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Flexibilização dos direitos autorais: Paulo Coelho agora virou pirata

“”Agora, além de mago, ele virou pirata. Usando um clássico tapa-olho, Paulo Coelho decidiu se lançar a pleno vapor no vasto oceano da grande rede, espaço em que as velhas leis de direitos autorais já se tornaram ultrapassadas. É ao menos assim que o escritor se apresenta em um site para fãs, o Pirate Coelho (http://piratecoelho.wordpress.com), num retrato em que aparece devidamente trajado como um folclórico ladrão dos mares. A página, que indica aos internautas links em que podem fazer downloads gratuitos de suas obras, era vista até pouco como um projeto não-oficial. Em janeiro, no entanto, durante o encontro Digital, Life, Design, na Alemanha, o segredo foi finalmente descoberto. Paulo Coelho admitiu: é ele mesmo, um dos escritores que mais vendem livros no planeta, o criador e administrador da iniciativa.”

Segundo o escritor ” Acredito que a oferta em linha gratuita de livros estimula as vendas no mundo “real”. Tive uma experiência no fim da década de 90 na Rússia que me abriu os olhos para isso. Estávamos com dificuldades de vendas e sempre vinha a explicação de que a distribuição era muito difícil nesse território. Em 1996, havíamos vendido apenas mil livros. No fim de 1997, Brida apareceu traduzido em sites de peer2peer e as vendas começaram a decolar. Em 1998, tínhamos vendido 10 mil exemplares. Em 1999, 100 mil. Em 2000, o número cresceu para mais de 1 milhão de exemplares! Isso não foi coincidência: a internet permitiu que o efeito boca-a-boca se criasse, e a partir daí os leitores começaram a exercer uma pressão nas livrarias, que, por sua vez, começaram a pedir mais exemplares…””

Enviado por Patricia Fisch (pfischΘparana·sl·org·br) – referência (jbonline.terra.com.br).


• Publicado por Augusto Campos em 2008-04-29

Comentários dos leitores

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    Silveira Neto (usuário não registrado) em 29/04/2008 às 5:50 pm

    Fico muito contente com essa notícia, principalmente vindo de um dos autores mais vendidos no mundo. Tudo bem que eu não sou um leitor da obra dele, nem tenho interesse pelo assunto que ele escreve mas agora eu já passo a ver ele com melhores olhos. :-)

    Ele está com uma ótima iniciativa e no caminho certo. Agora ele precisa acertar alguns detalhes, porque o livro é dele mas é provável que as editoras detanham algum tipo de direito.
    Um ótimo próximo passo seria deixar as coisas bem claras licenciando o trabalho dele sob alguma licença Creative Commons.

    Clésio Luiz (usuário não registrado) em 29/04/2008 às 6:09 pm

    Tem lógica o pensamento dele. Ler livros no PC é cansativo. Eu tenho uma obra rara que eu li primeiro no PC, mas assim que surgiu a oportunidade de compra-la eu o fiz. Folhear um bom livro ainda é um dos prazeres que o PC não proporciona.

    Fora que, com essa posição, Paulo Coelho mostra que confia no seu talento, pois poderia acontecer de o livro ser ruim e ao ler partes ou o livro todo no PC, o comprador em potencial desistiria da compra. Incentivar a distribuição on-line gratuita de suas obras mostra que o homem tem coragem.

    Simplesmente exemplar a atitude dele. Hoje em dia o consumidor se tornou muito mais exigente e na contra-mão disso, a qualidade das obras artísticas (literatura, música, filmes, etc) vêm caindo ou se tornando mais do mesmo. Eu não vou ao cinema sem pelo menos ler uma ou duas análises do filme, que é abundante na Internet sites sobre filmes e de grande seriedade.

    Paulo Coelho está certíssimo, ele produz bons livros (para quem gosta, nunca li um livro dele) e o boca a boca na Internet faz o resto. Quer coisa melhor para um artista do que uma pessoa indicando para outra sua obra?

    foobob (usuário não registrado) em 29/04/2008 às 7:02 pm

    Não vi a tal foto de pirata, foi sarcasmo? E pra quem estiver afim, saiba que não há sombra de “O Alquimista” à vista.

    E não acho que tenha sido tanta coragem ou atitude exemplar do mago: já tem tantos milhões nos bolsos que pode se permitir dar uma de Microsoft e fazer Vista grossa à pirataria que lhe ajuda a se propagar e popularizar.

    Depois de rico, é fácil tomar essa iniciativa. Até sua imagem pública melhora.

    Queria ver se fosse autor que estivesse começando…

    Ceti, então você achou ruim? Tenho a impressão de que vários autores iniciantes também disponibilizam suas obras para acesso gratuito, ou mesmo livre, pelos interessados.

    Sim, Augusto, aqueles que não pretendem viver de Literatura, isto é, os filhinhos de papai que vêem na Literatura apenas mum hobby.

    Aí é diferente, porque eles querem apenas aparecer bem na mídia. Não tem nada a ver com o sujeito que sabe (ou pensa que) tem alguma coisa interessante a dizer e faz daquilo sua própriam razão de viver (NOSSA, dramático, heim?).

    Não vejo nada de ruim em aparecer bem na mídia por ter feito algo de positivo, e discordo da sua generalização de que só filhinhos de papai hobbystas disponibilizam livremente o que escrevem.

    Ok, vc. está no seu direito. Quando vais disponibilizar prá nós suas obras completas?

    Engraçado você perguntar isso. Não sou autor de nenhum livro, mas escrevo bastante, e a maior parte do que escrevo está disponível sob licença livre e/ou livremente acessível, incluindo todos os meus artigos do BR-Linux, do Efetividade.net, os artigos que escrevi para a Revista do Linux, e boa parte dos artigos que escrevi para a Linux Magazine.

    Revoltado (usuário não registrado) em 29/04/2008 às 8:37 pm

    ceti em 29/04/2008 às 7:23 pm

    Sim, Augusto, aqueles que não pretendem viver de Literatura, isto é, os filhinhos de papai que vêem na Literatura apenas mum hobby.

    Aí é diferente, porque eles querem apenas aparecer bem na mídia. Não tem nada a ver com o sujeito que sabe (ou pensa que) tem alguma coisa interessante a dizer e faz daquilo sua própriam razão de viver (NOSSA, dramático, heim?).

    Ceti, você dizendo isso? Que pensamento mais capitalista… ;-)

    Cuidado vai levar um puxão de orelhas do Partidão por causa disso, terei pena de você se um dos militantes deles ler este comentário.

    Tirando o fato que o autor em questão é o Paulo Coelho, a iniciativa é ótima, mas temos que nos lembrar de algumas coisas:

    1. O brasileiro não gosta de ler. É verdade. Tanto as crianças quanto adolescentes e adultos, EM SUA MAIORIA – não as pessoas que fazem parte desse seleto grupo de usuários de software livre que vão negativar esse post porque estão acima dos “winlosers” – prefere ver TV, jogar bola, navegar no Orkut e conversar no MSN. E só. Livro, para todos os efeitos, é uma coisa chata que só se lê por obrigação.

    2. O brasileiro não sabe ler. Não apenas devido ao exposto acima, mas o fato é que o povo comete erros grotescos de Português e não entende o real significado dos textos, aceitando tudo o que vê ou o que os outros querem que ele veja.

    3. Escrever é algo inacessível para a maioria da população. Publicar um livro é muito caro. Tentei uma vez e o orçamento sairia perto de R$ 8.000,00. As editoras que não cobram taxas geralmente não se interessam pelo que escrevemos, preferindo autores conhecidos e consagrados.

    4. Colocar livros na Internet não é garantia de sucesso. Para ser, é necessário, antes de tudo, educar o povo.

    Deveríamos nos unir para estimular o hábito da leitura nas pessoas desde pequenos. Pois ao assistir TV, a pessoa se torna um espectador passivo, aceitando as ações que vê na tela; ao ler, ela deve imaginar o que está acontecendo. E, como diz um professor meu, o que a gente não usa, atrofia.

    Depois de rico, é fácil tomar essa iniciativa. Até sua imagem pública melhora.

    Queria ver se fosse autor que estivesse começando

    Acho que você entendeu mal a notícia. Ele disse que tinha por volta de 10 mil livros vendidos na Rússia antes que uma de suas obras traduzidas rodassem por redes p2p. Depois disso, ele vendeu 1 milhão livros na Rússia.

    Pra bom entendedor, ele não só divulgou mais sua obra, como vendeu muito mais livros e ganhou muito mais dinheiro e ficou muito mais rico.

    10 mil livros na Rússia, até o Baboo vende.

    cristo (usuário não registrado) em 29/04/2008 às 10:42 pm

    André Machado, considerando o fator 3 de tua questão, acabaste de se tornar próprio exemplo de teus atos, diante do inicio de teu texto escrevestes:

    Tirando o fato que o autor em questão é o Paulo Coelho, a iniciativa é ótima, mas temos que nos lembrar de algumas coisas:

    Observas que acrecentastes o artigo “o” antes de nome próprio, no caso Paulo Coelho, já que é ditado na gramática brasileira que artigos são excluídos antes de nomes próprios de pessoas ao que parece, pelo histórico deste vício de linguagem é apresentado aos habitantes do Rio de Janeiro (no caso de estados é permitido o uso de artigo em certas ocasiões as quais é tornado difícil a recordação).

    Concordo com o que fora citado por ti, contudo creio que tal questão deve ser ditada com atos e que normalmente tal fenônimo de reeducação sempre é dado ao tempo e também ao exemplo.

    Uma coisa engraçada é que para estimular a leitura, nem é necessário reabrir livros antiquados ou tecnicamente chatos, mas apresentar algo que seja agradável aos olhos, um exemplo é a HQ (história em quadrinhos) ou mesmo jogos como RPG (Role Play Game) já que ambos são considerados como fatores para tal estimulo a leitura, sendo assim caso queira que os jovens possam ter o hábito de ler, apenas apresente este hábito como algo agradável.

    foobob (usuário não registrado) em 30/04/2008 às 12:51 am

    Texto impecável, cristo. Exceto, claro, por “fenônimo”, coisa que meu porteiro tá acostumado. Maldita falta de edição no wordpress, hein? ;)

    foobob (usuário não registrado) em 30/04/2008 às 12:57 am

    André Machado, acho que a ignorância e desapego a livros não é mais fenômeno exclusivo do povo brasileiro: neguinho lá fora hoje em dia só vive em frente ao computador, ou mesmerizado diante de uma TV com home theater, videogame e o escambau. E muito entorpecente pra acabar de vez com o que restar de neurônios.

    O próprio sucesso internacional de Paulo Coelho, atualmente “maior” autor brasileiro e mais famoso que Amado ou Assis, com sua leitura fácil e temas generalistas e de cunho espiritual, estilo auto-ajuda, é prova disso.

    bebeto_maya (usuário não registrado) em 30/04/2008 às 5:14 am

    Sim, Augusto, aqueles que não pretendem viver de Literatura, isto é, os filhinhos de papai que vêem na Literatura apenas mum hobby.

    Engraçado, porque o autor pobre não vende porque é desconhecido…E o rico, vende tanto que “empapussa” e disponibiliza suas obras gratuitamente. Conclusão: Para os dois tipos, pode ser bom disponibilizar PDFs gratuitos, como disse Linus Torvalds, acaba sendo um “commodity”.

    Quanto ao Ceti: Cara, cada caso é um caso. Sem generalismo. Nem tudo tem de ser free.

    Ceti, ganhar dinheiro é pecado agora?

    Acho uma iniciativa interessante a do Paulo Coelho. Se ele usa como marketing para vender mais, isso é com ele.
    A comunidade tb usa a liberdade 2 e 3 como maneira de disseminar seus softwares. Se alguém da comunidade ganhar dinheiro com isso vamos apedrejar?

    O caso ilustra coisas interessantes:
    1) O autor liberando sua obra sem custos;
    2) O autor demonstra saber que a disseminação sem custos de sua obra online facilita a venda da mesma quando na forma de livro (as empresas de música/filmes deveriam se inspirar nisso e parar com DRMs e afins);
    3) O autor estimula a distribuição de obras pela internet.

    Como o Augusto comentou, ele mesmo disponibiliza seus artigos e afins via CC ou de livre acesso de leitura. Muitos da comunidade fazem o mesmo com suas teses, códigos, manuais…. Mas autores de literatura, nem todos.

    No meu mestrado, propus o desenvolvimento de uma rede social de autoria para conteúdo didático (que está quase em fase beta para ser lançada para a comunidade), e a maior resistencia é dos próprios professores/autores do conteúdo.
    Apesar dos mesmos poderem ter acesso a uma gama maior de conteúdos free para a sala de aula, de poderem compartilhar conhecimento e etc, eles estão mais preocupados com a questão financeira/autoral do que com a disseminação (e consequente maior exposição de suas obras) de seus conhecimentos.

    Ver Paulo Coelho disseminando uma prática que usualmente a comunidade de SL utiliza, antes de ficar avaliando se é marketing ou não, se depois de rico pode, se é playboy ou mauricinho não ajuda a ampliar a discussão sobre o que se pode fazer com os bens imateriais.

    Sou a favor da liberdade de expressão, liberdade de software e liberdade de conhecimentos.
    Vou encaminhar email a ele e sugerir que disponibilize sua obra como CC (pois na que abri não percebi sob qual licença ele disponibiliza).

    Querem maior marketing para o SL e obras afins o aval de um Paulo Coelho? rsrsrs (marketing não é pecado, fazemos isto no FISL, FLISOL, InstallFest e etc).

    kaliope,
    sua dissertação já está disponível? Me interesso muito pelo assunto e gostaria de poder lê-la.

    foobob (usuário não registrado) em 30/04/2008 às 1:16 pm

    “O autor demonstra saber que a disseminação sem custos de sua obra online facilita a venda da mesma quando na forma de livro (as empresas de música/filmes deveriam se inspirar nisso e parar com DRMs e afins);”

    Dois pesos, duas medidas. Liberar um livro online aumenta as vendas dos impressos porque muita gente não gosta/consegue ler na tela e ia gastar muito papel pra imprimir. Mais prático ir na livraria e comprar. Nada indica que alguém que baixou um filme e gostou vai precisar comprar a cópia original em DVD. Nesse último caso, comprar ainda é um estorvo a mais porque o cara fica rapidamente com as gavetas cheias de discos e capas e não sabe o que fazer com elas…

    Um livro, assim como um filme, e também música, foto, imagem, etc., quando em formato digital, passam a ser nada mais do que bits. Bits podem ser duplicados e reproduzidos infinitas vezes sem nenhuma degradação nem efeito sobre o original, a custo zero ou ínfimo. A obra (conteúdo do livro, filme, música…) passa a ser então um bem não-escasso por natureza (não por opção!), como o ar que se respira, tendo um valor de troca igual a zero. É absolutamente impossível, além de ilegítimo, querer impôr que alguém compre ou pague por um bem não-escasso, simplesmente porque por natureza ele não tem valor de troca!!! Pode ser obtido em qualquer canto, armazenado, distribuído e copiado por qualquer um, sem que isso afete o original. O que pode ser vendido é o suporte físico (livro impresso, DVD, CD) ou ainda agregados (a sessão de cinema, interatividade, contato com o autor, etc.), pois estes sim são bens escassos, ao contrário do conteúdo da obra. Muitas vezes estes complementos são tão importantes quanto o conteúdo: sempre vai ser mais agradável ler um livro de papel do que um ebook; caixas e livretos são essenciais para boa parte dos fãs de vídeo/música; etc. Mas, quem não quiser, não precisa nem pode ser obrigado a comprar uma “cópia do original”, simplesmente porque no meio digital todas as cópias são idênticas ao original, todas são “cópia do original”!!

    Esta é a natureza da informação digital, a qual constitui um novo paradigma! É irreversível, e humanamente impossível querer voltar atrás e manter os mesmos padrões de quando a informação estava indissociavelmente amarrada ao seu suporte físico; isto simplesmente não funciona mais. É por isso que DRMs e processos contra “pirataria” (leia-se copiagem pessoal e não comercialização de cópias) são inócuos, absurdos e criminosos: eles tentam impôr artificialmente valores de troca arbitrários a bens que naturalmente possuem valor zero! A maior parte das pessoas ainda não se deu conta disso apenas porque nascemos e crescemos vendo como “natural” o paradigma anterior da circulação da informação e da “indústria cultural”, só que ele NÃO tinha nada de natural e hoje foi completamente superado, não tem mais como se sustentar.

    Tudo isso não tem nada a ver com eliminação de direitos autorais, a autoria de qualquer obra continua e deve continuar sendo sempre reconhecida e respeitada. O que não se pode mais imaginar, entretanto, é qualquer forma de limitação na cópia e distribuição do conteúdo digital da obra, ou na imposição de um custo para isso.

    O que me chamou atenção foi o fato dele tomar essa decisão baseado em uma experiência real, e não um ato arbitrário e demagogo como muitas vezes nós vemos.
    Pra quem está fazendo suposições em cima disso, eu só cito a própria esperiência do autor na Rússia, como ele mesmo relata.
    Sempre achei ele uma pessoa centrada e sensata – pelo menos nos últimos anos, isso só aumenta minha admiração.

    Eu mesmo (usuário não registrado) em 4/05/2008 às 11:18 pm

    Augusto, por que não fazer um link da página do PC? É ruim/chato ter que copiar a url, abrir uma nova aba e colar…

    :^)

    Daria, mas eu reproduzi o texto original.

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