Notícia publicada por brain em outubro 29, 2004 09:50 PM
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Marcelo Vivan Borro (marcelovborro@ig.com.br) enviou este link do Terra e acrescentou: "Em mais uma sessão FUD, o CEO da Microsoft diz:'Compre nossos produtos e estará protegido contra eventuais processos [jurídicos]. Compre Linux, e estará desamparado'. Porém no mesmo link é esclarecido que 'a Microsoft parece ter se equivocado neste ponto, já que tanto a Novell como a Red Hat têm programas que protegem seus clientes contra possíveis processos iniciados pela SCO ou outros detentores de patentes.'"
"Ballmer também refutou a idéia de que a segurança no Linux seria muito melhor que no Windows, citando um estudo do Yankee Group que indica serem os vírus desenvolvidos especificamente para Linux pelo menos tão daninhos quanto os similares desenvolvidos para o Windows."
Só faltou dizer que os vírus de windows são encontrados por toda a parte, mesmo por quem usa Linux (é só ter um e-mail funcionando para ver um...), mas os de Linux são muito raros. Isso é tão verdadeiro que eu, mesmo usando Linux, já vi dezenas de PCs com windows infectados com vírus, porém NUNCA vi NENHUM PC com Linux infectado.
Esse Ballmer é tão inteligente quanto uma porta.
Caramba, nós estamos na semana do FUD mesmo... No Brasil foi o Umeoka, e agora é a vez do chefão Ballmer.
Mas o interessante da MS é que FUD já é uma instituição que permeia toda a sua estrutura. Alguns colegas meus da empresa estão fazendo curso de SQL Server (num curso certificado MS) e num dado momento o instrutor falou sobre o Postgres: "não caiam nessa besteira, esses BDs livres são instáveis e os caras liberam mais versões do que coelhos fazem filhotes".
A MS deve estar mesmo desesperada para fazer esse jogo em tantas frentes diferentes. O mais chato disso ver que a MS, com todo o dinheiro que tem (dá pra querer mais?), ainda assim quer ter o controle total e absoluto da indústria de TI.
Ainda sobre a notícia: eu não tenho certeza, mas acho que tanto a HP quanto a IBM também fornecem garantias jurídicas à seus clientes Linux.
Alguém poderia confirmar?
Aqui anexo os titulos algumas noticias da "ultimas sobre informatica" do TERRA... ta complicado o negocio hein??
* Steve Ballmer ataca escolha brasileira por Linux
* Microsoft contesta política de software livre
* CEO da Microsoft chama usuário de iPod de ladrão
* Microsoft reforça discurso contra Linux
tem gente que se queixa que aqui se fala muito de Windows... bom, parece que falar da concorrência é mais comum do que muitos acham
Quem é o anunciante do canal de informática do Terra? Além de vender publicidade, também vendem notícias.
Hoje tem mais uma notícia no Terra: "Steve Ballmer diz que Linux não protege usuários".
Mas não vejo nada demais nisso, o que acontece é que tudo que um homem poderoso como o Ballmer ou o Umeoka fala vira notícia, isso é normal.
Se o Terra colocasse no título da mesma notícia: "Linux não protege usuários", a história seria outra pois aí haveria cumplicidade. Mas não é o caso, o Terra sempre deixa claro nessas notícias que a fonte é a própria MS.
No fim, isso é até benéfico para o Linux. Mostra como a MS já está se debatendo, o que não deixa de ser cômico. Parece um elefante berrando e pulando porque foi picado por uma abelha (se é que isso é possível no mundo natural). Ou seriam muitas abelhas?
Eles, ultimamente, estão mais preocupados com o linux do que com o windows. É sintomático.
Eu sei, tem caras muito estranhos que são otimos profissoinais, mas como levar uma cara desse a serio depois de coisas como as que se encontram aqui: http://www.albinoblacksheep.com/flash/sellswindows.php ou aqui http://www.ntk.net/ballmer/mirrors.html ???
Claro que esse meu post não tenta desmerecer os 'argumentos' dele com esses videos, é só algo pra se 'conhecer melhor' essa 'figura'... :-P
EdCrypt, tem razão, e não é de hoje que eu acho esse Ballmer retardado mental! Não sei como que ele é o 2o homem mais "poderoso" da Microsoft.
O Dr. Robotnik! HAHAHAHAHAHA!!!
O Dr. Robotnik, cabeça de ovo!
"mas como levar uma cara desse a serio depois de coisas como as que se encontram aqui:"
E um cara desses:
http://www.stallman.org/saintignucius.jpg
http://www.stallman.org/saint.html
Dá pra levar a sério? (humor por humor, todos têm seus momentos curiosos)
Pronto. Tinha que falar o boiolinha da MS.
Humor por humor, devo concordar. Nenhum tem muito senso de ridiculo. Bom, o Ballmer não parecia estar querendo passar por idiota dizendo "Developers developers developers..." ad nauseum...
Só espero quie ninguem venha com ad hominem por causa dessas palhaçadas...
> Caramba, nós estamos na semana do FUD mesmo... No Brasil foi o Umeoka, e agora é a vez do chefão
> Ballmer.
Talvez o Ballmer pense assim, "Se as pessoas são estúpidas o suficiente para usar nossos produtos, serão estúpidas para acreditar nas minhas asneiras". Mas ele está enganado. As pessoas são espertas e não caem tão facilmente nessa falácia.
Já o Umeoka, não. O Umeoka agora é nosso aliado. Ele está nos ajudando a apontar os desacertos do Governo que usa a ideologia, em vez da estratégia, para estabelecer sua política de Software Livre, a qual descarta o desenvolvimento fundamental de tecnologia feita em solo brasileiro em favor do uso de distros não comerciais e promove marcas estrangeiras em detrimento das nacionais, correndo o risco de ser acusado de infringir a Constituição que obriga o Governo a inverter essa prioridade.
Go, Umeoka, go!
O Balmer falar mal do Linux é a mesma coisa que a Coca Cola falar mal da Pepsi. Acho que só dá força ao concorrente... soa meio como desespero... pelo menos para mim.
Gente, parece sintomático.
Citando Gandhi,
"First they ignore you, then they ridicule you, then they fight you, then you win."
-- Mahatma Gandhi
Ou: "Primeiro eles te ignoram, depois te ridicularizam, depois combatem você, depois você ganha"
Acredito que estamos no final da terceira fase.
http://www.quotedb.com/quotes/2776
Só mais uma coisa, quem disse que o Windows protege alguém? Vocês já se deram ao trabalho de ler o EULA (End User License Agreement) de qualquer produto Microsoft? Não garantem nada. E é palhaçada dizer que o Linux pode fazer você ser processado (usuário final). Mentira deslavada. O usuário final não copiou nada, o produtor do software é que poderia ter feito algo. Não há como você ser processado por que o vendedor do software copiou algo de outro (o que não é o caso do Linux). É como se você pudesse ser processado porque a secretária de uma grande empresa te contou (e para todo mundo do bar), numa noitada, que uma fusão com outra empresa vai ocorrer. Aí eles viriam até você e te processariam por violação de sigilo porque você soube do fato. Insano, obviamente.
Mas lembrem-se da citação acima, é apenas a terceira fase, logo passaremos dela. Só espero que seja logo :)
"(o Ballmer é) o Dr. Robotnik, cabeça de ovo!"
É balofo, cabeça de ovo mas não tem o bigodão.
Eu acho ele mais parecido (e muito!) com o Tio Chico da Família Addams (o filme, onde o Tio Chico é interpretado pelo Cristopher Lloyd)!
"Já o Umeoka, não. O Umeoka agora é nosso aliado."
Não, o Umeoka é nosso aliado pela mesma razão que o Ballmer também o é. A MS bater no Linux é como bater no Hulk, só faz ficar maior e mais forte.
"Ele está nos ajudando a apontar os desacertos do Governo que usa a ideologia, em vez da estratégia... (segue)"
A estratégia do Governo pode ter falhas (e acho que tem algumas mesmo), mas falar em ideologia é totalmente vazio. Todo governo tem alguma ideologia, seja ela neoliberal, social-democrata ou outra. Mas na prática o que conta mesmo é o jogo de poder e a busca pelo menor preço.
E de resto, o papo do Umeoka se vale de falácias óbvias como acusar o Governo de promover uma "reserva de mercado" e de dizer, fora do contexto, que "o usuário é que deve escolher a melhor tecnologia". Esse tipo de falácia é tecnicamente chamado de "espantalho" pois faz uma caricatura de quem é atacado. Em nenhum momento o Governo ameaçou tolher o direito do setor privado de escolher a solução que mais lhe convém.
O Ballmer está com medo de perder o MAIOR cliente deles aqui na América do Sul, só que em vez de convencer que os produtos deles são melhores, mostrando com medidas honestas, estão atacando todo mundo, "produto concorrente" e seu fabricante (quero ver eles processarem o Linus por ter desenvolvido um S.O. melhor que a porcaria que eles vendem), os vendedores (distros), e o pior que eles poderiam fazer, seus clientes.
Não faz lembrar a atitude idiota da SCO?
Parece que a M$ não aprendeu a lição e está querendo "mostrar como se faz", mas se continuar assim ainda vai pegar muita pancada, e vai de avaiana de pau (http://www.rio.com.br/animation/avaiana.htm).
A M$ deve ter lançado um FUD Development Laboratory.... :) enquanto isso alguém poderia lançar a campanha Get The FUD :)
Concordo com Eu... mas realmente pertubado esse povo do poder da M$ deve ser... ver tanta miséria pelo mundo e eles nem aí... só ligando para ganhar $... (Não venham me falar de uma tal instituição ajudada por Gaytes e a mulher, blablabla... isso qualquer empresa tem para fazer o papel de amiga do povo...)
> A estratégia do Governo pode ter falhas (e acho que tem algumas mesmo), mas falar em ideologia é totalmente vazio.
Ele não está atacando o fato de o governo ter uma ideologia, ele está atacando o fato de o governo usar a ideologia para administrar. Não se administra com uso da ideologia, mas da estratégia, da tática, do plano de execução, do estabelecimento de objetivos e da análise dos fatos. Trazer a ideologia para o primeiro plano nas ações de governo produz desastres.
Os integrantes do governo federal entendem que o uso de uma determinada distro não comercial é a solução para o Brasil. Presume-se que ela tenha sido escolhida pelos seguintes motivos principais:
1) É a distro oficial do Movimento de Software Livre
2) Stallman, lider do movimento, é um acadêmico percebido como anti-estabilishment corporativo
3) A distro atende bem tecnicamente
Felizes e contentes por levar sua distro preferida para dentro do governo, não se detiveram às conseqüências gerenciais que isso poderia trazer. Em primeiro lugar, veja o que diz a Constituição no Artigo 218: "O Estado promoverá e incentivará [...] a CAPACITAÇÃO TECNOLÓGICA". O parágrafo 4º, diz: A lei apoiará e estimulará as EMPRESAS que invistam em [...] criação de tecnologia adequada ao País, formação e aperfeiçoamento de seus RECURSOS HUMANOS[...]. O artigo 219 é mais incisivo: O _MERCADO INTERNO_ integra o PARTIMÔNIO NACIONAL e será incentivado de modo a viabilizar o desenvolvimento cultural e sócio-econômico, o bem-estar da população e a AUTONOMIA TECNOLÓGICA do País, nos termos de lei federal.
A distro não comercial adotada pelo governo nem sequer é de uma empresa, muito menos brasileira, portanto não gera recursos humanos capacitados aqui, nem deixa o país autônomo tecnologicamente e não estimula o mercado interno, nosso patrimônio valiosíssimo. Pelo contrário, o país fica dependente da tecnologia que, por mais que seja aberta, é toda produzida fora de nossas fronteiras, tranformando-nos de clientes em puros e simples parasitas e ainda alija e aleja nosso mercado interno ao deixar empresas notoriamente relevantes para o desenvolvimento tecnológico brasileiro fora das compras governamentais. Em outras palavras, ficamos dependentes do mesmo jeito.
Constituição? Por que estamos falando em Constituição? E a declaração do Gustavo Noronha, o kov, em seu sítio (http://couve.no-ip.org/~kov/ensaios/desenvolvimento-de-tecnologia.html)? Quer documento mais comprobatório do que aquele, escrito por um integrante chave da própria máquina governamental, de que se está cometendo erros crassos? O que existe de positivo nessa declaração é que os ideólogos do Governo estão passando por aquela fase de perceber pelo menos que há alguma coisa errada.
O raciocínio do Umeoka, portanto, é simples. Como, com a distro não comercial, o governo não agrega nada em desenvolvimento de sistemas operacionais para o país, ele pede que se deixe que a Microsoft faça isso. Segundo Umeoka, ELEs entendem de sistema operacional. ELES detêm a tecnologia. ELES têm um histórico de participação em projetos tecnológicos importantes em que o Brasil é destaque, como as urnas eletrônicas e o sistema bancário.
O ITI deve continuar como bons ideólogos que são, ampliando a conscientização e a importância do que o governo faz. Mas a administração da política de Software Livre deveria ser compartilhada com o Ministério da Ciência e Tecnologia e com o BNDES. Dominar a tecnologia dos sistemas operacionais e dos aplicativos que os fazem úteis é o sonho de qualquer nação e estabelecer o Brasil como componente ativo, e não passivo, no cenário mundial de tecnologia é um anseio de longa data da sociedade brasileira.
> Presume-se que ela tenha sido escolhida pelos seguintes motivos principais:
>
> 1) É a distro oficial do Movimento de Software Livre
> 2) Stallman, lider do movimento, é um acadêmico percebido como anti-estabilishment corporativo
> 3) A distro atende bem tecnicamente
Isso é um fato ou uma opinião? Alguma fonte confiável? De qualquer forma, segue:
Item 1: Movimento SL tem distro oficial? Onde você leu isso? Pelo que li no site do FSF, o FSF contribuiu com dinheiro para o Debian, mas isso é água (bem) passada.
Item 2: O Stallman ser "hippie" e não gostar de empresas é uma escolha pessoal dele, mas isto não coloca a filosofia SL contra o capitalismo ("Free as in Speech", não "Free as in Beer"). Aliás, ele mesmo já distribuiu o Emacs comercialmente (com licença GPL e tudo). Só não vê quem não quer.
Item 3: esse nem é um argumento.
> ...não se detiveram às conseqüências gerenciais que isso poderia trazer...
Gerenciais? A seqüência da argumentação parece apontar para problemas jurídicos, e não administrativos. Não sou advogado, mas acho que somente há esse risco se o Governo estiver violando alguma lei (não é o que parece, corrija-me se eu estiver errado). De qualquer forma, a Constituição precisa ser regulamentada por leis, ela sozinha não tem poder regulador sobre os atos dos cidadãos.
> A distro não comercial adotada pelo governo nem sequer é de uma empresa, muito menos brasileira...
Pergunta off-topic (para dar um descanso): qual distro é, por acaso é o Debian? Apenas curiosidade...
Voltando à vaca fria. Acho que o problema não é da distro, e sim de uma política geral de incentivo às empresas nacionais. Não creio que simplesmente trocar por Conectiva, por exemplo, faria muita diferença, seria até pior pois atrairia acusações de favorecimento. Daí o Umeoka poderia acusar o Governo de incentivar um "monopólio" no mundo SL, e tacitamente justificar o "monopólio" da MS.
> O raciocínio do Umeoka, portanto, é simples. (e o restante do parágrafo)
Simples mas insidioso e hipócrita. O Umeoka só quer defender o peixe dele, nem acho que ele está agindo errado. O lance é que o trabalho dele é como o de médico legista, requer um certo estômago. Salários à parte, eu não gostaria de estar na pele dele. E na hora em que o Governo reformular suas políticas, não ache que o Umeoka vai aparecer para elogiar as mudanças.
Para encerrar, vou dar um exemplo: a empresa em que trabalho está fornecendo um software de rastreamento de veículos para o setor público (não posso dar nome aos bois) e a exigência é a plataforma Linux Red Hat. É um software complexo, com tecnologia de renderização de mapas e uso intensivo de bancos de dados e protocolos de rede. No começo foi uma gritaria porque o pessoal só conhecia plataforma Windows, mas o desenvolvimento foi feito e hoje temos um software de alto valor estratégico, e que provavelmente será portado também para o Windows. Capacitação tecnológica não tem nada a ver com distro, tem a ver com recursos humanos. É nisso que talvez falte uma posição mais clara do Governo.
__A idéia de que o governo favorecerá o Linux na administração pública é na teoria, assombrosa para a MIcrosoft, mas na prática é uma tolice. . .A maioria dos órgão públicos ainda usa e continuará usando Windows por um lonnnngo tempo, e a prefrência por SOftware LIvre não é imposta, os governos dos estados, como PERnambuco, por exemplo, adotam plataformas proprietárias, as prefeiuras também têm esse ''direito''.
__A microsoft se defendendo, é suspeita, primeiro por serem um monopólio do setor de ITI, o que por si só já é inconstitucional, depois por ser a empresa mais poderosa do Mundo, cujo Chairman é Bill Gates, o 2o mais rico do planeta, e estamos falando de Brasil, um país onde o povo passa fome, mandando dólares para os bolsos de um multinacional monopolista estrangeira.
__Eu pessoalmente acho o Sr.Ballmer rídiculo, o Linux domina menos de 2% do setor, e é atacado com força total, como se a Microsoft estivesse ''perdendo o posto''. . .Pra mim isso é propaganda gratuita,ou então um tipo de comodismo a uma liderança alcançada usando-se todo tipo de golpe sujo no mercado, que faria inveja a Al Capone e suas estratégias.Então diante do menor sintoma de perda de lucros, pois multinacionais uma vez sedimentadas como líderes não admitem de modo algum diminuir seus lucro, eles atacam o sistema do pinguim com qualquer bazuca de excrementos que tiverem ao seu alcance, o que prova que ética, honra, dignidade e outras virtudes, não fazem parte do vocabulário dos homens de negócio.
OK. Então vamos investigar essas questões.
> Não creio que simplesmente trocar por Conectiva, por exemplo, faria muita diferença, seria até pior
> pois atrairia acusações de favorecimento.
Por que o governo usar Microsoft em larga escala não é favorecimento e usar Conectiva seria?
> Não sou advogado, mas acho que somente há esse risco se o Governo estiver
> violando alguma lei (não é o que parece, corrija-me se eu estiver errado). De
> qualquer forma, a Constituição precisa ser regulamentada por leis, ela ]
> sozinha não tem poder regulador sobre os atos dos cidadãos.
Também não sou advogado, mas a Constituição tem valor sozinha, sim. Que história é essa? Então, para que Constituição? Ela não é quadro pendurado na parede. Ela é simplesmente o contrato mais importante acordado entre os brasileiros como povo para viver em conjunto. Mas já que para você, a Constituição sem lei complementar não vale nada, os artigos 218 e 219 deram origem ao Ministério da Ciência e da Tecnologia (http://www.mct.gov.br/sobre/Default.htm) e a um cabedal de leis (http://www.mct.gov.br/legis/Default.htm). Só que você nem precisa percorrê-las. Descumpriu a Constituição, nenhum outro contrato, lei ou ato decorrente tem valor.
> Daí o Umeoka poderia acusar o Governo de incentivar um "monopólio" no mundo SL, e
> tacitamente justificar o "monopólio" da MS.
O governo não precisa contratar só Conectiva. Pode contratar a Conectiva e quantas outras distros quiser, aliás, como já faz. Umeoka não teria nenhum argumento relativo a monopólio. O que acontece hoje na realidade é que o governo contrata e instala todas as distros, menos as distros comerciais nacionais. Por que essa discriminação com a iniciativa nacional? As iniciativas do nosso governo com software livre não foram capazes até agora de criar uma indústria em torno de sistemas operaciais livre, ao contrário de outros países com inclinações muito mais capitalistas e até países à esquerda do espectro político como a China. Nem preciso de Constituição para mostrar que aqui há um erro político/administrativo de grandes proporções.
> Simples mas insidioso e hipócrita.
O Umeoka não é trouxa. Não pense que ele está só no discurso. Eles estão agindo estrategicamente. A Microsoft tem o maior interesse de ver a Conectiva, ou qualquer outra empresa nacional que concorra com ela, nanica ou eliminada. E o governo brasileiro está contribuindo brilhantemente para lograr as intenções da Microsoft, achando que a está combatendo.
> a exigência é a plataforma Linux Red Hat
Isso é do balacobaco. O governo usando dos recursos que têm para promover uma iniciativa estrangeira em detrimento de uma nacional. Não sou contra empresas estrangeiras, elas têm seu papel aqui, mas isso vai completamente contra a própria ideologia do ITI que prega que o Brasil, para sobreviver como nação autônoma no Século XXI,deveria dominar sua própria tecnologia digital.
Resumo: A política de Software Livre do governo afronta a Constituição, a política industrial de informática e até sua própria ideologia e a defesa desse estado de coisas usa sempre argumentos sem nenhuma base lógica. O Umeoka pode falar a asneira que quiser que sempre terá razão. Infelizmente.
Só complementando, o governo pode contratar à vontade RH e SuSE, até mesmo sem licitação, e usar até como resiquisto em edital, que o Umeoka não acusa o governo de favorecimento. Mas se algum integrante do governo for fotografado passando de carro na frente da sede da Conectiva é motivo para um deus-nos-acuda. Esquisito, isso não? O Brasil, indpendente do governo, tem leis para favorecer a Embraer, com alíquotas de imposto zero ou camaradas, e ai de quem criticar essa postura. Mas não tem para favorecer a indústria de informática. E se favorecer é crime! Que trem esquisito, sô! É porque informática não é tratada estrategicamente, mas ideologicamente.
> Por que o governo usar Microsoft em larga escala não é favorecimento e usar Conectiva seria?
Acho que estamos de acordo neste ponto. Mas o que eu quis dizer é que isso daria mais munição pro Umeoka, com certeza.
> Descumpriu a Constituição, nenhum outro contrato, lei ou ato decorrente tem valor.
Certo, mas a escolha de uma distro estrangeira por si só não é suficiente para ir contra a Constituição, de qualquer jeito. O problema que vejo na questão de independência tecnológica passa por questões mais profundas que começam com a educação básica e políticas mais agressivas de fomento (incentivos do BNDES como vc mesmo disse, e parcerias empresa/universidade). Na verdade, a pouca expressão científica/tecnológica deste País vai muito além do software, ela é generalizada com algumas honrosas exceções (ex: Embraer e Embrapa). Atacando-se estes problemas fundamentais, todo o setor científico/tecnológico se beneficiará, inclusive o de Software em geral e o SL em particular.
Hoje o SL já consegue andar sobre as próprias pernas, e a penetração dele no mercado é uma conseqüência natural. Neste contexto, mesmo uma política ruim de SL por parte do Governo ainda é muito boa pois tem forte valor institucional, encorajando o setor privado.
> O Umeoka não é trouxa.
Não é mesmo, mas está em cheque. Ele não tem escolha sobre seus movimentos. Acho que ele deve estar pensando "a coisa tá preta, vamos ver o que dá pra fazer".
> Isso é do balacobaco.
Bom, a minha empresa criou um software totalmente original, de alta tecnologia e valor estratégico. A despeito da exigência do Red Hat, ele é capaz de rodar em provavelmente qualquer distro, se houver alguma incompatibilidade, deve ser muito simples resolver.
> O governo usando dos recursos que têm para promover uma iniciativa estrangeira em detrimento de uma nacional.
Usando recursos? Pelo menos no programa que vi, os Red Hat estavam sendo usados de graça. E se usasse Conectiva? Seria de graça também. O máximo que a Conectiva poderia ganhar seria uma publicidade grátis, mas não teria incentivos diretos (dinheiro). Para o Governo, o SL representa uma grande economia, num País que vive com sérios problemas de caixa.
> ...deveria dominar sua própria tecnologia digital.
A pergunta é, será que temos mercado para uma indústria forte de distros? Talvez, mas isso é uma coisa que o setor privado deve responder. Distro vai além do CD, é suporte, é garantia de qualidade, é confiança, é presença (inclusive física). Requer altos investimentos e um mercado disposto a aceitá-la e pagar por ela. O Governo não tem vez aqui.
Projetos como o Kernel do Linux, Apache, Sendmail, KDE e o resto da família vão muito bem. Mas no caso do Brasil, qual a vantagem de participar mais ativamente? Reputação? Isso só tem valor para hackers. Econômica? Improvável. Ideológica? Quem quiser como cidadão é livre para isso, mas deixe o Governo de fora. Educacional? Provavelmente, e nesse ponto a política de SL poderia ser reforçada.
Em vez de reinventar a roda, não seria melhor dar um passo adiante e focar em aplicações originais? Distro é "commodity", é (geralmente) livre e pode ser usada grátis. Aplicações originais são inovações, podem ser SL ou proprietárias, focam numa necessidade específica de mercado e é mais fácil ver a cor do dinheiro. Dificilmente seremos competitivos fazendo o que os outros já fazem e disponibilizam de graça, temos que inventar algo que é nosso e, claro, que rode em qualquer distro.
Veio em boa hora (depois vou sair pra almoçar):
> O Brasil, indpendente do governo, tem leis para favorecer a Embraer, com alíquotas de imposto zero ou camaradas, e ai de quem criticar essa postura. Mas não tem para favorecer a indústria de informática. E se favorecer é crime!
Bom, a Embraer já se estabeleceu há muitos anos como uma fonte bilionária de divisas, seria idiotice não favorecê-la. Basta ver que o Canadá fez o mesmo pela Bombardier (fabricante dos Lear Jets) e o caso foi até para a OMC.
Enquanto isso, nos 8 anos de FHC foi construída uma rede de "lobbies" e interesses muito poderosa ao redor da MS (vide TBA), difícil de desmantelar. O processo leva tempo e estamos apenas engatinhando. Acho que temos mesmo é que ter uma certa paciência. Com o amadurecimento do SL no setor privado, vai ficar cada vez mais difícil impedir o setor público de ir pelo mesmo caminho.
Um abraço.
> Certo, mas a escolha de uma distro estrangeira por si só não é suficiente
> para ir contra a Constituição, de qualquer jeito.
Contratar distro estrangeira por si só não é crime. Privar a indústria nacional do acesso as compras governamentais por conta de uma ideologia é crime.
> O problema que vejo na questão de independência tecnológica passa por [...] políticas mais agressivas
> de fomento (incentivos do BNDES como vc mesmo disse [...]
Bingo! Lá atrás, quando o PT dominava a Prefeitura de Porto Alegre e governava o Estado do RS, deveria ter pensado no Software Livre estrategicamente. Deveriam ter fortalecido empresas de SL brasileiras, sem favorecimento, é claro, tudo dentro da lei. Lembro-me que há 5 anos, a Conectiva não era muito grande, mas tinha potencial para se equiparar a uma RH ou talvez SuSE. Havia outras empresas canditadas a se tornar boas distros também. Tudo estava muito no começo ainda. O governo do RS, junto com a Prefeitura deviam ter escolhido duas ou três dessas empresas e distribuir contratos entre elas. As distros comerciais de fora não eram muito bem conhecidas aqui e não tinham fôlego para se equiparar a elas. Assim que o PT assumiu a Prefeitura de São Paulo e depois o Governo Federal, deviam ter levado essas empresas, que já teriam a essa altura experiência incontestável, para lá. No governo federal deviam ter chamado o BNDES para capitalizar a empresas depois do estouro da bolha de 2000 e nacionalizar as que estivessem em mãos majoritárias de interesses estrangeiros. Está parecendo estranho? Não está, não. O BNDES cansou de comprar ações de um monte de empresas estratégicas nacionais para que o controle ficasse intra-fronteiras. Isso se faz em qualquer lugar do mundo. Hoje o que teríamos? Distros comerciais nacionais capitalizadas, com experiênciano mercado público e privado, com marcas fortes para fazaer frente aos estrangeiros aqui e lá fora. Acha que não? Os outros países seguiram essa fórmula simples e deu certo. Mas, em vez disso, o PT preferiu o discurso ideológico. E o que tem agora? Nada. Não controla mercado nenhum, não deu ao Brasil uma indústria e está vulnerável a ataques.
> a pouca expressão científica/tecnológica deste País vai muito além do software
Sorry, a produção científica brasileira foi que a mais cresceu proporcionalmente no mundo. Então isso não pode ser usado como desculpa.
> Neste contexto, mesmo uma política ruim de SL por parte do Governo ainda é muito boa pois tem
> forte valor institucional, encorajando o setor privado.
Ainda dá tempo de correr atrás do prejuízo se o governo sentar com calma e bolar uma estratégia inteligente, articulada e meticulosa para tornar o Software Livre um diferencial para nós.
> Ele não tem escolha sobre seus movimentos. Acho que ele deve estar pensando "a coisa tá preta,
> vamos ver o que dá pra fazer".
Pelo contrário! O governo é quem está contra as cordas. O Umeoka sabe que o governo do PT comete erros estratégicos e políticos. Sendo assim, ele faz um jogo duplo. Ao dizer que a política do governo é ideológica, ele tenta empurrar o PT para a estratégia, jogo que a Microsoft conhece muito bem e portanto tem chances de derrotá-lo. Por outro lado, se o PT continuar na ideologia, a indústria de SL não decola, como temos visto, resultado que também interessa à Microsoft. Enquanto o governo titubeia entre esses dois caminhos, a MS vai armando arapucas nos bastidores para atacar de surpresa a política de SL, sem que o governo tenha como reagir.
> E se usasse Conectiva? Seria de graça também. O máximo que a Conectiva
> poderia ganhar seria uma publicidade grátis, mas não teria incentivos diretos (dinheiro).
O verdadeiro gestor de política industrial teria visto aí uma grande oportunidade. Sem gastar um único tostão do bolso dos contribuintes, teria promovido uma marca nacional! Com um aval desses, a Conectiva poderia ganhar contratos polpudos que arrecadariam uma fortuna em impostos para o governo. Quer dizer, com um simples, Conectiva, 9 letrinhas, impresso com toner de impressora a laser num edital, o governo faria uma excelente política industrial. Em vez disso o governo prefere usar o dinheiro dos nossos impostos para fazer a fama e a fortuna dos investidores da RH. O que ganhamos com isso? Nada.
> Para o Governo, o SL representa uma grande economia, num País que vive com sérios problemas
> de caixa.
O governo economiza de um lado e mata a indústria que lhe paga impostos do outro. Qual é o resultado dessa conta? Economia zero.
> A pergunta é, será que temos mercado para uma indústria forte de distros?
Você quer mesmo a resposta? A MS fatura bilionariamente só com o governo. As distros nacionais ficariam contentes com 10% desse orçamento. Te garanto.
> Requer altos investimentos
A bolsa de valores foi o investimento que mais rendeu nos últimos 2 anos. Sinal que dinheiro para investir em empresas, no Brasil, há.
> e um mercado disposto a aceitá-la e pagar por ela. O Governo não tem vez aqui.
Quer dizer que o governo não faz parte do mercado? O governo é o maior comprador individual do Brasil (os governos de muitos outros países, como os EUA, também são o maior comprador individual). Se o governo pára de comprar, a economia simplesmente sucumbe. Não existe essa coisa de mercado diferente do governo. A diferença só é que o governo faz compras nacionalmente estratégicas (grãos, energia, reservas internacionais de moeda, matérias primas essenciais, tecnologia para alavancar mercados, etc.).
> Projetos como o Kernel do Linux, Apache, Sendmail, KDE e o resto da família vão muito bem.
> Mas no caso do Brasil, qual a vantagem de participar mais ativamente?
Os países que dominam os mercados de tecnologia de software livre são os que têm mais desenvolvedores envolvidos nesses projetos. O Brasil precisa _PARTICIPAR_ e se envolver neles, mas está desprezando essa oportunidade ímpar. Assim, eles criam uma massa crítica de cérebros capazes desenvolver tecnologias e estratégias chave para ganhar mercados. A IBM ganha fortunas com software livre porque investe no OSDL nessas tecnolgias e cria uma base para a venda de seu software e hardware proprietários e caros, mas de alto valor agregado. O Brasil é hostil a essa idéia e por isso não tem nada até agora.
> Em vez de reinventar a roda, não seria melhor dar um passo adiante e focar em aplicações originais?
Seu argumento é morto, porque por ele, a Embraer não deveria desenvolver tecnologia aeronáutica própria. Nem a Petrobrás desenvolver tecnologia própria de prospecção de petróleo. Para quê? Outros países fazem o mesmo. Para que o Brasil vai reinventar o avião? Ou a plataforma de prospecção?
> Distro é "commodity", é (geralmente) livre e pode ser usada grátis.
O papel do SL é servir para as tecnologias commodities mesmo. Você está cometendo o erro de confundir software livre com software grátis. Esse erro está levando o Brasil para o absoluta LETARGIA no desenvolvimento de tecnologia localmente.
> Aplicações originais são inovações, podem ser SL ou proprietárias,
> focam numa necessidade específica de mercado e é mais fácil ver a cor do dinheiro.
Só que nem isso se faz aqui. E se faz, o esforço é tímido. A estratégia que está funcionando em todo o mundo é o da coordenação de esforços de vários fabricantes locais de software, hardware, agentes de fomento econômico e governos para a conquista de mercados globais. O software livre é dedicado ao produto commodity para empresas, enquanto que o software proprietário fica com produtos industriais de alta especialização. Portanto, ponto para o Umeoka.
PODER FINANCEIRO DESINFORMANDO:
Ao pesquisar no Google sobre algumas dúvidas Linux, olha só o primeiro ítem que aparece na lista:
Sobre Linux e Windows - www.microsoft.com/brasil/
- Windows: custo total menor que o Linux e desempenho superior. - Link Patrocinado
Ou seja, sem dúvida pagaram ao Google e disseram o seguinte: quem procurar palavra "linux" exiba nossa propaganda (tendenciosa e questionável).
Mantenha a desinformação! Quanto você quer para manter a desinformação, divulgar a desinformação?
A gente paga!
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___Acho que está havendo um equívoco grande por aqui, primeiro porque a evolução o software Livre no governo tem que seguir algumas etapas. . .Primeiro a Economia:
a)__Gastar menos com licenças caras de software importado no setor público, sem se preocupar com o privado, a indústria que compre Windows mesmo, assim gera mais impostos pro caixa da união, ou então use uma distro comercial.Quando o governo compra produtos MS, só perde, pois é gasto, mas quando a indústria o faz, a coisa muda. Mas o mercado é delicado, se a indústria gasta muito comprando Windows, vai haver déficit, desemprego. etc. . .Coisa que já acontece!Então é preciso que haja concorrência!
b)_Concorrência: É isso que queremos, eu particularmente não quero a MS longe daqui, mas com menos de 30% do mercado,isso sim!Não é certo que num mundo com mais de 100 S.Os., tenhamos uma aberração como a MS dominando 99% dele. . .Se tivessemos sistemas linux com 20% , MACs com 20% Solaris com mais 20%, BSDs com mais 20%. . . Teríamos um mercado competitivo que ofereceria produtos melhores ao consumidor, menos vulneráveis.Sem concorrência não tem jogo. . .
Então. . .
. . .O governo tem que usar Software Livre por ser mais barato, por democratizar a informática e por ser menos draconiano em suas licenças, software livre é um commodity e tanto.E no mercado ele deve incentivar a concorrência, jogando pesado na fabricação do PC popular com Linux, Incentivando o mercado de MACs, abrindo as portas pra Solaris, Conectiva, Novell. POrque aí, mina-se o poder da MS, equilibra-se o mercado e recolhe-se mais impostos, e a mídia marrom, consumidora oficial do jabá da MS, que se F**A, eles não têm o direito de ser a nova ''ditadura''!
Incrível como aparece pessoas sem noção algumas vezes por aqui... não sabem distinguir gratis, livre, aberto...
e quando sabem algumas vezes não dão a mínima para o que acha mais importante, está sempre pensando em dinheiro... não se preocupa com os outros... é uma pena isso... mas por outro lado também podemos ver pessoas aqui que se preocupam com esses detalhes importantes... :)
> a indústria que compre Windows mesmo, assim gera mais impostos pro caixa
> da união, ou então use uma distro comercial.
Só uma correção. Imposto, do ponto de vista econômico, não se gera. Imposto se coleta. Imposto é um dinheiro que já existe no mercado. A Microsoft não gera impostos, ela só participa de fatos que dão DIREITO ao governo de coletá-lo. Só que nesse processo ela manda os lucros de sua empreitada para fora. Esse lucro é um dinheiro que estava na nossa economia, agora vai para economia dos gringos. Ao passo que uma empresa nacional, do ponto de vista econômico, produz o mesmo direito de coletar impostos que a Microsoft produziria, apenas o lucro fica aqui, fazendo-nos mais ricos.
> E no mercado ele deve incentivar a concorrência, jogando pesado na fabricação do PC popular com Linux, Incentivando o mercado de MACs, abrindo as portas pra
> Solaris, Conectiva, Novell. POrque aí, mina-se o poder da MS, equilibra-se o mercado e recolhe-se mais impostos, e a mídia marrom, consumidora oficial do
> jabá da MS, que se F**A, eles não têm o direito de ser a nova ''ditadura''!
Eu venho dizendo isso há anos. Não queremos eliminar a MS. Só queremos que ela esteja sob nosso controle. Um dos objetivos do Software Livre é esse: dar o poder ao usuário, bem como ao profissional e ao desenvolvedor, de controlar sua própria tecnologia. A IBM usa o SL para manter a MS, como de resto, outros concorrentes, sob rédea curta, de modo que não façam uma besteira e mandem o mercado de tecnologia inteiro para as calendas, como já aconteceu no passado.
Mas veja que até aí o Umeoka exerce influência. Ele conseguiu enfiar na cabeça dos controladores da política de SL que se resolverem contratar uma distro comercial brasileira para um projeto pequeno que seja, estão produzindo uma reserva de mercado. Isso só seria se o governo contratasse exclusivamente aquela distro. Mas não é isso que se advoga. O resultado é que o governo nem sequer pensa na hipótese de agraciar a própria indústria que lhe paga imposto e qualifica profissionais que colocam o Brasil no mapa mundial de tecnologia, atentando contra a Constituição e o bom senso. O governo acha que se desprezar o desenvolvimento da infra-estrutura de TI, deixando-a para os gringos, e se dedicando a desenvolver produtos especializados por cima dela estará fazendo bom negócio. Errado. Ficamos vulneráveis porque basta detonar o alicerce, que não está em nossas mãos, para ver ruir o edifício. Através da infra-estrutura os gringos controlam toda nossa tecnologia.
Umeoka se tornou o verdadeiro gestor da política de SL do governo. E o governo sem perceber está fazendo tudo o que ele quer.
> Privar a indústria nacional do acesso as compras governamentais por conta de uma ideologia é crime.
E como este crime está sendo cometido?
> Sorry, a produção científica brasileira foi que a mais cresceu proporcionalmente no mundo.
Desde quando? 1980? Realmente cresceu muito desde então, mas continua por volta de 2% da produção mundial: http://www.mct.gov.br/estat/ascavpp/portugues/6_Producao_Cientifica/graficos/graf6_1_8.htm
Até cresceu, mas tem uns anos-luz de atraso. Sem ufanismos.
> Pelo contrário! O governo é quem está contra as cordas. O Umeoka sabe que o .. (e o resto)
Discordo, no contexto estratégico a MS não tem como ganhar. Se tivesse, já teria ganho e não estaríamos tendo esta discussão. Ver como foi na era FHC. A MS já entrou no modo de "controle de danos" com campanhas "Get the Facts", pesquisas compradas e discursos de pessoas-chave.
> As distros nacionais ficariam contentes com 10% desse orçamento. Te garanto.
Você está presumindo que o Governo pretende comprar distros comerciais. É. Compra uma ou duas cópias, depois replica à vontade.
> O verdadeiro gestor de política industrial teria visto aí uma grande oportunidade. Sem gastar um único tostão do bolso dos contribuintes, teria promovido uma marca nacional! (resumido) O que ganhamos com isso? Nada.
Promover a Conectiva seria bom, realmente. Este é um ponto em que eu concordo com você. Mas invalidar toda a política de SL por causa disso é um tanto quanto exagerado, certo?
> Quer dizer que o governo não faz parte do mercado? O governo é o maior comprador individual do Brasil (e o resto do parágrafo)
É o maior comprador para coisas que custam dinheiro (hardware, máquinas em geral, insumos, veículos, etc, e licenças de software). Não espere que se torne o maior comprador de distros, provavelmente será o maior "baixador" de distros.
O máximo que o Governo pode fazer é um "institucional" em favor de distros nacionais, como já discutimos.
> Os países que dominam os mercados de tecnologia de software livre são os que têm mais desenvolvedores envolvidos nesses projetos. O Brasil precisa _PARTICIPAR_ e se envolver neles, mas está desprezando essa oportunidade ímpar...
Este é um raciocínio de contra-mão. É como dizer que um carro não anda, portanto está sem gasolina. Inverta a premissa, você vai ver que faz mais sentido. No Brasil há pouca gente qualificada para preencher o mercado e ainda entrar nesses projetos.
Uma comunidade forte de desenvolvimento de SL é conseqüência, não causa. Veja você mesmo que o SL nasceu nos EUA como "underground", sem políticas de incentivo. Os "cérebros" qualificados já estavam lá, reflexo de um país com indicadores sociais e educacionais muito superiores aos nossos.
> Seu argumento é morto, porque por ele, a Embraer não deveria desenvolver tecnologia aeronáutica própria. Nem a Petrobrás desenvolver tecnologia própria de prospecção de petróleo. Para quê? Outros países fazem o mesmo. Para que o Brasil vai reinventar o avião? Ou a plataforma de prospecção?
Essa foi sacanagem. Sabe, eu sempre quis ter um avião meu, acho vou no site da Boeing e baixar um 737. É de graça. E no site da Chevron Texaco eu baixo o combustível, que é de graça também! Voar nunca foi tão barato!
> O papel do SL é servir para as tecnologias commodities mesmo. Você está cometendo o erro de confundir software livre com software grátis. Esse erro está levando o Brasil para o absoluta LETARGIA no desenvolvimento de tecnologia localmente.
Certo, vamos resolver os problemas do País virando hackers de kernel! Não confundi nada, minha tese é que sem educação básica e sem resolver uma política industrial que seja GERAL (e não somente software), não vamos pra frente mesmo. Você está preocupado em colocar uma bandagem no dedinho de um ferido, sem perceber que ele também está com três perfurações de bala. Quem está sendo ideológico aqui?
> Só que nem isso se faz aqui. E se faz, o esforço é tímido. A estratégia que está funcionando em todo o mundo... (e o resto)
O que somente confirma meu argumento sobre políticas gerais para a indústria.
Um abraço.
> E como este crime está sendo cometido?
Não cumprindo a Constituição que manda o governo patrocinar o mercado interno. Lei é lei. Não tem discussão. Mas eu já disse isso! Você não tentendeu ainda?
> Desde quando? 1980? Realmente cresceu muito desde então, mas continua por volta de
> 2% da produção mundial: http://www.mct.gov.br/estat/ascavpp/portugues/6_Producao_Cientifica/graficos/graf6_1_8.htm
Você ainda continua achando que isso é argumento para sufocar nossa indústria? Não é possível! Mesmo que nosso desenvolvimento científico fosse pior que é, não se justifica não envidar esforços para controlar o mercado de tecnologia. A Petrobrás, as indústrias Klabin, as IRFM e muitas outras surgiram há 50, 60, 100 anos. Alguém ficou esperando o Brasil ser proeminente em ciência para fazer do Brasil uma potência industrial?
> Discordo, no contexto estratégico a MS não tem como ganhar. Se tivesse, já teria ganho e não
> estaríamos tendo esta discussão.
Prefeitura do Recife? Alôou! Enquanto você acredita nas próprias opiniões e defende a inação do governo, a MS está trabalhando.
> Você está presumindo que o Governo pretende comprar distros comerciais. É.
> Compra uma ou duas cópias, depois replica à vontade.
Eu não estou presumindo. O governo ESTÁ comprando licenças de distros comerciais. E de distros estrangeiras.
> Promover a Conectiva seria bom, realmente. Este é um ponto em que eu concordo com você.
> Mas invalidar toda a política de SL por causa disso é um tanto quanto exagerado, certo?
De onde você tirou essa idéia de invalidar a política de SL? A política atual de SL é que é inválida! Ela só está produzindo uma economia pontual em licenças de software sem criar uma indústria em torno dela, sem dar ao Brasil controle sobre sua própria tecnologia, deixando o Brasil mais atrasado ainda! E de propósito! E ainda achando que está fazendo o bem! Entenda uma coisa. Não sou contra a economia que o governo está promovendo na administração pública, nem contra os projetos de inclusão digital que o governo promove. Mas fazer isso sem a contrapartida de desenvolvimento tecnológico local é burrice. A Microsoft já faz a mesma coisa que o ITI faz, doando licenças e até dinheiro para universidades, governos, iniciativas sociais e ainda capitaliza para sua própria imagem desmoralizando as iniciativas do governo em SL.
> Não espere que se torne o maior comprador de distros, provavelmente será o maior "baixador"
> de distros.
Se é isso que o governo pretende o tempo todo, nossa política de Software Livre não vai nos levar a lugar nenhum. Só vai fazer de nós grandes "baixadores". A Política de Software Livre do governo está condenada desde sua incepção, e o Umeoka tem razão, de novo.
> O máximo que o Governo pode fazer é um "institucional" em favor de distros nacionais,
> como já discutimos.
Mas nem isso faz! O governo prefere gastar nosso dinheiro para promover marcas de distros estrangeiras! Os gringos, donos dessas marcas, devem estar rindo de uma orelha a outra! Enquanto isso, as marcas brasileiras padecem.
> É como dizer que um carro não anda, portanto está sem gasolina. Inverta a premissa, você vai
> ver que faz mais sentido. No Brasil há pouca gente qualificada para preencher o mercado e
> ainda entrar nesses projetos.
Todos os anos, a Poli, a USP, o ITA, a Unicamp, São Carlos, a UFRJ, (esqueci alguma?) vomitam pelo menos uns 500, se não mais, engenheiros de software altamente qualificados. Eu conheço o nível deles porque os entrevisto todos os dias. Não devem nada para nenhum desenvolvedor de nenhum outro lugar do mundo. Nem contei outros institutos como o Senac, que forma milhares de pessoas em tecnologia. Como é que você diz que não há gente qualificada no Brasil? Há e há sobrando. Sobra tanto que o Brasil os exporta.
> Uma comunidade forte de desenvolvimento de SL é conseqüência, não causa.
Exatamente. Conseqüência de o governo criar condições para que as empresas ajuntem toda essa massa fabulosa de gente inteligente e bem formada, que já existe, em torno da política de SL. Até agora não vimos nada.
> Veja você mesmo que o SL nasceu nos EUA como "underground", sem políticas de incentivo.
Você está equivocado. A política de software dos EUA, quer proprietária, quer livre, foi pesadamente subsidiada e controlada de perto desde a criação da computação moderna na década de 50. A única coisa que foi deixada livre lá foi a criatividade dos desenvolvedores.
> Os "cérebros" qualificados já estavam lá, reflexo de um país com indicadores sociais e
> educacionais muito superiores aos nossos.
Bem, já provei para você que cérebros qualificados nós temos "saindo pelo ladrão". Então essa coisa de dizer que o Brasil precisa ter indicadores blableblibloblu para só então começar uma política sã de tecnologia é desculpa esfarrapada para manter o Brasil no atraso.
> Essa foi sacanagem. Sabe, eu sempre quis ter um avião meu, acho vou no site da Boeing e baixar
> um 737.
Para ter acesso à tecnologia de um Boeing 737 você pode se dirigir a qualquer aeroporto internacional do Brasil. Para controlá-la você precisa de uma indústria incentivada por estratégias governamentais.
> Você está preocupado em colocar uma bandagem no dedinho de um ferido,
> sem perceber que ele também está com três perfurações de bala.
O governo está com sua bota sobre o pescoço do nascente mercado interno de software livre sufocando-lhe o crescimento. Enquanto ele comete essa crueldade em nome de ideologia alheias à nossa realidade, seu opositor está vindo com um revolver carregado apontado pra suas costas. O mercado interno de software livre está vendo que isso está para acontecer, mas não pode falar nada porque tem sua garganta esmagada pela pesada bota do governo. Se o governo tirasse a bota do pescoço do mercado interno de tecnologia e desse a mão para que ele se levantasse, seriam dois contra um. Mas a falha do governo está pondo em risco sua própria existência.
> O que somente confirma meu argumento sobre políticas gerais para a indústria.
O que mais me espanta nas suas declarações é ver o esforço que você faz para justificar uma política que impede o desenvolvimento industrial do Brasil. Não sei se você faz parte de algum órgão do governo responsável pela política de software livre ou pertence a algum grupo afim, mas se for, estamos perdidos.
Antes da eleição do Lula, lembro-me do José Dirceu criticando o FHC, dizendo que sua idéia de Brasil era sujeitar cada brasileiro a ser empregado de empresas estrangeiras. Não vejo diferença nenhuma entre o que FHC fazia e o que o ITI, ligado ao Dirceu, está promovendo. Sem apoio de uma políticia industrial, o capital nacional será todo exportado, perpetuando nossa pobreza. Não haverá nenhuma chance de criarmos uma indústria próspera e controlada por nós mesmos. Pelo menos o FHC era coerente.
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