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Uso do computador para tarefas piora desempenho escolar, conclui estudo da Unicamp

O uso de computadores para fazer tarefas escolares está relacionado a um pior desempenho dos alunos – principalmente entre os mais pobres e mais jovens. É o que conclui um estudo realizado na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

O trabalho foi coordenado por Jacques Wainer, do Instituto de Computação, e por Tom Dwyer, do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas. Do ponto de vista de políticas públicas, o estudo aponta que é preciso entender melhor o fenômeno do impacto dos computadores nas notas dos alunos antes de defender a inclusão digital baseada na distribuição de tais equipamentos.

“Idéias como a de dar um laptop para cada criança parecem péssima opção, principalmente considerando que ele piora o desempenho escolar entre as crianças mais pobres. Corremos o risco de transformar a inclusão digital em uma exclusão educacional”, afirmou Wainer.

Segundo ele, a pesquisa foi derivada do Mapa da Exclusão Digital, publicado pela Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro em 2003. O documento apontava um melhor desempenho no Saeb entre os estudantes que tinham computador em casa. “O documento dava um argumento favorável às políticas de inclusão digital. Mas havia problemas metodológicos: em geral quem tem computador em casa são os alunos mais ricos, que normalmente têm melhor desempenho. Para eliminar esse viés resolvemos considerar a classe social e focar no uso para tarefas escolares”, explicou.

Segundo Wainer, a pesquisa constata apenas estatisticamente que os alunos que sempre usam o computador para suas tarefas têm pior desempenho. Mas não há dados para explicar por que o uso intenso piora as notas e por que o efeito é mais grave entre crianças de classes sociais mais baixas. O pesquisador destaca que a avaliação de que o computador é uma ferramenta neutra é equivocada. “Como o computador é bom para nós, professores, por exemplo, tendemos a achar que ele é útil para todos. Mas ele não é uma solução mágica para a educação”, disse.

Saiba mais (idgnow.uol.com.br).

Referências a outros estudos com alunos brasileiros que corroborem ou refutem as conclusões do estudo da Unicamp serão bem-vindas nos comentários!


• Publicado por Augusto Campos em 2008-02-13

Comentários dos leitores

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    Acredito que este já era um resultado esperado.
    Afinal, é normal as crianças se sentirem curiosas, e deixarem de prestar atenção na aula, quando vêem algo novo em sala-de-aula.
    Este é o impacto inicial. Não há como julgar dizendo que este será o comportamento dos estudantes assim que se acostumarem com o computador. Este será como é hoje o papel, caneta e borracha: algo cotidiano e rotineiro.

    É necessário tempo. Muito tempo. É necessário ensinar aos estudantes que se trata de uma ferramenta educacional, e não um video-game. É preciso verificar como os professores reagiram. E como deveriam reagir?

    AlphaZine (usuário não registrado) em 13/02/2008 às 2:49 pm

    O que é usar o computador nas tarefas escolares no contexto do Saeb 2004?

    Pesquisar no Google, copiar e colar, imprimir os trabalhos?

    Se isso tivesse aumentado a nota de alguém em matemática e português eu ficaria realmente surpreso.

    Compulsivo (usuário não registrado) em 13/02/2008 às 3:09 pm

    Concordo que é uma péssima opção distribuir computadores para crianças carentes, como se isso fosse resolver o problema da educação. Pois criam-se necessidades que antes não existiam.

    Sabemos que o buraco é bem mais embaixo. Que tal investir na qualificação dos professores, pagando melhores salários e distribuindo computadores para estes, que poderiam utilizá-lo como ferramenta de especialização e pesquisa.

    []‘s
    Compulsivo

    É muito óbvio. Computadores são ferramentas muito úteis, claro, mas acho que quem está aprendendo deveria começar pelo ábaco ao invés de uma calculadora digital…

    fora que a internet é uma mídia idiotizante como a TV, com muito ruído e pouca coisa que vale a pena. Além do mal-fadado copiar-colar da wikipedia para trabalhos escolares.

    Enfim, não se aprende matemática ou história. E o português vai cada vez pior com as contrações estúpidas dos chat(o)s…

    Samuel (usuário não registrado) em 13/02/2008 às 3:24 pm

    Eu acho um absurdo eles acharem que o computador vai melhorar a inteligência de alguém. Computador é apenas uma ferramenta, como qualquer outra. Só se torna inteligente quem sabe usar corretamente a ferramenta. Senão teremos apenas mais pessoas usando PC para chat e orkut, que não aumenta inteligência de ninguém.

    Essas criancas por mexerem no PC pela primeira vez ainda nao sabem realmente como e quando usar o computador, eh um mundo novo a ser descoberto. Nao podemos comparar-lhes com as criancas que nascem e ja tem computador ne?

    Mas acredito que uma crianca pobre que cresca num ambiente com computadores ira ter uma visao diferente do computador em comparacao com uma crianca pobre que nunca antes teve um computador.

    Imaginem vcs se nunca antes tivessem tocado num computador antes e derepente vos dao um PC. Acredito que ficavam semanas a fio a mexer nisto e mais aquilo( Jogos, Internet, Chat, XXX) .

    Nao tenham duvidas camaradas, este eh o caminho certo da verdadeira liberdade de informacao.

    PCs PARA TODO O MUNDO JA.

    AlphaZine (usuário não registrado) em 13/02/2008 às 4:36 pm

    Seria muito bom se os alunos pudessem aprender matemática utilizando um software como o Matlab (ou sua versão GNU Octave).

    Mas é claro que primeiro é necessário apresentar o software para os professores e mostrar como ele pode ser usado numa sala de aula.

    Um software nestes moldes pode rodar até mesmo num celular. Equipamento que quase todos os alunos já possuem.

    Dar um computador sem nenhuma preparação específica para crianças que ainda estão aprendendo a pensar é como dar uma marreta para uma pessoa que não possui os braços.

    Sou um defensor do uso do computador na escola por todos, mas sei que é necessário transformar o computador em uma ferramenta útil.
    Enquanto as crianças não tem habilidades suficientes para utilizar o computador em sua plenitude elas precisam ser direcionadas por programas especialmente desenvolvidos e por técnicas de ensino que possam mostrar como usar de forma produtiva o computador.

    Essas pesquisas que são apresentadas dizendo que melhora ou que piora são totalmente vazias pois estão sendo feitas em cima de bases erradas.

    O computador por sí só é ma máquina rápida e burra.
    Ele só faz o que os programas mandam ele fazer.
    Se colocamos nele os programas errados ele faz burrices com grande velocidade, só isso !!!

    flamer (usuário não registrado) em 13/02/2008 às 4:53 pm

    Discordo do AlphaZine. Não sei que software os laptops educacionais vão rodar mas, na minha opinião, o Matlab é um exagero. Esse é um tipo de aplicação para quem *já sabe* matemática e não para quem está aprendendo. Que tal aqueles aplicativos educacionais do KDE? Ou então o excelente Geogebra, que daria, inclusive, um gancho para ensinar a geometria que anda tão esquecida?

    AlphaZine (usuário não registrado) em 13/02/2008 às 5:09 pm

    Matlab não é um exagero. Ele pode muito bem ser usado no ensino médio ou mesmo no segundo ciclo do ensino fundamental para estudar não apenas matemática como também física.

    Não faz sentido ficar decorando fórmulas quando se pode programá-las num computador.

    AlphaZine (usuário não registrado) em 13/02/2008 às 5:27 pm

    Durante o primeiro ano do ensino médio se espera que uma aluno seja capaz de construir e interpretar gráficos de equações e inequações de 1º e 2º grau, por exemplo.

    Se ele é capaz de fazer isso à mão ele é capaz de fazer isso no Matlab.

    AlphaZine (usuário não registrado) em 13/02/2008 às 5:35 pm

    Uma análise mais aprofundada sobre essa notícia: http://mobeduc.blogspot.com/2008/02/laptops-educacionais-prejudicariam.html

    Jeferson (usuário não registrado) em 13/02/2008 às 5:49 pm

    A constatação do estudo — a despeito do conceito de uso do computador no contexto escolar, que é fundamental para estabelecer correlações — é exatamente o abismo entre distribuir Classmates ou XO’s: no conceito, o primeiro é apenas o novo caderno (no qual não importa-se a fabricante se o aluno vai preencher a caneta ou lapis — Windows ou Linux) e o segundo é uma revisão geral do processo de ensino-aprendizagem, que passa pela idéia de compartilhar o conhecimento, o acesso, promover a colaboração, etc…

    Tarcísio C. Espínola (usuário não registrado) em 13/02/2008 às 6:00 pm

    Livros! nossas crianças precisam aprender a ler, dominar a leitura, saber interpretar o que está escrito, o que não ocorre hoje com a grande maioria dos alunos das escolas públicas.

    O computador é uma excelente ferramenta, não há dúvida quanto a isso, mas as nossas necessidades são mais elementares. Temo que esses laptops educacionais acabem ser servindo apenas para os joguinhos da garotada. Alguém quer apostar?

    rms (usuário não registrado) em 13/02/2008 às 6:12 pm

    Não vejo problemas em pesquisar no Google, copiar, colar e imprimir. Mas será que todo mundo realmente entende, aprende ou absorve tudo o que pesquisou, copiou, colou e imprimiu? Acho que esse é o X da questão: o tecnologia ajuda sim a aprender (e aprender mais rápido), mas desde que o aluno (criança ou adulto) tenha essa consciência de que essa coisa toda está aí para auxiliá-lo a conquistar o conhecimento e não para fazer tudo por você.

    AlphaZine (usuário não registrado) em 13/02/2008 às 8:00 pm

    “Não vejo problemas em pesquisar no Google, copiar, colar e imprimir.” Realmente não haveria problema caso o aluno apreendesse realmente sobre o que ele pesquisou. Há ótimas fontes de pesquisa na web como a própria Wikipédia. Mas na maior parte das vezes o aluno faz a pesquisa sobre determinado assunto, entrega pro professor e recebe uma nota. Depois disso nunca mais se toca no assunto pesquisado. De forma que se o aluno aprendeu ou não pouco importa. Trocar o Google por uma boa biblioteca faria pouca diferença nessa história.

    Para os comentários acima, vejam esta charge, que é de 2004, mas super atual
    http://charges.uol.com.br/2004/10/07/garoto-folgadao-geracao-coca-cola/

    Matlab, não. Povray.

    Aprende geometria, funções matemáticas (isosurfaces) e programação. E vai ter incentivo para aprender mais ao ver as imagens incríveis que gera, ao invés de chatos plots… :)

    sem@email.org (usuário não registrado) em 14/02/2008 às 2:50 am

    “Idéias como a de dar um laptop para cada criança parecem péssima opção, principalmente considerando que ele piora o desempenho escolar entre as crianças mais pobres. Corremos o risco de transformar a inclusão digital em uma exclusão educacional”, afirmou Wainer.

    Mas esta foi de lascar!!!!

    Que a comunidade academica ia tentar melar o OLPC ja era esperado! As universidades publicas sabotam o ensino fundamental no Brasil ha mais de 30 anos!!!! Eh so ver o historico da participaçao da comunidade universitaria no contexto da escola publica: ABSULUTAMENTE ZEROOOOOOOOO!!!!!!. Um funcionario, professor ou similar que fosse membro do corpo funcional da universidade publica da minha cidade nunca visitou o meu colegio (que era um colegio particular). Imagina que eles foram visitar uma escola publica pobrezinha? Nunca!!! A unica intervençao da comunidade universitaria dirigida aos “excluidos” (se voce nao eh um deles, um privilegiado membro da comunidade academica voce eh excluido automaticamente) eh quando eles liberam no final do vestibular os erros de portugues cometidos pelos candidatos! Os erros sao engraçadissimos (os erros alheios sempre os sao). Mas o que eh mais engraçado eh que a culpa da baixa qualidade do portugues dos candidatos ao vestibular eh culpa dos academicos que incompetentemente sao incapazes de formar professores de portugues capazes de ensinar com eficiencia a lingua portuguesa. Da mesma maneira que serao incapazes de ensinar a nova geraçao de professores que vao sair de dentro de seus campi como usar o OLPC na educaçao!

    Gastar 900R$ numa lixeira que custa 400R$ pode? Tentar uma nova e excitante tecnologia de educaçao nao pode?

    Hipocritas!

    sem@email.org (usuário não registrado) em 14/02/2008 às 3:25 am

    So para complementar:

    Alguem falou que o OLPC vai substituir o caderno-lapiz-borracha totalmente? Ninguem falou nisto! Vai ser uma ferramenta “midiatica”. Vai (usando a rede mesh) permitir o jornalzinho da escola (que nao existe em escolas publicas)! Vai permitir correçao ortografica em tempo real (coisa que nao existe hoje nem em escolas particulares). Vai permitir o ensino de matematica com qualidade (o ensino de geometria nunca mais vai ser mesmo depois do OLPC).Idem geografia.

    As aulas de educaçao artistica vao ser mais produtivas. Falar de escolas de pintura eh uma coisa. Mostrar para todos os alunos exemplos de pintura de diversas escolas eh outra. No colegio do meu tempo o professor ate levava o livro para mostrar, mas como mostrar no mesmo dia para 40 e tantos alunos?

    Estes caras da Unicamp estao doidos, so pode ser.

    Como eu disse ao final da notícia, referências a outros estudos com alunos brasileiros que corroborem ou refutem as conclusões do estudo da Unicamp serão bem-vindas.

    rms (usuário não registrado) em 14/02/2008 às 10:42 am

    AlphaZine, o que vc disse foi exatamente o que disse no meu comentário.. ;o)

    rms (usuário não registrado) em 14/02/2008 às 11:11 am

    É uma pena que eu não me lembre corretamente a fonte, mas outro dia mesmo assisti a uma reportagem, se não me engano no Canal Futura, sobre um projeto de uma escola que implantou um blog, onde professores e alunos (crianças e jovens ensino fundamental) podiam publicar artigos, fazer o jornal da escola, etc.. O projeto é muito interessante e uma das regras para a participação do aluno no espaço cedido pela escola era escrever corretamente o português. Os assuntos eram os mais variados, mas sempre incentivando a cultura, leitura, escrita e artes de forma em geral.
    Achei muito interessante e não deve ser o único projeto existente por aí. Acho importante frisar também a importância do professor nessa questão. A didática muda totalmente com a chegada da tecnologia e é preciso estar atento para tirar melhor proveito dela..

    Hugo (usuário não registrado) em 14/02/2008 às 8:54 pm

    Gente !! por favor – como é possível não ver que o único que suporta este “projeto de inclusão digital” é apenas marketing e negócios em vista. Cuando os americanos fizeram alguma coisa que não fosse dar lucro ? Num pais que o jornal diário noticia que ate livros infantis comprados nas lojas e aqueles educacionais autorizados pelo MEC e pelos “mestres” escolares estão cheios de erros garrafais apenas de português -porque ninguém investigou ou não foi noticiado- sem contar o conteúdo especifico de outras disciplinas, como é que alguem pode pensar que o fato de ter um sistema de processamento eletrônico vai melhorar alguma coisa. Porque no lugar de gastar esta grana não se faz o dever de casa: pagando melhor os professores e obrigando-os a dedicação exclusiva, definindo programas decentes de ensino adequando-os a realidade nacional e regional, controlandando o desempenho escolar e por ultimo e fundamental, acompanhando e punindo o “negocio do ensino” que permeia toda esta atividade no pais.

    Augusto, não precisa de outro artigo pra refutar a matéria, o próprio estudo já faz isso. De fato, ele afirma que o uso leve de computadores é melhor que não usar computador, e também melhor que uso pesado de computador. Além do mais, o estudo está baseado em informações anteriores à existência do OLPC, portanto as conclusões não necessariamente se aplicam. O resto fica por conta da criatividade jornalística. Tem mais detalhes no meu blog.

    Oliva, sua opinião também é bem-vinda, claro. Mas estudos acadêmnicos neste campo serão especialmente bem-vindos.

    Newbrazuca (usuário não registrado) em 16/02/2008 às 12:10 am

    Bem, já li alguns “estudos acadêmicos”. Não tive disposição de ir a fundo (pelo menos academicamente falando) no assunto. Fiz duas disciplinas de “informática educativa” na faculdade de Pedagogia, onde a duras penas consegui me graduar.
    Não tenho medalhas acadêmicas para corroborar minhas idéias, mas acompanho há uns oito anos esta história de colocar computadores nas escolas. Não é como comprar uma caríssima coleção enciclopédica e enfiar na biblioteca, mas é mais ou menos por aí.
    Vamos abrir o jogo. O que acontece, como de resto em nosso país, é falta de ética e verdade. Não que não seja hipócrita, mas vamos dizer. O sujeito se esfalfela por uma formação superior, com muito custo até as vezes consegue uma especializaçãozinha ou um mestrado de “encher linguiça” ou “discutir o sexo dos anjos”. Cai no mercado de trabalho, ganhando pouco mais que o salário mínimo.
    O laboratório da faculdade, quem por lá já passou, sabe. Não oferece grandes oportunidades de pesquisa. As escolas de aplicação são escassas, e seus programas pífios.
    Quando tem uma pesquisa decente, provavelmente está por trás de uma justificativa de verbas da CAPES ou homônimos.
    Cara, a universidade é realmente a elite brasileira: longe do povo e almejando o bolso dos ricos.
    Você vai trabalhar no funcionalismo público. “Vassoura nova varre bem”, é a primeira frase que tu vai ouvir.
    Se você conseguir quebrar o gelo e ter algum sucesso em “salvar umas alminhas”, vai logo aparecer um bando de colegas reclamando que você está fazendo muito mais por muito menos.
    O tostines vende mais porque está sempre fresquinho ou está fresquinho porque vende mais?
    Isso é ética profissional. Você É. Você faz.
    Claro que você tem que sobreviver, alimentar-se, curtir o som dos “menudos” (é o novo), mas essa porcaria de capitalismo detona os mais profundos ideais. Tudo está a venda, inclusive o laptop do OLPC. Ninguém tá se lixando se é melhor para o Carlinhos aprender a estourar umas pipocas para vender na feira. Melhor vender para ele o sonho de trabalhar para o Bill, ou para o Linus, quem sabe. Ninguém, nem a gente, tá se lixando que para produzir um lote de mil processadores estamos lançando cerca de 5 ou 10 toneladas de lixo tóxico na natureza.
    O que está em jogo, na verdade é a nossa humanidade. A nossa pequena humanidade de cada dia, presente na palavra amiga, no toque corporal, no afago, no agradecimento de uma criança magricela que abraça sua perna na saída da escola, simplesmente porque você teve tempo e paciência de brincar de roda com ela no recreio. Está faminta, malvestida, desnutrida, vai voltar para a grota em que nasceu, mas teve um raio de esperança num gesto humano de sua parte.
    Isto, meus caros, é ser professor.
    Não tenho esta coragem. Me vendi pela sobrevivência material.
    Sou viciado em eletrônica. Mas tenho certeza que ainda vou me arrepender muito de ter dado crédito a estas porcarias.
    Abaixo a MATRIX!!!!

    Rafael Junqueira (usuário não registrado) em 17/02/2008 às 9:46 am

    Depende de como foi feito esta utilização da tecnologia, se foi dado o computador direito ao aluno, ele com certeza irá para uma área, utilizando a internet, que nada corresponde ao estudo da sala de aula. Mas se for algo objetivo, enfatizando a idéia do estudo num jogo, num programa de arquitetura,numa animação 3D então acho que teria um resultado melhor.

    Nada sem orientação consegue o resultado esperado, nem digo ruim, porque seria presunçoso demais alegar um sinal vermelho para algo sem planejamento e sem precisão.

    Inclusão digital não é só inserção de tecnologia, é meta também. Não adiantará trazer um DUO CORE para crianças ou até adolescentes, sem dizer á eles para que tanta potência. E isso é comprovado no dia-a-dia. Por que compramos um computador top de linha? Para os gamemaníacos, é para rodar o jogo sem um lag, para um trabalhador é para realizar várias tarefas ao mesmo tempo com confiabilidade e qualidade, para um administrador é ligar o computador em rede para uma melhor performance.

    Não sei o cunho da pesquisa da UNICAMP, mas li o artigo todo no presente estudo, e posso falar sobre uma coisa. Os alunos mexeram no computador com a idéia de “Computador é diversão, não é educação” tanto quem mexeu ou não mexeu teve um rendimento aleatório, então acredito que foi falta de planejamento. É a mesma coisa que dar uma caneta sem um propósito, alguns a morderam, outros abriram a carga de tinta, irão fazer trotes, sem um objetivo dá problema.

    Então pergunto, qual a metodologia que estas instituições usaram para apreender o aluno e o computador com o estudo do dia-a-dia? Se for, computador e aluno e nada de orientação, então o estudo está mais que correto.

    Newbrazuca (usuário não registrado) em 17/02/2008 às 11:26 am

    Falei besteiras off-topic, e fiquei devendo ao menos um link contra:

    O Ensino de Informática para Crianças: Um Crime contra a Humanidade?
    http://www.ime.usp.br/~vwsetzer/crime.html
    http://www.ime.usp.br/~vwsetzer

    Acho que foi o Nelson Gonçalves que disse para a gente desconfiar de toda unaminidade, não?
    De qualquer modo, não parece ser muito inteligente seguir a maré.

    http://intervox.nce.ufrj.br/~edpaes/unanime.htm

    bebeto-maya (usuário não registrado) em 17/02/2008 às 9:39 pm

    Se o laptop for chato e as crianças disserem que é “um saco”, certamente irá aumentar o rendimento escolar…Do ocntrário, se for super-legal, divertido e outras coisas, aí todo mundo vai tirar zero na rova de matemática no outro dia.

    A questão é que o computador pode gerar um alto nível de dispersão por parte dos alunos, porque ele é multi-tarefa, enquanto o livro de matemática só tem mátemática o computador ensina matemática, e todas as outras matérias, além de fornecer pornografia gratuita e jogos piratas grátis…

    Augusto, o que eu disse é que o próprio artigo científico refuta a manchete. Não precisa procurar outros. É só ler o estudo citado na matéria, em vez de acreditar na manchete.

    Oliva, mas eu também não falei nada sobre precisar procurar outros. O que eu disse é que a sua opinião é muito bem-vinda, e que outros artigos também serão muito bem-vindos, se confirmarem ou refutarem as conclusões deste da Unicamp – ou seja, independente do posicionamento. E serão mesmo, acredito que por todos nós, não? É um campo de estudos importante e interessante.

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