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Mais sobre o contrato entre a Mandrake e o governo francês

Notícia publicada por brain em setembro 27, 2004 11:22 PM | TrackBack


ThLux (thluxx@yahoo.com.br) enviou este link do Terra e acrescentou um trecho que dá mais detalhes sobre a notícia que publicamos na semana passada: "'Ministério da Defesa francês firmou um contrato de três anos com a Mandrakesoft, empresa desenvolvedora de Linux com sede em Paris, e um consórcio de empresas de tecnologia também daquele país. O objetivo é incrementar a segurança do sistema operacional open source para que se torne 'altamente seguro', o suficiente para aplicativos utilizados pelo governo. Os coordenadores desse projeto esperam ganhar o certificado ISO Commom Criteria EAL 5 (Evaluation Assurance Level 5, ou Certificado de Avaliação Nível 5). Essa certificação é um padrão mundialmente aceito para a validação de recursos de segurança e funcionalidade de produtos de Tecnologia da Informação, o qual busca satisfazer a maior parte dos requisitos de segurança para aplicações em sistemas de defesa, governamentais e de administração em geral. Além disso, a Mandrakesoft afirmou que, depois de terminado esse projeto, o software será lançado sob uma licença open source de continuidade do trabalho, ou seja, outros desenvolvedores poderão adicionar novos recursos a partir do que foi feito pelo consórcio. As outras empresas da França que compõem esse consórcio são: Bertin Technologies, o laboratório independente Surlog S/A, a consultoria Oppida S/A e a desenvolvedora de softwares Jaluna S/A.'"

 

Comentários dos leitores
(Termos de Uso)

» liquidslave () em 27/09 23:34

Legal isso, esse tipo d iniciativa vai dar uma boa ajuda de custo para os programadores sl da frança, além de contribuir para o SL. É a melhor forma de começar um projeto SL, um multirão assalariado batendo cartão, fazendo bem feito pra depois liberar pra quem quiser mexer.


» roberto () em 28/09 00:10

lamentavel que nosso governo estupido naum faça o mesmo com a conectiva que esta entre as maiores empresas especializadas em gnu/linux do mundo.


» PHPL () em 28/09 00:36

Este tipo de incentivo que governo brasileiro devia dar a uma empresa nacional(como a Conectiva). Dizer que é questão de sair de um monopólio para entrar em outro é bobagem pois todo o sistema operacional da conectiva é software aberto. Eles querem economizar, dezenvolvendo tecnologia própria para não usar uma empresa particular. Enquanto as empresas tercerizam o governo quer centralizar!?!?!?


» Marcelo Ulianov () em 28/09 01:10

Só pra saber...A conectiva é a única distro brasileira de nível profissional ? O Kurumim é um projeto particular... Ainda existem a Tech Linux e a Console ?


» roberto () em 28/09 01:25

a tech linux ja acabou faz tempo a console creio que ainda exista,mais é bem inferior a conectiva em termos de marca gnu/linux mundial.


» bebeto_maya () em 28/09 02:20

__Acho que o governo deveria apontar a Conectiva, sim, como vanguarda de software livre nacional. . .Porque eles fazem um trabalho sério e professional, e como bem foi citado acima, o Kurumin é um projeto pessoal,e a qualquer momento o Morimoto dá uns chiliques, como fez recentemente, e ''pé na bunda'' do índiozinho. . .Seria bom, também que houvesse mais concorrência entre empresas de software livre brazucas, não necessariamente fazendo distros.Mas desenvolvendo soluções!Seja como for, mesmo que só haja a Conectiva, será melhor que nada, afinal com revistas Exame e PCExpert e a mídia burra do main-stream puxando o saco da MS, e seu monopólio, qualquer tiro contra, mesmo que unilateral será bemvindo!


» roberto () em 28/09 04:28

ta certo que a conectiva naum era muito confiavel quanto a qualidade do seu produto,MAIS PROVOU COM O CONECTIVA LINUX 10 QUE NAUM FICA DEVENDO NADA A NENHUMA OUTRA EMPRESA GNU/LINUX DO MUNDO.


» marco () em 28/09 06:58

só pra saber, sempre que se informa sobre utilização de software "open source", pela administração de algum país, diz-se sobre a necessidade do EAL-5. Por curiosidade, qual software era(é) utilizado e se algum software da microsoft tem esta certificação? obrigado...


» MArcos () em 28/09 08:08

Parece que nenhum sistema deles tem...
http://www.windowsecurity.com/articles/Windows-Common-Criteria-Certification-Part-I.html


» rivo () em 28/09 08:59

seria bom se acontece-se algo semelhante com as outras distros linux, como o liquidslave falou, espero que agora eles prezem mais pela qualidade do que ficar lançando versão por cima de versão e acho que a Conectiva melhorou bastante com o Conectiva 10, pesado mas pelo menos nos faz esquecer que um dia existiu um tal de Coinectiva 9.


» Henrique Paiva () em 28/09 09:26

marcos

pelo o q consta no link, o windows 2000 possui certificação EAL4+, que é um nível abaixo do EAL5.
A suse tb tem EAL4+.

parece q EAL5 é inédito no linux. é verdade? alguem sabe algo a respeito?


» hamacker () em 28/09 09:30

Sei nao, a Mandrake, RedHat e SuSe pegam os fontes de terceiros e em vez de trabalhar em conjunto com os próprios desenvolvedores, eles ficam criando versoes aperfeiçoadas dos mesmos. Vide o ultimo caso do cdrtools que deu um chabú danado. Se a MDK estiver disposta a ajudar com que os próprios autores originais enviando os patches seria fantastico.

Mesmo que nao envie os patches, a idéia é muito boa e pode acelerar nao somente o mercado frances como outras distros e SO's que terao de aperfeiçoar ainda mais.


» Wconserta () em 28/09 09:52

Redhat ja tem ja tempo o EAL5,

sobre a posição do governo do Brasil, eu acho que ele usaram a cabeça em escolher o debian, pois não corre o fisco de ficar amarrado a conectiva e nem de tipo a conectiva lança um programa nao gpl afinal não é porque hoje ela segue a gpl que amanhã não mude de ideia, e fora que o debian sunto dom o redhat es3 são as versãos mais testadas e estaveis que tem no mercado, assim o mandrake tambem tem uma qualidade neste ponto pois lança uma versão comunit 1º para só depois sair a official


» roberto () em 28/09 09:56

rivo,o conectiva 10 é mais leve que o suse 9.1 pro,eu tenho os dois e testei ambos na mesma maquina o conectiva 10 é entre 10 e 15 % mais leve que o suse 9.1 pro.


» Rafael () em 28/09 10:01

Roberto,

Gostaria de saber como você fez os teste de desempenho.


» zé do caixão () em 28/09 10:03

Henrique, onde você viu que a Suse possui EAL4+? Ela possui EAL3.


» roberto () em 28/09 10:09

instalando as mesmas interfaces graficas ,basicamente os mesmos programas e usando,observando as duas distros rodando os mesmos aplicativos,claro que estes 10 a 15 % não tem 100% de precisão ,mais é mais ou menos a diferença que notei,usando as duas num amd atlhon xp 2000+ ,placa ecs,chips via,356 mb ram ddr 266,placa de video tnt riva 2 32 mb sdram,som on board ac97(via),hardmodem us robotics 5610a,conexão cable modem 256 kbps,monitor samsung sync master 753v,chip de rede on board(via),hd western digital 5200 rpm,20 gigas,partição swap de 700 mb,usando reiserfs .


» roberto () em 28/09 10:14

detalhe as interfaces usadas foram kde e window maker,ja que o gnome naum seria comparavel,devido a diferença de versões,suse gnome 2.4 e conectiva gnome 2.6,é isso.


» Henrique Paiva () em 28/09 11:20

zé do caixao,

foi um pequeno mal entendido, e o texto não está muito claro.

http://www.suse.com/us/business/products/server/sles/why_novell.html#15


» ThLux () em 28/09 11:20

Bom, na minha opinião, o governo deveria sim prestigiar ou dar ênfase ao que é nosso, tecnologia nossa. Nessa hora, acredito que vaidades pessoais deveriam ser deixadas de lado. Galera! Linux é um só, ou seja, seu kernel. Não adianta dizer que Slack, Suse, Debian, Fedora, Conectiva ou seja lá qual o sabor predileto de cada um é melhor. Esse racha na comunidade, proporciona uma certa desfragmentação e ao meu ver isso é ruim. Quando digo que deveriam prestigiar o que é nosso, falo isso com a certeza de que podemos e temos além de boas cabeças trabalhando em SL, muitos projetos por aí que poderiam receber incentivos do governo como a França está fazendo com o Mandrake. Quem ganha com isso somos nós mesmos. Independente de qual a distro lançada, mas desde que se privilegie os talentos e produtos nacionais. É isso. Fui...


» devnull () em 28/09 11:24


Ouvi falar que o governo federal escolheu Debian. Acho uma decisão bem acertada (não que eu ache a Debian melhor)

Quem conhece alguma coisa de governo sabe da 8.666 (licitações) e que a Conectiva já perdeu muita licitação para a M$ por problemas diversos...

Adotando uma distro 'de comunidade', não há necessidade de licitação.


» roberto () em 28/09 11:28

nada contra o debian que é lendario na historia da informatica,mais se o problema é licitação,que mudassem a lei,o fernando henrique naum mudou pra criar a reeleição dele mesmo,posé que mudem para priorizar o talento nacional.


» depassagem () em 28/09 13:05

O governo federal está usando redhat para servidores de banco de dados porque é uma distribuição certificada pela oracle.


» unknown () em 28/09 14:45

O problema da conectiva sempre foi a má administração e a falta de organização. Eles tiveram provavelmente uma oportunidade única no mercado brasileiro, com pessoas influentes (olhe o Sandro com o freedows, de sociedade da cobra, que por sua vez é do banco do brasil ... permitindo a venda direta sem licitação para órgãos do gov) e dinheiro (a conectiva arrecadou milhões na bolsa entre 1999 e 2001) ... e realmente jogaram boa parte no lixo. Hoje a conectiva é do banco real, que colocou gente que não tem nem idéia do que é software livre a frente dela e acredito que por este motivo a morte dela é eminente.

Dae vocês me perguntam : e oq tudo isso tem a ver com o assunto ?

Eu respondo: a mandrake é MUITO mais confiável, organizada e capaz que a conectiva. Apostar na conectiva sempre foi uma iniciativa arriscada (e hoje em dia é muito mais), motivo que, junto com a politicagem, mantiveram a cnc longe do gov.

Em contra partida, os órgãos do governo estão se movimentando e contratando gente para trabalhar com software livre, decentralizando o conhecimento ,tecnologia e investimento, impossibilitando que isso ajude o desenvolvimento de uma organização grande e tecnicamente avancada no mundo do SL como a cnc espera ser.

Concluindo, isso é mau pra todo mundo, pro mundo privado que fica sem menos uma empresa de porte nacional, pro gov que tem que recorrer, gastar e confiar em tecnologia estrangeira e para as pessoas que trabalham com SL no Brasil :-)



» semente () em 28/09 14:59

Quanto ao assunto do governo. O Debian é um projeto universal e não comercial. Alguns disseram que tem que valorizar o nacional, mas acho que isso soa patriota demais, ah, e o Conectiva não é 100% nacional, ela tem tecnologia de diversos cantos do mundo também. O Debian é feito por diversas pessoas de diversas nacionalidades, com o propósito de ser um sistema totalmente aberto, voltado aos usuários e sem interesses comerciais ou que favoreçam uma certa empresa.
Não acho que a escolha de algo deva se basear de onde aquilo vem. Por exemplo, a distribuição do Governo focando a segurança é baseada no Debian, e foi escolhido porque é "desvinculado de um fabricante, pode ser usado com outros kernels que não o Linux e por ter um gerenciamento de pacotes bastante robusto" ... "a distribuição-base escolhida permite uma rápida migração para a família BSD, caso isso seja necessário em algum momento".
Tenho contato com o Conectiva 10, e é sim uma boa distribuição, mas não oferece o que o Debian oferece.


» rivo () em 28/09 17:31

cara concordo com o thlux quanto a isto de melhor distro, no fundo é tudo igual, mas só acho que as distros deveriam ser mais bem testadas e apresentarem menos bugs, ja passei por boa parte das distros linux e acho que ainda só não testei o debian mesmo, mas sempre ha erros que derrubam o linux em todas as distros que testei. um exeplo que cito quando fui testas o slackware 10, o bicho começa o boot mas quando vai detectar dispositivos pcmcia trava. sem falar em problemas com o kde, o melhor ambiente pra quem ta vindo do window$, sem falar que tb é um dos melhores ambientes que conheço. é o que acho, mais testes e menos bugs ja seria o primeiro passo para o linux ser mais bem aceito.


» maya () em 28/09 18:37

> O problema da conectiva sempre foi a má administração e a falta de organização.

A discussão chegou num ponto interessante. A Conectiva tem culpa também de não estar no governo? Tem sim. Pelos amplos testemunhos que há por aí, a empresa vinha bem, crescendo consistentemente com um modelo de negócios sadio até que cedesse ao canto da sereia dos investidores estrangeiros. Resolveu adotar um plano de negócios predatório, imposto pelos investidores, incompatível com nosso mercado e quebrou a cara. Mas cabe lembrar que na mesma época, Red Hat, SuSE e Mandrake passaram também por poucas e boas, sem contar outras distros que simplesmente fecharam. Lineo, alguém se lembra? Uma distro da Califórnia, que chegou até a ter estande na Comdex-SP (tenho os prospectos deles até hoje aqui).

O mercado não se move por amores ou ódios. Se uma empresa erra, mas se arrepende e volta aos trilhos, transmitindo uma postura de confiança, o mercado a acolhe novamente. Quem aqui viu a falta de rumo da Novell após 1995 sabe do que eu estou falando. A impressão que tínhamos é de que a Novell já era. Agora, à frente da SuSE, quem te viu, quem te vê. Assim, cabe a Conectiva dar agora provas inequívocas de seu compromisso com o mercado quer seja em seus produtos, quer seja no relacionamento com a comunidade. A Conectiva recentemente resolveu pôr ordem na casa, fazendo uma duríssima reestruturação e o lançamento de seu CL10 reacendeu o interesse pela distro. É um sinal de que a empresa pretende prosseguir, mas ainda precisa demonstrar habilidade em se aproximar do governo, como já fez no passado.

Enquanto deixamos a Conectiva fazendo sua lição de casa, a grande questão aterrorizante é ter a impressão de que as escolhas do nosso governo carregam em seu bojo uma hostilidade, talvez até não intencional, contra a indústria nacional de software. Isso vemos reverberado num outro comentário lá em cima que, conquanto não deva refletir a posição oficial do governo, transmite a idéia de que Debian foi escolhida implícita ou explicitamente para rejeitar a Conectiva, com justificativas que nem sequer figuram no ideário da FSF. Debian poderia ser adotada também pelo Governo, mas para usos mais nobres.

Não adianta dizer que o governo tem um comitê, um fundo e um projeto de incentivo à produção de software, quando na prática rejeita empresas da própria indústria que diz incentivar. Não só tornam nulas as intenções como os seus efeitos. Como ninguém é julgado pelas intenções, mas pelos efeitos (as intenções podem agravar uma pena, mas ninguém é julgado até que ponha suas intenções em prática), vamos usar o caso do governo da França, entre outros exemplos de governos que preferiram suas próprias distros comerciais a uma distro universal não comercial, para corrigir nossa rota.

A Conectiva no fim das contas é um mero detalhe nessa história toda. Podia ser qualquer outra empresa numa condição semelhante. O que precisa ser entendida é a nossa postura e atitude diante da oportunidade que o Software Livre nos apresenta.


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