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Presidente da Softex pede definição e restrições sobre software livre no governo

Notícia publicada por brain em junho 17, 2004 09:24 PM | TrackBack


Manoel Pinho (pinho@uninet.com.br) enviou este link para a nota do LinuxDicas. Um trecho: "Depois do ataque da Microsoft Brasil ao Sérgio Amadeu, agora o presidente da Softex (Sociedade para Promoção da Excelência do Software Brasileiro) ataca a preferência do governo federal pelo software livre com muito FUD."

O ataque mencionado ocorreu na abertura do 5o. FISL, em Porto Alegre, e está descrito nesta notícia do terra do início deste mês. Trechos: "'Não vamos trabalhar em um mecanismo que elimine a indústria brasileira', disse Márcio Girão, presidente da Softex. (...) Girão defendeu a implantação de softwares livres em áreas de interesse público como folhas de pagamento, eleições, declarações de imposto de renda e governo eletrônico. Além disso, o presidente da Softex pediu a limitação do acesso de comunidades de programadores a licitações públicas, apesar do desenvolvimento do sistema operacional livre Linux ter sido baseado no trabalho coletivo de milhares de programadores ao redor do mundo. 'Não podemos ficar limitados a um movimento utópico, baseado no voluntariado e sem viabilidade econômica', disse o presidente da Softex, entidade que reúne empresas de software proprietário."

Atualização: a Softex enviou esclarecimentos sobre as declarações acima, retificando-as.

 

Comentários dos leitores
(Termos de Uso)

» PauloRZnd () em 17/06 21:49

"Não podemos ficar limitados a um movimento utópico, baseado no voluntariado e sem viabilidade econômica"


Um comentário parecido com o de nosso amiga Alice R.

Gostaria que essas pessoas se informassem melhor antes de tecer comentarios.

Será que custa tanto assim mudar de paradigma.

A Microssoft insistindo em manter sua estratégia, de não se alinhar ao SL, já está sentido os efeitos. Será que a SOFTEX vai pelo mesmo caminho?


» Henrique Vicente () em 17/06 22:26

Essas associações deveriam colocar o sufixo P de proprietário em suas siglas..


» Andretti Barros () em 17/06 22:59

"Não podemos ficar limitados a um movimento utópico, baseado no voluntariado e sem viabilidade econômica"

Pelo amor de Deus. Sem utópico? sem viabilidade econômica? pergunte a IBM...

É incrível como tem gente que ainda se apóia nisso...


» Andretti Barros () em 17/06 22:59

"Não podemos ficar limitados a um movimento utópico, baseado no voluntariado e sem viabilidade econômica"

Pelo amor de Deus. Utópico? sem viabilidade econômica? pergunte a IBM...

É incrível como tem gente que ainda se apóia nisso...


» Roger de Almeida () em 18/06 00:48

Essa cara gastou os seus "15 minutos de fama" com argumentações descabidas, aéticas e imorais.

Só pode ser laranja da Microsoft.

Abraços
Roger


» Gafanhootoo () em 18/06 01:15

Alguém deu uma lida nas propostas da ABES, Softex & cia para mudanças no setor de TI?

http://www.s2.com.br/scripts/release.asp?clienteId=345&releaseId=17141


» Mimica () em 18/06 01:15

Está certo que tenham empresas que ainda queiram desenvolver seus softwares proprietários, até aí é uma questão de liberdade! Mas esculhambar o desenvolvimento e funcionamento do software livre não está certo.

Acredito que alguns softwares podem até se manterem fechado, mas softwares governamentais tem mais é que serem abertos mesmo, para o povo poder verificar se está trabalhando em prol deles ou de uma minoria. O povo tem o direito de saber para onde e como vai o seu dinheiro.


» Rael () em 18/06 08:26

Acho que são apenas comentário infelizes de alguém que não conheça bem o movimento. Eu desenvolvo vários softwares, alguns livres e outros proprietários. Os proprietários em geral são para algum cliente que exige algo específico. E nisso o software livre também ajuda. Afinal, usando o SL como base (Linux, bds, etc) eu ganho em custo, desempenho e robustez, e o cliente sai mais satisfeito ainda.


» Daniel Fonseca Alves () em 18/06 09:03

Desde que eu comecei a usar o Linux sempre me perguntava como poderia dar certo a viabilidade de um programa "sem dono".
Foi tomando alguns exemplos de patrimônios intelectuais livres que começei a entender:
TCP/IP.
Lignuagem C.
O PC.
Linguagem Humana.
Álegbra
Postulados da Física.
Pensamentos do grandes Filósofos da Humanidade.
E então percebi que a filosofia da liberdade de informação e principalmente a igualdade de oportunidades é algo perceguido por muitos em muitas épocas.
E não por causa de uma ideologia burra, mas pela possibilidade de viver plenamente as potencialidades que a vida nos oferece.
Leia-se que os EUA se formaram por colônos com as mesmas idéias de igualdade de oportunidade para formar um mundo mais justo em que todos pudessem se diferenciar por seu próprio trabalho e força de vontade.
Pena que não são mais assim.
E se pesquisarem verão que estes movimentos sempre foram aplaudidos pelos filósofos do capitalismo que perceberão que a liberdade era vital para o mercado.
E assim foi e hoje estamos passando pela mesma situação.


» Cassio Eskelsen () em 18/06 09:09

Andretti!!

Creio que a IBM não seja um exemplo de viabilidade economica do software livre, pois ela apenas o "usa" para alavancar a venda de outros produtos e serviços (hardware e consultoria). Uma empresa que dependa apenas do software para se sustentar nao tem como fazer como a IBM.

Por outro lado, a posição do Presidente da Softex é meio estranha. Não vi dentro da Softex nenhum foro de debates para que haja um posicionamento oficial da Softex(nem contra, nem a favor). Essa opinião do Girão não passa disso, mera opinião pessoal.

Com relação à "algumas empresas quererem continuar desenvolvendo software proprietário", acredito que o fazem por ainda não terem encontrado uma alternativa viável, ou o fazem por preguiça mesmo.

Pessoalmente sou a favor do SL pois politicamente falando sou adepto do anarquismo e creio que o SL vem ao encontro disso, ou seja, descentralização, sem "poderes centrais onipresentes e sufocantes". No entanto, dentro da minha pequena empresa ainda está difícil encontrar uma alternativa de gerar receita com SL. Mas claro que estamos tentando, e pelo menos estamos trocando os softwares internos por alternativas SL.

Abraços!!!!

Cássio


» Daniel Fonseca Alves () em 18/06 09:35

Cassio Eskelsen

Acho que vc deve conhecer algumas das alternativas que já foram passadas aqui neste site:
Serviços.(Eu)
Licenciamento Duplo.(Mysql)
Diminuição de custos.(Eu e vários clientes)
Vendas de software Livres(sim é possível veja o Freedows).
Formação de soluções baseados em software livre e sem a disseminação do código(o Goggle é um exemplo, sua base de software é baseada em GPL mas não disponibiliza o código alterado)
Comoditização(acho que a palavra é essa) para produtos da empresa(a IBM faz isso, faz o custos do OS muito baixos para ganhar com servidores)
E outros.


» Cassio Eskelsen () em 18/06 12:30

Daniel,

Sim, eu conheço as alternativas, mas a questão não é tão simples. Creio que seja necessário estar no dia a dia de uma empresa de software para que se entenda realmente. Não estou dizendo que as empresas de software são "vítimas" e tals, mas não podemos querer que as empresas da noite para o dia acordem dizendo: "yes, vamos quebrar todo nosso modelo atual e vamos ser "consultores" e vender serviços". Se fosse tão simples, podes ter certeza que muita gente já o tinha feito (inclusive nossa empresa).

Levando-se em conta que estamos discutindo as empresas que tipicamente estão no âmbito de atuação da Softex, vamos ver as suas alternativas:

- Serviços.(Eu): a maioria dos softwares não gera tanto serviço assim para que a receita de serviços seja equivalente ao que se ganha(va) com licenciamento;

- Licenciamento Duplo.(Mysql): vamos ser sinceros. Você acha que o brasileiro tem maturidade para respeitar um tipo de licenciamento desses??? Ou melhor, quantas pessoas vc conhece que respeitam realmente o licenciamento do MySql???

-Diminuição de custos: isso é óbvio, mas estamos tratando de geração de receitas para as desenvolvedoras de software.

- Vendas de software Livre: vide licenciamento duplo

- Formação de soluções baseados em software livre e sem a disseminação do código: ok, mas o google não está gerando receita com o software em si. Está prestando um outro tipo de serviço usando o software como meio. Seria a mesma coisa que o padeiro fazer o seu próprio software de automação comercial

- Comoditização: ok, mas a IBM simplesmente joga o SO dela no hardware dela e vende tudo num pacotão de serviços. Os valores envolvidos são altos, portanto dá para fazer isso. Agora imagine uma empresa que desenvolve para padarias "empacotar" o software junto com uma maquina e vender esse pacote??? É impossível, pois envolve assistência técnica, etc, etc, etc.

Veja Daniel, não estou sendo contra o SL, muito pelo contrário. O que estou dizendo é que não é possível para as empresas de software migrarem para um modelo de open source de uma hora para a outra pois isso envolveria uma série de coisas, como por exemplo:

a) quebra de contrato com toda uma rede de revendas que tem no licenciamento mensal uma fonte de receita

b) Diminuição de investimentos (sim, diminuicao, pois ninguém vai precisar investir mais tanto em desenvolvimento de novos produtos pois poderá aproveitar solução de terceiros e adaptá-las). A diminuicao de investimentos é positiva por um lado, pois no frigir dos ovos significa diminuicao dos custos. Mas isso também significa diminuicao de necessidade de pessoal (leia-se menos emprego para programadores)

c) Reposicionamento mercadológico. Posicionar-se já é complicado, re-posicionar-se entao é mais complicado ainda. Os clientes ficam assustados com qualquer mudança em seu fornecedor.

A mudança vai ocorrer, mas será gradual. Sem muitas rupturas.


» Ambulante da Praça () em 18/06 12:54

"Não podemos ficar limitados a um movimento utópico, baseado no voluntariado e sem viabilidade econômica"

QUE ME#@$%!!! Achei que nunca mais iria ouvir (ler) esse tipo de coisa.

Caro presidente da Softex que defeco pela boca:
- Quanto tu ganhõ pra dizê isso??
- Mas não custa tentar, né??
- Po cara, SL é o meu ganha pão.
- Não adianta falar mau do SL, ele pode não ter dono ou ser de todo mundo, mas não se mete a besta que vai tê muita gente pra cume teu coro...


Vô manda um e-mail bem educado pra ele...


É bom rir de vez em quando.



» Marcos Alexandre () em 18/06 13:36

Cassio Eskelsen, concordo com voce. A mudança de paradigma sempre foi gradual e não vai ser diferente com o SL. Sem falar que sempre vai existir espaço para o Software Proprietário. O que não está definido ainda são esses espaços.

O governo simplesmente afirmar que "tem que ser SL" é que está errado. Seria muito melhor se ele falasse: "tem que ser o melhor, e nas condiçoes atuais, o melhor hoje é o SL por motivos X, Y e Z".


» odair () em 18/06 14:28

O comprador pode dizer: tem que ser livre mesmo
que seja pior. O comprador é o dono da compra
e não o vendedor. O comprador
é que traça o que quer no longo prazo.
Isto tem que valer em compras governamentais também. O SL oferece várias vantagens para
a administração pública mesmo se existir
um de código fechado de melhor qualidade.


É necessário acabar com a tradição onde o vendedor de softwre é que determina o que
é bom para a administração pública.
É bom aquilo que for melhor para
os contribuintes no longo prazo, e no longo
prazo quanto mais liberdade você tiver
menos preso a um fornecedor você ficará.

A opção pelo SL não é devido apenas a qualidade.
A liberdade tem um preço.

Odair


» Daniel Fonseca Alves () em 18/06 14:47

Bom Cassio.

Neste caso realmente não há o que fazer.
Penso que o movimento do software livre faz com que as desenvolvedoras de software ganhem somente com serviço e as opções que te dei.
Mas sempre haverá a opção de software proprietários rodando em cima de softwares livres(mesmo que eu não acredite nisto), mesmo que a opção correta ao meu ver é ser igual licenciamento atual do qcad, ou seja vender o software compilado e somente disponibilizar os fontes sem o suporte.
Veja que empresas como as produtoras do mysql e do qcad ganham dinheiro.
E quanto a maturidade do brasileiro, entenda que neste caso vale tanto para softwares proprietários como para softwares livres.


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