Gana vira depósito de lixo tecnológico de nações ricas, diz ONG
Uma organização não-governamental internacional divulgou, nesta terça-feira (5), ter identificado dois depósitos altamente tóxicos de lixo eletrônico no país africano de Gana. Esses resíduos, também chamados de e-waste (e-lixo), incluem telefones celulares, aparelhos de TV, computadores – essas peças contêm elementos como mercúrio, cádmio, cobre, chumbo e alumínio, que podem contaminar o solo, lençóis freáticos e prejudicar a saúde.
“Em vez de serem reciclados, esses eletrônicos são descartados em países em desenvolvimento. Antes de Gana, já havíamos identificado depósitos parecidos na China, Índia e Nigéria”, diz o relatório da ONG, que visitou o país africano. O documento afirma ainda que o lixo tecnológico identificado em Gana tem origem na Ásia, Europa e Estados Unidos.
Containeres chegam da Alemanha, Coréia, Suíça e Holanda com o falso selo de “bens usados”. Exportar lixo eletrônico é ilegal na Europa, mas muitos conseguem fazer isso alegando que os equipamentos serão reaproveitados em países mais pobres. Alguns comerciantes dessas nações dizem que, para receberem algumas poucas máquinas de nações desenvolvidas, precisam muitas vezes aceitar containeres cheios de monitores quebrados e CPUs que não funcionam. (via g1.globo.com)
Saiba mais (g1.globo.com).
Hum… Vou por aqui na minha lista:
“- Para se tornar um país de primeiro mundo, precisa-se enganar nações mais pobres e prejudicar outras milhares de pessoas para não se preocupar com pequenos problemas.”
Está anotado! Obrigado Augusto!
Globalização é isso aí!
O pior é que os países ricos acham que estão certíssimos, que eles apenas estão defendendo os direitos de seu próprio povo.
O mais impressionante foi o que disse o comerciante, que para conseguir algumas máquinas boas eles precisam aceitar receber esse lixo junto.
Enfim essa é a lógica: para as coisa boas (como alimentos), incentivos fiscais e proteção governamental; para as ruins, a exportação.
Que beleza, essa tal de globalização, heim? Mas “ESTA É A ÚNICA VIA POSSÍVEL”, dizem eles, os espertinhos…
Globalização e Comunismo são duas utopias: nunca seremos “iguais”. Alguém tem que tomar na cabeça pra alimentar a cobiça do outro. Infelizmente…
Globalização é isso aí!
O que que você tá fazendo na internet então?
Lembrando que o Brasil ficou um ano aceitando ser depósito de pneus usados dos países desenvolvidos, isso há uns 2 anos atrás.
Avelino de Almeida Bego (usuário não registrado) em 7/08/2008 às 9:53 am
Na verdade, ambos são irmãos, parentes em primeiro grau. Só que não vou explicar isso aqui porque além de ser off-topic, meu comentário seria moderado negativamente (alguns leitores deste blog não suportam ouvir a verdade).
Aff, eu tenho q parar de colocar links em meus comentários… Eles sempre vão para a análise anti-spam… hauahuahau
edempoa, a globalização não é ruim, como você bem sabe. Graças à ela temos o que temos hoje. Agora está na hora de utilizarmos o que a globalização nos ofereceu – integração cultural, possibilidade de ver um mundo além do alcance do horizonte – para acabar com seus efeitos colaterais.
Sabemos que não há país do mundo em que a população não esteja descontente com o atual estado de coisas – gosto desta expressão :-). Sabemos que não há país no mundo que não seja controlado pelas grandes corporações, como as farmacêuticas, as de tecnologia, as petrolíferas, as de produtos alimentícios conservados e sintéticos. E sabemos que não há lugar no mundo com pessoas contentes com tudo isso.
Se há tantas pessoas descontentes em todos os lugares do mundo, porque todo mundo continua agindo como vivêssemos num mundo perfeito?
Mas sei que o Br-Linux não é lugar para isto :-)
Tenchi, tentando respondê-lo e ao mesmo tempo mantendo o foco na questão da notícia :-)
Globalização não é algo para ser colocado em pauta aqui. Gana não é exemplo de globalização no aspecto econômico, ou seja, livre comércio além das fronteiras nacionais, pelo contrário, é exemplo de falta dela.
http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%8Dndice_de_Liberdade_Econ%C3%B4mica
E ainda mais especificamente sobre as importações deste país:
Ghana’s weighted average tariff rate was 11 percent in 2004. Special import fees and taxes, import bans and restrictions, cumbersome and non-transparent standards and regulations, weak enforcement of intellectual property rights, non-transparent government procurement, and customs that can be complex and prone to corruption add to the cost of trade. The government supports domestic private enterprise with financial incentives and tax holidays as part of its export-promotion policies. An additional 15 percentage points is deducted from Ghana’s trade freedom score to account for non-tariff barriers.
http://www.heritage.org/research/features/index/country.cfm?id=Ghana
Estamos falando de um país que provavelmente não produz computadores. Eles não tem outra alternativa além de importar, mas tem que conviver com um governo que aumenta demasiadamente os custos desta importação. O resultado disso é que torna-se mais viável importar lixo mesmo.
Então podemos começar parando de crucificar os malvados europeus :-)
Acredito que uma visão manequeísta, que vise transformar os países ricos em culpados de todos os males do mundo é uma tragédia. Muitos países africanos estão imersos em miséria devido a corrupção de seus próprios governantes e a cultura predatória machista de seus habitantes. Em determinadas comunidades, um homem “cura-se” da AIDS relacionando-se com 100 virgens (pratica que dissemina a doença para mais 100 vítimas), e praticam castração feminina. Além disso temos as mílicias armadas e as infinitas guerras civis, além de um sem fim de ONGs com objetivos nem sempre nobres.
Estamos falando de um país que provavelmente não produz computadores. Eles não tem outra alternativa além de importar, mas tem que conviver com um governo que aumenta demasiadamente os custos desta importação. O resultado disso é que torna-se mais viável importar lixo mesmo.
Então podemos começar parando de crucificar os malvados europeus :-)
Obviamente produzimos um sem fim de lixo industrial, que acaba singrando para os países miseráveis, obviamente consumimos muito e somos acomodados, mas a culpa não é inteiramente nossa, nem dos Europeus nem dos Americanos. Um dado da BBC chegou a conclusão de que 66% da ajuda humanistíca que chega ao continente africano vem dos EUA…O grande problema é o “coitadismo” que cria vítimas de um sistema que nem sempre é culpado.
Globalização não é algo para ser colocado em pauta aqui. Gana não é exemplo de globalização no aspecto econômico, ou seja, livre comércio além das fronteiras nacionais, pelo contrário, é exemplo de falta dela.
Exato, edempoa…
Culpar a globalização pelo lixo industrial, quando é a falta dela que está destruindo o país é o típico ardil socialista, que como sabemos, não oferece, ao lado do neo-liberalismo, soluções plausíveis para o mundo.
Eis um ótimo vídeo falando do tema discutido:
http://video.google.com/videoplay?docid=-3412294239230716755&ei=RXabSO6MCILAigKk_fjJDw&q=a+hist%C3%B3ria+das+coisas&hl=en
bebeto, o nosso lixo acaba migrando para estes países porque a princípio eles querem esses equipamentos para alguma coisa. Isso porque o pequeno poder aquisitivo destas pessoas aliada as dificuldades de importação torna mais viável esta alternativa, afinal, ter PC-quase-sucata é melhor do que PC-nenhum, ao menos em curto prazo.
A solução para este problema passa por estas sociedades conseguirem se organizar de forma que possam produzir riqueza, aumentando o seu poder aquisitivo, o que aliado a uma política de facilitação das importações elevará o padrão de exigência dos consumidores.
Miséria e pensamento de longo prazo não combinam.
A alternativa a isso é meia dúzia de iluminados decidindo o que é melhor para eles em reuniões de engravatados da ONU (ou em caixa de comentários do BR-Linux).
Sei que aqui não é o lugar mais adequado para esta discussão, mas a notícia postada de um forma ou de outra instiga as pessoas pensarem em soluções para o problema, e a meu ver isto é impossível sem entrar no terreno da Economia e da própria liberdade em um contexto geral.