Jeremy Allison: “Ubuntu tem a melhor chance de levar o Linux ao primeiro plano”
Jeremy Allison, um dos cabeças do projeto Samba e notório por suas posições contra os pactos de patentes de distribuidores de Linux com a Microsoft, concedeu uma entrevista à revista inglesa Linux Format de dezembro, e esta foi reproduzida em duas páginas pelo Tech Radar.
Além de revelar que usa pessoalmente o Ubuntu, e explicar o que pensa sobre ele, ele deu várias outras opiniões e informações interessantes, sobre a magnitude da base de usuários do Samba e sobre a impossibilidade, na sua opinião, de que o projeto chegasse sucesso caso não tivesse sido criado e desenvolvido de forma aberta e livre.
Eu li a entrevista ontem, diretamente na revista impressa, na beira da praia (estar em Floripa tem suas vantagens), e achei particularmente interessante a parte que descreve como os distribuidores de NAS contribuem com o desenvolvimento – e em especial os testes – do Samba. Recomendo!
Saiba mais (lwn.net).
Das distribuições voltadas ao usuário doméstico o Ubuntu é o melhor posicionado. Mas não sei se ele vai conseguir atrair os grandes fabricantes de software voltados a usuário pra portarem os aplicativos consagrados pro Linux. Gostaria que o pessoal da equipe KDE e Gnome trabalhassem mais próximos da Adobe, Macromedia, Autodesk, pra aperfeiçoarem as APIs e viabilizarem o porte desses aplicativos.
A Canonical não tem poder financeiro pra bancar uma empreitada dessa.
Para o Gnome a maioria dos aplicativos de terceiros se integram perfeitamente(Adobe Reader,Flash,BrOffice,MySql Administrator, PGADMIN,Thunderbird,etc) já quase todos são feitos com GTK e até futuro Chrome pra Linux parece que será feito em GTK. Usuando Ubuntu que possui um site(www.getdeb.net) no mesmo estilo do Baixaki e Superdownloads só que exclusivo para Ubuntu fica tudo muito fácil de instalar e conseqüentemente o usuário sempre tem o que a de mais novo disponível.
> “Mas não sei se ele vai conseguir atrair os grandes fabricantes de software voltados a usuário pra portarem os aplicativos consagrados pro Linux.”
Por que usar software livre para rodar software propriotário?
O correto é investir nos projetos livres que concorrem com essas software houses e não se aproximar desses caras.
Não. Todas as empresas interessadas em software livre devem apoiar o port de aplicações proprietárias para Linux/BSD/Solaris. Mesmo porque um software portado para um deles já faz o trabalho do porte para o outro.
Exemplos de interessadas: Oracle, IBM (que já estão ganhando), RedHat, Mandriva, Sun, Apple (que podem oferecer produtos e serviços de maior valor), Dell, HP (já que atrai mais clientes para seus computadores), e por ai vai…
Por que usar software livre para rodar software proprietário? Muito simples, porque ele existe, porque nem todos vivem a minha utopia, porque há empresas que tem medo de portar seus produtos para Linux porque acham que pingüinistas não gostam de comprar. Tem gente que precisa de Photoshop e Autocad.
Muitos produtos que hoje são desenvolvidos em Delphi/VB/Clipper aqui no Brasil já deveriam estar sendo desenvolvidas em Lasarus/RealBasic/Flagship, mas por mero medo, e a quantidade de produtos nacionais é bem grande.
“Das distribuições voltadas ao usuário doméstico o Ubuntu é o melhor posicionado…”
Era, até que surgiu o Fedora 10, que no meu caso usário final funcionou redondo no meu notebook, coisa que o Ubuntu 8.10 não conseguiu instalar Web/Wireless.
Mesmo assim, fiquei com o Ubuntu 8.10 até ter sair o FC10, mas que estranho como caiu a performance em relação à versão anterior, que pena.
Já o FC10 foi uma grata surpresa. Então esse negócio de tachar o Ubuntu como “O LINUX” é um caminho meio perigoso, até pq a Canonical não está nem aí para ajudar no desenvolvimento do Linux.
> Não. Todas as empresas interessadas em software livre devem apoiar o port de aplicações proprietárias para Linux/BSD/Solaris.
E assim continuar como todas as amarras do software proprietário. Se a idéia é essa, então que estes usuários usem Windows mesmo, a compatibilidade é garantida junto com o suporte amplo aos vírus mais modernos disponíveis :)
> Muito simples, porque ele existe, porque nem todos vivem a minha utopia, porque há empresas que tem medo de portar seus produtos para Linux porque acham que pingüinistas não gostam de comprar.
Será que não gosta? Conheço empresas que usam Linux em servidores porque, entre outros motivos, é de graça mesmo. É um motivo de ordem pratica, não tem nada de utópico nisso. O Linux ser de graça é sem duvida uma vantagem para o consumidor, mesmo que o pessoal mais radical não queira admitir. Da mesma maneira que o GIMP é de graça e o Photoshop não.
Mas as vantagens do SL só podem ser mantidas se a aplicação também for software livre.
ele mora em floripa…
Se eu morasse em Floripa, também preferiria ler os artigos da minha profissão na beira da praia. Mas tenho que me contentar em ler no escritório mesmo.
além de morar lá, tá de férias…
=o)
Maravilha!!! Que venham PhotoShop, Auto Cad, CorelDraw, Dreamweaver, etc etc, todos nativos para Linux (sem wine, lógico). Daí todos verão o verdadeiro resultado dessas aplicações sendo executadas em uma plataforma forte, robusta e estável.
Agora falando de ubuntu, embora eu não o use, realmente esse deu passos largos em rumo ao usuario final. Isso é inegável.
Tambem sou contra essa conotação de ubuntu=Linux, talvez seja ate esse um dos motivos por não usa-lo.
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