Notícia publicada por brain em abril 7, 2004 11:23 AM
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O Slashdot cobre o anúncio que a nova fundação X.org fez em relação ao lançamento do X11R6.7, versão do X Window System criada a partir de um fork do XFree86 anterio à recente mudança de licença rejeitada por grande parcela da comunidade (incluindo distribuições como Mandrake, Gentoo, OpenBSD, Debian e SUSE, além de personalidades como Richard Stallman).
A nova fundação X.org é formada por alguns dos mais ativos e notórios contribuintes do projeto XFree antes da recente mudança de direcionamento, e a julgar pelo número de felicitações de empresas, projetos livres e grupos de usuários anexos ao anúncio (confira no link acima), já nasce como uma grande parceira da comunidade livre.
Alguém sabe dizer se a Conectiva não vai aderir a esta mudança? Pelo que vi no RC2 do CL 10 eles continuam com o XFree86, confere?
Até hoje não entendi. Pelo que me parece, a licença continua GPL. Tanto é que o Slackware incluiu a nova versão do XFree na mais nova versão que está para sair.
Ricardo, o Xfree usa uma licença própria, que até recentemente era compatível com a GPL. Recentemente algumas cláusulas desta licença mudaram, e (ao menos segundo Richard Stallman, fundador da Free Software Foundation e mentor da licença GPL) ela deixou de ser compatível com a GPL (veja a declaração dele em http://www.ofb.biz/modules.php?name=News&file=article&sid=297 )
Só para complementar, o fato de ser incluído em distribuições distribuídas livremente não indica que um programa é GPL ou compatível com ela. Programas fechados como o Netscape (nos tempos pré-Mozilla) ou semi-abertos como o pine e o pico sempre estiveram presentes na maior parte das distribuições, inclusive na que você mencionou.
Só posso dizer que sair da forca da XFree é uma ótima, ademais, o projeto XFree perdeu pessoas, talento e inovação.O surgimento de novas alternativas (X.org,Freedesktop..) lança novas possibilidades para o ambiente Linux.
Concorrência é sempre bom. A mudança que eles adotaram é ter que acrescentar os créditos deles na documentação da distro, coisa que não acho tão terrível assim.
Agora, o mais importante é um desses forks conseguir corrigir as limitações que o XFree tem hoje. Quem sabe não vamos ter um servidor X no nível do Quartz da Apple no Mac OS X? O Linux está precisando disso...
Marcos, eu também não acho terrível. O autor do software escolhe a licença que quiser. Os autores do XFree86 escolheram essa licença com uma pequena restrição, mas o software é deles, então é direito deles.
Mas a questão toda está nas consequências disso. Quando as Xlibs do XFree86 adotarem esta licença também, projetos GPL (como o GNOME, por exemplo) não poderão mais ser linkados com elas e distribuídos - porque a licença deles é GPL, e permite fazer coisas que a licença do XFree86, mais restritiva, não permite mais. Isso dificultaria que uma versão pré-compilada do GNOME (ou e qualquer software linkado ao XFree86) fosse incluída em qualquer distribuição, por exemplo.
Assim, a questão primordial aí não é se é grave ou não a restrição adicional imposta pelo XFree86. O simples fato de *haver* uma restrição incompatível com a GPL faz com que qualquer distribuidor de software GPL se preocupe com as consequências, e busque alternativas. É natural.
Alguns não perceberam isto ainda, outros talvez torçam para que o povo do XFree86 não mude a licença das xlibs. Estes continuam distribuindo o XFree86 com as novas licenças. Mas os demais viram o problema claramente, e tomaram a atitude de buscar alternativas não por questões ideológicas (pelo menos não só por elas), mas por causa de um problema prático bastante claro.
Entendi
Posso estar profundamente enganado, mas eu ACHO que o projeto X.org já existia bem antes de o time do XFree86 trocar a licença quando do lançamento da versão 4.4. Digo isto porque visitei algumas vezes o site do freedesktop.org e sempre constava o X.org como servidor gráfico e não o XFree86 e isto muito antes desta controvérsia em torno da licença. Por isto, quando vejo citarem o servidor gráfico freedesktop, acho um engano, bem como, considerar o X.org um fork do XFree86 no momento da troca da licença. Se ele for um fork, é de um tempo anterior a mudança da licença, ou esta licença já estava para mudar a bem mais tempo do que sabemos.
Flávio:
Você não leu o anúncio do link, né? :)
Já existia X.org sim. Mas agora existe a nova *Fundação* X.org, com apoio de diversos segmentos da comunidade. E o anúncio explica quando foi feito o fork, etc. Sugiro uma leitura lá, pode resolver tuas dúvidas.
Flávio,
X.org é a organização responsável pelas especificações do X Window System e tens razão, sua existência é anterior mesmo ao Xfree86. Na verdade, não podia ser o contrário pois o Xfree86 nasceu do desejo de criar uma implementação livre das especificações. O Xfree86 só foi aceito no final de 1999 como um membro honorário da X.org e então passou a ter poder de voto.
Graças ao pioneirismo do Xfree86, a implementação livre das especificações é uma realidade. Foram vários os motivos que levaram a cisão, mas não há dúvidas que o freedesktop é um fork do código do Xfree86. A mudança na licença foi apenas o tiro no pé definitivo.
Agora eu pergunto: essas implementações distintas do X serão compatíveis entre si, certo?
Imagino que ocorra o mesmo que atualmente acontece com a OpenGL, onde temos N implementações distintas, dos principais fabricantes de placas de vídeo, e os jogos compilados com ele precisam apenas de "uma implementação OpenGL". *POR FAVOR* me digam que, no futuro, o Mozilla 2.0 compilado com o X.org irá rodar no XFree86 4.5, e vice versa...
(ok, piada sem graça: quando sair o XF 4.5 o Mozilla já vai estar na versão 4.0 :D )
Q tiro no pé essa licença hein??
Ao que parece a Conectiva não achou essa mudança um tiro no pé não. Dêem uma olhadinha aqui:
http://www.xfree86.org/distro-support.html
Só posso dizer uma coisinha: tisc, tisc. :-)
A Conectiva há muito tempo já deu o tiro no próprio pé. O que ela tem feito é tentar acertar o outro.
Tanto se fala da falta de uma comunidade de usuários e entusiastas a volta da Conectiva e nada se vê sendo feito para tentar contornar isso. É bem verdade que aqui no Brasil a empresa sempre foi meio injustiçada mas também parece que faz questão de estar sempre na contra mão. Lembro a título de exemplo a eternidade que levou até sair de cima do muro no caso SCO.
Uma pena, mas não é por acaso que a distribuição deixou de figurar entre as principais no mercado mundial. No distrowatch já fica atrás até mesmo do Kurumin em número de visitas. O que dizer da resposta conjunta ao estudo da Forrester, eu particularmente senti falta da Conectiva. Não que a carta não tivesse o endosso da empresa, mas ela perdeu representatividade e já não é convidada a emitir opinião.
O pior mesmo é que quem perde com o enfraquecimento da Conectiva somos nós. Uma empresa nacional, com idéias inovadoras, com participação ativa nos principais projetos OSS/FS, todos nós queremos nos orgulhar disso.
1) A Conectiva hoje É carta fora do baralho. E espero que os seus comandantes estejam refletindo porque isto está acontecendo logo agora que o Software Livre é uma política de governo.
2) Sobre a página das distribuições que estão com o XFree86... parabéns David Dawes, enquanto você posta mensagens tentando se colocar como o defensor do Open Source contra o malvado Jim Gettys e suas malvadas empresas (http://www.xfree86.org/pipermail/forum/2004-April/004351.html), só sobrou a Segunda e a Terceira Divisões das distros Linux e do BSD ao seu lado. (Vou apanhar do Gamk e dos Slacktrolls depois dessa! :-P)
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