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Em 12 meses, 5 ministérios só usarão Linux

Notícia publicada por brain em abril 6, 2004 09:33 AM | TrackBack


Peter Parker (rael@grad.icmc.usp.br) enviou este link do Estadão e acrescentou: "Segundo a Agência Estado 'durante as reuniões da Cúpula Mundial sobre a Sociedade da Informação, em Genebra, Sérgio Amadeu da Silveira, presidente do Instituto Nacional da Tecnologia da Informação (ITI), ligado à Casa Civil da Presidência da República, sugeriu a inclusão do seguinte item na declaração final: 'Os países em desenvolvimento não querem ser somente consumidores de tecnologia, mas desenvolvedores'. Silveira lembra que um representante dos Estados Unidos respondeu: 'Isto é inaceitável'. '"

O trecho que dá título ao artigo é este: "A migração na administração federal já começou. Em 12 meses, cinco ministérios - das Relações Exteriores, das Minas e Energia, da Educação, da Cultura e da Ciência e Tecnologia - têm como meta migrar todos os seus servidores e computadores de mesa para o software livre, que não exige pagamento de royalties e que pode ser copiado, estudado ou modificado livremente pelos usuários."

 

Comentários dos leitores
(Termos de Uso)

» Claudio Ruzon () em 06/04 09:53

Inaceitável é pagarmos preços absurdos por softwares que não oferecem garantias, gerando emprego apenas no país de origem, ou seja os países Ricos.
Acho que o Brasil tem é mais que investir no desenvolvimento interno e se possível exportar tecnologia.


» Luciano () em 06/04 10:04

Apesar de eu ser um grande defensor do software livre eu tenho um pouco de receio de como esse processo de migração está sendo feito. Os outros partidos estão apoiando essa decisão ou essa é uma idéia que o PT está implementando sozinho ?
Como todos nos sabemos a cada nova eleição pode existir mudança de partidos e ideologias políticas. E se com essa mudança o proximo governo decidir voltar para Microsoft ou outro fornecedor ? Nós cidadões vamos ficar pagando a migração hora para Windows, hora para Linux. O termo "pagando a migração" não se refere somente as licensas de softwares e sim ao custo total de treinamento, downtime, horas extras para o pessoal deixar os sistemas o mínimo de tempo inacessível, etc.
Depois das "lambanças" que o PT tem feito em outros setores, hoje em dia as possibilidades de releição são bem pequenas.
Quem vive no Rio Grande do Sul, como foi a postura do novo governo do PMDB em relação ao processo de implementação de software livre feito pelo governo anteriror ?


» Manoel Pinho () em 06/04 10:20

Luciano,

Eu também tenho essa preocupação sobre a condução do processo de migração, que não é nada fácil.

Um plano sério não falaria em economia de dinheiro, mas sim um REDIRECIONAMENTO do dinheiro das licenças para o processo de migração. O dinheiro assim seria gasto em treinamento dos funcionários, migração de aplicativos legados (feito pelo próprio governo ou consultorias contratadas) que ainda prendem o próprio governo à plataforma M$.

Em Munique, por exemplo, eles gastaram MAIS com a migração para linux do que se tivessem pago as licenças M$.

Eu conheço bem essa realidade. Quando você fala em usar software livre aquele dinheiro que seria gasto com licenças é automaticamente desviado para outros fins e você não consegue nem gastar em treinamento e livros de linux. É o "toma que o filho é teu"...


» Anderson Silva () em 06/04 10:41

Eu fui a um encontro desses aqui em brasilia e vi que o pessoal tem apoio de muitos partidos politicos.. mais a principal voz com certeza é do PT. Agora o que eu vi o Sergio Amadeu falar, se nao me engano é que pra pagar uma licensa de Windows XP, o Brasil tem que vender 20 sacas de soja! Isso sim é inaceitavel meu caro senhor representante do EUA!


» RedCzar777 () em 06/04 11:10

Quanto ao pagamento pelas horas extras dos funcionários que trabalham nos ministérios vocês não precisam ficar preocupados porque eu já trabalhei em alguns ministérios e vi muita gente boa dar o sangue no trabalho para que vários projetos não estacionassem mas nunca vi ninguém receber hora extra...


» Luciano Giordani Bassani () em 06/04 11:13

Eu estou meio por fora do que está acontecendo na Procergs atualmente, contudo, acho que não está havendo um retorno à Microsoft, mas também o governo do PMDB não está incentivando muito o uso do Software Livre. Na verdade, pelo site do FISL, parece que a Procergs até vai ajudar no evento,mas sem grande alarde.

Durante a campanha política do PMDB para o governo do estado, surgiram rumores que a Microsoft estaria doando dinheiro para a campanha e tals, o que levaria a crer que eles incetivariam o uso dos produtos MS. Eles até mesmo pararam de distribuir o Direto com a licença GPL...

Mas tem um grande impecilho para o governo gaúcho: Dinheiro! :o)
O governo está com problemas até para o pagamento dos salários em dia, imagina se eles vão ter condições de reverter o que já foi migrado! ;o)


» Cesar Cardoso () em 06/04 12:28

Só lembrando, o projeto de software livre estadual que está mais avançando é o do Paraná, um estado governado pelo PMDB...

Há projetos de software livre em Estados e Municípios governados pelo PT, pelo PPS, pelo PMDB, até pelo PSDB e pelo PFL. Basta levantar um pouco a cabeça e olhar.


» Henrique () em 06/04 14:00

Inaceitável é um representante dos Estados Unidos falar isso em plena Cúpula Mundial sobre a Sociedade da Informação, em Genebra, e não ser preso.

Isto sim "é inaceitável" ...


» Caco () em 06/04 15:02

O governo do RS diz que não tem $$ pra pagar salário mas nem piscou quando foi para eliminar o SAGU da UERGS, optando por gastar alguns milhões do dinheiro do contribuinte em um sistema fechado "only for win". E porque fez isso? Por incompetência e por falta de humildade para assumir que uma iniciativa do governo anterior pode ser positiva.


» CaFeCrAfT () em 06/04 16:15

Os partidos estão apoiando mas claro que existe regiões que firmaram acordos com a Microsoft como o caso de Goiânia, todos esperavam o SL!.. Mas a oferta tentadora da Microsoft falou mais alto!..


» Carlos Araujo () em 07/04 12:45

Se a migração de fato ocorrer, nos ministérios relacionados na matéria, terá sido um grande acontecimento para o país, mesmo que os grandes ministérios ainda estejam de fora da iniciativa -ao menos na etapa inicial -o país, além da redução de custos,terá dado um enorme passo para garantir um mínimo de soberania na area de TI.Vamos torcer para isso se concretize !


» Wilian Pereira Lauriano () em 07/04 12:46

É lamentável algumas decisões tomadas por alguns representantes eleito pelo povo, o uso do windows nos orgãos públicos mostra também a falta de interesse dos governantes, porque se vc coloca linux, o funcionario terá que estudar um pouquinho mais e isso eles não querem, só querem o dindin todo o mes. Qualquer mudança que se faça gera transtornos, isso é normal e passageiro, infelizmente tem gente que quer ficar sentado numa cadeira, numa salinha, num orgão desse qq e tá nem aí para o software livre, ele quer é clicar no IE e continuar fazendo suas pesquisas sobre anatomia feminina.

P.S.: Retiro o que eu escrevi para os verdadeiros funcionarios públicos que dão o sangue para um serviço perfeito.


» Solano () em 07/04 21:19

Prezado Wiliam Pereira Lauriano,
concordo plenamente com vc.
Apesar de uma minoria no Poder Público, ser totalmente "destoante" da maioria (eles são esforçados, trabalham sério e querem um Estado digno) a imensa-infinita-esmagadora dos usuários (não só do Estado, mas da iniciativa privada tb), só quer é sentar na frente do computador e ver o que chegou de "legal" no "outlook".
Infelizmente é assim. O GNU/Linux não vai emplacar (lamentavelmente) porque a maioria dos usuários é preguiçosa e "burra". Eu digo "burra" não no sentido de não saber usar, mas porque tem ***preguiça*** de aprender.
Usuário é preguiçoso (salvo raríssimas exceções).


» Roberto () em 07/04 22:49

Como funcionario publico que levou muito chumbo para colocar seus projetos de software livre (inclusive sendo demovido de cargo, mas isso é outra história), rodando, sei quais são as requisitos para fazer uma migração que, em qualquer lugar, seria difícil e perigosa, mas no serviço público, é potencialmente desastrosa. Não há espaços para erros de planejamento. Não há como ter mais recursos do que o inicialmente planejado.

Quando penso em uma meta desta no meu trabalho, por exemplo, eu sinto ao mesmo tempo uma enorme satisfação e um terror profundo. Sinto-me satisfeito pq, afinal, tenho alguns anos de estrada trabalhando num ambiente misto. Mas também fico aterrorizado!

Onde trabalho a equipe dos servidores é de apenas 3 pessoas, não há como contratar mais, faltam equipamentos, até mesmo infraestrutura de engenharia adequada. Como posso pensar em migrar TODOS os serviços para plataforma SL em tão pouco tempo, e ainda tendo que levar o dia-a-dia?

Conheço várias pessoas da área de TI que trabalham em ministérios, e eles tem problemas similares. Se estas metas não estao sendo realisticamente montadas (e, me desculpem os eventuais Petistas de plantão, mas colocar metas realistas não é o forte do partido), o Software Livre como um todo pode ser fortemente atingido. E isto não é do interesse de nenhum de nós.


» Toni () em 10/08 21:09

Aceito a opinião de vocês e até concordo sobre o que disseram sobre funcionários públicos mas devemso ver que o SL é um processo de evolução mundial na informática. Então não creio que se trocar de governo não haveremos o porque voltarmos para o SProprietário, mesmo porque seria um regresso financeiro e intelectual.


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