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Como publicar artigos na Linux Magazine

“Depois de meu primeiro artigo com sugestões gerais para redigir bons artigos em blogs, sites em geral e mídias impressas, agora renovei as instruções e dicas para os autores que desejam ter seus escritos publicados na Linux Magazine.

Aproveito para lembrar aos leitores do BR-Linux que estamos sempre em busca de novos autores, tanto de artigos quanto de livros. Se você não é um autor, sugira então um tema para artigo ou livro.”

Enviado por Pablo Hess (phessΘlinuxmagazine·com·br) – referência (linuxmagazine.com.br).

E para publicar notas no BR-Linux, as dicas estão logo abaixo do formulário de envio. ;-)


• Publicado por Augusto Campos em 2008-02-07

Comentários dos leitores

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    Pierre Freire (usuário não registrado) em 7/02/2008 às 10:59 pm

    Augusto,

    Este elink nao esta funcionando.
    http://www.linuxmagazine.com.br/noticia/autores

    Renato P. Biar (usuário não registrado) em 13/02/2008 às 1:37 pm

    Ali Kamel: discípulo medíocre de Gilberto Freyre

    Ali Kamel, o todo poderoso do jornalismo da Globo, parece estar sofrendo da síndrome do pânico, já que qualquer coisa agora lhe dá medo, pavor e calafrios. O seu primeiro medo declarado em sua coluna no jornal O Globo foi em relação ao livro didático “Nova História crítica”, adotado pelo ensino público, que ele acusou de exaltar o socialismo de uma forma que lhe causava até calafrios. Mais recentemente, um outro livro que substituiu o acima citado também lhe causou medo por continuar, segundo ele, a exaltar o socialismo (embora menos do que o anterior) mas também por fazer uma propaganda político-eleitoral do PT. Porém, o fato que mais causa indignação é o seguinte: para uma pessoa que trabalha para a Rede Globo, uma empresa que nasceu, cresceu e se desenvolveu sob um regime de ditadura militar, sendo subserviente, cúmplice e legitimadora deste regime que torturava, assassinava, exilava e censurava, é realmente difícil de entender qual é o motivo que o leva a ter medo de um simples livro didático. E como se não bastasse, essa mesma empresa ainda foi contrária à abertura política e às eleições diretas, dois fatos que significavam o fim daquele regime ditatorial. No Rio de Janeiro, ainda na década de 1980, a Globo tentou fraudar as eleições para governador porque simplesmente não gostava do candidato que estava ganhando, o Sr. Brizola. Já nas eleições presidenciais de 1989, editou e manipulou um debate transmitido por ela mesma entre os candidatos Lula e Collor. Fato esse que foi decisivo para a vitória deste, que era o candidato preferido da emissora. Apenas para lembrar também alguns fatos mais recentes, o apresentador do Jornal Nacional, Willian Bonner, declarou que os telespectadores do seu telejornal são comparáveis ao imbecil, preguiçoso e estúpido Homer Simpson. Isso para não falar (já falando) da imensa campanha feita para que o presidente Lula não se reelegesse, mas como não conseguiram, tentaram criar um clima de desestabilização e, por que não dizer, de golpismo contra o governo Lula utilizando o acidente com o avião da TAM em Congonhas de maneira desrespeitosa e antiética, principalmente no que diz respeito às vítimas e parentes das vítimas. Portanto, para alguém que trabalha e que serve aos interesses de uma empresa como essa, não tem sentido algum ter medo de um livro didático. O Sr. Kamel deveria ver esse livro como, no máximo, um Gasparzinho, o fantasminha Camarada que, embora seja um fantasma, não gosta de assustar ninguém, é sincero, amigo e deseja sempre fazer o bem.

    Entretanto,como se isso não fosse suficiente, numa entrevista concedida ao programa “Espelho” no Canal Brasil (TV por assinatura) apresentado pelo ator Lázaro Ramos, o Sr Ali Kamel declarou mais um de seus tantos medos: as políticas públicas de combate às desigualdades raciais que, segundo ele, só servem para trazer à tona um problema que inexiste no Brasil: o racismo. Para o Sr Ali Kamel, esse tipo de discussão prejudica e atrapalha algo que é peculiar ao Brasil, e que ele chamou de “o grande barato brasileiro” que é o fato da miscigenação ter anulado a questão do preconceito racial. Em sua concepção, o brasileiro, seja ele branco ou negro, tem as mesmas chances de alcançar qualquer cargo ou posição dentro da sociedade desde que tenha méritos para isso, pois vivemos num sistema em que tudo depende única e exclusivamente de você mesmo para alcançar os seus sonhos e realizá-los. Parece que temos um novo discípulo do famoso sociólogo brasileiro e pioneiro na tentativa de mascarar o problema do racismo no Brasil com sua tese da “Democracia Racial”, Gilberto Freire. Porém, devemos reconhecer que é um discípulo infinitamente inferior ao seu mestre, pois a sua falta de talento, o seu cinismo e a sua fraca e pífia argumentação o transformam, para dizer o mínimo, num discípulo medíocre de Gilberto Freyre, já que este, pelo menos, sabia escrever.

    Para alguém que se sente tão capacitado para fazer críticas aos livros de história, o Sr Kamel parece que esqueceu completamente que o Brasil foi o último país das Américas a abolir a escravidão e que esse sistema durou quase quatro séculos por aqui. Parece ignorar também que o Movimento Abolicionista brasileiro, embora tenha tido seus méritos, cometeu um gravíssimo erro que foi o de lutar apenas pela abolição, deixando de lado a luta pela integração do negro livre na nova organização da sociedade. Nesse sentido, o negro ou continuou escravizado ou foi libertado para ter o direito de morrer por conta própria, já que grande parte do trabalho escravo já vinha sendo substituído, desde a metade do século XIX, pelos imigrantes europeus e até mesmo asiáticos, como o caso dos chineses, por exemplo. As conseqüências disso foram o acirramento na marginalização do negro e de suas culturas como a capoeira, a música, sua religião e basicamente qualquer outro tipo de cultura que tivesse suas raízes na África. Mas parece que todo esse preconceito criado e alimentado não só no seio da sociedade, mas também pelas próprias instituições públicas como a escola, a polícia e também a Igreja Católica durante todos esses anos, simplesmente desapareceu como num passe de mágica. Na visão do Sr Ali Kamel, nós, hoje em dia, vivemos a maravilha de uma sociedade completamente despida de preconceitos em relação ao negro.

    Pois bem, já que não existe racismo no Brasil, esse medíocre discípulo de Gilberto Freyre poderia tentar explicar, por exemplo, por que nunca existiu em nenhum dos diversos telejornais da emissora para a qual trabalha, um apresentador negro que fosse fixo (chamado de âncora), e não apenas alguém que cobre as folgas de seus respectivos colegas brancos. Ou, melhor ainda, um casal de negros apresentando o Jornal Nacional como o “belo” casal Willian Bonner e Fátima Bernardes. Já que vivemos numa sociedade que reconhece as pessoas apenas pelos seus méritos, será que até hoje nenhum negro conseguiu ter méritos suficientes para alcançar essa posição? O Sr Kamel poderia tentar explicar também por que nas inúmeras telenovelas exibidas pela Rede Globo, durante todos esses anos, os atores negros têm quase sempre o mesmo papel: empregadas domésticas, bandidos, presidiários, escravos, morador de favela, traficantes, etc. Prova disso é o caso da atriz Zezé Motta que já declarou em diversas entrevistas que desistiu de fazer novelas exatamente por lhe oferecerem sempre os mesmos papéis: empregada doméstica ou escrava em novelas de época. Outra coisa interessante na maioria das novelas é que sempre que tem um personagem interpretado por um ator negro ele dificilmente tem família: ou é adotado, ou mora com amigos ou simplesmente surge do nada (a novela Malhação é um exemplo disso). Isso para não falar que na primeira novela em que houve uma atriz negra como protagonista (Taís Araújo), o título foi muito sugestivo: Da cor do Pecado (seria o branco a cor da pureza?).

    Portanto, a resposta para todas essas perguntas é simples: o que o Sr Ali Kamel tenta esconder, como um bom representante da elite branca do Brasil, é que a sociedade brasileira foi formada e deformada, em muitos de seus aspectos, pelo sistema escravista e suas raízes que se perpetuam até os dias de hoje. E seja através do uso de uma linguagem esotérica como a utilizada por Gilberto Freyre para sustentar a existência de uma “Democracia Racial no Brasil”, ou pelo uso de uma linguagem xucra como a utilizada por Ali Kamel para sustentar a existência de um “barato brasileiro da miscigenação”; ambos não passam de métodos e estratégias para se camuflar e naturalizar uma situação de desigualdade e preconceito para que tal ordem não só continue a se reproduzir e se legitimar, como também para tentar frear qualquer iniciativa, seja de governos ou da própria sociedade organizada, de compensar todas essas injustiças e covardias sobre esses que foram, durante séculos, o pilar de sustentação de toda uma sociedade e sua principal fonte de riqueza.

    Renato Prata Biar; historiador; Rio de Janeiro; RJ

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