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Android: Oracle questiona “clone incompatível do Java”

Novidades no processo da Oracle contra o Google a respeito da sua alegação de que o Android infringe direitos dela ao reimplementar partes do Java: em uma peça acrescentada por ela ao processo ontem, esteve presente uma questão com todas as letras: se o Google estaria “usando propriedade intelectual da Oracle para criar um clone incompatível do Java”.

Mais especificamente, a questão apresentada pela Oracle é se o Google pode fazer isso, e assim comprometer os investimentos da Oracle e de outras partes em criar um ambiente em que o desenvolvedor pode escrever seu código e rodá-lo em múltiplas arquiteturas (“write once, run anywhere”).

Segundo o relato que li via BusinessInsider, esta questão da Oracle foi apresentada ao juiz juntamente com comentários que permitem identificar que a empresa vê 3 cenários possíveis: (1) o Google não poderá continuar distribuindo o Android como ele é hoje, e acabará tendo que desenvolver de outra forma, possivelmente incompatível com a atual, ou (2) o Google terá que reconhecer que o Google inclui tecnologia Java e aí buscar licenciar seu uso junto à Oracle, ou (3) o juiz autorizará o Google a continuar infringindo, e fixará ele mesmo uma quantia a ser paga como compensação para cada unidade vendida, ou uma fração das receitas.

Claro que também precisam ser considerados os cenários visualizados pelo Google, nos quais não há infração sendo praticada, ou a infração é de outra natureza e com outras consequências menos custosas.

Como nesta semana os CEOs das duas empresas foram obrigados a se encontrar ao longo de 2 dias perante um juiz para discutir o andamento do caso, é possível que tenhamos mais novidades em breve e, para ser sincero, não acredito que o cenário em que o Android como hoje conhecemos precise ser descontinuado seja uma possibilidade prática. (via businessweek.com – “Oracle Says Damages in Android Dispute May Be $1.2 Billion – Businessweek”)


• Publicado por Augusto Campos em 2011-09-23

Comentários dos leitores

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    LuisGus (usuário não registrado) em 23/09/2011 às 8:14 am

    Foi exatamente com esse pleito que a Sun obrigou a MS a descontinuar o seu J++.

    LuisGus,

    Bem lembrado, foi exatamente isso.

    zezinho (usuário não registrado) em 23/09/2011 às 8:51 am

    Vamos admitir de uma vez.. ou o Google paga ou abandona o Android e fica so com o ChromeOS.

    Dornival (usuário não registrado) em 23/09/2011 às 8:58 am

    A Google deveria criar uma SDK baseada na linguagem Go. O problema, como disse o artigo, é a incompatibilidade com as aplicações anteriores.

    dsak (usuário não registrado) em 23/09/2011 às 9:18 am

    g1

    Luciano Andress Martini (usuário não registrado) em 23/09/2011 às 9:21 am

    Sabe acho provável que talvez a Oracle esteja certa, porque a Google, já não começou com o Android, o nome do sistema deveria ser Android + Linux por ter Kernel Linux.

    Mas a Google parece que esconde o fato do Android ser uma distribuição Linux.

    Adriano (usuário não registrado) em 23/09/2011 às 9:44 am

    Luciano, achas mesmo que a razão para a Oracle estar certa é o Google não usar o nome “Linux”?

    Rodrigo (usuário não registrado) em 23/09/2011 às 10:14 am

    @Luciano,

    Então temos de processar a Canonical… pq no site do ubuntu eh quase impossivel achar a palavra linux la

    Frank (usuário não registrado) em 23/09/2011 às 10:24 am

    A Microsoft entregava junto com o Windows 2000 uma máquina virtual Java fora dos padrões e foi processada pela Sun por isso. A Sun ganhou o processo, e a Microsoft foi condenada a optar por uma das duas opções:

    1. Entregar com o seu sistema operacional uma máquina virtual dentro dos padrões ou a JVM oficial da Sun; ou

    2. Parar de distribuir máquinas virtuais Java.

    Resultado: o Windows XP foi lançado sem Java incluído.

    Pensando nisso, fico me perguntando se o Google teria que incluir no Android a JVM oficial da Oracle…

    Marcos (usuário não registrado) em 23/09/2011 às 10:47 am

    @Frank, existem implementações de terceiros da JME pra Android. O Dalvik usa uma implementação modificada da JavaSE, mais completa, só que incompatível porque fez ficar mais integrada ao SO pra ganhar performance.

    Talvez se o Google colocar uma delas é parar de chamar a linguagem do dalvik de Java, daria certo.

    Uma outra ideia seria o Google modificar a Dalvik pra rodar o JavaSE verdadeiro e os recursos incompatíveis serem incorporados de outra forma, talvez como uma extensão.

    Mas pra mim, no final das contas vai rolar um acordo onde o Google vai pagar algum valor milionário pra nós, mas que pra essas empresas é troco de pinga. E o Google vai tirar o código copiado e substituir por outro, encerrando a briga pras próximas versões, que vai ter até o código fechado, então a Oracle e nem ninguém vai mais poder olhar pra ver se tem código copiado.

    Frederico Camara (usuário não registrado) em 23/09/2011 às 10:51 am

    Como é que fica esse negócio de “write once run anywhere” se eles não querem que o Android tenha interpretador?

    André Moraes (usuário não registrado) em 23/09/2011 às 11:18 am

    @Dyego

    Meio off-topic. Mas achei legal o nome do chip Kal-El, acho que alguém na NVidia gosta da DC Comics e tá vendo mto superman.

    Com relação a essa bagunça de JVM, não sei até hoje PQ a google escolheu logo Java!

    Mas o interessante mesmo seria ver o circo pegar fogo na “conversa” entre os CEO.

    Também acho que, ou o Google entra em conformidade com as especificações, ou segue seu caminho próprio e para de chamar a implementação de Java. O J++ continuou existindo por um tempo, mas como não pôde mais fazer propaganda de que era “puro java”, foi deixado de lado pelos desenvolvedores.

    Impressionante que nesta altura do campeonato as pessoas ainda não tenham entendido o Android e, principalmente, Dalvik.

    Começando pelo básico: Dalvik NÃO É JAVA e não diz que é Java, não usa a marca Java. Dalvik é uma VM para execução de P-Code similar ao Java (que é similar a toda VM de P-code, inclusive algumas da década de 70) que, para facilitar o uso de código já desenvolvido em Java, permite rodar um conversor de P-Code Java para P-Code Dalvik. Você compila em java (com javac, da Oracle ou de qualquer compilador java compatível) e depois roda o conversor.

    Android é o conjunto de kernel (linux) + libs e mais utilitários. Além disso, é o ecossistema de aplicativos disponibilizados no “Market”, tudo junto é que é Android. Só o Linux é código livre.

    O que a Oracle está dizendo é:

    1 – A Google lançou uma versão de Java incompatível e isto viola o copyright, o que não é verdade pelo primeiro parágrafo acima, visto que Dalvik NÃO É JAVA;

    2 – A Google copiou código do Java para criar Dalvik. Há evidências de pelo menos algum mínimo uso de código, aparentemente em proporções muito pequenas, mas que realmente existem e foram colocadas pelo programador que trabalhou na SUN por considerá-la a forma mais correta e óbvia de implementar a funcionalidade, fora o óbvio uso dos headers das bibliotecas, que não corresponde a violação de copyright, mas que a Oracle jura que é violação;

    3 – Há patentes que regem a Java ME que seriam aplicáveis e impediriam a criação de concorrentes, o que está sendo avaliado pelo escritório de patentes dos EUA e pela justiça. Várias das patentes estão sofrendo “baixas” nas suas especificações e podem ser invalidadas antes mesmo de fazerem parte do julgamento.

    Em resumo, não há santo na história. A Google parece menos “má” na foto mas isso quem decidirá é a justiça. Mas que não vale US$ 1.2 bilhão, não vale mesmo. A própria SUN tentou licenciar a JME para a Google por US$ 100 milhões e a Google não aceitou porque a JME não atendia aos seus requisitos.

    Flávio

    E-Vidente (usuário não registrado) em 23/09/2011 às 12:27 pm

    Como já escreveram por aqui outras vezes a oracle quer é ser comprada pelo google e é bom ser aproveitar o momento pois vem coisa grande pra cima dela em breve. Quem viver verá…

    “Começando pelo básico: Dalvik NÃO É JAVA e não diz que é Java, não usa a marca Java. Dalvik é uma VM para execução de P-Code similar ao Java”

    Tanto na documentação, como nos SDKs de desenvolvimento quanto nas conferências do Google sobre o Android o próprio Google chama diversas vezes a linguagem de Java.

    E os códigos copiados não são tão pequenos e são bem mais que ‘evidências’, como já mostrado em diversos artigos e facilmente comprovados com um simples diff.

    Porfírio (usuário não registrado) em 23/09/2011 às 2:27 pm

    Java é o nome da linguagem, que possui especificação aberta ao público. A API das bibliotecas também é pública, embora não necessariamente suas implementações.

    Se a Google quiser substituir o código pretensamente “copiado” (que, se eu não me engano, não foi copiado por ela e sim pelo pessoal do projeto Harmony de licença ASL, no qual as bibliotecas que implementam as API para Android foram baseadas), basta copiar o código do OpenJDK e licenciá-lo como GLPv2 de novo (tal como faz com o kernel Linux).

    Não é crime a Google usar a linguagem Java, assim como não o é usar qualquer outra. Ela teve um bom motivo para isso: Java é popular e conta com uma enorme comunidade de desenvolvedores.

    Em suma: não há e não houve violação. J++ era uma implementação não autorizada da plataforma Java, não da linguagem. Dalvik não é plataforma Java.

    Rael Gugelmin Cunha (usuário não registrado) em 23/09/2011 às 2:47 pm

    Por mim, como alguém que adora brincar com tecnologia e toma Activia + Red Bull pra parte política, bom seria se a Google além de aceitar pagar a mixaria (o juiz já baixou bastante o valor) que a Oracle pede, ainda pudesse fazer com o JavaSE o que ela fez com a plataforma móvel :D

    lapis (usuário não registrado) em 23/09/2011 às 3:33 pm

    Marcosalex

    A linguagem principal do android é java,mas não existe nada do openjdk lá (exceto essas coisas mínimas que a Oracle disse que copiou).
    Já falei isso para você há anos.

    Alguém também pode inventar um conversor smalltalk->dalvik vm code.

    Agora a Oracle quer mesmo é cobrar por uso de patentes pelo uso das ideias de máquina virtual e de outras ideias. Coisas que muitos implementam ,como o Smalltalk.

    Xinuo (usuário não registrado) em 23/09/2011 às 3:37 pm

    Li as explicações do @FlavioMachado e estou com ele. Se estou entendendo bem a coisa, eu também acho que a Google deve seguir a linha de defesa de que a Dalvik não é Java, nem JVM, é outra coisa.

    A minha linha de pensamento pode ser comparada ao caso de um programa objeto x86, ser convertido para rodar num PowerPC, por exemplo, daí alguém não poderia dizer que o programa rodando no PowerPC é código x86.

    Teoricamente a Google poderia fornecer compiladores de outras linguagens (que até podem não usar a mesma sintaxe e semântica que a Java) e que gerem código direto para máquina Dalvik sem necessidade de passar por um compilador Java.

    Quanto ao caso da Microsoft, eles usavam o marketing de que era um compilador Java, mas não era, pois o código gerado não rodaria numa JVM oficial e vice-versa e a JVM deles não era certificada pela Sun.

    Dr. Ballmer (usuário não registrado) em 23/09/2011 às 4:30 pm

    A regra é simples, copiou e vai ter que pagar. As patentes são ruins e existem. PAga o prejuizo e depois fecha o Android oficialmente e ninguém vai poder falar mais nada. Mas antes disso melhor preparar o calmante dos “amantes”da liberdade, porque o Android é a liberdade.
    PRonto falei…

    Marcos (usuário não registrado) em 23/09/2011 às 10:10 pm

    @lapis, o código copiado não é mínimo, a não ser na sua vontade. Acompanhe as referências já postadas nos sites de Java e comprove. Ou faça você o mesmo um diff dos códigos. hehehe

    E se a linguagem não for compatível com a especificação da Sun/Oracle, lamento muito, mas não é Java. Existe uma certificação para ser considerado Java, motivo que o MS J++ da Microsoft perdeu na justiça, o mesmo pode acontecer com o Java do Google.

    Mas, repetindo, não duvido que o Google já tenha até modificado o código na próxima versão do Android.

    AncientTroll (usuário não registrado) em 23/09/2011 às 11:09 pm

    Sinto falta do self_liar e seus comentários “sem noção”. Pelomenos não são amarrados como os comentários do “nosso” Oracle Fan Boy.

    lapis (usuário não registrado) em 24/09/2011 às 12:01 am


    @lapis, o código copiado não é mínimo, a não ser na sua vontade. Acompanhe as referências já postadas nos sites de Java e comprove. Ou faça você o mesmo um diff dos códigos. hehehe

    Se esse for o caso ,então é o Apache harmony que copiou do openjdk.A google não fez isso intencionalmente.


    E se a linguagem não for compatível com a especificação da Sun/Oracle, lamento muito, mas não é Java. Existe uma certificação para ser considerado Java, motivo que o MS J++ da Microsoft perdeu na justiça, o mesmo pode acontecer com o Java do Google.

    Sim ,porque a Microsoft queria se fazer de papel de java.Agora o caso do android é diferente.Ele não se passa de java ,mas sim aproveita de linguagem .E linguagem é patente de software!

    lapis (usuário não registrado) em 24/09/2011 às 12:08 am

    Outra coisa se for infração de copyrights não é necessário pagar royalties.E a oracle fica cobrando royalties.

    Dr. Ballmer (usuário não registrado) em 24/09/2011 às 12:33 pm

    Lapis,

    Vai para o tribunal testemunhar a favor do Google, quem sabe você não salva eles do processo por copiar propriedade alheia.

    Marcos (usuário não registrado) em 24/09/2011 às 2:28 pm

    “google não fez isso intencionalmente.”
    Se fosse do openjdk não teria problemas, foi da outra JVM. E aqui mesmo já postaram notícias de email da equipe do Google dizendo que eles estavam cientes. Você deve ter pulado essa notícia, né?

    “Sim ,porque a Microsoft queria se fazer de papel de java.Agora o caso do android é diferente.Ele não se passa de java”
    Não? Então porque nas conferências eles falam Java, na documentação eles citam Java e ainda sempre contam como vantagem da plataforma sobe a Apple é que pode-se programar em JAva? hehehehe

    lapis (usuário não registrado) em 24/09/2011 às 6:08 pm


    Se fosse do openjdk não teria problemas, foi da outra JVM. E aqui mesmo já postaram notícias de email da equipe do Google dizendo que eles estavam cientes. Você deve ter pulado essa notícia, né?

    Mistura as coisas.A google não queria copiar código do OpenJDK tanto que ela não usou o OpenJDK.Ela usou o Apache Harmony.Se existe código do OpenJDK ,foi responsabilidade do Apache Harmony permitir isso acontecer.
    Sim ,eles estavam cientes que existe código do OpenJDK no Apache Harmpony,mas estar ciente não é copiar intencionalmente.
    E já te falei ,se for infração de copyright resolveria facilmente,mas a oracle alega PATENTES de software.


    Não? Então porque nas conferências eles falam Java, na documentação eles citam Java e ainda sempre contam como vantagem da plataforma sobe a Apple é que pode-se programar em JAva? hehehehe

    Por que o SDK (eclipse) é java,mas o android não é java .Android é código dalvik.Código java convertido nem em JVM ,mas sim em linguagem dalvik .
    Alguém poderia usar um SDK diferente baseado em smalltalk e converter o resultado para código dalvik.

    Se a Oracle quiser impedir a google de usar o SDK isso pode até acontecer,mas o android não tem nada a ver com isso.

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