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Os primórdios do Conectiva Linux

“Eu achei esse texto do Rodrigo Stulzer, um dos fundadores da Conectiva, muito interessante. Nele é contada a história do começo do Conectiva Linux, que com certeza foi o primeiro Linux na vida de muita gente.”

Enviado por Gustavo Roberto (gustavorobertuxΘgmail·com) – referência (stulzer.net).

Trecho:

Já nos primeiros meses que estávamos instalando servidores, o Arnaldo [Carvalho de Melo, sócio da Conectiva] falava em termos a nossa própria distribuição. A motivação principal era economizar tempo em instalar e configurar um provedor de acesso. Da maneira que estávamos fazendo demorava muito tempo, pois tínhamos que personalizar o sistema todas as vezes que o instalávamos. As distribuições que utilizávamos (primeiro a Slackware e depois a Red Hat), não nos atendiam plenamente. O problema é que diversos recursos adicionais que precisávamos não estavam incorporados ao sistema e tudo era feito “na mão”, todas as vezes que um novo provedor precisava ser instalado. O Arnaldo começou a manter um repositório de pacotes e dessa maneira a tarefa de instalar um novo sistema começou a ficar mais fácil.

A idéia de fazermos a nossa própria distribuição evoluiu. Uma noite tivemos a nossa reunião semanal na sede da Conectiva e nos foi apresentado um orçamento para a confecção de mil CDs, com manual e embalagem. Discutimos por algum tempo vendo se o investimento seria recompensado. Vender mil cópias de um sistema operacional totalmente desconhecido, em 1997, não seria um trabalho fácil. Foi quando alguém chegou à brilhante conclusão que se vendêssemos 200 cópias os custos seriam cobertos. Não demorou nem cinco minutos para chegarmos ao consenso de que 200 cópias seria um objetivo fácil de se alcançar.


• Publicado por Augusto Campos em 2008-03-22

Comentários dos leitores

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    edemilson rodrigo (usuário não registrado) em 22/03/2008 às 4:28 pm

    Uns posts atras esse cidadão, que está sendo promovido aqui neste “site” fez ataques pessoais à uma pessoa que ele convidou para dormir nas casa dele, para se promover e daí esperou ele virar as costas para falar mal.
    Agora este post… hum, sei… tenho certeza de que virão outros.
    Obrigado este site por mostrar o preço de sua credibilidade.
    Obrigado por me fazer poupar todo este tempo que não vou mais perder aqui.
    Não que haja nada errado com isto, até o BR-L…, quis dizer a Bruna Surfistinha tem de comer e pagar as contas.

    Edemilson, fora do seu aspecto subjetivo pessoal, não consigo ver algum problema com este texto que conta a história das primeiras versões do Conectiva Linux, escrito por um dos fundadores da própria.

    Em especial, não percebo nele nenhuma característica nele que devesse afetar a credibilidade que você deposita, ou não, no BR-Linux.

    Mas vá tranquilo, continuarei por aqui publicando textos diariamente para quando você quiser voltar.

    Me surpreendi com o post. Estava eu com meu primeiro PC e um Win95 que vivia “dando pau” até que passei numa banca de revista e vi o tal Conectiva Linux 3.0 Guarani.
    Como usuário leigo, demorei umas duas semanas para conseguir rodar uma interface gráfica (por sorte tinha um hardmodem que funcionou de primeira). Daí em diante fazia questão de comprar todas as “caixinhas” para contribuir com minha distro preferida – um destaque para aquela do CL5 que tinha umas fotos lindíssimas.
    Provei outros “sabores”, mas sempre voltando ao CL. Quando a Conectiva foi incorporada pela Mandrakesoft, houve uma grande polêmica aqui, eu sabia que era o fim do CL, falavam em fusão mas acabamos perdendo, justo quando o CL10 dava um grande salto de qualidade não só como distribuição senão, para mim o mais importante, ouvindo os usuários e reunindo-os em torno de si.

    Hoje fiquei com o Sabayon no notebook pessoal e nas ONG onde presto serviços (de consultoria em saúde) instalo o Mandriva One/KDE, que atende às necessidades destas instituições. Acho que já instalei o CL/MDV em mais de 30 estações, três servidores e assim continuarei procurando contribuir para a disseminação do Linux e outros softwares livres.

    Da Conectiva fica a saudade, a gratidão pela possibilidade de libertar-me do software proprietário e o lamento por aqueles que possuem conhecimento técnico não terem criado o fork aventado na época.

    george kihoma (usuário não registrado) em 22/03/2008 às 6:02 pm

    Eu já peguei o conectiva quando estava próximo do final, na sua versão 9-10, não lembro direito. Comecei no linux apenas em 2003. Com o kurumin. Mas ainda hoje encontro o CL10 instalado em algumas máquinas. E como já instalei o mesmo num k6ii-500 que eu tinha (2003-2004) posso dizer, apesar do pouco tempo de uso, que era uma distro realmente funcional, estável e amigável no uso. Sem falar do apt instalando pacotes rpm. Acho que perdemos mais do que ganhamos porque o pessoal da Conectiva tinha visão e era bem inovador. Hoje talvez tivéssemos uma distro bem melhor que o Mandriva. Confesso que já testei o Mandriva One, mas nunca o instalei no meu computador. Fechei com o Debian. E cá pra nós. Mandriva é um nome prá lá de feio.

    Pois eh prefiro os posts falando sobre o Linux Fx!

    Ainda tenho o CD da Revista Geek Nº3. Estou no Linux e não dá pra ver qual é a versão, mas acho que é o Conectiva Guarani 3. Olhando agora no conteúdo do CD, deu pra ver nos arquivos RPM que ele trás o KDE 1.0 !!!! Depois eu vou ver se instalo numa máquina virtual pra ver a joinha :-P

    Isso foi em 98, num Pentium MMX 166 com 16MB de RAM. Lembro que meu irmão mais velho comprou a revista e seguindo as instruções da mesma, deu pra instalar ele sem precisar de ajuda externa. Posteriormente, eu também conseguia instalar sozinho. Mas naquele tempo o Linux ainda estava muito distante do Windows em qualidade dos programas pra usuários domésticos, nem sonhava-mos com internet discada e nosso HD tinha apenas 2GB…

    Só em 2002/2003, com o Kurumin e com um PC só pra mim que eu pude retornar a esse mundo e estou aqui desde então.

    Obrigado ao pessoal da Conectiva por trazer para nós mortais uma distro Linux com documentação em Português do Brasil, abrindo as portas para tantos que, como eu, conheceram o Linux através de seus esforços.

    cbdiasmpd@hotmail.com (usuário não registrado) em 22/03/2008 às 7:02 pm

    Parabéns ao BR-LINUX e ao autor do artigo, pela iniciativa de contar para as pessoas como um grupo de técnicos criou um produto, a partir da competência e dedicação, e ainda mostrando as dificuldades que passaram. É importante sabermos como as idéias saem do pensamento e se tornam soluções, ainda que tenham uma motivação básica, a busca do dinheiro pela execução de uma atividade econômica lícita, e de valor.
    Parabéns!

    Jeronimo Zucco (usuário não registrado) em 22/03/2008 às 10:17 pm

    Tenho muito a agradecer a Conectiva por ter me ajudado a descobrir a minha vocação. E também agradecer a revista Geek, que encartou o cd do Conectiva Guarani em uma das suas primeiras edições, e eu um cara curioso na informática por volta de 1997/1998, resolveu experimentar o Linux e não largou mais :-) Bons tempos aqueles.

    Lucas (usuário não registrado) em 23/03/2008 às 11:10 am

    conectiva nós sentimos a tua falta.

    Bem, eu não gostava do Conectiva, apesar de só ter usado o 9 e o 10 (tenho os CDs do 10 ainda dentro do guarda-roupas). Meu ódio pelo apt-get começou a nascer nele. :P Preferia o Mandrake, e os usuários Conectiva me escumungavam na época, também em 2003. Aliás, até hoje é assim, hehe.

    Apesar disso, foi notável o papel que a Conectiva fez para os usuários tupiniquins, e pro Linux em si. Uma distribuição como ela foi, faz falta pro Brasil. Se eles voltassem, eu compraria a minha cópia. (exceto se fosse baseada no Debian. :P)

    Danilo Cesar (usuário não registrado) em 23/03/2008 às 2:25 pm

    Sem dúvida, os usuários Linux do Brasil devem muito à Conectiva.

    Mauricio (usuário não registrado) em 24/03/2008 às 8:58 am

    Eu usei Conectiva 8 por duas semanas, mas não gostei muito e logo substituí pelo novíssimo Slackware 9.

    Rafael Goulart (usuário não registrado) em 24/03/2008 às 9:23 am

    “inda lembro” de usar o fips…

    … me “borrando de medo” de fazer besteira para liberar espaço em meu HD de 2Gb e instalar o Conectiva 2 “Marumbi”, a primeira distro linux que utilizei. Pouco tempo antes tinha visto um amigo trabalhando em várias “telas” num linux que nem sei qual era, compilando em um e dando comandos noutra tela.

    Se não fosse um CD trincado, eu teria todas as cópias do Conectiva do 2 até o 9 (última versão que baixei, apesar de não ter usado).

    A versão 4, aquela da caixinha preta, compramos na empresa onde trabalhamos, além da versão 5.0, cujo bonito instalador foi um marco. Lembro que o cara do WindowMaker foi contratado pela Conectiva para trabalhar na parte gráfica do sistema. O 5 foi a primeira distribuição que realmente utilizei “a trabalho” no dia a dia.

    Aliás, dias difíceis… Netscape para trabalhar, Staroffice (é… tudo numa janela só, uma confusão… pesado pra “cac****”), tudo no braço para configurar, apesar daquela interface de configuração do Conectiva (qual o nome? não lembro…) em que podíamos configurar praticamente todos os serviços… e que depois do Webmin foi abandonada completamente.

    A versão 7 foi minha preferida, e sob a qual dei meu primeiro curso (apesar de já ter lecionado antes, mas não em material preparado por minha pessoa), a qual gostei muito. A versão 8 deu-me muita dor de cabeça, e acabei trocando pelo Mandrake (versão 9 na época) o que não deixa de ser curioso… a versão 9 cheguei a baixar mas não utilizei. Próximo ao lançamento da versão 10, veio a notícia da “fusão” (que mostrou-se uma incorporação, na verdade…)

    Sem a Conectiva o software livre em nosso país não seria o que é. Inclusive seus erros, o que não podemos condenar pois até hoje não se encontrou um “modelo de negócio” que sirva para distribuições comerciais que seja estável (tirando a RedHat, nenhuma outra distribuição comercial pode dar-se a este luxo), ainda mais num país como o Brasil… convenhamos, o brasileiro não gosta de pagar, gosta de apropriar-se, mas chora quando alguém “pirateia o SEU software”… e sobreviver ainda tantos anos com um produto pioneiro foi uma vitória, sem dúvida.

    Agradeço sempre à Conectiva, a meus “ex-colegas” (afinal, também fui funcionário do BB) e seu legado. Aprendamos com seu pioneiros e com seus erros, muito mais mercadológicos (como culpá-los? Quem faria uma gestão diferente? Quem enfrentaria os desafios num ambiente tão hostil?) e continuemos difundindo o software livre e, acima de tudo, respeitando aqueles que fizeram nossa história.

    Conectiva 6 foi o meu primeiro contato com Linux. Li em algum lugar a respeito do sistema operacional e como era um garoto curioso COMPREI a caixinha do Conectiva. Acredito que o meu pai nem lembro do caso, foi na verdade ele quem pagou para mim, mas sem dúvidas aquele Conectiva 6 mudou muita coisa na minha vida. Alias, tenho ele guardado até hoje.

    Quando ouvi falar de um sistema operacional disponível e que rodaria no 286 fiquei doido para ver… Não conhecia o Conectiva, comecie na linha de comando com o Debian, fazendo e testando no 286 programinhas que deveriam ser testados no Unix da rede. Fiquei sabendo que existia a Conectiva quando lançaram o 3, mas na época fiquei curioso e consegui o 2, semanas depois foi o 3 e larguei o Debian, mas acompanhando-o. Fui até o 10, quando passou para Mandriva senti que não seria mais a mesma coisa e resolvi voltar ao Debian, que estou até hoje. Já experimentei o Kurumin e o Ubuntu e não me pareceu tanto quando dizem, ainda estou com Debian. Talvez o Kurumin NG, que prefiro chamar de “nova geração” ao invés de norte-americanizar para “new generation” ou “next generation” (por que inglês num nome tão brasileiro?), talvez ele me convença em deixar o Debian. Realmente o Conectiva Linux foi único e fantástico dentre os brasileiros. Resta agora apenas a saudade.

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