
“A aprovação do formato OOXML da Microsoft como padrão ISO para arquivos de escritório permanece sob suspeita. Agora já são quatro os órgãos nacionais que emitiram notas de protesto contra o processo transcorrido para votação da questão.
Os representantes da África do Sul, Brasil, Índia e Dinamarca emitiram notas oficiais contra a padronização do OOXML, e o comitê dinamarquês escreveu uma nota de protesto. Por esses motivos, mesmo tendo sido aprovado pelo órgão internacional sob o nome ISO/IEC 29500, o OOXML não desfrutará das vantagens decorrentes desse fato. O objeto de questionamento, em todos os casos, gira em torno do processo de avaliação na chamada Fast Track.
O primeiro órgão a questionar o procedimento foi o SABS, da África do Sul, no dia 23 de maio, reclamando especificamente das apressadas reuniões dos membros do órgão nas quais não se alcançou qualquer consenso. Na ausência de consenso, alteraram-se as regras da votação.
Em seguida, vieram os protestos do Brasil e da Índia. A Dinamarca também emitiu uma carta de protesto, assinada pelo presidente do OSL, órgão dedicado ao Código Aberto no país, e endereçada ao vice-presidente da ISO, que ocupa também uma cadeira no órgão de padronização dinamarquês.
O prazo para protestos oficiais terminou na última quinta-feira, e na sexta um porta-voz da ISO confirmou a primeira ocorrência de protestos desse tipo na história do órgão. Agora, a ISO e a IEC têm um mês para tentar novamente chegar a um acordo com os comitês nacionais — entenda-se, fazê-los retirar seus protestos. Se isso falhar, os países que questionaram o processo terão três meses para elaborar uma nova recomendação.
Os protestos formais colocaram a ISO sob pressão e seu processo de padronização sob questionamento. Muitos países relataram influências de lobbies, e a própria Dinamarca sofreu um exemplo de voto contra as recomendações dos técnicos especialistas. Antes mesmo que as reclamações oficiais fossem lançadas, a Microsoft já havia anunciado que ofereceria suporte ao formato ODF — aprovado pela ISO em 2006 — em seu pacote Office.”
Enviado por Pablo Hess (phessΘlinuxmagazine·com·br) – referência (linuxmagazine.com.br).
A Venezuela também se manifestou.
Olha, eu não vejo problemas em a MS ter seu próprio padrão ISO, desde que o mesmo seja aberto e não contenha erros.
O que eu sou contra é a aprovação de um formato que faça referência a vários recursos proprietários presentes no Office 2007.
Além do mais, ter mais de um formato padronizado vai contra a própria idéia de padronização. Agora que já tem um formato aprovado, adota-se o mesmo e pronto.
O problema e se as demais empresa também quiserem ter formato como padrão ISO. Vai virar uma festa!
Depois desse barulho todo acho que o que fica é a ‘preguiça’ dos desenvolvedores em adotarem mais de um padrão ISO. O ODF é um padrão ISO há um bom tempo e nem mesmo o OpenOffice possui suporte completo a ele, o que é de certa forma uma vergonha. Para se fazer o teste basta criar uma planilha no kcalc com opções de formatação de layout e depois tentar abri-la no OpenOffice Calc.
A Microsoft tem vários e obscuros problemas e a tentativa de ter um padrão ‘aberto’ é um fato positivo, afinal, durante ‘séculos’ vi desenovlvedores se descabelarem para descobrir uma forma de se implementar a compatibilidade com os formatos do Microsoft Office, e agora que isso está muito próximo ficam resmundando pra todo lado alegando que nem mesmo a MS tem o OOXML ISO implementado. Esquecem que isso é devido às modificações impostas durante o processo de aprovação o que o tornou evidentemente não totalmente compatível com a atual ‘anterior’ implementação desses formatos no MS Office.
Mas são esperadas compatibliade completa nas novas versões do Office ( ou SP) e inclusive compatibildiade com o ODF… aí quero ver gente quebrando os dentes de raiva!
até eu vou criar agora a minha norma internacional.Se a M$ pode, pq eu não? é só ter grana para comprar todos os membros
corruptosdos comitês.Deixa padronizar.
O problema com o OOXML, não é este ser um padrão ISO ou não, mas sim o modo como este se tornou um padrão, passando por cima de muitas questões, e além do mais, ele ser proprietário ou não, não o inválida para se tornar um padrão ISO. Tanto que as questões levantadas pelos comites visa exatamente o modo como foi aprovado, mas não se ele deveria ou não ser aprovado.
O orgão nacional da Dinamarca não wmitiu nota alguma, quem fez foi uma organização pró-negócios open source do país, que participou do processo na Dinamarca.
Pela primeira vez na história uma aprovação de padrão ISO foi questionada, e moral da ISO foi fortemente abalada. Eles devem estar se arrependendo de ter aprovado o OOXML.
Sobre a guerra de padrões, acho que é uma decorrência natural da guerra do Software Livre x Comercial, e embora o OOXML seja um padrão “livre”, ele não tem chances, pois todo desenvolvedor opensource irá recusá-lo, e sabemos que num futuro breve o software comercial será completamente extinto. (E nos computadores ao meu alcance já foi).
Eu não quero ofender usuários do Microsoft Office, mas todas as pessoas espertas que eu conheço utilizam OpenOffice ou Google Docs.