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Abertura na Microsoft: Novell jogou errado, Red Hat, Ubuntu e Mandriva jogaram certo

Matt Asay não tem medo de expor opiniões controversas, mas muitas vezes provoca a reflexão. E eu tendo a concordar com ele neste ponto: as distribuições que recusaram publicamente os pactos de patentes, e agora vêem a Microsoft anunciar que vai dar grátis aquilo que antes oferecia como prêmio a quem assinasse os pactos, podem ter bem mais motivos para comemorar do que aquelas que assinaram o pacto e agora perderam parte considerável do que viam como diferenciais exclusivos, mesmo que tenham sido bem recompensadas.

A sua coluna comenta os anúncios de ontem da Microsoft, que basicamente ofereceram a todos os interessados (o que provavelmente inclui as distribuições enterprise) boa parte das características de interoperabilidade que a Novell anunciava como diferencial devido ao seu pacto de patentes com a Microsoft. Segundo o anúncio, agora os interessados poderão até mesmo saber quais são as patentes envolvidas nas tecnologias mais populares da MS – aquelas mesmas que a empresa sempre dizia ter, mas nunca detalhou.

A Red Hat, a Mandriva e o projeto Ubuntu foram distribuições que anteriormente vieram a público anunciar a sua rejeição a fazer pactos com a Microsoft no mesmo estilo daquele da Novell, nos quais também receberiam acesso a estas mesmas informações que a Microsoft agora diz que disponibilizará de graça.

Claro que quem fizer uso destas vantagens agora não receberá a injeção de capital, apoio de vendas e de marketing, e acesso a recursos exclusivos que a MS deu à Novell após o pacto, e que garantiram a esta aquilo que tecnicamente pode ser descrito como uma grana preta durante o primeiro ano de proximidade. E é claro que ela vai continuar dizendo que levou vantagem – e levou mesmo, até agora e pelos critérios que interessam a ela. É só aguardar os próximos releases!

Você acha que as condições vantajosas vão continuar, agora que a topografia do campo de batalha mudou tão radicalmente? Eu acho que elas não chegaram a ser tão vantajosas quanto a própria empresa anunciou, e que agora subitamente parte da força do vento que soprava as suas velas no mercado pode estar comprometida. Mas temos que ver o que acontecerá daqui em diante. Vou acompanhar com atenção.

Saiba mais (blogs.cnet.com).


• Publicado por Augusto Campos em 2008-02-22

Comentários dos leitores

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    Adilson (usuário não registrado) em 22/02/2008 às 3:31 pm

    Novell jogou errado? Creio que não, pois o pacto foi muito bem visto pelo mercado. A Novell sò deu para o mercado o que ele pedia, do mesmo jeito que o Ubuntu da aos usuários o que eles querem.
    Mesmo agora com essas mudanças dando à outras distribuições o que a Novell tinha pago, ela ainda está na frente abocanhando uma parte do mercado que quer usar o Linux, mas também quer compatibilidade, segurança, etc.
    Nesse jogo de mercado poucos são “bonzinhos”, sò querem mais lucro e sempre se movimentam nesse sentido.

    A Novell jogou certo? Comprometeu sua imagem como distribuição Linux para algo como “cachorrinho da Microsoft”.
    Eu não sou nenhum xiita mas também não sou a favor de dormir com o “inimigo”… nem por prazer. :) E não estou falando de Microsoft inimiga do OSS, estou falando da Microsoft inimiga como empresa arrebanhadora de clientes.
    Na minha humilde opinião, princípios e caráter ainda são o que definem uma pessoa ou uma empresa a médio e longo prazos.

    Marcelo Nascimento (usuário não registrado) em 22/02/2008 às 4:32 pm

    Dúvidas…

    Será que a MS vai realmente liberar TODAS as especificações das APIs?

    Será que a Novell não tem acesso a alguma coisa que não será liberada?

    Será que a Novell tem acesso às especificações das APIs das plataformas que não serão liberadas (win 2000 e xp) e será que ter acesso a elas é alguma vantagem?

    Vraptor (usuário não registrado) em 22/02/2008 às 4:57 pm

    Estou com o comentário do Adilson.
    Certamente a Novell jogou certo, o mercado disse isso !!
    Ganhou e continuará ganhando muita grana.
    Se a Microsoft não renovar o contrato levará chumbo grosso de ‘ BONS ‘ clientes corporativos.
    O SL assumiu a pole.
    Abraços.

    quem se associa com o demo nunca vai ganhar… ;)

    “quem se associa com o demo nunca vai ganha”

    Cuidado hoje em dia não se pode nem brincar porque os que se dizem normais já vão te chamar de xiita, bitolado, fanatico….. e tal.

    Isso é verdade, por um lado ela perdeu seu diferencial, porém as criticas do tipo “use SUSE e seja processado” etc.. etc.. também foram desmistificadas… E agora (se Red Hat, Ubuntu e Mandriva) usarem essas tecnologias MS, a parte “Ruim” das diferenças também serão igualadas…
    No caso, a Novell ainda lucrou muito nesse meio termo…. Saiu ganhando e muito, e também saiu na frente….

    Wallacy, me parece que o diferencial aí, se houver, não é se a Red Hat, Ubuntu e Mandriva vão usar a documentação disponibilizada, e sim se vão fazer acordos ou contratos referentes a patentes.

    Marcos Alexandre (usuário não registrado) em 22/02/2008 às 8:15 pm

    Não acredito que a Novell tenha errado. O que ela mais aproveitou não foram as patentes em si, mas a força de marketing, suporte e venda da MS, que isso as outras distros não vão ter. Concordo que ela ficou mal vista a muitos membros da comunidade, que acreditam que empresa boazinha é aquela que não tem o lucro como objetivo final, mas ela ganhou pontos no mercado, que era sua intenção.

    Assisti uma palestra de um executivo da Red Hat em São Paulo que dizia que essas patentes eram ruins e não usaria “nem de graça” essas tecnologias. E agora, será que ele vai dar o braço a torcer e aproveitar pra melhorar a compatibilidade do seu produto, ou vai manter a visão anterior?

    Não sei onde a Novell jogou errado, ela faturou muito e ainda saiu na frente das demais. Obteve um bom headstart e know how.

    Fora que eu não vejo o que a abertura das APIs melhore no mundo do Linux. Pra usar elas tem que rodar Windows ou Wine, não é?

    Veremos mais aplicações trabalhando no Windows estendendo o portfolio da Microsoft.

    Ricardo Carvalho (usuário não registrado) em 22/02/2008 às 11:34 pm

    Este anuncio já estava sendo comentado a um tempo (desde o início de fevereiro) no meu blogroll, só faltava saber o que era, o anúncio foi mais tímido do que eu pensei, como tinha lido sobre o programa Dreamspark da MS alguns dias antes (no qual a MS dá licenças de diversos softwares de graça a estudantes de alguns países, que ainda não incluem o Brasil) achava que no mínimo a MS anunciaria o porte oficial de algum de seus softwares para alguma distribuição Linux, mas de certo modo a nota me pegou de surpresa, eu pensava que aquele velho acordo de patentes com algumas distribuições seria o que iria garantir o acesso a alguns dos seus padrões fechados. Mesmo com esse acordo, eu acho que a MS deveria ter feito algo assim a no mínimo 1 ano, além de mandar o Ballmer calar a boca, teria sido uma boa maneira de se mostrar no mínimo confortável com a existência da comunidade de Software Livre.

    Não sei se todos perceberam, mas a Microsoft compromete-se em não processar desenvolvedores de software de código aberto, quando a propriedade intelectual for distribuida de forma “não comercial”.

    Isto significa que produtos comerciais que incluam estas tecnologias deverão ser devidamente licenciados pelas empresas que os distribuirem. Clientes que adquirirem as implementações de fornecedores não-licenciados também terão a oportunidade obter as devidas licenças.

    Vagner Farias.

    Cuidado hoje em dia não se pode nem brincar porque os que se dizem normais já vão te chamar de xiita, bitolado, fanatico….. e tal.

    e eu com isso? ser politicamente correto ou aceitar a realidade do mercado como ideologia não é comigo…

    Acho que a Novell errou no fato de ter aberto mão de vários produtos que ela desenvolvia, como a alternativa ao Exchange (nao lembro o nome) que existia. Mas, financeiramente pra ela, as coisas melhoraram muito, e nisso não foi um erro, foram “apenas” negócios.

    Timm, a Novell continua desenvolvendo e comercializando o GroupWise, o qual é uma alternativa ao Exchange.

    A Novell teve outros produtos na linha de colaboração como o Open Exchange Server, em que a Novell era um OEM e atualmente não vende mais o produto, e o Netmail/Hula, que foi vendido para a Messaging Architects, uma empresa parceira da Novell, focada em sistemas de correio/colaboração.

    Andre Caldas (usuário não registrado) em 24/02/2008 às 12:21 am

    Estou com o Augusto Campos. Não dá pra comparar maçã com banana! Qual é o teor do acordo da Novell e o que é que a M$ tá oferecendo pro resto?

    Nenhuma dessas empresas citadas vai se beneficiar, a menos qua não façam uso comercial das tais patentes. E isso é muito diferente da situação da Novell. Bom, que a Novell apodreça no inferno. :-P

    André Caldas.

    Hugo (usuário não registrado) em 26/02/2008 às 5:55 pm

    Srs. Creio que a realidade por traz de tudo isso é que, com o crescente mercado que o software livre tem alcançado nas grades corporações, provando que em alguns caso, não há nenhuma necessidade de software proprietário, e para evitar que os produtos da M$ sejam removidos definitivamente por causa da interoperabilidade, a M$ prefere abrir as suas APIs evitando assim que os seus sistemas sejam varridos definitivamente da praça. Sim, porque pagar por algo se eu tenho de graça. Quando ela abri as APIs está prolongando a vida dos seus produtos, pois a haverá um interoperabilidade, coisa essa que não existe neste exato momento.

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