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"Os 'métodos de traficante' da Microsoft": LinuxJournal entrevista Sérgio Amadeu

Notícia publicada por brain em julho 1, 2004 11:09 AM | TrackBack


O Linux Journal publicou uma entrevista com Sérgio Amadeu (em inglês). Os temas são a recente provocação oficial que o presidente do ITI recebeu da Microsoft do Brasil por declarações que ele fez na imprensa, a presença do software livre no governo, e outros assuntos relacionados.Trecho: "Pergunta: Por que você decidiu não responder ao questionamento judicial da Microsoft? Resposta: Eu consultei advogados e o Sub-Departamento Jurídico do governo e descobri que qualquer resposta minha também seria uma resposta do governo. O que a Microsoft fez foi tão absurdo que nem merece resposta. Ela tentou usar a Lei de Imprensa contra uma opinião cujo contexto deveria ter sido confirmado antes. Eles tentaram nos intimidar transformando uma questão tecnológica em uma questão legal. Além disso, nós não devemos nenhuma explicação a monopólios."

 

Comentários dos leitores
(Termos de Uso)

» JCCyC () em 01/07 11:26

Única falha: ele diz que software livre/aberto está no "domínio público". Alguém tem que explicar a ele a diferença.

Por outro lado, eu adorei este trecho, que deixa a M$ totalmente sem argumentos:

"Mas nós nunca baixamos decretos, leis, ou proibições. Ao contrário, apenas promovemos eventos para mostrar aos ministérios que Open Source é superior a plataformas proprietárias. O que importa é que, quando eles aceitam o nosso ponto de vista, é porque querem, não porque foram obrigados."


» Juliano () em 01/07 11:41

O senhor Sérgio Amadeu vem provando ser um grande homem e aliado da nossa causa! A entrevista foi de fato muito boa, a citação que o JCC fez acima é demais, pois foi algo que realmente mostrou uma certa dose de "ideologia" livre. Está de parabens! Espero que ele não seja corrompido pela M$.


» Tchelo_Xinelo () em 01/07 11:53

UAHuAHuHAuahuHA

Que comédia!! É isso ae Serjão adorei esse cara, acho que a Microsoft fez uma grande burrada tentando processar o Sergio, agora o Sft Livre vai entrar com todo vapor no governo :D !!!

100+


» Patola (Cláudio Sampaio) () em 01/07 12:01

TOMA, Microsoft! TOMA!

Ainda quero ver os babaquinhas todos 3 andares abaixo aqui do prédio irem pro olho da rua, inclusive esse Rinaldo Zangirolami e o Umeoka. Funcionários que trabalham para uma empresa sabidamente patife são, eles próprios, patifes também.


» Zecamann () em 01/07 12:44

é, diga-me pra quem trabalhas, que eu direi quem ÉS!!!


» Amnésio () em 01/07 13:02

"We're working for a free-software implementation policy, not against this or that company."

A gente vence a Microsoft do mesmo jeito que combate rato e barata. Você não acaba com a raça deles, mas pode impedi-los de passear pela sua casa.


» Miguel Filho () em 01/07 13:07

Cara, essa reposta aqui é simplesmente GENIAL!
Eu entendo o seguinte: quando você compra um software, você está sendo enganado, pois ele não é seu. Não é como comprar um carro, imóvel, televisão. E eu acho isso errado. O cara disse tudo aqui, e agora o mundo todo pode ler:

Silveira: Proprietary software is a feudal concept. In fact, the whole proprietary licensing model is distinctly odd. I mean, whose property? For example, let's say I buy package X, which has a license to use, but just take a look at this license. I buy the software, but I don't own it--the company owns it. I have a license to use it, but the money I've spent is like rent, it's a kind of digital unpaid labor--I pay for it, but it's not mine. Open-source software is in the public domain, it belongs to everybody, there is no private ownership. Most proprietary software users aren't aware of the problem. They say to themselves: "I bought this software". But did they? In fact, it's still the developer's property, the user doesn't own anything. He's only acquiring the right to use it, but he can't change it. In the real world, if I buy a house, it's mine. I can knock down walls, do whatever I like with it, as long as I remain within the law. After all, I'm the owner. But I can't do any of this with proprietary software.


» Zecamann () em 01/07 16:08

É engraçado.........você compra um carro, e ele é seu, certo? Certíssimo. Porém, vc pode andar com ele por onde quiser? NÃO! P Q? Porque pra andar nas ruas e avenidas, tem que PAGAR!


» Henrique Vicente () em 01/07 16:15

Sérgio Amadeu não está apenas ajudando na adoção do software livre no governo como muitos fazem mas está ajudando ao povo brasileiro notar a importância disso..


» EdCrypt () em 01/07 18:12

Pessal, estamos nos esquecendo de agradecer à microsoft. Ela fez com que os argumentos pró software livre fossem espalhados, ao dar a chance do sr Sergio Amadeu de falar do seu trabalho. Além disso, ela (M$) cava sua propria cova e dá a bala para o ultimo tiro! Obrigado M$ por nos fazer conhecer mais desse grande cara (Sergio Amadeu, que já é intimo da comunidade :) ) e por decretar seu fracasso nessa batalha pelo Brasil!


» Matheus Villela () em 01/07 18:29

O Carro você paga pra andar na rua, os impostos pra mantê-las, ou no caso de estradas particulares o pedágio. A casa você paga o IPTU, o prédio o condomínio.

De qualquer forma você pode reformar sua casa, trocar o motor do seu carro.

O software livre segue a mesma coisa, se você quizer se beneficiar por ele ser livre terás que pagar(ou gastar seu tempo) para deixá-lo da forma que atenda suas necessidades(ok ok, eu sei que não é todo software que precisa).

Miguel Filho, pagar por software livre não é problema algum, a questão está na licença de uso ;)


» Cassio Eskelsen () em 01/07 18:38

Miguel,

Essa sua comparação não é exatamente exata. Ninguém pode comprar um carro e "cloná-lo " do nada e passá-lo para outra pessoa. Essa outra pessoa terá que comprar outro carro.

No caso do SL não. Afinal, se eu tenho o fonte do sistema, posso simplesmente repassá-lo adiante ou criar um novo produto e a pessoa que desenvolveu o software originalmente nao ganha nada.

É essa equação que precisa ser resolvida para que quem for favorável ao software proprietário mude de opinião.

Abraços

Cássio


» Marcelo R. Minholi () em 01/07 18:44

> O Carro você paga pra andar na rua, os impostos
> pra mantê-las, ou no caso de estradas
> particulares o pedágio. A casa você paga o
> IPTU, o prédio o condomínio.

Eu diria que é muito interessante a sua comparação, mas não do ponto de vista da discussão e sim de uma questão que me surgiu enquanto lia a sua mensagem:

Se o governo federal acha injusto que uma empresa cobre pela licença de uso de um software, porque seria justa então a cobrança de IPTU e de taxas que são cobradas quando reformamos nossas casas?

Ou ainda. Porque ficamos sujeitos à apreensão de nossos veículos se deixamos de pagar o "Licenciamento Obrigatório" IPVA?

Não seria essa também uma forma de licenciamento de uso?

É muito interessante ver como as pessoas e as organizações podem se postar de uma maneira ou de outra diante de uma ideologia quando isso melhor lhes convém.


» Marcelo Nascimento () em 01/07 19:14

> Porque ficamos sujeitos à apreensão de nossos
> veículos se deixamos de pagar o "Licenciamento
> Obrigatório" IPVA?

Nesse caso, o licenciamento nem é pago para o fabricante do carro. Seria como se pagássemos ao governo para podermos utilizar o windows...


» Calisto () em 01/07 19:19

Opa. Aqui está havendo um equívoco grande. O foco da questão não é o licenciamento em si. Mas a forma como esse licenciamento é feito. Leia o texto do Sérgio de novo e a questão que ele coloca é essa: "I mean, whose property?". Mais adiante ele comenta: "I buy the software, but I don't own it--the company owns it."

O Sérgio está questionando a _propriedade_ por algo que você paga e não o fato de ser licenciado. No caso do carro, eu pago licença, mas o carro é meu. No caso do software proprietário, eu pago licença, mas o software é de quem produziu.


» Henrique Vicente () em 01/07 20:13

Acho que o povo confunde idéias com material... software são apenas idéias... material é materia, você não compra um software feito de alguém, você compra o direito de usa-lo, esse sempre vai serr dessa pessoa, do criador :) se ele vender propriamente dito ele vai vender o direito dessa pessoa de ter a posse do programa, de revender, de distribuir, de projetar um futuro...


» Henrique Vicente () em 01/07 20:14

Acho que o povo confunde idéias com material... software são apenas idéias... material é materia, você não compra um software feito de alguém, você compra o direito de usa-lo, esse sempre vai serr dessa pessoa, do criador :) se ele vender propriamente dito ele vai vender o direito dessa pessoa de ter a posse do programa, de revender, de distribuir, de projetar um futuro...


» Rodolfo () em 01/07 21:54

Pessoal:
Os impostos que voce paga para usar seu carro, para morar em sua casa, são para manter a máquina pública funcionando. Existem coisas em Economia que ninguém quer assumir, são chamadas externalidades, para isto ,existem os impostos.
Se voce não pagar o IPTU, sua rua vai ficar à escuras, não terá escola perto, etc, tudo bem,... que não tem mesmo, mas aí, é porque como o boi, pastamos amarrados e não cobramos os nossos direitos de contribuintes e de cidadãos.
Sobre o IPVA, acho que deveria voltar a ser taxa, pois aí estaria vinculado à manutenção das vias públicas, e não como hoje, como imposto vai para onde o governo(ou desgoverno no caso do Estado do RIO de Janeiro) quiser.
Não confundam impostos com pagamentos de produtos e de software em especial, nenhum país pode sobreviver sem impostos, e esqueçam o tal do impoosto único, se fosse bom os USA já teriam adotado, foi lá que criaram a idéia.


» FreakaZZoiD () em 01/07 22:06

Galera, o software proprietário não é tão ruin assim. O problema é a M$, ela que quer vender o seu peixe podre por uma fortuna. Se, por exemplo, pensar-mos no mercado de jogos, há jogos que são extremamente bem feitos e o preço nunca passa de 90 reais. Sou desenvolvedor de jogos e sei como é complicado construir um. Não sou contra software proprietário desde que tenha qualidade e não tenha um preço absurdo.


» Cobarde Anonimo () em 02/07 11:56

Talvez o chamado como ele falou "dominio público" não esteja necessariamente ligado ao contexto que entendemos em português, mas sim ao que entendemos como aberto aos olhos do publico, não necessariamente gratuito, mas que possamos ver o que há dentro sem ter quer pagar a entrada. Na maioria das vezes estamos deixando escapar o escopo da questão a qual se define que se foi produzido por um humano tá certo que o tal ganhe por sua descoberta, mas que essa descoberta beneficie a humanidade e que a humanidade aprenda e possa melhorá-la. Quem aqui se lembra da analogia que fizeram às leis de Newton? Vcs já pensaram se esse cientista fechasse suas descobertas do publico comum (dominio público)? Código fechado é um tiro no pé e desperdicio de capacidade criativa, pra não dizer perda de dinheiro mesmo. Pq em vez de se aproveitar o esforço pra inovar perdemos tempo reinventando a roda? Isso vale pra todas as áreas onde se trabalha a criatividade e inventividade. Se uma determinada empresa criou, digo descobriu, um algoritmo que facilitou a nossa vida, dê-se o devido crédito da descoberta e esse crédito reverta ganhos pelo investimento, mas deixe o sistema aberto pois outros virão pra melhorar-lo e que muitas vezes podem até ajudar essa empresa.


» JCCyC () em 02/07 15:02

Cobarde: também acho que foi isso, mas de qualquer maneira acho um erro, porque "domínio público" tem um significado definido pela lei que não é o que ele quis dizer.


» Henrique Vicente () em 02/07 15:44

Oi, domínio público só quer dizer que está livre para todos usarem, modificarem...
Eu acho que software proprietário é um grande mal, para mim qualquer coisa assim, patentes.. é ruim, já viu esses medicamentos tão caros quanto pequenos? Só cobram aquilo porque são um bando de safados(socialmente, não que eles sejam safados no sentido mais "pensado" da palavra...) interessado em dinheiro mesmo dos doentes... isso é terrível, para mim qualquer coisa assim tem que ser domínio público ou não ser aceita por nós...(é claro que ninguém vai deixar de comprar um remédio que precisa comprar de todo jeito se não morre... e ai que está o problema... se não pode fazer muita coisa, vai deixando...)


» Jota Lemos () em 04/07 16:48

Não sei se tem muito a ver com o tema em si. mas chamou me atencão o texto do Cobarde Anonimo.
Nem sempre os criadores, inovadores ou seja os pioneros, lucraram com suas descobertas.
Pelo contrário, as estátisticas mostram exatamente o inverso, dificilmente os pioneiros obtiveram grandes lucros. Não sou contra pionerismos e acho que eles são essenciais a humanidade, mas como mostra a história eles nem sempre recebem os devidos créditos.


» Henrique Vicente () em 04/07 18:37

Infelizmente isso é verdade.. muitas vezes quem se aproveitam são as grandes empressas e não dão ao menos um prêmio para o criador, desenvolvedor... mas é melhor deixar em domínio público que fazer uma 'sacanagem' de patentear e cobrar pelo uso, aprimoramento da tecnologia...
se a pessoa que criou realmente estiver precisando de dinheiro não seria melhor se ela ao invés de patentear simplismente fosse aos interessados e cobrasse uma quantia suficiente para o que gastou com as pesquisas... e para o que esteja precisando, querendo.. nada grande, mas alguma quantia 'suficiente', e só depois de receber essa quantia liberasse sobre domínio público? Não tou dizendo vender a patente para alguma empressa mas ir aos interessados em usar o que foi desenvolvido e 'pedir' uma quantia para liberar os estudos.. e nesse caso não liberaria apenas para a empressa mas sim sob domínio público :)


» Vicente Martins () em 05/07 15:01

O Sr. Sérgio Amadeu só vem provando que não passa de um dogmático radical de argumentação 'fraca e pálida' que quer passar sua ideologia por verdade absoluta. Não é preciso desmerecer os sistemas da M$ nem ofendê-la como empresa para exaltar o Linux. Para isso bastaria mostrar suas potencialidades!


» Thadeu () em 10/07 08:58

Estão metendo os impostos em lugar errado. Em um sistema ideal (livre), imposto serve para gerenciar o que é comum a todos. Assim, quando se paga imposto para trafegar com o carro pelas ruas, estariamos pagando apenas pela conservação das ruas, que é um bem comum a todos. Infelizmente não vivemos em um sistema ideal, nem no Brasil e em lugar nenhum desse mundo, e nesse caso, o imposto serve para coisas menos nobre que o bem comum. Por outro lado, se vivessemos em um sistema livre, aí sim as coisas seriam boas. Então é importante difundir as idéias do Software Livre para o resto das coisas.


» saul () em 08/08 00:41

software é como musica,sou compositor e nunca vendi uma musica minha mas sim o direito de gravar
executar.Embora nunca tenha vendido eu tb nunca neguei o direito de se fazer um outro arranjo ou uma releitura por parte do artista.Acho que isso serve bem para a questão dos direitos autorais de software.VIVA O LINUX,VIVA A LIBERDADE.


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