Notebook educacional: Novo pregão do MEC é dia 17
O governo brasileiro tenta novamente, um ano depois da novela do pregão cancelado por erro de cálculo, comprar os notebooks educacionais para automatizar o ensino público.
Depois de uma licitação realizada, mas não consumada, no final de 2007, o Ministério da Educação e Cultura (MEC) marcou para o dia 17 de dezembro um novo pregão eletrônico para a compra de 150 mil notebooks voltados à educação, com os quais espera equipar 300 escolas públicas.
Nessa nova licitação, segundo informações do edital, o critério para vencer ainda é o do menor preço, no pregão eletrônico, mas a indústria ainda terá de lidar com a alta do dólar, que encarece as partes e peças importadas usadas na montagem do notebook.
O edital não dá base de preço, só as especificações da máquina, que incluem sistema operacional Linux instalado e configurado, manual em português, memória RAM de no mínimo 512 MB e tela de cristal líquido de no mínimo 7 polegadas. A máquina ainda deve ter requisitos de segurança e ser resistente a choques e quedas, além de ser confortável para o transporte pelas crianças. (via g1.globo.com)
Saiba mais (g1.globo.com).
Não dá para deixar de destacar o ridículo da situação mesmo para os apoiadores do projeto, como eu: uma licitação relâmpago no final de ano e no meio de uma crise mundial, sendo que se poderia ter feito isso há pelo menos 10 meses.
Com certeza isso reflete alguma liberação orçamentária de última hora, dinheiro que se não for empenhado até o dia 31/12 terá que ser duramente negociado novamente no ano que vem. Mas é risível terem paralisado o projeto brasileiro por 1 ano por conta da burocracia e do “superávit primário”.
Os valores de referência (aquilo que o governo está disposto a pagar) devem ser outros agora, talvez não tão substimadas como há 1 ano, mas como as empresas farão seus cálculos? Com base em que cotação do dólar? Com quais financiamentos bancários? E a que juros?
Lembrem-se que o governo só paga depois de cumprido todo ou parte do contrato, até lá o vencedor tem que arcar com todo o custo, muitas vezes rolando o pagamento dos fornecedores e tomando emprestado para bancar as despesas. Hoje esses custos e o risco é maior que há 12 meses e tudo isso vai refletir no preço final.
A única certeza que dá para tirar dessa história é que esse pessoal NÃO tem muita influência no gabinete da presidência, para terem ficado com esse mico…
Bom, pelo que eu estive acompanhando já era esperado que o novo pregão ocorresse no final do ano. Mas sem dúvida não havia momento pior para isso.
O jeito é ficar de olho no Proyecto Ceibal do Uruguai que pelo visto está sendo conduzido de forma mais séria que o programa UCA do governo brasileiro.