Governo cede e agora diz que obrigatoriedade do Ginga fica pro ano que vem
E as Smart TVs produzidas com incentivo fiscal no Brasil passam um filme já visto: uma norma que não interessa à indústria vai sendo adiada, adiada, adiada, até que algo diferente aconteça.
Vale destacar que a conclusão publicada pelo Ministério das Comunicações em dezembro previa que 75% das TVs com tela de LCD produzidas com incentivo fiscal no Brasil teriam que incluir o middleware Ginga – que permite interatividade nas TVs – já em 2012. Na ocasião o Ministério disse ainda que a medida significa um acréscimo de até R$ 80 no preço das TVs ao consumidor.
Via idgnow.uol.com.br:
O governo cedeu aos apelos dos fabricantes de televisores digitais e decidiu adiar para 2013 a obrigatoriedade do Ginga, o middleware que leva interatividade para o Sistema Brasileiro de TV Digital, em aparelhos fabricados na Zona Franca de Manaus que queiram se beneficiar de incentivos fiscais. Portaria Interministerial publicada hoje no Diário Oficial da União estipula o cronograma de inclusão do Ginga em TVs conectadas (as chamadas smart TVs), e torna opcional a inclusão do middleware em até 10% da produção.
No início de fevereiro, o presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), esteve com o ministro das Comunicações pedindo que a obrigatoriedade do Ginga só entrasse em vigor a partir de outubro. A intenção inicial do governo era a de incluir o Ginga no Processo Produtivo Básico (PPB) para pelo menos 75% de todos os televisores com tela de cristal líquido a partir de junho deste ano.
(…) O programa, que é um software livre de desenvolvimento nacional, possibilita que o telespectador consulte informações sobre a programação, faça compras e acesse dados bancários pela televisão (leia mais sobre seu funcionamento aqui).
Caso a reivindicação do adiamento não fosse considerada, a Eletros ameaçava entrar na Justiça, atrasando ainda mais o processo.
Quando o governo precisa ser duro ele não é!
O incentivo fiscal não é dado para quem cumprir o acordo? Se não cumpre, não recebe o incentivo! É simples assim!
Estou tentando entender o que a Eletros poderia alegar na Justiça se o acordo é claro. Querem o incentivo fiscal mas não querem aderir a norma? Fala sério!
Ridiculo já tem TV saindo com Android e querem obrigar a usar um programa ultrapassado nas tvs, sem falar que é um modelo falido ate o Google que lançou o Google TV nos EUA acabou!
Com o contribuinte o governo é duro,recolhe nossa grana sem dó nem piedade e repassa para alguns escolhidos camuflarem sua ineficiência “quanto mais as coisas mudam mais continuam na mesma”
como sempre.
para o povo o governo é extremamente rígido, para as grandes corporações ele é amigável e dócil.
Ouço falar do Ginga a pelo menos 5 anos. Queria saber quantos milhões foram gastos em pesquisa e incentivo para o desenvolvimento desta plataforma quee pelo andar da carruagem irá pelo ralo.
Victor, Veja pelo lado bom: a maior parte do Ginga foi desenvolvida em universidades, então pelo menos o dinheiro gasto não foi para o ralo. Serviu como experiência de pesquisa e como formação para mestres e doutores que poderão atuar como professores e ajudar a expandir o ensino superior no país. O Ginga em si é uma tecnologia boa, bem pensada, mas como toda tecnologia, uma hora é ultrapassada. Pelo menos foi uma pesquisa bem feita, ao contrário de muitos trabalhos desenvolvidos hoje em dia nas universidades.
O @Alceu Rodrigues de Freitas Junior falou o que eu ia dizer: se não querem o midleware, porque pegaram o incentivo pra ele?
Oportunistas, e depois reclamam do governo.
Adiada, adiada, adiada = lobby, lobby, lobby…
O Brasil tinha que ter pego o padrão japonês puro.
O Brasil tem mania de inventar coisas próprias que no fim não dão em nada e só engordam bolsos de aproveitadores. Mas nem na China o Brasil desenvolveria tecnologia melhor que a do Japão nessa área, mas claro, sempre tem a turma do vamos melhorar isso, vamos adaptar para o gosto local, como se estivessem falando de bermudas floridas.
Até parece a questão dos fuzis automáticos do exército, há meio século o Brasil produz localmente fuzis sobre licença.
Agora para ter independência tecnologia e blá blá, vamos produzir fuzis desenhados localmente, mais caros do que importados e usando partes de fuzis velhos para “economizar”.
Ai invés de escolher um modelo top, pagar pela licença e produz localmente pagando menos, reinventamos a roda e pagamos mais caro.
E sempre tem a turma do “mas em caso de guerra sofreríamos boicote e blá blá blá”, só que produzindo localmente, em caso de guerra respeito as patentes seriam a nossa última preocupação.
Mas claro, tecnologia nacional, defendida por lobbistas que embolsam horrores de dinheiro, produzidas a um custo maior (apesar de ser local, tem dono também) e usando carregados dos velhos fuzis aposentados para diminuir custos é algo genial, para os lobbistas.
Sabe, no momento, tem três funções na minha opinião relacionada ao serviço público que se não for bem preparado é uma chaga na sociedade: conselho tutelar, direitos humanos e lobbistas.
Tem que ter ginga com o governo mesmo.
Tem que ter ginga com a banda larga também, as empresas investem onde tem ganhos, mas mamam incentivos e vendem velocidades que não podem atingir por falta de infraestrutura e criam filas enormes para obter o serviço onde não compensa para as operados investir em materiais e liberar mais portas de acesso, e a agência de controle? Sei, controle…
O Brasil tinha que ter pego o padrão japonês puro.
O Brasil tem mania de inventar coisas próprias que no fim não dão em nada e só engordam bolsos de aproveitadores. Mas nem na China o Brasil desenvolveria tecnologia melhor que a do Japão nessa área, mas claro, sempre tem a turma do vamos melhorar isso, vamos adaptar para o gosto local, como se estivessem falando de bermudas floridas.
Dai teríamos que aprender kanji (sistema de interatividade deles é para eles por causa disso adaptamos e criamos o Ginga), e outra a adaptação para h264 foi uma grande melhoria.
O resto é igual mesmo.
Atrasa tanto que daqui uns dias é capaz de fazerem um Fork que esse sim vai pra frente.
Piadas a parte, daqui uns dias Ginga vira piada no Brasil e quando ele sair já estará tão ultrapassado que vai prejudicar as vendas do produto que ele estiver disponível. A não ser que seja nas TVs de baixo custo.
Isso de interatividade na DTV para mim (e outros) tem uma grave falha. A inexistência de um canal de retorno próprio. Na concepção atual, a TV precisa estar conectado a Internet por outros meios (3G, adsl, cabo, etc), me corrijam se estiver enganado.
Por exemplo, o canal 69 (800MHz), tem 6MHz de largura de banda, e como o retorno não precisa de muito bite rate, e como são 61 canais usáveis, daria 98kHz de banda por canal, ou quase 700kbit/s. Mas isso precisaria de uma intra estrutura similar as redes de telefonia celular.
Enquanto isso, uma outra longa novela, de baixa audiência publica, esta entrando nos capítulos finais. A escolha do padrão para as Rádios (que usam ondas eletromagnéticas). Estão na disputa dois padrões um aberto (DRM), mas não livre de licenças de terceiros e outro proprietário e caríssimo, impraticável pelas maioria das emissora, e cheio de defeitos (HD-RADIO). O proprietário tem um grande lobi das emissoras de um certo grupo.
Estão demorando tanto que está mais fácil a transmissão de TV pela internet e por demanda se popularizar antes
http://www.qualedigital.com/blog/index.php/2011/08/muu-a-tv-on-demand-via-internet-da-globosat/
O problema da interatividade é o canal de retorno. Mal temos uma boa cobertura de banda larga hoje. E quando tivermos, a TV vai perder bastante popularidade, assim como já está acontecendo nos países mais desenvolvidos.
Quem assiste TV quer mesmo é uma TV passiva. Quem gosta de interatividade já está usando a internet…
Caramba, pelo que eu vi são 20 anos em cima desse GINGA, rios de dinheiro público gastos. O Ginga já vai nascer obsoleto, e morrerá rapidamente.