Notícia publicada por brain em julho 22, 2004 11:55 AM
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O leitor Lucas Zechim (lzechim[at]phreaker[dot]net) chamou nossa atenção para a nota do Slashdot informando que um dos resultados do Kernel Summit foi a decisão, por parte dos desenvolvedores do kernel do Linux, de adiar o início do desenvolvimento da série 2.7 do sistema.
Cabe uma explicação: pelo padrão adotado no kernel do Linux, as séries com o segundo número ímpar são voltadas para o desenvolvimento de novos recursos, e tradicionalmente são o local onde ocorrem as inclusões de características ainda em teste, para que possam receber contribuições e ser adequadamente testadas. Quando atingem a maturidade, as séries ímpares dão origem a uma nova série par, considerada como estável e para uso em produção. Assim, quando a série 2.3 atingiu a maturidade, deu origem à 2.4. Neste momento, começou uma série 2.5, que cresceu e levou ao 2.6.
A novidade é que agora os desenvolvedores decidiram não iniciar imediatamente uma série 2.7, e sim permitir que os desenvolvedores continuem concentrados no 2.6 por mais um tempo, ainda que isto possa significar a inclusão de novas características diretamente na série de produção. A notícia menciona que esta decisão levou em conta a maturidade dos atuais distribuidores e empacotadores do kernel do Linux, que já têm a possibilidade (e até mesmo o hábito) de lidar com esta situação desativando, removendo ou alterando recursos que ainda não estejam aptos a ser distribuídos.
Só uma correção. A série 2.5 não começou imediatamente após a liberação da série 2.4, como a notícia deixa entender. Somente após o Linus ter dado a liderança do desenvolvimento do kernel 2.4 para o Marcelo Tossati que foi aberta a série 2.5. Nessa época, o kernel 2.4 já estava em 2.4.13, se não me engano.
É uma boa decisão adiar um pouco a série 2.7. Temos que ter algum tempo para degustar ainda o 2.6, antes de se começar a falar o que tem de novo no 2.7 e dar a vontade de começar a usar logo o 2.8. Fora que alguns programas e a maioria das distribuições ainda tem que ter o kernel 2.6 como o padrão.
Imagina quantos usuários ainda não tiveram o gostinho de usar o 2.6??
Eu ouvi dizer que as versões ímpares dos kernels (2.1, 2.3, 2.5, 2.7) são para desenvolvedores, e as versões liberadas para uso normal são as pares (2.2, 2.4, 2.6), então, a próxima versão já evoluida do kernel será a 2.8?
Kernel com o segundo número ímpar é kernel que ainda está instável e por isso o seu desenvolvimento é intenso, mas isso não significa que ele é para desenvolvedor.
Os kernel estáveis (versões pares) são considerado estáveis, porém ainda estão em desenvolvimento não intensivo.
Não necessariamente será 2.8. Pode ser que os desenvolvedores queiram passar a 2.7 desenvolvimento direto pra 3.0. Acho que isso ainda não foi decidido, foi?
Melhor que "ouvir dizer" as regras de versionamento de um software é lê-las direto na fonte: http://www.tldp.org/FAQ/Linux-FAQ/kernel.html#linux-versioning
Como o Patola disse, pode ser que a próxima série estável do kernel seja a 3.0.
De qualquer forma, não sei se vai demorar muito para surgir a série 2.7, já que o Linus gosta mais de trabalhar em séries em desenvolvimento do que nas estáveis... E quem não gosta? :)
Um certo Linus disse se Kernel chegasse ao no 3.0
o mundo acabaria.
Um recurso que gostaria de ver bem implementado já no kernel 2.6 é o UDF (PacketWrite), seria muito bom usar o cdrw de forma transaprente sem medo e sustos. Montar discos UDF já é possível, o que quero é gravação transparente.
Realmente, o Linux-2.6 tem sempre coisa nova, o config de versões anteriores deixa de fora muita coisa. Fica uma dica para o pessoal, verifique sempre a configuração do kernel, não confie 100% no "make oldconfig" Eu só confio 99% ;-P
Falou procês...
Não sei se eles vão mudar o modo como é feita a gravação de CDs no 2.6. Normalmente, nas séries estáveis não são adicionados novos recursos, apenas são melhorados os que foram adicionados na série em desenvolvimento. Mas manda uma mensagem lá prá lista de discussão do kernel... :)
Poisé, normalmente ERA feito assim. Como consta na notícia, agora será diferente.
O desenvolvedor Greg K-H inclusive já mandou um patch removendo o devfs, por exemplo, e se não me engano este patch foi aceito por algum dos dois (Andrew ou Linus). Isso era uma thread no kerneltrap, entretanto, pra dar certeza, só olhando mesmo no ChangeLog. Mas isso serve para mostar que o tradicional conceito de 'estável' não pode ser mais aplicado a esta série.
Bem, é isso.
Calma ae. Não é bem assim. Estão querendo tirar o devfs porque já existe um sistema novo e o devfs se mostrou deficiente.
É o mesmo que aconteceu com o kernel 2.4 na versão, eu acho, 2.4.12, onde o Linus tirou totalmente o código para a memória virtual que tinha e colocou um código totalmente novo no lugar. O motivo foi que o código para a memória virtual estava tão ruim, gerando tantas reclamações (inclusive as minhas) que era necessário trocar totalmente o código da memória virtual, mesmo que fosse em uma versão estável. Afinal, do jeito que estava, não estava muito estável. E o kernel 2.4.13 veio muito melhor mesmo, no sentido da memória virtual. Quem estava no linux naquela época, com certeza se lembra. Foi uma discussão gigantesca.
O mesmo acontece com o devfs hoje em dia. A única diferença é que o problema da memória virtual era muito maior, afinal todo mundo usa a memória virtual e apenas alguns usam o devfs.
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