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Consenso sobre Software Livre

Notícia publicada por brain em maio 13, 2004 10:13 PM | TrackBack


Itamar (itamarnet@yahoo.com.br) enviou este link da ComputerWorld e acrescentou um trecho: "'Governo diz que a preferência por software livre pode ser feita em licitação pública, independente de leis. Para a Microsoft, isso fere a Constituição. Mas a estratégia federal, ainda que com sua dose de lirismo, já vem acompanhada dos fatos: hoje, 12 agências testam algum tipo de software livre. Para a Microsoft Brasil, a opção pelo código aberto não é o centro da discórdia'. Achei a matéria interessante, mesmo discorrendo de assunto já abordados e apresenta algumas informações que me parecem novas e interessantes. Vale a leitura"

 

Comentários dos leitores
(Termos de Uso)

» Patola (Cláudio Sampaio) () em 13/05 22:32

De novo o uso de termos vagos permite à microsoft adulterar o sentido. Reparem:

"Mas, para a Microsoft Brasil, a opção pelo código aberto não é o centro da discórdia. “Se o processo pede isso, não há problema, nosso código também pode ser aberto. O próprio STF já teve acesso a ele paras as urnas eleitorais”, diz Lorenzo Madrid, diretor do setor público e educação da companhia no país. Segundo o executivo, são duas as situações em que a Microsoft abre sua fonte: para auditorias ou pedidos de pequenas alterações que não desrespeitem a propriedade intelectual da empresa. “Temos uma proposta mundial para isso (Government Security Program) e já abrimos nosso código em mais de 65 acordos pelo mundo”, comenta o executivo."

Abrir para ela significa somente mostrar. Claro, sob um contrato de confidencialidade que diga que qualquer coisa que o sujeito que viu aquilo programar será cópia do fonte da Microsoft e portanto pertencerá a ela... =) Shared source *NÃO É* código aberto ("open source") e a reportagem deveria deixar isso bem claro. Como dá raiva!


» Manoel Pinho () em 13/05 23:13

Ora, as licitações sempre são ganhas por quem oferece pelo menor custo. Mas a licitação pode pedir determinadas especificações técnicas, como a plataforma onde será executado o sofware (PCs, Sun, etc), etc e, para mim, ter o código aberto é uma especificação técnica como outra qualquer.

Se a M$ quiser concorrer mostrando o código dos seus produtos, ótimo. Mas além disso também terá que oferecer pelo menor custo de AQUISIÇÃO, não o tal TCO que eles tanto falam, que não é algo mensurável em uma licitação.

Notem que obedecendo isso até seria possível a M$ ganhar a licitação quando concorresse com um Red Hat Advanced Server, por exemplo, mas nunca ganharia a licitação de sistemas operacionais para servidores quando concorresse com o Debian ou um Slackware :-) Afinal, liberdade significa liberdade de escolha.

Também acho errado dar preferência total a softwares livres e o governo gastar rios de dinheiro comprando, por exemplo, o Java Desktop da Sun, que é uma distribuição linux feita pela Sun, um SuSe XXX Server da Novell ou mesmo um Red Hat Advanced Server se poderia resolver por menos usando um Kurumin e Debian ou comprando de uma empresa como a Conectiva (supondo que ela vendesse uma solução por umpreço menor que a Sun).


» Ark () em 14/05 07:53

Manoel Pinho: Debian e Kurumin não possuem empresas com suporte técnico. No caso do governo, é inpensável. Ou então, o governo poderia pegar uma distro dessas e criar sua própria equipe de suporte, mas aí já seria "estatizar" todo o setor de TI, o que vai na contra mão de contratar serviços terceirizados (que muitas vezes saem mais baratos no caso do governo).


» Manoel Pinho () em 14/05 09:42

Ark,

Realmente não me expressei bem. O que queria dizer é que poderiam concorrer nas licitações pequenas empresas que fizessem distribuições baseadas no Debian ou Kurumin. ou dessem suporte a elas. A Progeny, por exemplo, faz uma distribuição que é basicamente um Debian mais amigável (usa instalador Anaconda do Red Hat, etc).

Sou a favor de empresas que trabalham com software livre, mas desde que mantenham os princípios básicos de liberdade que o software livre propõe. Trocar uma Microsoft por uma distribuição linux que cobre licenças de uso cara, por computador, que contenham muito código proprietário não é uma boa troca para mim.

Sei que o governo não tem mão de obra qualificada em grande número para tocar sozinha uma distribuição linux com qualidade. O problema não é fazer uma distribuição linux, mas mantê-la. É aí que as empresas podem entrar, prestando serviços de consultoria, personalização de distribuições, etc.

Eu sou muito desconfiado com distribuições linux feitas por grades empresas americanas, como Novell e Sun, que até ontem vendiam software proprietário e ainda têm a mentalidade de ganhar dinheiro cobrando caro por licenças por máquina, por CPU, etc.

Na minha opinião o governo federal deveria criar uma distribuição nacional, que fosse adotada pelos seus órgãos e fazer licitações para escolher empresas que pudessem fazer o trabalho de manutenção da disstribuição, treinamento, instalação, etc. Os governos da China, Japão e Coréia estão criando uma distribuição para ser usada pelos seus governos. Acho importante adotar uma distribuição única, que seja referência em todo o governo.

Hoje vemos alguns órgãos governamentais adotando o Kurumin, outros desenvolvendo distribuições próprias, outros usando Conectiva, outros usando Slackware e por aí vai. Essa diversidade acaba dificultando o treinamento e a adoção do linux nos governos.

O uso de software livre em âmbito governamental é muito sério e deveria ser muito bem planejado. Corre-se o risco de deixar cada ministério, órgão e esfera governamental fazer licitações sem uma regra comum e termos no futuro uns adotando uma distribuição A, outros a B e outros o Windows.


» Hermes de Souza () em 14/05 10:14

- Bem, eu não sei quantas pessoas atualmente trabalham na manutenção do Kurumin.
- Como funcionário público, abomino totalmente a contratação de empresa para dar suporte ao sistema. bem como a criação de equipe própria.
- Acredito que a melhor opção seria a criação de uma distribuição (pode ser baseada no Kurumin, que atualmente é a mais amigável) e a integração do pessoal dos órgãos públicos (federal, estadual e municipal) que quiserem utiliza-la. A dedicação de horas será mínima, tento em vista a quantidade de pessoal existente. Além de compartilhar as inovações com o projeto Original o que criará muitas opções.
- É claro que sistemas específicos deverão ter um tratamento diferenciado.


» André Carezia () em 14/05 10:16

A vantagem principal de sistemas abertos é que o futuro dele não depende de um único indivíduo ou grupo. Parece que o governo, corporações e usuários ainda não compreenderam essa vantagem e estão pensando no modelo de "software" proprietário.

Não há necessidade de se contratar uma empresa que ofereça uma distribuição GNU/Linux própria, mas apenas uma empresa de serviços. Essa empresa poderia apresentar uma solução baseada até em distribuições mantidas por voluntários, como é o caso do Slackware Linux e do Debian GNU/Linux.

Como a probabilidade dessas distribuições deixarem de existir é baixa, o governo (e os contribuintes) faria um investimento com futuro claro. A documentação do Debian GNU/Linux é aberta, acessível e completa. Se a empresa prestadora desistisse do serviço ou fosse à falência, bastaria contratar outra para dar suporte aos sistemas implantados.

Distribuições mantidas por voluntários, como o Debian GNU/linux, são menos suscetíveis a pressões do mercado que distribuições mantidas por empresas comerciais. Além disso, o Debian GNU/Linux é a distribuição mais ajustável às necessidades tecnológicas variadas do governo e corporações. O exemplo dos Telecentros em São Paulo ilustra esse fato. A grande variedade de "live CDs" baseados em Debian GNU/Linux também comprova a flexibilidade desse sistema operacional.

Os mesmos princípios se aplicam a aplicativos de uso geral, como editor de texto e planilha de cálculo. Uma empresa poderia apresentar uma solução baseada em OpenOffice para setores do governo que precisam editar e publicar textos em formatos abertos.

Nesse caso, entretanto, o governo, as corporações e usuários em geral imaginam principalmente a contratação de uma empresa como a Sun Microsystems porque ela possui o produto StarOffice (que agora nem é mais aberto).

É preciso mudar essa mentalidade.


» Manoel Pinho () em 14/05 12:29

Hermes e André,

Acho que acabamos tendo mais ou menos as mesmas opiniões. Trocar a dependência da Microsoft por uma dependência de uma IBM, Novell ou Sun é trocar seis por meia dúzia. Por isso não vemos notícias do Japão ou da China adotando a SuSe ou uma outra distribuição comercial. Eles estão desenvolvendo sua própria distribuição.

Quanto à questão de precisar ou não contratar uma empresa para ajudar nisso eu não sei responder. Por que não contratar as universidades federais por exemplo ? Elas têm pessoas gabaritadas e muitos usuários de linux.

O trabalho poderia ser feito a partir do Debian por causa do enorme repositório de pacotes e aí poderiam melhorar o instalador, a documentação, tradução, criar material didático, cursos multimídia, ensino à distância, etc.


» André Michi () em 14/05 13:22

Muito legal sua opinião Manoel Pinho. Eu também não vejo com bons olhos todo esse investimento da IBM, Novell, Sun no software livre, claro que é bom porque eles divulgam o Gnu\Linux , mas não podemos esquecer que são empresas , e o objetivo delas é faturar e fazer seus clientes cada vez mais dependentes.

São muito interessantes as soluções da IBM utilizando Linux em storage e missão crítica, mas agora pergunta se eles vão liberar as fontes disso ??

É bem o que você disse, vamos trocar a dependência da Microsoft por outra que é a da IBM (nada contra ela, mas empresas são empresas)

Eu utilizo Slackware porque gosto do jeito como as coisas são organizadas, mas tenho que confessar que o Debian é a distribuição que mais tem o espirito open source , e por isso também acho que o governo deveria investir em alguma distribuição baseada nela, ou mesmo criar uma nova a partir do Debian.

Sem contar que desenvolvendo uma distribuição nacional forte, nós não precisariamos gastar absurdos importando software.

Mas uma coisa também é fato. O Brasil não tem investimento nenhum nessa área, você citou a ajuda de Universidades Federais, mas será que tem tanta gente especializada assim ?? Não por incapacidade delas, mas porque não há investimentos, os professores estão sempre em greve,os equipamentos são ultrapassados e por aí vai...

Enquanto não houver visão ou atitude dos nossos governantes , vamos ficar sempre na dependencia dos outros.

Isso já tá ficando meio off, mas fica meio dificil não falar em mudança social quando se fala em software livre.

E uma coisa me admira muito, com tanta gente boa(?), inteligente(?), capacitada(?) no governo , porque ninguém consegue ter a mesma visão que nós ??
Ou será que tem e não podem fazer nada ??? Mas isso também já é outra história...

André Michi


» Heitor Moraes () em 14/05 14:18

Muito bem, eu concordo com quase tudo que foi dito aqui. Só acho que o foco da discussão deveria ser outro.
Eu acho o Debian lindo, mas a verdade é que junto com ele vem um monte de restrições (indiretas). As pessoas que desenvolvem distros baseadas em Debian ficam com medo tornar todo o sistema incompatível com o Debian GNU/Linux original (dependência não é brincadeira) e mesmo com o SID é difícil evitar esses problemas. No caso dos Live-CDs isso não existe já que ninguém vai instalar nada lá. E quem copia a distro no HD tem que tomar muito cuidado com um "dist-upgrade" (já fiz o teste com o Kalango, Kurumin e Knoppix, e dá muito trabalho mesmo).
Tem ainda o lance de que muitos dos pacotes dos repositórios oficial mais atrapalham do que ajudam, já que eles facilitam a instalação de joguinhos e mais um monte de tralha pra quer tiver o "root" na mão.
Eu não sei se vocês perceberam, mas existe a possibilidade de estatizar uma empresa como a Conectiva. O Conectiva não é ruim, e esse Conectiva 10 tá prometendo.
Acho que quanto a facilidade, ela não deve ser atribuída ao Kurumin, e sim ao KDE (acompanho o Kurumin desde o 1.4), qualquer distro com KDE tem um nível de facilidade semelhante.
Se o Governo comprar 51% das ações da Conectiva e tiver a presidência da Companhia, ela se torna uma Empresa de Capital Misto, assim como o Banco do Brasil.
Acredito que esse modelo é o único modelo público que funciona no Brasil, porque o olho da iniciativa privada é um ótimo fiscal.
Minha sugestão é essa: Tornar a Conectiva uma empresa de Capital Misto e fornecedora oficial de SOLUÇÕES para o Governo, sendo que como qualquer empresa, pode terceirizar a manutenção e instalação.
Eu coloco SOLUÇÕES em caixa-alta porque é outro ponto importante. Empresas compram soluções e não SOs. Se nós nos concentrarmos tanto em permitir que o Linux ou o BSD possam concorrer com o Windows e não nos preocupamos com "o que" ele precisa fazer, vamos ter uma migração mal sucedida e um possível retorno a M$.

PS: Minha defesa com relação a Conectiva se dá pela facilidade em torna-la a distro oficial. Ela já é quase isso, só que ninguém usa. :D


» Heitor Moraes () em 14/05 14:23

Esqueci de dizer que eu uso Fedora com GNOME e o openoffice do projeto BR.
Assim ninguém pode dizer que eu estou defendendo o projeto KDE ou o Conectiva.


» derwood () em 14/05 14:39

Uma possivel solução para uma distribuição nacional, aberta e de uso governamental seria a criação de um grupo do qual universidades federais e estaduais tivessem participação, mas não controle, do que fosse produzido, juntamente com todo e qualquer voluntário, e que o governo através de um ministério qualquer, desse a aprovação da distribuição estavel para ser instalada nos diversos orgãos, talvez fosse algo demorado, "burrocratizado", mas bem destro de uma mentalidade que o governo poderia entender...


» André Michi () em 14/05 14:39

Não sabia desses "problemas" do Debian e dos seus filhinhos.. hehe.. mas mesmo não sendo o Debian, poderia ser baseado no Slack, Fedora, qualquer uma, mas desde que não dependesse de pessoas de fora.

Pô, será que os caras não percebem que é só pegar as fontes e refazer, traduzir, adaptar ? Se é livre é pra isso mesmo. Tá certo que isso exige tempo, paciência, treinamento, gente capacitada. Mas era só ter um investimento maior nos cursos superiores, ajuda a micro e pequenas empresas que oferecem soluções baseadas em Software Livre e principalmente visão das coisas.

Mas parece que não existem pessoas que pensem assim no governo.

A Conectiva não é uma empresa ruim mesmo, mas ela perdeu força e credibilidade depois do United Linux, e também depois de lançar prematuramente algumas versões sem fazer os devidos testes.

André Michi


» Everaldo Castro () em 14/05 16:13

Acho que existe uma certa confusao em algumas declaracoes e mesmo falta de informacao.

1o. Concordo plenamente que o governo nao deve ficar na mao de nenhuma empresa. Por isso a preferencia do governo pela distribuicao Debian.

2o. Existe sim um esforco do governo p/ criar uma solucao em software livre e preferencialmente baseada em Debian.
Ex.: Sacix (Telecentros-SP)
LibertasBR - parceria da UFMG e Prodabel- Empresa de TI da Prefeitura de Belo Horizonte e colaboracao da FIC-Faculdades Integradas de Caratinga/MG, ONG MinaS Livre entre outros colaboradores.

3o. Tornar a Conectiva uma empresa de capital misto seria ruim para o Brasil, porque ela acabaria se tornando um cabide de empregos, ficando burocratica e perderia a competitividade.

4o. Nao vale a pena de maneira alguma a criacao de uma nova distro, pois demanda muito tempo, alem de se gastar muito dinheiro. O Knoppix, Kurumim, Morphix entre outros nao sao distros e sim, customizacoes do Debian. E esta eh a tendencia atual: Adequar e personalizar uma distribuicao as suas necessidades. Para isto o Debian criou o CDD - Custom Debian Distribution.
Neste quisito o Debian estah anos luz a frente de qualquer outra distribuicao. Alem de ser seguro, estavel, 100% livre e independente de qualquer empresa.

[]'s
Everaldo.


» Flávio () em 14/05 16:28

Trabalho em tribunal de contas e tenho a impressão de que haverá intensa briga judicial em torno do tema, pois tanto a posição da M$ quanto a o do Governo são defensáveis.

Mas vejo um argumento pró governo que não tem sido explorado. Quando alguém adquire software livre, ele está de fato comprando o software. Quando se adquire software proprietário, adquire-se apenas o direito de uso, como um aluguel. Você não se torna o dono. Não pode fazer com o software o que você quiser.

Rigorosamente, a M$ é apenas uma LOCADORA de software e não uma FORNECEDORA de software. Pergunto: se o governo lança edital para ADQUIRIR software, por que uma locadora se sente lesada? Ela não vende o produto que o governo quer: só aluga.

Pergunto: se o governo quiser adquirir automóveis, será que uma locadora de carros poderá sentir-se lesada e reclamar seus direitos na justiça, como se o governo não tivesse o direito de COMPRAR?

A M$ é vítima de uma mudança de paradigma e, se os juízes entenderem isso, vai perder todas as causas (e até as calças). Antigamente, não se vendia software: só se alugava. Com o advento do software livre, passou a haver a possibilidade de compra. E ninguém poderá alegar que o governo não tem esse direito.


» Flávio () em 14/05 16:31

Trabalho em tribunal de contas e tenho a impressão de que haverá intensa briga judicial em torno do tema, pois tanto a posição da M$ quanto a o do Governo são defensáveis.

Mas vejo um argumento pró governo que não tem sido explorado. Quando alguém adquire software livre, ele está de fato comprando o software. Quando se adquire software proprietário, adquire-se apenas o direito de uso, como um aluguel. Você não se torna o dono. Não pode fazer com o software o que você quiser.

Rigorosamente, a M$ é apenas uma LOCADORA de software e não uma FORNECEDORA de software. Pergunto: se o governo lança edital para ADQUIRIR software, por que uma locadora se sente lesada? Ela não vende o produto que o governo quer: só aluga.

Pergunto: se o governo quiser adquirir automóveis, será que uma locadora de carros poderá sentir-se lesada e reclamar seus direitos na justiça, como se o governo não tivesse o direito de COMPRAR?

A M$ é vítima de uma mudança de paradigma e, se os juízes entenderem isso, vai perder todas as causas (e até as calças). Antigamente, não se vendia software: só se alugava. Com o advento do software livre, passou a haver a possibilidade de compra. E ninguém poderá alegar que o governo não tem esse direito.


» Patola (Cláudio Sampaio) () em 14/05 16:45

"O Knoppix, Kurumim, Morphix entre outros nao sao distros e sim, customizacoes do Debian"

E por isso não são distribuições? Absurdo. Então o Mandrake não é uma distribuição, pois começou (e de certo modo ainda é) uma "personalização" (customization) do Red Hat. E o Conectiva Linux também, tanto que no início era chamado de Conectiva Red Hat Linux.

Não precisa tentar diminuir o valor dessas distribuições chamando-as de simples "customizações" (sic). Acho que elas merecem a denominação de distribuição tanto quanto quaisquer outras.


» Heitor Moraes () em 14/05 17:13

Concordo com o Flávio e o Cláudio Sampaio.

E continuo defendendo que incorporar a Conectiva seria mais barato e seguro que tentar criar uma distro.
Como usuário Debian (nunca mais aqui em casa :P) eu ainda acho q não vale a pena criar uma distro baseada nele. (ainda uso Fedora+APT aqui em casa - APT graças a mal falada Conectiva :D)

Essa nova Empresa Brasileira de Capital Misto não seria cabide de empregos, assim como a Petrobras e o Banco do Brasil não são. A iniciativa privada que tem parte do capital da empresa e está sempre de olho. É isso ai.

Everaldo Castro, você já tentou atualizar o Kurumin ou o Knoppix usando o repositório Debian?
Dá um trabalhão! ufa.
Acho que o menos problemático é o Kalango, levei umas 5 horas pra deixar ele atualizado (Debian Sid) e fazer minha GeForce funcionar em outro kernel.
Pode ser lindo no Desktop mas acho que não atente as necessidades de um Governo. (e eu nem mesmo gosto do KDE)


» EdCrypt () em 14/05 19:33

Não vejo por que a compatibilidade entre as Debian-based seja um problema! Muitas distribuições seria inviaveis hoje em dia, pois teriam que criar todos os pacotes e etc. Veja o UserLinux e o Progeny Componentized e compae co o inferno que é essa questão de compatibilidade entre rpm-based. Para um distribuidor valeria muito mais aapena empacotar um programa em um padrão para varias distribuições do que lançar um rpm para conectiva que talvez seja incompativel (devido às depedências)com Fedora, SuSE, Mandrake...
Criar uma distribuição própria, do zero, daria muito trabalho para o Governo também. Usar uma customização de um sistema mantido de forma que o Debian o é e com um contrato de prestação de serviço com uma empresa me parece mais vantajoso, se o contrato acabar e muda a empresa, alguma outra que possa dar o mesmo serviço pode ser contratada atravéz de licitação.


» EdCrypt () em 14/05 19:35

Complementando o que eu disse...
http://distrowatch.com/dwres.php?resource=article-rpm


» Patola (Cláudio Sampaio) () em 14/05 19:41

Flávio, apesar de achar o mesmo que você, não tenho certeza. Bela colocação, a diferenciação entre comprar e "alugar"; mas, na medida em que apenas estamos exercendo uma licença de software, quando usamos/modificamos/redistribuímos software livre não estamos apenas usando nossos direitos de licenciados? Não podemos fazer tudo que o dono do copyright sob o software faz - por exemplo, não podemos distribuí-lo sob licença dual (a mysql distribui o mysql GPL e também o vende sob outra licença proprietária).

Ou estou enganado? Na verdade não estou contestando e sim querendo saber mais informações sobre esta distinção. Ela muito me interessa.


» Manoel Pinho () em 14/05 20:39

Essa idéia de que uma distribuição é ruim por usar rpms é pura lenda. Os problema de dependências acontecem em qualquer sistema de pacotes. O que evita isso são ferramentas como o apt, por exemplo, que existe também para rpm. Usar rpms em uma distribuição facilita o acesso a programas comerciais, que geralmente são disponibilizados em forma de rpms binários. Por isso não acho ruim a escolha que a Conectiva tomou de usar rpms e uma distribuição não tão distante do Red Hat (que ainda é a referência de distribuição linux no mundo comercial) e, ao mesmo tempo, usar o apt do Debian. A diferença é o tamanho do repositório de pacotes entre o Conectiva e o Debian.

O bom do Debian é o seu enorme repositório de pacotes. Mas o ruim também é a demora excessiva em considerar uma versão estável. Uma distribuição para desktops baseada no debian teria que usar a distribuição testing.

Eu uso muito o Kalango, Knoppix e Kurumin como forma de divulgação do linux e como ferramentas para emergências, mas não considero esse tipo de distribuições ideais (do jeito que são instaladas pelos scripts que vem nos CDs) para desktops corporativos. Precisariam ser trabalhadas para retirar o sudo, usuário knoppix e alguns detalhezinhos. O ideal seria (na minha opinião) mais ou menos o que a Progeny está fazendo: um instalador como o Anaconda e uma boa detecção de hardware. Seria mais ou menos como um Fedora/Mandrake (em termos de procedimento de instalação) mas usando o repositório do debian.

Quanto a "estatizar" a Conectiva eu não sei se seria a melhor saída, mas também acho que sairia barato contratá-la para fazer uma distribuição nova ou adaptar a lguma distribuição (incluindo o próprio CL) para uso governamental. Ela ainda é a empresa localizada no país com maior know-how em linux. Creio que não se negaria a fazer uma distribuição customizada baseada no debian só porque já tem uma distribuição própria. É tudo questão de negociar...


» Ark () em 14/05 22:54

Aff... até quando vou ter que ler coisas do tipo "não confio em empresas, pq elas querem lucro"... vocês já trabalham? É óbvio que qualquer empresa quer lucro. A questão é a que medida. A Sun inventou o NFS e NIS na década de 70, e nunca cobrou por isso. Comprou o StarOffice e liberou pra comunidade fazer o OO, enquanto ela libera sua versão com suporte. Eu não entendo qual é a de vocês. Qual o mal em uma empresa ter lucros? Se ela não tiver, aí sim ela tem problemas.


» Job Diogenes R. Borges () em 15/05 00:13

Acho que a proposta de contratar serviços e não distros é realmente o caminho. Li recentemente um artigo de alguem da IBM falando que o caminha de implantação do Linux, é ter uma politica sem pensar em 'distros', pois no fundo a tecnologia é a mesma.
Ou seja, as configurações continuaram sendo feitas pelos arquivos de textos de configuração.
O que pode ser feito, "se é que ja não está" é uma padronização via LSB, parq que os arquivos de conf. fiquem em diretórios padrão do /etc abaixo.
Feito isso, não importa como é a interface grafica e wizards que cada distro criar, que abaixo estara tudo igual.

Bem ésta é apans MHO:)


» Leonardo () em 15/05 09:29


Muitos bons comentários, deixa eu jogar meu tempero na sopa... =o)

Um, o governo COMPRAR software livre e ser dono?
Isso deu um nó na minha cabeça sem tamanho, acho que isso não seria certo.
Vai que um juiz iliterato em tecnologia ache que o governo do Brasil comprou a kernel, e ninguém mais pode mexer !
O Software Livre como modelo de negócio, pelo que entendo, se baseia em customizações, treinamento e assistência.
Um boa pra se dar nos joelhos da M$ seria jogar no terreno dela: vende-se assistência e customizações, MAS SEM SE COBRAR A LICENÇA. E, cá entre nós, acho que quem defende a M$ deveria ler a EULA da M$.
É uma piada de au gosto. Lembro que a EULA do windows 98 fala que só garante o funcionamento do software por 90 dias depois da compra do mesmo, e que qualquer perda que vc tenha por qualquer defeito do software não é do pecúlio da M$.
E pelo que vi, isso não mudou (pesquisem "Lemon Laws" no Google sobre isso).
E, sobre licitações, temos um truquezinho que deve ser conhecidode muitos...
Como se sabe, uma licitação é anulada e a compra feita caso as necessidades desta sejam completamente satisfeitas por um dos concorrentes , ou seja, um mérito técnico extra de um produto se encaixar na licitação e o dos outros não.
Eu já VI isso acontecer mais de uma vez, os textos da licitações serem alterados ou interpretados de modo que um concorrente (seeeeeeeeeeeempre grande) ganhe automaticamente, nestes termos.
Assim como o 'Software Libre' pode ter preferêncai nas licitações por um mecanismo desses, temos de ficar preparados para um eventual lobby da M$ em alguns pontos.
Isso acontece "na calada da noite", sempre, e a M$ tem dinheiro e interesse para tal.
Não se esqueçam que os dois cabeções da M$ já vieram pra cá pra comer o miolo dos nossos govenantes...
Acho que esse vai ser o terreno dessa guerra, não os méritos técnicos, mas jogadas políticas ocultas.

Falows


» Flávio () em 15/05 12:31

Patola e Leonardo, estamos chegando ao que disse recentemente o CEO da Sun (se não estou enganado). Software GPL não é livre coisa nenhuma, pois a licença é viral, com forte componente político (comunista?), que amarra seu adquirente. Ou seja, liberdade que aprisiona não é liberdade, certo?. Como você bem colocou, o comprador não tem o direito, por exemplo, de redistribuir o software com licença fechada.

Então, talvez tenham razão os defensores da licença BSD (não conheço bem, mas sei que criticam a GPL por isso). Talvez tenha razão o Linus, com sua defesa ao Open Source em lugar do Free Software. Talvez o governo deva pensar em usar outra licença, que não a GPL. Aliás, há dúvidas se a GPL pode ser 100% aceita no ordenamento jurídico tupininquim.

Mas ainda que o governo, ao adquirir software livre, não disponha de 100% dos direitos sobre o programa, adquire o direito de alterar o código e de instalar em quantas máquinas quiser. Essas duas possibilidades diferenciam completamente a aquisição de software livre do "aluguel" de software proprietário. Software livre é diferente do proprietário, assim como banana é diferente de laranja: ambas são frutas, mas são diferentes. É um novo paradigma. Fornecedor exclusivo de banana não pode questionar a aquisição de laranja pelo governo.

Como colocou o Leonardo, o governo pode especificar, no Edital, que quer adquirir um programa que possa ser alterado, reproduzido, redistribuído e instalado livremente. NA VERDADE, O GOVERNO SEMPRE PÔDE EXPECIFICAR ISSO EM SEUS EDITAIS. Só que antes a licitação seria vazia, pois nenhum fornecedor de software participaria do processo, já que não existia o software livre.

Mas agora que há fornecedores de software livre, a sua aquisição é direito inquestionável do Governo, que tem a seu lado o princípio da supremacia do interesse público sobre o privado. Se a Microsoft não tem o quer participar dessa licitação, porque não fornece produto com as características exigidas no Edital, não poderá alegar nada em nenhum tribunal.

Ela até poderia alegar, se não tivesse a possibilidade de fornecer software livre. Nesse caso, sua defesa diria que a licitação foi ilegalmente direcionada para apenas alguns fornecedores, em detrimento de outros. Mas, o que a impede de fornecer software livre? O que a impede de participar da licitação com um M$ Linux? Apenas o seu apego ao velho paradigma. Então, suas alegações não podem prosperar em nenhum tribunal. Não resitem ao sopro da lei (filosofei).

Será que alguém poderia mandar esse texto para aquele ministro do STJ? :)


» EdCrypt () em 15/05 12:51

Manoel, o problema das depedencias que eu citei é a *diferença* das dependencias de uma distribuição para outra, a falta de padrão entre elas. Isso é fato, mas já estamos fugindo um pouco do escopo da discução :)


» jcassale () em 15/05 13:01

Penso como o Flávio. É isso aí.
O que eu acho estranho nessas publicações é que os usuários do linux quando defende seu uso são tidos como fanáticos. A M$ quando defende o uso de seus programas e até de forma exclusiva (monopólio) não é considerado fanatismo.


» Leonardo () em 15/05 14:26


Aì Flávio, belê?

Sua frase "Software GPL não é livre coisa nenhuma, pois a licença é viral, com forte componente político (comunista?), que amarra seu adquirente. Ou seja, liberdade que aprisiona não é liberdade, certo?. Como você bem colocou, o comprador não tem o direito, por exemplo, de redistribuir o software com licença fechada." é muito desencontrada com a realidade. Esse argumento já foi explorado pela M$ mas é tão risível que nem é usado mais.
Você PODE VENDER software livre, só tem de disponibilizar o código fonte.
Senão era festa da uva no software. Você copia e tchau e bênção. Se não gostou da licença, NÃO USE.
A GPL (ou LGLP) tem viabilidade comercial dependendo do que se faz.
E tem mais, vc pode usar softwares LGPL ou GPL com seus programas, desde que você não altere os componentes GPL. Qual a perda de liberdade nisto?
O resto do seu post tem sentido, mas esse parágrafo é lamentável...
Afinal, um juiz do STF, iliterato, era capaz de barrar o S.L. no Brasil por ele ser "viral", imagina isso!!!!
Temos de cuidar de como nos expressamos frente ao pessoal que não é tecnicamente preparado, muito cuidado mesmo.


» jcassale () em 15/05 14:46

Só retificando. Penso como o Flávio exceto na parte das licensas. Faltou isso no meu comentário anterior.


» Manoel Pinho () em 15/05 14:55

Acho que o flávio deve ser usuário de BSDs... Mas eles também são softwares livres ! Se não concorda com a GPL use um BSD !

A M$ e a Apple agradecem muito os BSDs por várias coisas que roubaram deles... O máximo que fazem é colocar uma linha de crédito à Berkeley. O Windows Services for Unix, por exemplo, usou código do OpenBSD.

É verdade que continuaria existindo software livre sem linux, GNU ou licenças *GPL mas também é certo que os BSDs continuariam sendo usados somente nos servidores, bem escondidinhos do público como sempre foram, sendo roubados na suas melhores partes e idéias.

Nunca vi um *BSD ousar contra o monopólio da M$ nos desktops como vemos o linux fazer. Isso é que mais me irrita na filosofia BSD de ver o mundo do software. Ficam presos na herança histórica do Unix e não querem ousar em novos conceitos. Por isso nunca conseguiram conquistar uma legião de desenvolvedores e usuáarios como o linux.


» CWagner () em 15/05 23:06

Muitos dos argumentos usados aqui podem ser vistos em outra discussão do BR-Linux (http://brlinux.linuxsecurity.com.br/noticias/002334.html) e com certeza muitos de vocês participaram.

Claro que todos nós compartilhamos muitas opiniões e anseios pela adoção do Software Livre (ou Aberto) nas esferas do Governo de nosso país. Como integrantes de equipes de TI em empresas privadas ou públicas, já experimentamos soluções em software de toda natureza, do pirata ao "caseiro" (o que é mais comum), e acho que como foco da discussão, o Software Live é o mais indicado para o setor público, visto o avanço técnico, economia em hardware que pode ser alcançado, menor evasão de divisas, etc.

Ante tudo isso, tenho algumas questões a serem colocadas aos colegas. Senão vejamos:

- O que impede uma Secretaria ou Governo Municipal/Estadual, especificar características técnicas que incluam tanto software livre quanto proprietário? (Interesses pessoais?!?! Lembram do irmão do Ex Ministro da Educação que era advogado da M$ no governo passado?).

- O que impede uma equipe de TI desenvolver soluções abertas (sejam sistemas ou uma distribuição própria) e distribuí-las às outras entidades interessadas? (Mais Interesses, visto que os técnicos das equipes são quase "doutores" em tecnoclogia M$ via TBA?!?!)

- E apesar de não estar diretamente ligada aos itens anteriores, não menos importante: Como nossas opiniões irão chegar à pessoas que decidem no governo?

Com certeza existem outros questionamentos, mas acho que estes três podem deixar muitos de nós ocupados por um tempo (ou não :).


» Flávio () em 17/05 00:42

Leonardo,

acho que você não entendeu o que eu disse. Sei que você pode vender software GPL. Sei que pode ser explorada comercialmente. Mas, como o Patola colocou, quem comprar seu software não poderá, por exemplo, trocar de licença. Você pode, mas o comprador não pode. Logo, o software GPL não dá essa liberdade ao comprador. Livre, pero no mucho.

E se o governo precisar, por alguma razão, fechar o código de um programa? Não me parece uma possibilidade remota. Logo, não devemos defender cegamente a aquisição de software GPL pelo governo. O que quero mostrar é, exatamente, que há outras opções do software livre que não sejam os tutelados pela GPL.

Filosofemos. Vocês são homens livres não são? Isso significa que podem optar, inclusive, por abrirem mão de sua liberdade, trancafiando-se num mosteiro, por exemplo.

Pergunto: se essa possibilidade lhes fosse negada, vocês ainda seriam livres?

Quanto à GPL ser viral, que espécie de linuxers são vocês que não sabem disso? Todos nós sabemos que é, e gostamos disso. É um virus do bem, é uma vacina contra o software proprietário! Ela é vista como uma forma de expandir o uso do software "livre" na marra. Tanto é, que a grande preocupação da M$ não é o Linux: é a GPL.

O que faço é reconhecer as características questionáveis da GPL. Engraçado. Será que vocês são mais linuxistas do que o Torvalds? Acho que vocês deveriam se informar sobre as diferenças entre Torvalds e Stallmann. Linuxer sim. Comunista digital, jamais.

Agora, quanto aos BSDs...

Eu disse que "talvez tenham razão os defensores da licença BSD (não conheço bem, mas sei que criticam a GPL por isso)". Não disse que estão certos. Mas, por que não conhecermos seus argumentos? Podem ser melhores que os nossos. Ou será que o Linux adquiriu, para vocês, o status de religião? Sinto decepcioná-los, mas minha religião é a cristã.

Sou usuário Debian. Já fui Conectiva, Red hat, Mandrake e Suse. Nunca usei BSD. Nunca vi um BSD rodando. Continuarei usando Linux, enquanto achar que ele é melhor. Isso não significa que não posso achar a Licensa BSD melhor do que a GPL, ora bolas. E não estou dizendo que acho, pois, repito, não a conheço.

Sobre a história do juiz, francamente. Não pensei que alguém imaginaria que eu estivesse falando sério. Até parece que um iliterato juiz do STF sabe ler e-mail (HAHAHAHAHA).

Vida longa ao LINUX! Quanto ao comunismo, digital ou não, já está morto, graças a Deus!


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