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Em manifesto, criador do JeguePanel critica situação do software livre no Brasil

Anahuac de Paula Gil, o criador do Jegue Panel, publicou em seu site o manifesto “FOSS nacional tem jeito?”, em que expõe sua visão sobre o desenvolvimento de software livre no Brasil, comenta sobre a mudança na sua dedicação ao JeguePanel, e faz outras considerações.

Ele mandou o aviso para cá, e se você quiser entender, recomendo que leia o texto dele na íntegra, mas no interesse da divulgação, selecionei alguns trechos do texto dele, que reproduzo abaixo para que você possa ter a idéia geral antes de ler o texto inteiro.

A leitura é interessante como estudo de caso. Talvez seja bom para calibrar as expectativas (sobre o nível de demanda, ou de apoio que será recebido) para outros desenvolvedores que estejam pensando agora em fazer o que o Anahuac tentou a partir de 2006 – o índice de sucesso comercial deste tipo de iniciativa está longe de ser grande, e é bom considerar isso na hora de fazer o plano de negócio.

Mas de modo geral, embora eu reconheça – na parte objetiva da descrição – a situação de tantos outros projetos individuais por aí, o que o Anahuac expõe não corresponde à minha visão, e eu incluiria mais aspectos e variáveis se fosse analisar a trajetória comercial de uma iniciativa pessoal de software livre para configuração de e-mail e Samba.

Sobre os demais pontos abordados eu comentaria lá no artigo original, mas não achei como fazê-lo, então faço aqui mesmo. Em particular, eu gostaria de destacar 2 pontos:

1) que não são poucos os brasileiros que ganham a vida com software livre, dando sua contribuição efetiva à coletividade do software livre – muitos deles desenvolvendo código. Mas creio que poucos deles adotem o modelo de negócios que o Anahuac tentou – nisso eu concordo com ele, este modelo em particular é difícil de fazer funcionar. Em especial, não creio que faça sentido pintar com menos brilho os desenvolvedores que atuam em projetos livres de maior porte ou de cunho internacional.

2) que não compartilho da expectativa de que empresas, entidades ou o que convencionalmente se define como “o mercado” façam pelo software livre mais do que os termos de licenciamento e os contratos envolvidos exigirem. Atitudes altruístas ou guiadas por interesses convergentes existem, mas não são a regra – e quando se trata de planejar o ciclo de vida de um produto comercial, mesmo que seja baseado em software livre, é melhor se basear nesta premissa. Discordo especialmente da caracterização dada ao Google, que se em vários casos não vai além do que a sua obrigação exige, em outros (como as contribuições de código livre ao MySQL, ou os eventos de incentivo ao desenvolvimento de projetos externos, como o Summer of Code) oferece e fomenta muito mais linhas de código livre do que se imaginaria lendo o manifesto.

No mais, desejo sucesso ao Anahuac em sua busca. No interesse da transparência, informo que o JeguePanel foi anunciante do BR-Linux até 5 de janeiro, e a partir daí o banner foi mantido ativo por mim dentro da minha cota de incentivo a iniciativas nacionais ou comunitárias.

Veja abaixo o apanhado, ou leia a íntegra no site do JeguePanel. Os trechos estão na ordem em que se encontram no texto original, mas não mantive a formatação. Os subtítulos são meus.

Os trechos abaixo são do manifesto “FOSS nacional tem jeito?”, de autoria de Anahuac de Paula Gil.

Em defesa da liberdade de software:

Seja pelos seus critérios éticos e morais, seja pela sua forma pouco ortodoxa de desenvolvimento ou ainda pela primazia nos resultados, o Software Livre, a cada dia, angaria mais e mais seguidores e até mesmo fanáticos.

Sobre seu envolvimento com o software livre:

Já em 2000, entusiasmado pela filosofia iniciei meu próprio projeto Software Livre, erroneamente batizado de MyConfigurator 2000 que tinha por objetivo facilitar a configurações de serviços básicos no então cru ambiente do Gnu/Linux. Já em 2002 decidi criar algum tipo de software que me permitisse controlar servidores com total mobilidade. Assim nasceu o LESP-CEL, um programa que permite controlar computadores com Gnu/Linux conectados na Internet, através de um simples aparelho celular. Já em junho de 2004 nasceu o JeguePanel (http://www.jeguepanel.net) uma interface de administração de servidores de e-mail e Samba. Todos os projetos foram devidamente licenciados pela GPL – General Public Licence e sempre acessíveis ao mundo, visando atender aos princípios filosóficos do Software Livre, ou seja, doar à humanidade o meu pouco conhecimento e minhas poucas idéias.

Concomitantemente também me dei ao trabalho de realizar dezenas de palestras filosóficas sobre a viabilidade econômica e a necessidade moral e ética do Software Livre, culminando com uma palestra intitulada “Complexo de Formiga” onde se discutia exatamente a apatia do terceiro mundo no aceite das regras comerciais, educacionais, culturais e tecnológicas impostos pelos países do primeiro mundo.

A tentativa de profissionalização:

Tanto que em novembro de 2006 decidi tentar provar que o Software Livre poderia, além de sua filosofia, ser uma boa forma de renda. Decidi encarar o mercado e buscar formas de viabilizar o projeto de maior visibilidade – o JeguePanel – para que se torna-se sustentável. Os custos iniciais são os de sempre: servidor para hospedagem da página do projeto, conexão à internet, telefone e muitas horas de dedicação exclusiva ao seu desenvolvimento e aprimoramento.

A ausência de contribuições ao JeguePanel:

Com bastante esforço e dedicação alcançamos alguns clientes importantes, especialmente Universidades no Brasil e no exterior. Provedores de Internet, fábricas e órgãos do governo também aderiram ao uso do JeguePanel. Infelizmente a grande maioria não colabora de nenhuma forma, ou seja, não nos enviam relatórios de erros, não realizam contribuições de código, não colaboram com a documentação, não contratam nossos serviços e sequer são capazes de colaborar fazendo doações em dinheiro para o sustento do projeto. Na verdade não somos nem informados de que eles estão usando o JeguePanel.

Sabemos que a licença não obriga nenhuma das empresas que usam o JeguePanel a nos informar o que quer que seja, nem a colaborar ativamente de nenhuma forma. Entretanto entendo que sem nenhuma colaboração o princípio de funcionamento, ou seja, a força motriz do Software Livre não existe.

A comunidade brasileira de software livre

A comunidade brasileira de Software Livre é inepta quando se trata de desenvolvimento de Software Livre. Na verdade quando se trata de qualquer trabalho voluntário que esteja diretamente relacionado com o software em si. Com raríssimas exceções, a maioria esmagadora dos que realmente atuam em pró do Software Livre no Brasil estão focados na organização de eventos. (…)

Como disse antes há exceções. Estes brasileiros de destaque no cenário mundial do Software Livre e que realmente se dedicam ao desenvolvimento de software, sofrem de outro mal: “o querer aparecer no mundo”. A grande maioria deles se preocupa, e talvez com razão, em escolher projetos internacionais e/ou já solidificados no mercado. É uma excelente forma de utilizar nosso brilhantismo tupiniquim para “fazer seu nome” lá fora e ser reconhecido mundialmente. Nesse ponto está claro que projetos nacionais, mesmo que sejam muito bons não tem o mesmo atrativo. A consequência direta é que os projetos nacionais, não somente o JeguePanel, mas muitos outros, simplesmente não recebem ajuda dos poucos desenvolvedores disponível no Brasil.

Banco do Brasil e Google

Faz algumas semanas o Banco do Brasil tornou pública uma iniciativa chamada http://www.tecnologiasabertas.com.br que tem por objetivo fornecer ambientes de teste e homologação para desenvolvedores de Software Livre. São mais de 60 servidores, com alto poder computacional, que podem ser utilizados para ajudar a comunidade de Software Livre, entretanto eles pecam mais uma vez: pessoas físicas não podem participar. Contraditório, uma vez que a “comunidade” é formada, em sua imensa maioria, por pessoas físicas e não de empresas e ONG’s, ou seja, que tipo de ajuda é essa que não ajuda a quem deveria ajudar? Qualquer semelhança com a ONU não é mera coincidência.

Outro caso gritante é o da Google. Sim, a gigante dos sistema de buscas é uma das maiores utilizadoras de Software Livre do mundo. Mantém praticamente tudo sobre plataforma GPL, e não devolve nada para a humanidade. Aproveitando-se de uma brecha legal, que diz que as modificações feitas em softwares licenciados sob GPL somente tem que ser entregues se o software for distribuído, eles não mostram nenhuma das melhorias que andam fazendo. Afinal de contas eles não distribuem software, nós os usamos nos servidores deles. Legalmente impecável. Moral e eticamente reprovável.

A conclusão do Anahuac

Projetos de Software Livre, no Brasil, sem apadrinhamento financeiro estão fadados à falência. Infelizmente o JeguePanel está a ponto de não ser mais mantido por falta de ajuda comunitária, voluntária, de mercado e especialmente financeira. A partir deste momento estou procurando emprego regular para poder sustentar o JeguePanel como “hobby” até o dia em que o projeto consiga pagar as contas de casa. Afinal de contas trata-se de Software Livre e não de software+desenvolvimento+correção de bugs+personalização+documentação gratuitos.

Acredito plenamente na filosofia do Software Livre, mas depois de toda a experiência adquirida não vejo como projetos pessoais baseados nela conseguirão se manter e crescer. Especialmente com o comportamento de “Gerson” que ainda persiste em nosso país.

Apesar de ser constrangedor, este também é um pedido de emprego. Definitivamente não consigo mais sustentar a situação e o projeto nas condições atuais. Portanto se você sabe de alguma empresa precisando dos serviços de um experiente administrador de redes, por favor me avise.


• Publicado por Augusto Campos em 2008-01-24

Comentários dos leitores

Os comentários são responsabilidade de seus autores, e não são analisados ou aprovados pelo BR-Linux. Leia os Termos de uso do BR-Linux.

    Acho que a melhor chance de ganhar dinheiro como desenvolvedor (atualmente) é comercializar (serviços, contratos de desenvolvimento dedicados, etc) em cima de algum software que tenha conseguido atenção no exterior (digo, algum software que você desenvolveu mesmo e publicou em inglês para o mundo todo ver, ou em algum projeto que você contribua como desenvolvedor principal).

    O brasileiro já não paga por nada que seja software mesmo, faz parte da cultura, então não dá pra esperar que mude de posicionamento de uma hora pra outra, sendo que a muitos ainda nem entendem o que significa Software Livre.

    Infelizmente concordo com o Anahuac plenamente.

    Falar que ajuda todo mundo diz, mas ajudar mesmo……..

    Enquanto esse povo filosofa, eu relembro o que o Aurélio falou há um tempo atrás:

    “Muito antes da onda recente de politização do Software Livre, inclusão digital, liberdade tecnológica, ONGs digitais, certificação em Linux, representantes oficiais, porta-vozes da comunidade, paladinos, comitês, movimentos e comissões parlamentares, os desenvolvedores já estavam lá, sentados e produzindo códigos.

    Muito antes do Software Livre ser sexy e estar na moda, virar buzzword, aparecer na mídia, virar bandeira política, ganhar revistas especializadas, sites, fórums e listas de discussão, os desenvolvedores já estavam lá, sentados e produzindo códigos.

    Muito antes das intermináveis discussões de qual a melhor distro, da fragmentação de comunidades, das ofensas pessoais em canais públicos, da batalha de egos, das brigas internas de um mesmo time e da crítica gratuita, os desenvolvedores já estavam lá, sentados e produzindo códigos.

    O mundo vai continuar girando e o sol vai nascer todos os dias, assim como continuarão os ruídos, as brigas e as modas. Enquanto isso, aqueles que fazem, continuarão fazendo.”

    Flavio Machado (usuário não registrado) em 24/01/2008 às 2:03 am

    Sem querer ser chato mas, como qualquer software (livre ou não), ajuda ter um nome que diga algo sobre o software ou que seja pelo menos chamativo no bom sentido.

    Digo isso porque outro dia foi comentado sobre o JeguePanel em uma grande empresa pública (sem nomes, por enquanto) e a primeira coisa que ouvi foi: “Mas o que é isso? Quem seria louco o suficiente de dar um nome desses para um software? Depois o cara quer ter seu software reconhecido mas o nome já não ajuda”. Não posso dizer para o autor que nome ele deve dar ao seu software mas JeguePanel não é dos mais agradáveis. Eu não tenho qualquer preconceito quanto ao nome, por mim podia chamar CalangoPanel, CabritoPanel ou qualquer outra coisa que não faria diferença mas vai colocar isso no papel numa proposta comercial a um cliente? Fica parecendo algo amador demais, fica parecendo um projeto por hobby, não algo profissional. Por mais estranho que parela, o MyConfigurator é menos estranho neste aspecto aos ouvidos de quem não entende nada (ou seja, os chefes e clientes).

    Espero que o autor não tome minhas palavras como crítica pessoal mas como contribuição a um futuro brilhante para o seu software. Mas espero que ele entenda que marketing é muito importante também, não basta qualidade técnica.

    Ops, o comentário anterior saiu sem o registro no site. Mas fui eu.

    Qualquer pessoa que considere um programa “amador” ou “não-profissional” baseado somente no nome do mesmo, sem antes sequer saber do que se trata, está sendo, no mínimo, pouquíssimo competente.

    Qual é mesmo o nome daquela rede p2p que é uma das mais usadas no mundo? E aquele famoso programa p2p em software livre que utiliza essa rede? Qualquer semelhança é mera coincidência.

    Talvez o problema seja o nome em português.

    Os exemplos de programas cujo nome não tem nada a ver com a função e mesmo assim obtiveram sucesso são inúmeros. Pra mim o melhor reprodutor de vídeo em Linux é o Kaffeine. Se um brasileiro fizesse um programa chamado Kafeína certamente haveria quem criticasse.

    Aliás, me lembro de ver no superdownloads um programa nacional chamado Vida que foi criticado nos comentários de usuários do superdownload pelo nome.

    Eu realmente tenho que concordar com o Flávio. Sempre achei o nome um pouco infeliz. E compreendi o que o Flávio quis dizer com seu comentário: um diretor ou gerente de informática de uma empresa ficaria com um pé atrás, por mais que ele saiba o quão bom é o software, de levar o contrato para o superior dele, que não sabe nada de informática e só conhece o modelo de software proprietário.

    Dyego, os exemplos que você citou não foram dos melhores também: eMule (ou aMule) não é um software profissional para empresas; Kafeína não seria um nome ruim para um software, ainda mais um player de vídeo que também é para entretenimento. Então você, sem querer, chegou ao ponto que o Flávio queria chegar: se o JeguePanel fosse um software de entretenimento (digamos, um painel de controle de softwares multimídia), não seria estranho; seria diferente. Mas para um painel de controle para administração de redes, com o objetivo de ser contratado por grandes empresas…

    Douglas Cordeiro (usuário não registrado) em 24/01/2008 às 8:15 am

    Bom para começar, pelo que li o que Anahuac escreveu, sinto que isto é uma enorme desculpa pra não continuar desenvolvendo e ainda sair por cima.

    Quem desenvolve em software livre não pode se dar ao luxo de esperar de boca aberta a ajuda dos outros. A grande maioria dos projetos livres ficou por bastante tempo no anonimato antes de cair nas graças do publico alvo.
    Sem ofensas, mas a iniciativa do BB é valida, principalmente porque é vindo de empresas brasileiras que faram o dinheiro circular dentro do nosso pais, que faz a economia brasileira cresça.

    Outro ponto. Anahuac devia especializar em desenvolver soluções em software livre, abrindo uma empresa sua, e dai partir para a distribuição de seu programa. Infelizmente é assim que funciona, não há outra alternativa. O mercado funciona assim, e é assim que se deve trabalhar.

    Vamos esqueçer a utopia e nos focar no que realmente importa.

    Paulo Pontes (usuário não registrado) em 24/01/2008 às 9:11 am

    Pô o cara cria um produto de nicho com um nome horrível e reclama que não esta fazendo dinheiro!!!!

    Foi mal, mas não é porque é software livre que o produto tem que ser um sucesso financeiro. O cara pode entender de tecnologia, mas demonstrou uma ignorância tremenda com relação ao mercado.

    Se vc faz um produto de nicho, vc já tem que saber que o seu público vai ser menor que o de uma ferramenta de “uso genérico”. Se o público já será menor, imagine a comunidade de pessoas dispostas a doar código?

    Ainda mais, se vc quer fazer dinheiro com esta ferramenta LIVRE, vc vai ter que focar em serviço, não no produto (o produto é grátis, ora bolas).

    agora, se vc quer focar apenas no serviço de uma única ferramenta livre, vc é louco! No mínimo vc tem que ter uma carteira de produtos e serviços se vc quer viver disso. Lembre-se de que como a ferramenta é livre, e mesmo que a demanda fosse grande, outras pessoas poderiam pegar a ferramenta, compreendê-la e prestar o serviço MELHOR DO QUE VC, que divide seu tempo entre prestar o serviço e melhorar a ferramenta.

    Ganhar dinheiro com software livre é ainda mais difícil e desafiador do que com software proprietário mas não é impossível. Acho que, como em qualquer empreendimento comercial, faltou o tal “plano de negócio”.

    Mas eu concordo em parte com trecho que que brasileiro em geral não mete a mão na massa para ajudar em programação, mas acho que não é por egoísmo ou maldade mas simplesmente por falta de formação adequada. É preciso um mínimo de formação acadêmica para fazer projetos um pouco mais avançados. O Linus Torvalds não teria feito o Linux se não tivesse frequentado a Universidade de Helsinki e ter estudado Sistemas Operacionais com um material didático tão bom e prático (o livro do Tanembaum). Mesmo dentre as pessoas que trabalham com informática, uma minoria têm uma boa formação acadêmica e se encontram atualizados. Muitos deles sequer têm um computador razoável com banda larga para se dedicarem mais a projetos coordenados pela internet como são tradicionalmente os projetos de softwares livres. A deficiência no inglês da maioria das pessoas, inclusive de algumas que têm formação adequada, inibe bastante também a participação a nível internacional.

    Resumindo, o Brasil já tem uma massa crítica de pessoas para ser um bom usuário de softwares livres mas infelizmente ainda falta muito para o país ser um centro criador destes softwares. Precisamos investir muito em educação ainda.

    Olivier Hallot (usuário não registrado) em 24/01/2008 às 9:50 am

    Caro Anahuac

    Softwares, livres ou não, possuem caraterisitcas em comum que são primordiais para o sucesso do negócio. Uma delas é que qualquer software so é bom quando tem base instalada, mesmo sendo um software tecnicamente ruim. Voce fez bastante mas errou na escolha do nome e na forma de comercializar. Não tenho formula pronta, mas voce tem de garantir que sua empresa detenha algo que os demais nao possam fazer, este é seu diferencial competitivo. Além do nome não ser adequado, voce tem de ter uma estrutura de comercialização de seus serviços e pela GPL voce não precisa publicar seu código. Quando fechar um contrato voce dá o código ao cliente. A GPL não exige mais do que isso.

    Contar com a boa vontade da comunidade, voce ja viu que não funciona. A Mandriva so fatura menos de 1% de sua base instalada de Linux e sobrevive a duras penas. Assim mesmo sendo GPL, voce não precisa publicar toda a mercadoria e voce tem deter consigo parte do processo do ciclo do software. Seja uma funcionalidade crucial, seja documentação sua, seja algum outro fator que os outros não possam ou não queiram fazer. Note que voce ainda tem que enfrentar a concorrencia de outros produtos (livres ou não). Assim voce esta como qualquer outro, competindo num mercado feroz.

    Além disso, voce so tem um so produto, e quando chega num cliente e vende seu pacote, o que voce faz depois? Que outros produtos voce pode oferecer? Como voce atende a demanda de seu cliente em outras áreas? Voce tem como ter um “after-sale” para garantir um fluxo financeiro entre voce e o seu cliente?

    Voce desenvolveu uma rede de parceiros de comercialização? gente que pode abrir as portas em clientes que nunca ouviram falar de voce e de seu produto? Parceiros são um canal de vendas essencial e muitos aspectos que omito aqui por falta de espaço.

    Com certeza é duro ver que um bom produto sofre de falta de interesse do mercado. Mas esta é a realidade que muitas empresas de software (livre ou não) enfrentam. A IBM perdeu muitas jóias de software por que não conseguiu comercializar adequadamente. Nao se sinta diminuido por ter maus resultados. Mas digo que sózinho, não se consegue vencer neste mercado, repito, feroz.

    Amplie sua oferta, trabalhe parceiros, promova seu produto, empacote-o com serviços únicos, que isso pode melhorar sua situação. Não se foque na qualidade ou funcionaldidade do produto pra satisfazer caprichos de um ou outro cleinte (erro comum do pessoal de viés tecnico). Eles vão pagar muito pouco pra isso. Outra coisa: seu cliente não é seu amigo. Ele é um comprador e suas obrigações são de atende-lo naquilo que ele te paga. Nada de agrados feitos por suplica dele. Tudo tem de ser medido financeiramente.

    Abraços

    Bem… depois de tudo isso… ele já colheu algum frutos desse manifesto ou apenas criticas pelo oque eu vi aqui? =D

    O JeguePanel é uma ferramenta fantastica… facilita em muito a vida de muitos admins quanto ao quesito de instalação/administração de um server (dentro do proposto que ele faz)… mas o error do anahuac foi esperar demais emcima disso, não estou dizendo que o software deve ser descontinuado… mas porque não abrir mais pra comunidade? O projeto não tem uma boa documentação, nao tem um roadmap, e a nova versão foi lançada com bugs bobos! Que no dia seguinte a liberação da versão 2.0.0 saiu a 2.0.1 e ate agora o pt_BR como idioma do Jegue nao funciona! Bem… o software apesar de tudo precisa ser mais trabalhado… assim como tudo que esta ao redor dele…

    Ate me lembrei agora… estava com um bug no jegue e procurei a lista e o anahuac pra checar… a resposta que eu tive foi q ele estava viajando e tava sem tempo pra resolver isso… como ele espera ganhar $$$ se não pode prestar suporte?! E se fosse uma empresa grande?!

    Sobre o ano de 2007… eu acho que isso é curto prazo… e ninguem ganha dinheiro com isso a curto prazo… ao meu ver… ele deveria continuar com o jegue, melhorar documentacao, aquele site, quem sabe ate mudar o nome! E depois buscar frutos em cima do que ele desenvolveu, prestacao de servicos como suporte e em primeiro lugar, arranjar um emprego que lhe de uma renda sustentavel! Talvez se ele estivesse em uma empresa de programacao… poderiam com a propria ajuda de colegar melhorar o projeto…

    Espero que o jegue nao acabe pois gosto e acompanho o projeto, mas o criador esta um pouco fora de rumo quanto ao que espera ganhar com isso!

    Ricardo (usuário não registrado) em 24/01/2008 às 10:00 am

    Alvo errado!!!
    Engraçado, o Anahuac fez um plano de negócios errado e culpa o software livre/comunidade por seus maus momentos.
    De resto acho que se ele disponibilizou seu código e alguém achou útil (eu não utilizo), ele deveria ficar satisfeito pois atingiu seu objetivo que foi disseminar conhecimento. Retorno financeiro são poucos os que conseguem.

    Anahuac (usuário não registrado) em 24/01/2008 às 10:58 am

    O objetivo das minhas críticas parece ter alcançado mais repercussão do que eu imaginava. De qualquer forma fico feliz em saber que algumas pessoas se importam.
    Quero aproveitar este espaço para esclarecer algumas dúvidas que surgiram e para rebater alguns comentários completamente descabidos.
    Vamos lá:

    1) Alguém comentou que o JeguePanel deveria focar o mercado internacional, que ele deveria estar em inglês. Pois assim é: ele está em inglês e o site está totalmente traduzido. Ainda falta traduzir boa parte da documentação, mas estamos fazendo isso.

    2) O nome do programa. Caramba! Isso tem sido discutido à exaustão por diversas vezes em diversos momentos. Acho que deixo o comentário do Dyego Souza acima responder a essa questão.
    Apenas para compelementar: os nossos clientes (http://www.jeguepanel.net/index.php?option=com_content&task=view&id=36&Itemid=54) não se queixaram do nome.

    3) Minhas criticas não são uma desculpa para não continuar desenvolvendo. Em nenhum momento eu disse que pararia com o desenvolvimento. Apenas não acho legal continuar dedicando 100% do meu tempo produtivo ao JeguePanel sem ter nenhum tipo de retorno, seja financeiro, seja de colaboração.

    4) Qual o melhor modelo de negocio para o Software Livre? Será que não entregar tudo, mantendo uma parte “crítica” sob meu controle é a melhor saída? Isso é algo ético a se fazer?
    Não fornecer a documentação? Focar em serviço?

    Eu não sou tão ingênuo a ponto de ter começado esta empreitada sem ter um modelo de negocio que achasse funcional.
    Parti do princípio de que desenvolvimento de software é prestação de serviços e não venda de produto. Por isso liberei todo o código e toda a documentação e foquei meus esforços na melhoria contínua e constante dos dois.
    Para viabilizar o trabalho de venda dos serviços de implementação do JeguePanel criei uma rede de de parceiros espalhados pelo Brasil e Uruguay (http://www.jeguepanel.net/index.php?option=com_content&task=category&sectionid=2&id=32&Itemid=60) que fazem o trabalho de “venda” do serviço aos clientes em potencial e eu presto suporte a estes parceiros. Dificilmente lido diretamente com os clientes. Funciona muito bem com alguns parceiros e simplesmente não funciona com outros.
    Significa, resumindo, que o volume negocial e a falta de colaboração não permitem encontrar o equilíbrio necessário.

    5) Mas porque não abrir mais pra comunidade?
    Este foi, talvez, o mais absurdo dos comentários. Está TUDO aberto e disponível: documentação, código, listas de discussão, Trac, SVN, ou seja, TUDO!

    6) “Se ele disponibilizou seu código e alguém achou útil (eu não utilizo), ele deveria ficar satisfeito pois atingiu seu objetivo que foi disseminar conhecimento.” Mas meu disseminar conhecimento não é meu único objetivo!
    Poder viver com dignidade também o é! Infelizmente, em nossa sociedade capitalista as contas de casa tem que ser pagas. E, mais infelizmente ainda, a pura disseminação do conhecimento não tem sido capaz de pagar as minhas.

    Gostaria de agradecer a todos pelas sugestões e pelo alto nível dos comentários.
    No mais espero por mais comentários! Afinal de contas esse “feedback” é fundamental para que o JeguePanel posso evoluir sempre.

    Paulo Pontes (usuário não registrado) em 24/01/2008 às 11:30 am

    alguém realmente consegue imaginar um gerente de vendas encontrar o CIO de uma Vale do rio doce ou de um banco e falar “estamos interessados em vender um JEGUEpanel em conjunto com a consultoria necessária” sem provocar risadas?

    O nome é horrível, não dá para levar a sério. impede a penetração em ambientes mais “corporates”. parece besteira mas é verídico. O nome é o início da marca, que em algumas empreses é o mais valioso ativo.

    Branding é algo sério. É cool dizer que não liga para estas coisas se vc é adolescente e vive as custas dos pais. Mas assim como vc veste um terno e gravata antes de ir a uma reunião importante, poque o pijama com que vc dormiu não será adequado para o ambiente, um nome sério para o produto é mais adequado para vender para empresas grandes.

    Sonolento (usuário não registrado) em 24/01/2008 às 11:42 am

    Quanto ao comentário do Manoel.. quanto ao Linus Desenvolver o Linux por ter estudado em Helsinki … Isso não é necessário. É questão de inquietação pessoal, vontade de fazer algo, e claro, pitada de sorte :)

    Temos excelentes universidades, o Livro do Tanenbaum é uma referência no Brasil.

    Concordo com a maioria dos comentários… O nome é ridículo e realmente assustaria quem não entende muito. E convenhamos… queima o filme dizer para o chefe ou clientes “Eu uso o JeguePanel”.

    O Comentário do Paulo Pontes foi em cheio… O sujeito cria algo de nicho e ainda reclama ? Adicione a isso que criticou quem cria projetos em inglês, não focados somente para o Brasil. Não notou que ter feito isso para o projeto dele, aumentaria em muito a chance de cooperação.

    Enfim, lamentável demonstração de imaturidade. Não soube nem apredner com os próprios erros.

    Troll @nonimo (usuário não registrado) em 24/01/2008 às 12:11 pm

    Parabéns senhor Anahuac, conseguiu o que queria, chamar atenção. Porque não pintas o ânus de vermelhor e encaixa uma melancia na cabeça e sái poraí gritando “JeguePanel, JeguePanel…”.

    Anahuac (usuário não registrado) em 24/01/2008 às 12:39 pm

    Eu realmente entendo as reações ao nome do projeto. Entendo do ponto de vista sociológico. Infelizmente no Brasil ainda vivemos a “Casa-Grande e Sensala”.

    Existem softwares livres com nomes cheios duplos sentidos, hacks e conotações políticas.

    Vejamos alguns exemplos de softwares que são expoentes no mundo:

    1) GNU – Hora bolas, será que alguém poderia me dizer qual é a grande diferença entre um “boi-cavalo” africano que só é visto em especiais onde eles viram comida de jacaré? É claro que o nome é um hack, como é sempre explicado pelo Richard Stallman. Além do mais ele remete a idéia de manada, ou seja, de que o coletivo faz a força.
    Mas apesar de ser um nome que remete a uma “vaca”, milhares de empresas grandes no mundo e até governos inteiros entenderam a mensagem por detrás do GNU;

    2) Apache – O nome pode não parecer grande coisa no Brasil, afinal de contas não temos essa de índios por aqui. Mas lembrem-se que o projeto Apache tem origem nos Estados Unidos da América, onde há um sentimento xenofóbico para com os ínidios em geral, além da vergonha histórica pela matança sistemática dos índios norte-americanos pelas cavalarias. Acreditem que foi um verdadeiro genocídio.
    Assim o nome Apache nunca foi “bem visto” pelo mercado corporativo norte-americano. Mas ainda assim cresceu. E esse crescimento se deve à colaboração da comunidade.

    3) Samba – Originalmente chamado de SMB foi forçado a mudar de nome. Os caras encontraram então uma bela saída: bastou acrescentar a vogal A em dois lugares e conseguiram o nome de “uma pitoresca música com ascendência africana que é tocada no “Brazil” ”.
    Quem me convence que “vender ao corporativo” um produto chamado Samba é melhor, ou mais fácil do que um software chamado JeguePanel?

    4) Mambo – Mais um caso. Um dos CMS’s mais usados no mundo tem o nome da pitoresca dança do Caribe. Dança essa que durante décadas era (mudou?) sinônimo de “balada”, farra, bebida e mulheres semi-nuas rebolando!
    Isso sim é um nome que atende aos ansejos do mercado corporativo?

    Acho que por agora é suficiente. Porfavor tratem de se concentrar no que é importante no texto. Consigo perceber algumas centelhas de raiva e desprezo por parte de alguns, mas temos que ser adultos e maduros o suficiente para levar esta discussão a diante.

    Continuem comentando!

    mas porque não abrir mais pra comunidade?

    Bem anahuac… talvez eu tenha me expressado mal… mas oque eu quis dizer… você também procurou algum apoio? Diversos users colaboraram com correcao de bugs no jegue… apos isso.. houve contato com o mesmo?

    Estou falando do desperta de interesses…eu poderia te ajudar… te cedo um server pra por o site, link, documentacao, testes…

    Como ja falei ate outras vezes… quando sai o o jegue 2.0.5? =D
    Acho q apenas comentar aqui e falar oq pensamos nao vai ajudar muito… o ideal seria q alem de criticar… tivessemos planos de acao para que coisas assim nao chegassem a acontecer… de qualquer forma… isso aqui ta bem polemico! eheheheh

    Com relação ao nome Apache eu acho que você está equivocado. Apache é o nome de diversos produtos de renome lá, como por exemplo o AH-64 Apache, principal helicóptero de ataque do exército americano; Chevrolet Apache, pickup dos anos 50/60; Apache Corporation, uma empresa de gás e óleo do Texas; Piper PA-23 Apache/Aztec, pequeno avião bimotor.

    E sim, existe uma certa resistência a nomes nativos do Brasil para se batizar produtos. Veja por exemplo os automóveis. A Gurgel foi a empresa que mais usou nomes nacionais para batizar seus produtos. E onde ela foi parar? Nos anos 80 surgiram diversos peruas com nome de praia, como Parati, Ipanema e Marajó. Dessas, só a Parati sobreviveu e ainda assim amarga o segundo lugar para uma perua chamada Weekend, nome inglês. A Saveiro, está atrás no mercado, cujo principal concorrente tem um nome italiano: Strada.

    Se você tivesse colocado um nome nacional, mas que não invocasse algo pejorativo, certamente ele poderia ser mais aceito. Aqui no nordeste, ser chamado de jegue não é um elogio…

    Anauhac,

    Meu comentário (e de alguns outros) quanto ao nome não diz respeito ao que nós, utilizadores, administradores de sistema, simpatizantes do SL ou mesmo quem está acostumado a nomes não tão usuais para os softwares, mas a gerentes, chefes, clientes e imprensa que não entendem tão bem o assunto.

    Seus exemplos não são muito felizes. Explico: GNU – fora o Stallman, ninguém chama o Linux de GNU/Linux, por mais que ele insista (se tiver dúvidas, olhe logo abaixo nesta página e veja se o Augusto usa BR-GNU/Linux ou mesmo só GNU/Linux em algum lugar); Apache não começou com este nome, o nome vem de “A Patchy Server”, algo como “um servidor remendado” pois eram patches em cima do servidor da NCSA, o primeiro que saiu – com o tempo ficou sendo chamado de Apache (e só aí ganhou a pena de índio como símbolo), até para tirar o aspecto de “patchy” que ele tinha, pois passou a ter vida própria; SAMBA realmente mudou de nome por causa do protocolo SMB – a MS reclamou – mas é um nome bem mais conhecido no mundo e bem mais agradável aos ouvidos que JEGUE (ou calango ou cabrito ou anta ou quase qualquer nome de animal) e, ainda assim, muitos gerentes reclamam do nome pois parece que é de brincadeira, o nome não sugere tanta seriedade para nós brasileiros, mas para os gringos não tem este aspecto tão forte quanto para nós; Mambo tem o mesmo efeito do nome Samba, é conhecido e audível, sofre um pouco com algum preconceito com o nome.

    Não é uma crítica a você, é apenas uma realidade. Marketing é importante, assim como Branding. Já vi softwares maravilhosos que não decolaram até mudar de nome, sem mudar uma só palavra na descrição do produto. Eu mesmo tive um sócio que desenvolveu um programa chamado GEREL (Gerente Eletrônico). Até ele tirar a sigla (realmente ruim demais ao ouvir) ele não vendeu mais que uns 2 contratos. Depois foram mais de 20. Parece bobagem para quem faz, mas quem compra prefere assim.

    Não concordo com as críticas não-construtivas de alguns dos usuários acima, acusando você de algumas coisas que não tem nada a ver. Antes de tudo, se não gostam do seu software, que não usem. Você dedicou seu tempo, talento e dinheiro para fazer isso, disponibiliza para quem quiser usar e ainda reclamam!?!?

    Quanto ao modelo de ganho em cima do software livre que você possa usar, não sei nem dar opinião sobre o assunto, portanto não vou me meter nessa área. Espero que você obtenha sucesso e possa viver do seu trabalho.

    BBlas (usuário não registrado) em 24/01/2008 às 3:05 pm

    >>>>>>>> FECHA LOGO O CODIGO DO PROJETO!! COLOQUE UM PREÇO!! ESTE É O VALOR DO SEU ESFORCO!!! DO SEU CONHECIMENTO APLICADO! DO SEU TEMPO GASTO!! SE NINGUEM DA VALOR PRA ISSO, DÊ VC UM VALOR !!! <<<<<<<<

    É isso que merece a comunidade “sangue-suga GPL brasileira”!! Há! Q ainda se dizem “comunidade”! Em comunidade não há ofencas, há dialogos, há ajuda, vc está tendo isso???

    FECHA LOGO ISSO!!! A “COMUNIDADE” ESTA TE FAZENDO DE BOBO!! BURRO (JEGUE) DE CARGA!!

    A GPL É BONITA, É LINDA, MAS NA TEORIA!!!

    FECHA LOGO ISSO!!!

    LEMBRE-SE: COMEÇARAM A DAR VALOR NO TEU TRABALHO QUANDO VC DER VALOR!!!

    O seu projeto é muito bom! Certamente nao faltará clientes e vc passará a viver bancado pelo seu hobby! Nao precisara de um emprego para banca-lo!

    PARE DE SER BOBO E DÊ VALOR AO SEU ESFORCO!!! ISSO NAO É CRIME!! ISSO NAO É CRIME!!!!

    aaah, antes que perguntem: uso muito softs GPL e TO POUCO ME FERRANDO PARA OS DESENVOLVEDORES!! PELO MENOS NAO SOU HIPOCRITA OU MEDROSO DE ASSUMIR ISSO EM PUBLICO NO BR-Linux, lugar cheio de MASCARADOS QUE VAO PARA A fisl FAZER FARRA!!!

    Bom, eu não vou pro FISL fazer farra, e faço questão de todo mês contribuir financeiramente e de forma voluntária com algum projeto (livre ou da comunidade) que eu use, e faço isso usando os mecanismos disponibilizados pelos próprios projetos. E conheço bastante gente do Brasil que contribui para o software livre, embora nem sempre o façam colocando a mão na carteira – existem várias outras maneiras, embora nem todas elas sejam relevantes quando o foco do problema é o sustento do desenvolvedor independente de um projeto voltado a um nicho bastante pequeno.

    Conheço mais gente que faz o mesmo, e normalmente não saem contando por aí. Eu também normalmente não saio, mas já que a questão foi colocada em pauta, no mês passado contribuí financeiramente com a FSF, e este mês foi o WordPress, antes de eu descobrir que eles tinham recebido quase 30 milhões de dólares em investimentos ;-) No mês que vem será algum outro, e assim a coisa vai.

    Não acho que ofender a comunidade com generalizações e se expressar em maiúsculas faça alguma causa avançar, e nem me parece que o que o Anahuac disse que quer seja compatível com fechar o código, ou mesmo que esta medida isoladamente faria melhorar muito a situação. Mas isso só ele pode avaliar.

    Olá Anauhac,

    Acho interessante o barulho provocado, isso é bom causa mudança, discussão, tem gente acomodada que não gosta e vai querer te derrubar.

    Por outro lado você está abrindo mercado, colocando uma nova opção no circuito e mostrando conhecimento de verdade.

    Lidar com código é difícil mas não significa que lidar com negócios seja fácil, para um professor ser 100% focado na carreira também é impossível, exige muito amor e dedicação ao ensino, no Brasil professor não tem o valor que merece em dinheiro.

    Quanto ao mercado de trabalho em tecnologia está aquecido, pelo menos aqui no Sul/Sudeste, espero que você tenha as bençãos de Deus em um novo emprego.

    Obrigado.

    Gilberto Martins (usuário não registrado) em 24/01/2008 às 3:41 pm

    Considero que em partes o Anauhac não está muito correto, como o caso do Google. Mas o pior é a parte em que ele está correto. Nossa comunidade não colabora com muito pouco retorno ou nenhum, ao autor da idéia.

    Minha certificação da Conectiva e do Brainbench foram conseguidas usando como material didático o Guia Foca (http://focalinux.cipsga.org.br). Enviei sugestões e modificações ao Gleydson Mazzioli, o autor do Guia. Pedi a ele permissão para usar o manual para dar minhas aulas, no que ele concedeu. Uso até hoje como referência às minhas aulas, e peço aos meus alunos que enviem um email para o Gleydson PELO MENOS agradecendo pelo esforço envolvido. Mas não sei quantos fazem/fizeram/farão isso.

    O conceito de pirataria que está impregnado em nosso pensamento,assim como a maldita “Lei de Gérson”, nos habituou a quase todos agir deste modo inescrupuloso. Minha mãe SEMPRE me disse que eu não poderia pegar no que não é meu. No meu começo de carreira com computadores eu desobedeci minha mãe, aceitando pegar o que não era meu (roubando) e usando. Mas interessantemente, quando ainda trabalhava no Data Center de Madureira (RJ) fiz um “programinha” para o Apple Unitron de lá, o qual foi muito elogiado pelos professores, como o Carlos Seraphim, o Mendes, e outros. Dias depois, passando pela filial do Castelo (centro da cidade), vi meu “programinha” lá, e o monitor da filial disse que ele mesmo havia feito. Com certeza, passei a olhar isso de outra forma. Eu estive no lado de quem rouba, e agora, no lado do que foi lesado. Continuei a piratear software, mas sempre lembrando disso.

    O software livre é uma oportunidade de DEMOCRATIZAR o acesso à mais numerosa fonte de qualquer tipo de informação, que é a Internet, e sem que se esteja em prática ilegal. Aqui neste nosso país, banda larga é caro e para poucos, devido à disponibilidade. Computador ainda é caro, mas sua aquisição foi tremendamente facilitada pelo governo Lula. Muitos dirão que é uma porcaria técnica, com componentes ultrapassados ou com baixa capacidade. Mas é ótimo, principalmente para quem nunca teve um.

    Entretanto, ainda é muito complicado, em um país onde a maioria da nossa população tem a moral e a ética que tem, que por vezes é o mesmo que nada ter, viver daquilo. Por isso, muitos de nós desejamos sermos vistos lá fora. Lá se valoriza o indivíduo enquanto vivo, diferente daqui, que normalmente se homenageia o falecido com um nome de rua.

    Gostaria muito de saber que nossa população DEFINITIVAMENTE repensa seu comportamento suicida, não por usar este ou aquele software, mas por rever sua forma de viver.

    Em meu blog, eu extenderei este assunto em http://livresocial.blogspot.com/2008/01/situao-do-software-livre-no-brasil.html

    Anahuac (usuário não registrado) em 24/01/2008 às 3:44 pm

    Não vou tocar mais no ponto do nome do projeto. Eu entendi todos os argumentos sobre o tema. E acreditem eu entendo a importância do “marketing”, apesar de não gostar dele :-). Pode ser que essa seja uma opção desesperada no fim desta rodada de debate, mas eu realmente acredito que não é o nome que tenha causado qualquer tipo falta de colaboração ou de dificuldades negociais. Como já disse antes, os nossos clientes não tem se queixado do nome.

    Quero reafirmar que não tenho qualquer interesse em fechar nada relativo ao JeguePanel. Não vou fechar nada, por hipótese alguma. Continuo acreditando nos ideais e na filosofia do Software Livre.

    A título de transparência, quero deixar claro que o Augusto Campos foi um colaborador direto do JeguePanel, nos oferecendo um bom desconto em qualquer um dos seus planos de anúncios. Por isso nos foi possível anunciar durante os meses de novembro e dezembro de 2007 na Br-Linux. Esse agradecimento não poderia deixar passar em branco.

    Mas para mim está muito claro que as contribuições do Augusto Campos aos projetos que ele utiliza não é uma atitude padrão. Essa deveria ser a regra e não a exceção. Portanto, meus parabéns ao Augusto Campos e que a sua conduta seja exemplo para todos.

    Para os desavisados de plantão: eu sou de João Pessoa – Paraíba, sei exatamente qual é o peso do uso da palavra Jegue pejorativamente. A intenção sempre foi exaltar minha região e oferecer uma ferramenta de qualidade.

    Continuo na luta buscando formas de manter o projeto e claro de pagar as contas.

    Mais uma vez agradeço pelo alto nível dos comentários e incito a todos continuem comentando. É discutindo o tema de forma clara, educada e colaborativa que conseguiremos chegar a boas conclusões.

    Gilberto Martins (usuário não registrado) em 24/01/2008 às 3:51 pm

    Para o BBlas

    Este é o típico discurso dos que estão acostumados a ganhar tudo no grito, sem qualquer tipo de justificação, ou o que quer que seja.

    Sequer você se identifica, com site ou email. Pouco me interessa enviar algum comentário direto, pois teria dificuldade em me comunicar com você. Basta observar como você constrói suas opiniões e fica fácil compreender isto.

    Mas esta é minha impressão pela forma “interessante” que você usa para se expressar. Posso estar enganado, por isso eu não posso afirmar que você seja tão dado a peitas e bravatas e dono de tanta estupidez. Talvez esteja enganado.

    Mesmo assim, não fale do que você não pode provar. Achar e ter certeza são separadas pela sensatez, e me parece que você não a tem ou mesmo, nem sabe o que seja.

    danielmgurgel (usuário não registrado) em 24/01/2008 às 3:58 pm

    Vida longa ao jegue e boa sorte anahuac!

    Nunca nada é fácil e simples como parece, mas gostei de você investir tempo e dinheiro por um projeto que você gosta e pelo o que vi ainda gosta e pretende continuar, quem sabe você fazendo aliança com alguma empresa que tenha interesse nesse tipo de negocio, e ela tento um nicho de clientes nessa área você pode fazer esse projeto viver financeiramente…

    Rafael Goulart (usuário não registrado) em 25/01/2008 às 12:01 am

    Anahuac,

    Eu cheguei a avaliar o uso do JeguePanel na instituição de ensino onde trabalhava, inclusive estava realizando a migração dos servidores mas… acabei “sendo saído” antes disso (uma pseudo tercerização na empresa… males que vem para bem).

    Eu tenho costume de fazer pequenas contribuições aos projetos que utilizo, quando faço algum ajuste ou tradução (aliás, bom “rever” o Oliver Hallot, do Opengroupware…). No mais, também procuro publicar alguma documentação ou responder em fóruns, quando tenho oportunidades. E, quando nada tenho a acrescentar, ao menos um obrigado – e sei o quanto isto ao menos acalenta, pois volta e meia recebo um agradecimento por um pequeno curso de SQL em Firebird que publiquei em minha página pessoal.

    Mas… em relação à falta de apoio, inclusive em colaboração no desenvolvimento, isto é um dos problemas do Software Livre, e um pouco agravado pela cultura brasileira de “apropriar-se” do alheio sem nenhum retorno. E estes são os mesmos que cobram por qualquer coisa que fazem… bom… existem sanguessugas em qualquer lugar do mundo.

    Quanto à questão do “plano de negócio” lhe diria apenas o seguinte: continue tentando, senão com o JeguePanel, com outro produto, ou com uma barraquinha na praia: em negócios não acertamos em todos. Já tentei um monte de pequenas coisas, milhares de “idéias brilhantes” mas cujo modelo de negócio não se sustentava, ou continha algum detalhe de mercado que me escapou. Por exemplo, tive que admitir que sou um péssimo vendedor, apesar de me considerar uma ótima “mão-de-obra” como analista e programador; ou seja, sozinho, dificilmente “venderia” algo. Até que um grande amigo, excelente vendedor, me convidou para atacarmos um nicho de mercado, e após alguns meses tentando me dividir entre o emprego e o desenvolvimento, fui demitido e em dois meses já tínhamos algo vendável, com alguma coisas adicionais ajudando no sustento. Agora, foi preciso focar muito, deixar viagens de lado, deixar de ser bonzinho… aprender a cobrar, mesmo. Ser profissional não apenas na execução, mas na postura, no suporte, em tudo… ser grande, mesmo trabalhando dentro de casa, na garagem.

    Estou no caminho certo? Ainda não tenho certeza, mas os frutos parecem estar aparecendo. O que sei mesmo é o seguinte: dinheiro chama dinheiro, sucesso chama sucesso, interesse gera interesse… ou seja, chega a ser rídiculo, mas às vezes é mais importante saber cantar do que a qualidade do ovo que a galinha bota. Os primeiros 20 clientes são difíííceis de conseguir, mas os próximos 20 são mais fáceis.

    Finalizando… não adianta, o software livre de qualidade muitas vezes independe de seu trabalho, pois uma vez instalado funciona, é muitas vezes fácil de dar manutenção, então… é difícil cobrar uma taxa de manutenção. Instalei um firewall há 3 anos e depois de 6 meses o cliente parou de me pagar manutenção pois não “precisava” de meu trabalho! Vai convencê-lo de que o 1/2 salário mínimo que ele pagava garantia que eu manteria o servidor dele atualizado e atento às tentativas de invasão – se nestes 3 anos nunca teve problemas, mesmo desatualizado!!

    Bom… eu descobri o seguinte: pode ser insuportável isto, mas é preciso mostrar-se imprescindível, ou de uma qualidade diferencial, além do próprio software. Senão… ele vai, você fica.

    []‘s!!!!

    cristo (usuário não registrado) em 25/01/2008 às 4:07 pm

    Todo mundo sabe que para se ter sucesso é preciso saber vender seu peixe, ou mesmo encontrar alguém que lhe ajude a vender.

    idgpol (usuário não registrado) em 25/01/2008 às 10:39 pm

    Pzd’s
    Nomes,software e hardware, tem seu valor intriscamente, desde que o resultado não contrariar a(s) expectativa(s) do(s) usuário(s). Há nome iláricos como: Kubunto ! Em lingua na qual tem significado pejorativo, vc dizer que usa um Kubunto, ou se vc empolgar mais e dizer que essa distro É UM KU-BUNTO, como um fanático… para uns soará diferente…
    Ainda não tive o previlégio de conhecer o JEGUEPANEL, o qual vou baixa-lo e experimentar. Espero não me deparar com o que tenho encontrado com algumas distros de não funcionar um simples navegador e ter que recorrer a forums (para ser mais prático)e pesquisa na net.E muitas outras necessidade: som, dvd, placas…etcs. Nos forum, não faltam colaboladores ensinando como instalar o Firefox. Pergunto, por que o Firefox não já vem pronto na distro e vc navegar sem problema, ficando apenas fazendo as atualizações. E, se for sitar o que falta em distro, faltaria “espaços”. Vcs conhecem mais do que eu, são do ramo!
    Eu esperava quando instalasse o LINUX, eu teria um linux com “tudo” e melhor do que tem por ai (confesso, dou a mão a palmatória – tou me viciando no linux), sem ser LINUX, já que há muitos desenvolvedores suando (e de graça)a camisa para nos ofertar melhorias. Não entendo bem porque não há união em prol de um LINUX, que o proprio nome (sigla – não me lembro, tenho em algum lugar)já é consagrado, e tudo que for desenvolvido ou melhorado, entrasse no LINUX como atualização. Quando alguem dizer que usa LINUX todo mundo entendia. Mas, pelo contrário, tem as distros, cada uma com sua particularidades. Isso não é um tanto desajeitado? Enquanto se tudo for para um sistema LINUX, uma distro linux, e somente LINUX, seria mais fácil. E tornaria melhor a vida de quem se aventura pelo LINUX e suas duversas distro (fico perdido…). Até me situar, vai demorar. Acho isso até desistimulante. Tenho uma pregada de live cd linux e não é pouco. Das que me aventurei instalar, não soube responder as perguntas. São perguntas sobre hardware e outra que nem lembro, só achava complicado e deixava para lá. Desculpe-me a extensão.

    Obg pela atenção.
    []‘s
    idpol

    Rafael Jamur (usuário não registrado) em 26/01/2008 às 3:57 pm

    Agora, sem querer, ele foi bom no marketing. Eu, por exemplo, só estava pensando no Swat (que é complicado, meio esquisito) para configurar o Samba (para compartilhamentos tipo windows, isto é, para as máquinas windows, enchergarem o linux como se fosse outro windows, e também para servir de controlador de domínio windows). Agora, está bem gravado na minha mente que o JeguePanel também serve pra isso, apesar do nome. Com certeza na hora que eu precisar, vou testar, ou até antes. Isso não é marketing? Gravar a marca (a propaganda) na mente das pessoas? Sim. Mas só funcionou por que foi sincero, sem querer. Eu sei que foi. Sugiro o nome: JPanel. E aí, se alguém perguntar, só se perguntar, pode-se falar: é J de Jegue :) Já pensou alguem dizendo assim: “JeguePanel? Mas eu achava tão legal e útil esse software! Bom… na verdade ele é bom, e muito útil para nós, então não importa o nome.” Tarde demais!

    Edmar Sampaio (usuário não registrado) em 27/01/2008 às 12:08 pm

    Eu consigo entender a posição do Anahuac. Uma coisa que apredi, ao menos ao prestar atenção, é que consideração e reconhecimento é algo que não se pode esperar. Mesmo que venha, não é algo em que se pode confiar. Se você quer produzir software livre, uma das duas primitivas pode (ou deve) ser adotada: 1. Tenha uma fonte de renda que te sustente. Se o projeto te render nome, reconhecimento, dinheiro, ótimo; senão, você não ficará sem o sustento. 2. Estude um pouco de marketing, finanças, adminitração, ou mesmo tome um curso do SEBRAE (aliás, excelente pedida) ou tente encubar seu projeto (outra excelente pedida) de forma que seu projeto tenha um plano de negócios definido e profissional, mesmo que seja software livre. Assim, a chance de ganhar merdado, seja com consultoria, contratos de suporte, parcerias, o que for, será muito maior.

    Emerson (usuário não registrado) em 27/01/2008 às 12:25 pm

    Caro Anahuac.

    Vc pede contribuição para a comunidade e resolve simplesmente ignorá-la???

    Muitas pessoas estão te sugerindo para alterar o nome do teu produto, e vc dá justificativas e mais justificativas, mas considerar a mudança…
    Até entendo o orgulho ferido de ver que vc não acertou em um ponto especifico (nome neste caso), embora tenha feito um excelente software. Mas tu tens que superar isso companheiro, pode ser a diferença entre uma pessoa anonima no meio de tantas outras, ou alguem que conseguiu o devido reconhecimento.

    Sei que falar é fácil, mas tente considerar.
    - Troque o nome.
    - Agregue mais produtos e serviços
    - Procure parceiros (desenvolvedores para te ajudar inclusive)
    - E tenha um plano B

    Sucesso companheiro, vc merece.

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