Adobe AIR no Linux
“O Adobe AIR é a nova tecnologia da Adobe para aplicativos desktop online, e há uma versão da sua plataforma para o Linux. Instalei no meu Ubuntu Hardy (embora deva funcionar em qualquer distribuição) e relatei no meu blog como foi o processo.
Fiquei impressionado com a qualidade do instalador, que prova que é possível distribuir binários unificados para todas as distribuições.”
Enviado por Pedro Vanzella (ppvanzellaΘppvanzella·com) – referência (ppvanzella.com).
• Publicado por Augusto Campos em
2008-06-19
Mas o Loki Installer (e a sua evolução, o MojoSetup), o Autopackage, o Click2Run, o OpenPKG e outros programas faziam isso há tempos!
E, para os mais conservadores, existe a opção de fazer um shell-inscript com instalador embutido.
Também, para não se preocupar com a hierarquia dos diretórios em cada distrô, é só colocar o programa, suas configurações e documentação no diretório /opt (que serve exatamente para que programas de terceiros sejam instalados em qualquer sistema compatível com Unix).
E a maior preocupação é com as bibliotecas do sistema. Neste caso o desenvolvedor pode fazer um programa compilado com todas as bibliotecas já anexadas. No GCC se faz isto com a opção -static:
-static: On systems that support dynamic linking, this prevents linking with the shared libraries. On other systems, this option has no effect.
(retirado do Manual do GCC)
Assim você consegue fazer um programa que funciona em qualquer versão do Linux (e, com um pouco de cuidado, em qualquer BSD também). Com um pouco mais de esforço, o programador também pode fazer um registro no gerenciador de pacotes do sistema do usuário (se o usuário usa Debian, registra no APT; se Fedora, no Yum; etc.), permitindo ao usuário remover o programa pelo seu gerenciador de pacotes.
Ufa! É trabalhoso, mas não é difícil fazer um instalador para qualquer distrô. Agora só falta disposição das softhouses para lançar bons programas!
Não sei como pessoas ainda se submetem ao lock-in de empresas por causa de software/formato proprietário. Soa-me ridículo essa súplica à empresa para que ela dê atenção a uma plataforma específica. Como empresa em um sistema capitalista sua única meta é o lucro, o que raras vezes coincide com sistemas impopulares como o GNU/Linux; isto é, normalmente o custo para suportar tais nichos é um gasto e não um real investimento.
Então há duas opções: (1) ou lute para que o GNU/Linux alcance popularidade suficiente para que a empresa dê-lhe devida atenção; ou (2) simplesmente rejeite tecnologias proprietárias e busque e promova alternativas abertas.
Você pode ir por (1) e até conseguir relativo sucesso–aliás, é consenso que o GNU/Linux está começando a chamar atenção de empresas como a Adobe. Mas é um caminho egoísta. Com paciência e muita sorte você conseguirá ter sua plataforma suportada, mas ao mesmo tempo além de não ajudar estará dificultando a vida daqueles usuários de outra plataforma minoritária. Ao adotar e apoiar tecnologia proprietária você reforça esse modelo e torna mais oneroso o surgimento de alternativas livres, democráticas.
Portanto, para o bem de todos a médio e longo prazo, o caminho racional é o (2). Qualquer tecnologia que tente cercear a liberdade do usuário–digo, para *todos* usuários, independente da plataforma–deve ser duramente combatida. Ceder às conveniências é um imediatismo besta, é paliativo; pode ter efeito agora, mas teremos a cada nova versão que suplicar novamente “por favor, tenha piedade de nós”. Chega!