Notícia publicada por brain em abril 10, 2004 03:00 PM
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Aran (arangn@NOSPAM@uol.com.br) enviou este link da Folha (exige cadastro) e acrescentou: "O Luís Nassif, sempre equilibrado colunista da Folha, coloca em sua coluna de hoje visões sobre a adoção do software livre pelo governo federal. Não são totalmente favoráveis ao movimento do software livre, mas temos que notar que suas observações são sensatas e coerentes: 'De empresas como a brasileira Microsiga ao Cesar (ligado à Universidade Federal de Pernambuco), a percepção geral é que o software livre pode ter aplicações úteis, pode ser uma ferramenta de pressão para reduzir o poder de monopólio da Microsoft, mas jamais poderia ser o instrumento fundamental para desenvolvimento de softwares públicos ou exportação.'"
Eu não achei tão sensato e coerente assim, embora seja apreciador da coluna do Luis Nassif também. Ele usa dois argumentos comuns (e falhos) contra o software livre para sustentar sua tese, e eu vou citar na íntegra para que não me acusem de retirar algo do contexto:
a) "O primeiro ponto sério é a falta de responsáveis pelo software. Surgindo um problema ou um grupo desenvolvedor se desfazendo -já que não existe uma sustentabilidade econômica para grande parte deles-, fica-se na mão." - Da mesma forma, fica-se na mão se o desenvolvedor de um software fechado fecha as portas. Fica-se ainda mais na mão, pois o código-fonte pode tornar-se indisponível, o que não ocorre com o software livre. Pergunte a quem adota Apache, MySQL, Perl, PHP e outros softwares livres de renome se eles têm esta preocupação...
b) "Se se quiser exportar software livre, a situação é mais complicada. Uma política de exportação pressupõe direitos autorais, patentes, licenças. Como trabalhar um setor sem a proteção da patente? Cada vez mais a tecnologia e o software são produtos integrados, em que as ações nacionais têm que levar em conta o mundo." Nenhum software brasileiro, livre ou não, conta com proteção de patente. Nossa legislação proíbe. Quanto a direitos autoras, valem igualmente para softwares livres e proprietários. Este, portanto, é um não-argumento, a não ser que o autor passe em seguida a advogar a necessidade de adotarmos patentes de software no país. Não que seja simples exportar software livre, mas também não é simples exportar software proprietário sob esta ótica.
Acredito na isenção do colunista, mas creio que ele poderia se beneficiar se procurasse um bom consultor (também isento) sobre o assunto.
Atualizado: o colunista Luís Nassif enviou sua resposta aos comentários desta notícia.
Opinião de colunistas do Brasil sobre muitos assuntos, senão a maioria, deixou de ser isenta faz eras, isso inclui o Nassif.Como disse o Mino Carta, nossas mídias são horrorosas, descaradamente tendenciosas.Neste forno diabólico, quase nenhum profissional da area tem autonomia e isenção.Dede muito tempo perdi as ilusões de uma mídia séria e compromissada com alguma coisa ética.
Opinião de colunistas do Brasil sobre muitos assuntos, senão a maioria, deixou de ser isenta faz eras, isso inclui o Nassif.Como disse o Mino Carta, nossas mídias são horrorosas, descaradamente tendenciosas.Neste forno diabólico, quase nenhum profissional da area tem autonomia e isenção.Desde muito tempo perdi as ilusões de uma mídia séria e compromissada com alguma coisa ética.
Em relação a seu ponto 1, vale lembrar, muito corretamente que o fato de um software ser proprietário não garante sua vida para a etternidade. Muitos SW proprietários ficaram pelo caminho e deixaram seus usuários na mão...
O que define um software de sucesso é sua base instalada. Se a base instalada for grande, o modelo propritário terá sucesso financeiro. No caso do software livre, sempre haverá empresas ou pessoas interessadas em manter o sw livre auferindo ganhos indiretos. Por exempo, no caso do Linux, Apache e do Samba, as empresas de HW (e.g. IBM, HP, Intel, Nvidia, etc...) e de produtos que usam o sw livre como plataforma (e.g. Oracle, SAP) participam deste desenvolvimento e sustentam financeiramente as equipes que aportam novas features.
O cerne da questão é fazer um SW de qualidade capaz de conquistar uma base instalada grande. Feito isto ele anda sózinho.
Olivier
Desculpe a minha ignorancia,
Mas alguem poderia me dizer a formação do sr. Luiz Nassif?
É oriundo da área de tecnologia?
Desculpe a minha ignorancia,
Mas alguem poderia me dizer a formação do sr. Luiz Nassif?
É oriundo da área de tecnologia?
Jorge, eu não sei a formação dele, mas não acho que não ser proveniente dos cursos da área de tecnologia desqualifique ele para escrever sobre os aspectos políticos, econômicos ou sociais do software livre.
Prezado Augusto,
Eh um prazer ter um primeiro contato com vc, pois sou um admirador do seu trabalho aqui, leio sempre todas as msg's, apesar de raramente me pronunciar.
Nao estou dizendo que alguem seja desqualificado para se pronunciar com relacao a algum assunto.
Nunca em momento algum desmereceria a profissao de alguem, longe de mim, pois sempre respeite qualquer profissao, pois acredito que todas tenham o seu valor. Nao estou aqui para querer inflamar protesto contra o sr. Luis Nassif, soh gostaria de saber se ele tem conhecimento do que estah falando, pois quando uma pessoa se pronuncia com relacao a um determinado assunto, deveria pelo menos saber do que se trata.
Pode ser que ele tenha algum conhecimento sobre o que ele escreveu, otimo um ponto de vista contrario, podemos confrontar ideias sobre o ponto de vista dele e o meu ou ate o nosso.
Ressalto tb que isto nao eh um "bate-boca", eh apenas um dialogo, por favor nao transformem isto em um furacao.
Obrigado.
JN
Luís Nassif é tendencioso. Não o considero um colunista sério. Ponto final.
Encontrei isto a respeito da formação do Sr. Luis Nassif, já que tantos aqui pediram:
Biografia: Luís Nassif é jornalista e analista econômico.
Fonte: http://www.educacional.com.br/professor_inesquecivel/pi036.asp
Ele é jornalista especializado em economia, sempre achei ele isento e um dos poucos que contestam alguma coisa (compare com a Miriam Leitão), mas na verdade não existe uma pessoa totalmente isenta, e já percebi que ele tem alguma coisa contra a esquerda e na visão dele SL é coisa da esquerda... Já ouvi ele falar que o governo gaúcho (passado) não investiu em tecnologia, mas não fui o que vi em Porto Alegre (sou de SP)... e ouço falar nos meios de comunicação...
A midia, o quarto poder, sempre é tendenciosa. Nós todos somos tendenciosos. Eu sempre prefiro SoftWare Livre.
Sempre existe uma razão ideologica em tudo o que fazemos.
É claro que alguns exageram, esquecendo 'detalhes' importantes, principalmente quando financiados pela M$.
Quanto a formação, vejamos: Existem Físicos, Matemáticos, Químicos, Médicos, Pedagogos, Engenheiros, Arquitetos, Economistas, Advogados, etc, etc, etc, usando e defendendo SoftWare Livre. Cada um com uma formação, uma visão e uma ideologia diferente. Cada um abordando e atuando na sua área de interesse e conhecimento.
Nenhum deles pode ser considerado o 'unico perfeito', pois todos são 'relativos' as suas respectivas áreas.
Lembro-me que recentemente postaram uma pergunta aqui, de ordem jurídica sobre o SoftWare Livre. Será que um Químico poderia responder ? Pode até ser que sim, mas a resposta de um Advogado terá mais peso.
Quanto ao Sr. Luis Nassif, como Jornalista, ...
Adailton
Eu fui muito sucinto no que escrevi sobre a notícia e não passei minha opinião completa. Concordo com o Augusto que são apresentados argumentos falhos contra o software livre. Porém, o que achei sensato e coerente é constatar que software livre, no momento atual, está restrito a um nicho do mercado, e para o Brasil exportar softwares deve apresentar produtos que o mercado externo queira comprar, ou seja para a plataforma monopolista. Acredito que as plataformas de código aberto ainda inverterão a atual circunstância sendo mais utilizadas que a plataforma proprietária, mas ambos os meios de desenvolvimento devem coexistir, ainda mais neste instante.
Considero o Sr. Luis Nassif um excelente colunista econômico e também um nacionalista, o que não o impede de, às vezes, também pisar na bola. Neste caso, como disse o Augusto Campos, ele deveria ter procurado opiniões diferentes antes de tirar conclusões
Eu entendo que um articulista econômico deve sim dominar o assunto (econômico) que analisa. Por exemplo, não saber que a MS tem posição monopolista no mercado é demais (isto aconteceu nos programas que ele faz na TV Cultura, quando um tal professor da Uni. Pernambuco ,acanhadamento, "revelou" esse fato - esse deve ser seu consultor).Eu não acredito em imparcialidade. Todos somos parte e portando parciais perante tudo que acontece (a não ser que sejam ET's). Penso que toda imparcialidade é uma maneira de esconder uma parcialidade, então é necessário analisar bem o que se lê ou ouve.
Essas respostas , a) e b), deve ser enviada ao articulista pois são argumentações bastante sólidas
Concordo plenamento com o Jorge Nascimento.
Quando estamos falando para alguns milhões de pessoas devemos plenamente saber o que falar, a não ser que eu quero INFLUENCIAR/DESTORCER opniões ainda em formação.
Se ele soubresse do que fala e fosse ler o contrato de cessâo de uso do Windows, por exemplo, iria var que falhas provocadas por vírus de computador, mal funcionamento ou falhas do sistema operacional que causarem qualquer prejuízo ao usuário não são garantidas pela empresa.
Como alguém já falou, programas de computadores e seu comportamento não são cobertos por patentes no Brasil, será que pelo menos ele ainda mora aqui ?
Ele também deveria saber que mesmo que um programa seja livre não quer dizer que ele não tenha Direitos Autorais.
Só espero que ele seja um bom Economista pois como
Gerente de TI ele é um ótimos Ginasta.
Acho que estou indo para aonde nao queria ir (deve ser minha sinusite que hj estah acabando comigo, por isso nao estou com vontade de trabalhar), mas vamos lah.
Alguem poderia me definir "Exportar Software Livre"?
Ahh. Nao gosto do termo software livre, prefiro software de codigo aberto.
"De empresas como a brasileira Microsiga ao Cesar (ligado à Universidade Federal de Pernambuco), a percepção geral é que o software livre pode ter aplicações úteis, pode ser uma ferramenta de pressão para reduzir o poder de monopólio da Microsoft, mas jamais poderia ser o instrumento fundamental para desenvolvimento de softwares públicos ou exportação."
Ele quer dizer que somente entrevistou pessoas dessas DUAS empresas e extrapolou como se fosse uma percepção de todas elas...
Se ele é economista deve ter aprendido a lei dos grandes números e saber que com essa amostra não pode inferir nada.
"O primeiro ponto sério é a falta de responsáveis pelo software. Surgindo um problema ou um grupo desenvolvedor se desfazendo -já que não existe uma sustentabilidade econômica para grande parte deles-, fica-se na mão."
E se o governo tivesse adotado o OS/2 da IBM, o BeOS da Be ou o Novell (agora já está sendo colocado em modo de manutenção), não tinha ficado na mão também ? Pelo menos com software livre o governo terá o código-fonte e poderá partir daí...
"Mas o caminho mais adequado não é o de tentar destruir a Microsoft. Primeiro porque não se vai conseguir. Segundo porque significaria alijar o Brasil do maior mercado consumidor do mundo -que são os usuários da plataforma Microsoft."
E desde quando o objetivo do governo ao usar software livre é castigar a M$ ?
Não acho errado exportar softwares para a plataforma M$, mas o Brasil seria muito mais inteligente desenvolvendo softwares multiplataforma, INCLUSIVE para a plataforma Windows.
"Na visão de Silvio Meira, o caminho mais adequado consistiria em tratar os produtos da Microsoft como "utilities" -como a eletricidade e a água tratada. Ou seja, reconhece-se que, por fundamental e monopolista, não se pode deixá-los subordinados às regras de mercado, porque aí a empresa imporia -como impõe- seu poder de monopólio, jogando o preço das licenças nas alturas.
Como "utilities", os produtos teriam os preços monitorados, com margens reguladas de lucro."
Aí ela fala que não interessa mais vender para o Brasil pelo preço "tabelado" e a situação ficará pior ainda...
O negócio é se livrar da dependência, até porque ela não é verdade absoluta em muitos casos.
"Enquanto isso, no Brasil, a área pública deveria restringir o software livre nos nichos que as softwares houses já identificaram: sistema operacional Linux, bancos de dados livres etc. "
Isso é o que essa Microsiga e esse Cesar querem, provavelmente porque vendem seus produtos proprietários para a plataforma Windows.
Parece matéria comprada... Lamentável...
Ah, esqueci... O Brasil pode exportar software comercial feito com ferramentas e linguagens livres ou que usem componentes (como um banco de dados) livres.
Esse Nassif não sabe o que significa a liberdade do software livre.
Mas é assim que se faz para ser imparcial sendo parcial. Distorcer amostras e fatos.
Gente, não sou leitor da FOlha, ams este senhor falou tanta besteira, que merecia ter seu artigo pregado na parede dos "COmo não fazer algo"!
Sobre as multinhas da M$, ela paga multas bilionárias todos os dias, para se livrar de problemas. Esta é a estratégia deles, não ligam para pagar muito e receber o dobro em seu monopólio. Alguém entrou em contato com este senhor?
Isso para mim, sem dúvida, é uma nítida "defesa" do monopólio MS. Eu acredito que isso irá se intensificar cada vez mais. Não sei se essas tentativas de desestabilização do governo tenha apoio do monopólio MS. Ela só iria ganhar com isso.
Só tenho uma coisa a perguntar:
Quanto será que ele levou nessa? $$$$$$$
Discordo com o argumento de que o único mercado grande de software é o Windows se quesirmos exportar.
Em primeiro lugar, temos que pensar, qual mercado quer atingir.
-> Pessoal (PC/Windows)
-> Pessoal (Games) XBox, Nintendo, PlayStation..
-> Pessoal (Celulares)
-> Peq.Media Empresas- Comercio (Gestao de info)
-> Peq.Média Empresas- Industria
-> Grde Empresa- Comercio (gestão de info)
-> Grde Empresa- Industria (pesquisa/Cluster->Linux)
->Bioinformática? (Linux)
->Gestão de Informaçoes (Caminham para Intra/Internet->Linux)?
->Aplicações baseadas em Internet/Intranet; (Linux)
-> Etc etc.
Na plataforma PC/Home, o Windows é lider,
e se deseja exportar soft para o mercado Home/PC, a escolha é o Windows.
Mas, não creio ser uma boa aposta, tentar conquistar este mercado, pois a competição já é muito grande, e a tendencia é ele encolher.
O Computador migrara para o Celular e as aplicações, guiam-se cada vez mais para Internet.
A MS, sabe que o mercado futuro, depende do dominio dos padroes de Multimidia e embebed, por isso a briga na UE quanto ao Media Player.
No Brasil então, é maluco o cara que quiser vender soft para Home, ninguem compra soft. para usar no Windows pirata (90%)
Na área de empresa, é diferente. Os empresários estao sendo forçados a comprar o Windows, o que tem feito migrar massivamente, por preço, segurança (virus) e qualidade para o Linux.
Estratégicamente, em que voce investiria,
num mercado em ascenção e aberto ou num mercado grande, porem já estabelecido, de dificil concorrencia e declinante?
Caso Luís Nassif
É o mesmo problema de sempre, um diz o que outro falou, que escutou de outro. A maioria das pessoas falam sobre o que acham da GPL, sem no mínimo ter sobriedade de pegá-la para ler. Daí já viu, vira papo de buteco.
Mais uma matéria candidata pro potencial sítio linuxfud.com.br... =)
Seria importante o Comitê Técnico de Implenentação do SL mandar também à Falha...isto é, à Folha de SP, carta com resposta explicativa ao Nassif, que eu acho um chato, economicamente falando. Agora, bom mesmo seria se o comentário partisse do Paulo Nogueira Batista Jr., também economista e colunista da Folha, este sim, menos tendencioso.
Eu não li a coluna do Nassif na Folha, mas assisti toda a série de programas (Projeto Brasil na TV Cultura) que provavelmente deu origem a esse texto. O Luís Nassif não fez nenhum tipo de crítica ao Software Livre, apenas fez uma reportagem equilibrada do que o movimento representa, coletando depoimentos de quem é contra, a favor, ou nem é contra nem a favor. Se a coluna da Folha contradiz o que foi apresentado no programa, das duas, uma, ou o Luís Nassif deixou de ser um jornalista sério, ou temos aqui problemas na interpretação de texto. Vou usar os trechos supostamente oriundos do artigo e citados nos vários comentários publicados acima.
"De empresas como a brasileira Microsiga ao Cesar (ligado à Universidade Federal de Pernambuco), a percepção geral é que o software livre pode ter aplicações úteis, pode ser uma ferramenta de pressão para reduzir o poder de monopólio da Microsoft, mas jamais poderia ser o instrumento fundamental para desenvolvimento de softwares públicos ou exportação."
O que o Nassif enfatiza é que esta é uma "percepção geral". Não quer dizer que é isso que ele pensa. É o que ele pôde constatar.
Isso significa que é necessário que os advogados do software livre façam um trabalho melhor para remover de boa parcela dos formadores de opinião a impressão de que o software livre não é um instrumento fundamental para desenvolvimento de software.
Talvez seja o caso de a comunidade reavaliar como encara o software livre e abandonar um pouco o discurso ideológico e se empenhar em atitudes de cunho prático.
"O primeiro ponto sério é a falta de responsáveis pelo software. Surgindo um problema ou um grupo desenvolvedor se desfazendo -já que não existe uma sustentabilidade econômica para grande parte deles-, fica-se na mão."
Esta é a importância das distros comerciais. É necessário criar um mercado local com empresas significativas que tenham condições de dar conta das demandas governamentais, e que tenham estrutura para assumir responsabilidades contratuais em vista de tais projetos.
"Na visão de Silvio Meira, o caminho mais adequado consistiria em tratar os produtos da Microsoft como "utilities" -como a eletricidade e a água tratada. Ou seja, reconhece-se que, por fundamental e monopolista, não se pode deixá-los subordinados às regras de mercado, porque aí a empresa imporia -como impõe- seu poder de monopólio, jogando o preço das licenças nas alturas. Como "utilities", os produtos teriam os preços monitorados, com margens reguladas de lucro."
Esta NÃO é a visão de Sílvio Meira. Eu assisti Sílvio Meira ao vivo falar que HÁ UMA CORRENTE, lá nos EUA mesmo, que pensa em transformar a Microsoft numa empresa de serviço público como as empresas de telefone, luz, água, gás e esgoto. Empresas como estas são tão onipresentes, que há necessidade de uma legislação especial que as regule para não haver abusos. A Microsoft, por outro lado, apesar de sua ubiqüidade, está livre e solta para praticar a política que lhe vier à cabeça.
Essa idéia não é tão estapafúrdia assim. O Unix é derivado do projeto Multics que, há +35 anos, tinha objetivo de oferecer acesso a serviços computacionais como serviço público, exatamente como água, esgoto, gás, luz e telefone. Era um projeto muito adiante de seu tempo, mas era visionário porque sabia que isso ia acontecer um dia.
"Se se quiser exportar software livre, a situação é mais complicada. Uma política de exportação pressupõe direitos autorais, patentes, licenças. Como trabalhar um setor sem a proteção da patente? Cada vez mais a tecnologia e o software são produtos integrados, em que as ações nacionais têm que levar em conta o mundo."
Isso é de verdade um problema quando se deseja exportar software como produto e não como tecnologia. Alguém por aí já disse que "A ciência não tem fronteiras. As patentes têm."
Com U$45bihoes em caixa, a MS possui grande força de expressão na midia.
Qto a essas teorias estapafurdias, de tornar a MS em bem público.... kkkkkkk
o Mundo hoje desenvolve o movimento contrário,
privatizando e monetizando serviços essenciais,
Luz, Agua, Transporte, Telefone...
E mais e mais fusões, vide caso ANBEV que agora pertence a uma multinacional.
> o Mundo hoje desenvolve o movimento contrário,
> privatizando e monetizando serviços essenciais,
> Luz, Agua, Transporte, Telefone...
> E mais e mais fusões, vide caso ANBEV que agora
> pertence a uma multinacional.
É por isso que está passando da hora de colocar sela e arreio nessas empresas.
Dêem uma olhada neste texto que cita o senhor Nassif (acredito ser o mesmo do qual falamos)
http://www.microsoft.com/brasil/pr/2001/oxp_lanca3.htm
Se alguem tiver interesse em entrar em contato, eu acho que seu email é este. Poderíamos mandar um link destes comentários do br-linux para ele.
Luís Nassif: lnassif@uol.com.br
Em minha opnião, os arguentos não são falhos, são preconceituosos.
Eu sempre ouço este tipo de comentários, de pessoas que não tem um conhecimento mais aprofundado sobre as questões SL.
Luis nassif é uma coisa a ser estudada pessimo Músico (se é que pdoemos dizer que quqlquer um que toque algum intrumento seja músico,.,,vide Paulo Maluf),um comentarista pra la de idiota ,,como a maior parte dos economistas acredita que economia seja uma ciência exata...e agora pra assinar o atestado de nescio resolveu meter o dedo ou a lingua no software livre..Precisa dizer mais alguma coisa /?
há não levem a serio esse sujeito ele não merece essa atençaõ ..não é um sujeito serio em nada do que faz...é mais um idiota que por um desses motivos $$$ desconhecidos conseguiu um espaço num Jornal que diga se de passagem Não é grande coisa alias é coisa nenhuma é massa falida que agora vai se beneficiar do dinheiro do "PROER DA MIDIA.".. então gente esqueçam esse sujeito...não vale a pena
Sei lá, eu respeito o Nassif pode não entender de software livre, mas, não é um Idiota.
__Bom, a única maneira do Sr.Nassif se pronunciar coerentemente em relação ao software livre, é tendo um contato com ele.Já usou?gostou? Doutra forma, parece impossível para um homem tercer comentários sobre qualquer assunto relativo, aliás , esse é o problema da imprensa brasileira:Atribuição de valores absolutos as coisas cotidianas ! Analistas financeiros já enterraram muitas empresas em mundos fantasiosos da especulação, sem ter certeza de nada, e apenas teorizando sobre a ``Teoria do caos``. Nessa sua análise ele só acertou sobre o monopólio da Microsoft, considerando que ele de fato existe e é danoso.No mais, ele apenas confundiu os leitores leigos.
Sem Comentarios!!!!
Lamentavel
Segredo para causar polêmica no BR-Linux.
1) Leio uma notícia por cima.
2) Cito os trechos que não entendi.
3) Acrescento minhas dúvidas como comentários.
4) Publico-a com um título bem parcial.
5) Fico esperando caras mais sem-noção que eu acrescentar outros comentários mais sem-noção ainda.
Olha tirando alguns comentarios sensatos aqui a grande maioria quer bater no Luiz Nassif. Incrivel esta capacidade da maioria de não concordar com nenhuma argumentação contra o Software Livre. Claro que o Luiz Nassif é um cara sério, talves ele esteja defedendo alguns pontos partindo de uma premissa errada, mas isso não é o suficiente para querer cricifica-lo.
Por exemplo quando se fala em exportar software livre, acho que o que ele quer dizer é que como você pode ganhar dinheiro no mercado russo por exemplo, se tem alguem na Russia que tem acesso ao seu código via GPL e que alem de conhecer o mercado ainda fala Russo.
Para ganhar dinheiro me parece que o modelo de negócio de vender contratos de licenças ou caxinhas por enquanto se mostra mais eficiente do que o modelo disponivel no software livre. Isso não significa que exportar e ganhar MUITO dinheiro com software livre seja inviável ou impossível, apenas que se precisa achar o caminha, ou contruir o caminho até o pote.
Outra coisa que fica para mim é esta mania Xiita de achar que tudo, absolutamente tudo que vem da Microsof, não presta. Hora isso me parece simplesmente falta de informação e de bom senso.
"Outra coisa que fica para mim é esta mania Xiita de achar que tudo, absolutamente tudo que vem da Microsof, não presta. Hora isso me parece simplesmente falta de informação e de bom senso."
Edu Lima
Respeito sua opnião, mas discordo.
O principal produto da microsoft é o windows, se nem isso eles conseguem fazer funcionar direito, que dirá os outros produtos.
Pense sobre isso.
Desculpem pelo "off-topic".
A imprensa tem que tomar cuidado no que fala, pq pode levar milhares de pessoas a terem o mesmo ponto de vista!.. Kd que eles falam da dívida das empresas da imprensa com o Governo ??? que chega a 10 bilhões.
Não é apenas desinformação do Nassif.
O Nassif está expressando interesses não
da Microsoft mas de pretendentes a futuros empresários que existem no meio acadêmico.
O Nassif tem contato com pessoas do meio acadêmico que gostariam de ganhar dinheiro
com software fechado, inclusive parasitando
também as encomendas no setor público. São
pessoas que não defendem a Microsoft, mas
defendem o modelo de negócios que a Microsoft utiliza. Alguns gostariam de criar uma Microsoftbras, uma *nossa* Microsoft, e acham
que o Softwrae Livre não leva a esta direção.
Eles estão querendo ganhar milhões seguindo
o modelo de negócios da Microsoft. O que eu acho burrice é não perceber que o SL não impede
o desenvolvimento deles. Coloquem
produtos fechados com qualidade e competitivos
e vão disputar o mercado. O negócio é que eles
querem mamar nas tetas do Governo e utilizam
o discurso nacionalista de fazer as nossas
Microsofts para pegar grana do BNDS e etc
para financiar as suas aventuras. Os Bancos
estão cheio de dinheiro e são grandes usuários de sistemas. Esses acadêmicos e empresários
pretetendes a miliardários deveriam se associar ao Bradesco ou Itau e fazer o que todo capitalista deveria fazer: arriscar, criar e não
esperar um capitalismo autárquico, dependente
de BNDES e etc. Ministério de Ciência e tecnologia
deveria gastar dinheiro para incentivar uma base
pública de ponta e formação de especialistas altamente qualificados. Existe muito capital financeiro em reais que poderia ser então utilizado para pagar tais especialistas
para desenvolver os tais produtos fechado para
o mercado corporativo mundial. Arrisquem!
Dinheiro tem, vejam o lucro dos bancos.
Odair G Martins
Odair G Martins
Se me permite, gostaria de fazer algumas ligeiras correções de rota no seu comentário interessante.
> O Nassif tem contato com pessoas do meio
> acadêmico que gostariam de ganhar dinheiro
> com software fechado, inclusive parasitando
> também as encomendas no setor público.
Uma das funções do setor público é exatamente essa. São precisamente as compras deles é que sustentam boa parte da economia.
> São pessoas que não defendem a Microsoft, mas
> defendem o modelo de negócios que a Microsoft > utiliza. Alguns gostariam de criar uma
> Microsoftbras, uma *nossa* Microsoft, e acham
> que o Softwrae Livre não leva a esta direção.
Se tivéssemos uma Microsoftbrás estaríamos bonitos na fita. Veja a Petrobrás: lucra igual as grandes lá de fora.
> Eles estão querendo ganhar milhões seguindo
> o modelo de negócios da Microsoft.
> O que eu acho burrice é não perceber que o SL > não impede o desenvolvimento deles. Coloquem
> produtos fechados com qualidade e competitivos
> e vão disputar o mercado. O negócio é que eles
> querem mamar nas tetas do Governo
Eu e você estamos do lado do SL. Por isso discordamos dessa turma no varejo. Mas no atacado somos obrigados a concordar. Pelo menos, o dinheiro deles fica aqui e não é exportado.
> e utilizam
> o discurso nacionalista de fazer as nossas
> Microsofts para pegar grana do BNDS e etc
> para financiar as suas aventuras.
O que se espera de qualquer país soberando é que ele defenda seus próprios interesses. Os brasileiros têm costume de confundir a defesa dos interesses nacionais com nacionalismo, que é um movimento/filosofia de afirmação étnica, e cometem três erros, pelo menos:
1) Confundem uma postura com uma filosofia.
2) Como o nacionalismo é a origem de muitas guerras, condenam quando alguém defende os interesses nacionais (nacionalismo != interesses nacionais)
3) Perdem oportunidades por não defender seus interesses.
O BNDS existe tão-somente para fomentar iniciativas locais, ou nas suas palavras, "financiar aventuras" de empresas brasileiras. O que o BNDS NÃO pode fazer é favorecimento ilícito, ou emprestar dinheiro para projetos infundados ou sem garantias, como qualquer banco de fomento que se preze.
> Os Bancos estão cheio de dinheiro e são
> grandes usuários de sistemas. Esses acadêmicos > e empresários pretetendes a miliardários
> deveriam se associar ao Bradesco ou Itau e
> fazer o que todo capitalista deveria fazer:
> arriscar, criar e não esperar um capitalismo
> autárquico, dependente de BNDES e etc.
O dinheiro de investidores privados na equação do desenvolvimento nacional é muito importante. O Estado não tem fundos infinitos. Nos EUA, não sei se há um BNDES, ou coisa parecida, mas considere, por outro lado, que uma das razões pelas quais a Microsoft é quase inquebrável (a não ser que faça uma besteira muito grande, ou haja uma mudança no jogo da economia global) é que o Governo dos EUA é seu maior comprador individual. Não chega a ser um financiamento, mas é um bom dinheiro que entra garantido todos os anos. E não é só a MS que tem essa regalia.
Com o resto de seu comentário, faço coro.
Odair,
Não sei como você ganha a vida, mas a julgar pelo seu email @usp.br ou você é um estudante filhinho de papai ou um funcionário publico que também está mamando nas tetas do governo.
Onde você acha que a maioria das pessoas que participam aqui desse site trabalha? Trabalha em empresas que são montadas por esses caras que você tanto critica, seu asno.
Me desculpe, mas me revolta pessoas como você que acha que todo empresário é folgado ou que está mamando nas tetas do governo. Carralho, a gente se fode pra cacete. Eu tenho 6 funcionários que dependem do software para ganhar a vida. Estou aqui, agora as 20:35 trabalhando, e ainda tenho mas duas horas de trabalho pela frente (estou aqui desde as 9 da manhã). E isso é todo dia, pois a gente precisa lutar contra deus e todo mundo para conseguir manter uma bosta de empresinha e conseguir gerar alguns empreguinhos e pagar os impostos para manter universidades gratuitas como essa onde você deve estar agora escrevendo merda.
Você tem 4 alternativas na vida depois que terminar seu curso:
1) Virar hippie e nao depender de dinheiro
2) Trabalhar em uma empresa de um "milionário"
3) Criar uma empresa
4) Se escorrar em um emprego publico
Como a alternativa 1 está cada vez mais dificil, pense bem antes de falar asneira, pois você também precisará de dinheiro para viver.
Com carinho,
Cássio R Eskelsen
Cassio,
"Não sei como você ganha a vida, mas a julgar pelo seu email @usp.br ou você é um estudante filhinho de papai ou um funcionário publico que também está mamando nas tetas do governo."
Olha o preconceito... Conheço MUITA gente, inclusive eu, que estudaram em universidades federais e não são filhinhos de papai. Entraram por mérito intelectual, que não é privativo das classes altas (embora eles tenham mais facilidade para conseguir). Sou filho de imigrantes com primário incompleto e sempre fui da classe média média para baixo.
Por acaso sou também funcionário público concursado e o preço que pago pela estabilidade é ganhar menos do que a média salarial de uma pessoa com a minha formação na iniciativa privada, não ganhar horas extras e nem ter fundo de garantia (sou militar).
Por outro lado, meu pai sempre foi comerciante e eu sei muito bem das dificuldades de ter uma empresa nesse país.
"Onde você acha que a maioria das pessoas que participam aqui desse site trabalha? Trabalha em empresas que são montadas por esses caras que você tanto critica, seu asno."
Eu não entendi a sua revolta. Ele falou de acadêmicos que pretendem ganhar dinheiro com software fechado, não falou de empresários em geral.
Se as pessoas são empregadas dessas pessoas que ele criticou, elas tem é que dar graças a Deus pelo emprego hoje em dia.
Mas você há de concordar que as empresas que deram depoimento ao Nassif falaram em causa própria...
Por que será que a Microsiga não pode fazer softwares, livres ou não, com ferramentas, bancos de dados e linguagens livres e comercializá-los no exterior ? Mesmo lá fora não há muitas aplicações desse tipo e um produto bem feito teria muito mais chances de sucesso do que um produto tradicional para a plataforma Windows, que concorrerá com multinacionais gigantes.
Manoel,
Você sabe como as coisas são duras, portanto não fala asneiras como esse cara aí. Só quem não sabe o quanto custa para se conseguir algo hoje em dia pode falar que todo empresário quer mamar nas tetas do governo.
Concordo quando você fala da Microsiga e catrefa.
Esse sujeito só pode viver em outro planeta. Ora só, dizer que Itaú e Bradesco financiam empresas ahhaha. Financiamento a 5% ao mês é extorsão, não incentivo.
Mas o Bradesco tá certo. Sua função é dar lucro e nao gerar desenvolvimento. A função de gerar desenvolvimento é do BNDES.
Minha revolta é pq eu e todos os "empresários miliardários"(sic) estão cansados de serem vistos como ladrões. Pôxa, a gente se mata em trabalhar, a maioria trabalha muito mais que seus funcionários e não ganha nada mais por isso. Nós nem queremos ajuda do governo. Se não atrapalhar já está de bom tamanho.
No entanto, concordo que o BNDES joga dinheiro fora. O único programa de financiamento de empresas de software só atende a grandes empresas, já que visa fornecer entre 500 mil e 2 milhões para investimento. A maioria das pequenas empresas de software nem ousa pensar em se enforcar com tanto dinheiro sim.
Abraços
Cássio
Luis Nassif eh um bundao... sabe nem falar direito... fica gaguejando
Manoel Pinho disse:
"Olha o preconceito... Conheço MUITA gente, inclusive eu, que estudaram em universidades federais e não são filhinhos de papai. Entraram por mérito intelectual, que não é privativo das classes altas (embora eles tenham mais facilidade para conseguir). Sou filho de imigrantes com primário incompleto e sempre fui da classe média média para baixo."
Cara... passar em faculdades sejam quais forem nao diz porra nenhuma se a pessoa eh inteligente ou nao. Olhe so esse carinha: http://whatever.org.ar/~module . Este exemplo ja diz tudo. A pessoas realmente burras , mas burras mesmo que estudam em univ. federais.
Seus pais nao deviam nem ter vindo para o Brasil. Viva a xenofobia !
F,
" Cara... passar em faculdades sejam quais forem nao diz porra nenhuma se a pessoa eh inteligente ou nao. Olhe so esse carinha: http://whatever.org.ar/~module . Este exemplo ja diz tudo. A pessoas realmente burras , mas burras mesmo que estudam em univ. federais. "
Realmente pode não ser unanimidade mas é só ver o ranking do MEC e anúncios de empregos que você verá que as federais são bem cotadas.
E o certo é "Há pesoas realmente...". Isso cai em qualquer vestibular...
"Seus pais nao deviam nem ter vindo para o Brasil. Viva a xenofobia !"
O nazismo começou assim. Tolice é alguém falar disso num país que foi construído por imigrantes como o nosso.
Errei na digitação:
E o certo é "Há pessoas realmente...". Isso cai em qualquer vestibular...
Sr. Cassio,
if.usp.br -> Instituto de Física.
Sinceramente, se o Sr. acha que um Instituto de Física é lugar de "filhinho de papai" ou de alguém que "mama nas tetas do governo", é melhor rever seus conceitos.
Prezados,
um dos presentes me enviou um e-mail com o endereço da lista. Li os comentários, alguns bastante interessantes, outros preconceituosos, como ocorre em todo lugar onde se junta "a turma".
Minhas credenciais para escrever sobre o tema:
1) Primeiro jornalista a defender expressamente uma política pública para o software livre.
2) Consegui impedir uma operação da Micrsofot, de venda de Windows e Office para universidades públicas, quando havia sistemas gratuitos disponíveis.
3) Consegui impedir que o Windows fosse colocado como único sistema no Fust.
4) Fui convidado a integrar um comitê ou fórum de software livre organizado em Porto Alegre, ainda no governo petista. Declinei por falta de tempo.
5) Fui o primeiro jornalista a utilizar ferramentas de rede na imprensa, inaugurando o sistema em tempo real no Brasil.
Mas isso nao importa. Se nao entendesse nada de computador, nem isso me inabilitaria para discutir o tema.
Toda política pública, para ser legítima, precisa sair do gueto e se justificar perante as prioridades maiores do país. Nao basta entender de Linux para saber o que é relevante em uma política de software.
Software livre é importante demais para ficar restrito a grupos de discussao de Linux. Assim como política monetária é relevante demais para ficar restrita ao BC ou à imprensa financeira.
Para uma política ser legítima, há necessidade de discutir com atenção onde os interesses dos grupos ligados a ela se confundem com os interesses do país, e onde sao conflitantes.
As pessoas nas quais me baseei para expressar minha opiniao estao entre alguns dos melhores pensadores do país, um deles inclusive participando ativamente da formulação de uma política nacional de software.
Para que uma política se consolide, todos seus pontos fracos têm que ser checados e apresentadas alternativas que os corrijam.
Sugiro a quem quiser avançar além das meras insinuações, que se cadastre no portal www.projetobr.com.br, para participar das discussoes.
Lá, iremos listar os principais pontos vulneráveis do software livre (ou aberto) inclusive para sugerir políticas de correção dessas vulnerabilidades.
Esta semana o Sérgio Amadeo estará em meu escritório com um grupo de empresários do setor, para trazer argumentos em favor do software livre.
A intenção das colunas que escrevi (e da série que passou na TV Cultura) é essa mesma: chamar a atenção para o tema, fomentar a discussão e buscar as soluções.
Na coluna de hoje narrei uma experiência pessoal com software livre, por exemplo. ALguém poderia ler e sugerir maneiras de terceiros nao serem prejudicados pela falta de controle sobre alguns aplicativos.
Um abraço a todos.
Faltaram duas coisas no meu comentário:
1) Como a idéia é fomentar a discussão, estou coletando opiniões diversas sobre o tema para futuras colunas. Meu e-mail está à disposição para quem tiver visão sistêmica sobre o tema ou observações pontuais.
2) Quanto aos ataques pessoais, não me senti atingido. Em listas abertas sempre tem o pessoal que se sente fortalecido pelo espírito de "turma" e pelo anonimato. Faz parte do jogo.
Só sugiro que, se o br-linux quiser ter peso na discussao sobre o tema (e seria importante que contribuísse com visões e análises para ajudar o Brasil a consolidar uma política efetivamente eficiente sobre a matéria) seria útil dividir a lista em duas: uma parte para análises e outra para ofensas, ataques etc.
3) No site do jornal O Dia está disponível a série que fizemos sobre o tema, com opinioes de todos os lados, democraticamente expostas.
Caro Luis Nassif:
Enviei para teu e-mail uma resposta pessoal, mas aqui em público gostaria de esclarecer apenas que esta é uma comunidade livre, e dentro de certos limites (expressos nos termos de uso do site) eu tento permitir que cada um exponha sua opinião pessoal nos comentários.
Acredito que muitos dos que publicaram comentários acima terão interesse em atender ao seu convite e entrarão em contato com você diretamente. Outros provavelmente estão satisfeitos em simplesmente expor sua opinião aqui na área de comentários, e já o fizeram.
Augusto
om a resposta a comunidade não tem do que reclamar, o software livre tem deficiências(todo software tem) e acho que uma discussão séria sobre o assunto é a melhor maneira de começar a resolve-los
Prezados,
depois de uma leitura atenta dos comentários postados, identifiquei as seguintes opiniões e posições relevantes, que pretendo incluir no Bloco Temático de Software Livre, do Projeto Brasil.
Desculpe nao citar os autores, mas é que foi juntando tudo e sintetizando. Mas as referências estão na própria página:
A Falta de COntinuidade no Desenvolvimento
Posições colocadas aí foram corretas.
1) O software aberto é muito mais seguro contra descontinuidades do que o software fechado.
2) Mas há a necessidade de empresas significativas, que dêem conta das demandas governamentais e que tenham estrutura para assumir responsabilidades contratuais em vista de tais projetos.
Modelo de Negócios
Nao entendi essa posição, talvez por falta de informações maiores, por isso gostgaria de mais detalhes:
1) "Quanto a direitos autoras, valem igualmente para softwares livres e proprietários. Este, portanto, é um não-argumento, a não ser que o autor passe em seguida a advogar a necessidade de adotarmos patentes de software no país. Não que seja simples exportar software livre, mas também não é simples exportar software proprietário sob esta ótica."
2)Houve quem achasse mais adequado, para as exportações serem viáveis, o modelo de "caixinhas" ou de venda de licenças. Seria interessante algum contraponto, de como tornar o software livre viável para exportações, fora desses dois modelos.
Importância da base instalada
Achei de bom senso a colocação:
O cerne da questão é fazer um SW de qualidade capaz de conquistar uma base instalada grande. Feito isto ele anda sozinho.
Software livre, no momento atual, está restrito a um nicho do mercado, e para o Brasil exportar softwares deve apresentar produtos que o mercado externo queira comprar, ou seja para a plataforma monopolista.
No fundo, é o que defendo.
Exportação e plataformas
O detalhamento dos diversos nichos de mercado foi muito relevante, inclusive para reforçar a tese central da série da TV Cultura e do jornal O Dia, de que o primeiro passo para se escolher a plataforma é definir as necessidades e as possibilidades existentes.
Esta semana conversei com o presidente da Nokia, que estará contratando cem desenvolvedores em Linux para montar um centro para aplicativos em celulares. E ele nao sabia onde encontrar.
Por isso mesmo, uma política consistente para software livre tem que identificar claramente as demandas e a oferta de especialistas.
Fortalecimento das vulnerabilidades do software livre
É necessário que os advogados do software livre façam um trabalho melhor para remover de boa parcela dos formadores de opinião a impressão de que o software livre não é um instrumento fundamental para desenvolvimento de software.
Talvez seja o caso de a comunidade reavaliar como encara o software livre e abandonar um pouco o discurso ideológico e se empenhar em atitudes de cunho prático.
Faço minhas essas palavaras de um dos participantes da lista.
Gostaria de cumprimentar a lista pelos bons subsídios trazidos por parte de seus membros.
PS -- A propósito, o Projeto Brasil foi montado em cima das plataformas Zope e Plone. E não troco pelo Sharepoint, da Microsofr, nem de graça.
Sobre a questão dos direitos autorais, a colocação original foi minha, portanto explico:
Os softwares livres não são isentos de direito autoral. Pelo contrário: as licenças livres são completamente baseadas na (e sustentadas pela) legislação de direitos autorais.
Softwares livres e proprietários são cobertos por direitos autorais da mesma forma, pela mesma legislação, com as mesmas proteções. Portanto, a questão do direito autoral não é uma diferenciação entre eles.
Talvez você quisesse dizer, em seu artigo original, que o tipo de proteção que os autores de software livre e os autores de software proprietário buscam na legislação de direitos autorais é diferente, e que se traduziria numa vantagem para os últimos em detrimento dos primeiros, no que diz respeito à exportação. Era isso? Porque do jeito que foi redigido, acho que o argumento fica contraditório: algo que é igual para ambos os modelos não é desvantagem apenas para um.
Quanto a patentes de software, elas não existem no Brasil, mesmo. Nem para livres nem para proprietários. Há cerca de 3 ou 4 anos o assunto foi discutido no nosso Legislativo Federal, mas felizmente não passou - software continuou sendo matéria protegida pelo direito autoral, conforme exposto na centenária Convenção de Berna, sem as restrições adicionais do modelo de patentes adotado nos EUA e em vias de ser implantado na Europa.
Muito elegante por parte do jornalista Luis Nassif esclarecer os pontos onde ficaram dúvidas no artigo inicial. Mesmo que alguém não concorde com as opiniões do mesmo, não se pode dizer que as eventuais críticas tenham sido ignoradas. Espero que todos sejam tratados com respeito :
"Pessoas sábias discutem sobre idéias,
pessoas práticas discutem sobre fatos,
pessoas medíocres discutem sobre outras pessoas."
Vamos a um ponto importante, que deu margem a dúvidas sobre o que eu havia querido dizer.
Minha duvida, no caso -- captada pelo Augusto e pelo Edu Lima -- é como definir um modelo rentável de exportação para o software livre, já que ele não possui as mesmas garantias de licenciamento que o proprietáiro.
O exemplo dado foi claro: como posso competir no mercado russo com um russo que pode baixar os códigos fontes da mesma base e conhece muito mais o mercado russo que eu.
Achei muito interessante o Jornalista Luis Nassif responder as criticas que ele recebeu,e acho importante que todos que são criticados se pronunciarem, é melhor a gente discutir com quem criou a materia do que ficar tentando deduzir oque alguem quis dizer. Eu sempre que posso assisto ao programa de Luis Nassif da rede cultura, e tenho que parabeniza-lo por ser uma das poucas vozes da imprensa que tem falado sobre o software livre. Enquanto se ve na emprensa apenas noticias sobre Bill gates e sua imensa furtuna, eu não vejo noticias na televisão sobre software livre, mesmo tendo o software livre ja alcançado maioria nos servidores web. Acho que hoje o maior problema para o software livre é falta de marketing televisivo, enquanto o linux for anuncio apenas nas revistas tecnicas, tera dificuldade de concorrer em alguns mercados com quem tem propaganda de graça fornecida pela midia que, coisa a microsoft tem.
Augusto,
Tudo o que é feito por uma pessoa é protegido por direitos autorais certo? Seja ela, uma musica, uma obra, um peça de teatro, etc
Talvez a duvida gerada seja, "Sendo um software livre, como vou provar que o software foi mesmo escrito por mim?"
O meio mais facil e barato de provar isso, é fazendo o seguinte, imprimir o fonte, lacrar ele num envelope, ir até uma agencia dos correios, e mandar para voce mesmo.
O Selo do correio é datado, onde fica facil de provar, perante um juiz que foi você o primeiro autor do software.
Abraço
Fausto Muehlbauer
Luis Nassif,
Realmente exportar software livre ainda é um problema, ja que no software livre a base de lucro esta mais em suporte e treinamento que no software em si. Mas acredito que a adoção do software livre deva ser utilizado inicialmente para acabar com os milhões que vão para a microsoft, gerando empregos nos estados unidos, oque ja vai equilibrar a balança , no mercado de software, e gerar empregos aqui.
Á questao de transformar o Windows em "utilities" foi expressa pelo Silvio Meira a mim, em conversa pessoal.
Obviamente essa transformação não inibiria em nada o desenvolvimento de novas plataformas. Algumas pessoas da lista manifestaram ceticismo em relação a essa posição.
Como respeito bastante a opinião do Silvio, gostaria de saber quais os argumentos contrários a esse quadro.
Alexandre,
no caso em questão, estava discutindo o software livre como produto de exportação. Em relação ao mercado interno, não tenho dúvidas sobre sua vantagem, naquelas aplicações próprias a ele.
Luis, essa questão de ganhar dinheiro vendendo software livre na Rússia para os russos eu acho que pertence mais ao domínio da economia do que à análise sobre as vantagens tecnológicas intrínsecas do software livre, por isso não me arrisco a tentar responder diretamente.
Felizmente posso sugerir bibliografia a respeito. Há um artigo interessante da Open Source Initiative chamado "Open Source Case for Business" (http://www.opensource.org/advocacy/case_for_business.php ) que trata justamente deste assunto: como é possível ganhar dinheiro com o software livre competindo contra quem oferece software fechado.
Há várias respostas, e o autor analisa (de passagem, infelizmente) casos de várias empresas que ganham dinheiro com software livre internacionalmente, como a Red Hat, O'Reilly, SCC, SGI e VA. Do meu bolso já saiu dinheiro para as contas das 3 primeiras.
A resposta mais comum envolve transformar o software na commodity barata que leva ao desembolso na aquisição de outros produtos ou serviços de valor adicionado: a empresa que investe no Samba ou no Apache para vender mais servidores, ou treinamento, ou consultoria, ou suporte, etc. Mas nos casos acima você pode encontrar quem ganhe dinheiro especificamente vendendo software livre. E internacionalmente.
Mostrando exemplos a gente não prova que algo é viável, mas demonstra claramente que algo não é impossível. Mas há outro artigo (em http://linuxtoday.com/infrastructure/2001041200620OPBZCY-- ) cujo foco é a análise, do ponto de vista da Economia, sobre a possibilidade de geração de riqueza através do código livre. Sugiro a leitura - mesmo que não te convença, certamente mudará o enquadramento mental sobre a questão.
OLha com todo respeito em tempos em que a mesmice e a concordãncia.com personalidades,e não com pensadores..elevando as primeiras a categoria dos segundos..é duro.ter que aguentar coisas do tipo 'VAMOS NOS DESPIR DA IDEOLOGIA " é de uma bobagem sem tamanho como se o NeolIberalismo pregado (agora já um pouco disfarçadamente)por economistas como O sr Luis nassif não fosse IDEOLOGIA ..OH Meus..ainda por cima esse senhor..que de idiota mesmo provou que não tem nada ,,dado o "Lugar de destaque que obteve na Midia e como Personalidade" ...vem se retratar timidamente neste forum...quando nem sequer pensou ao emitir opiniões..sobre o que é de fato o software Livre ,fosse sério o mesmo teria no Minimo convidado pessoas RELEVANTES do meio PARA OPININAREM SOBRE a verdadeira revolução que o software Livre esta causando na area tecnologica ,.quem acompanha há anos o desenvolvimento do mesmo..sabe quanto se caminhou e é so o começo Felizmente,,Mais o coro dos contentes..e dos deslumbrados não percebe a SUTILEZA das argumentações obviamente feitas ,,com cautela uma vez que AQUI SIM existem opiniões de relevancia sobre o Mesmo...ALIAS SR NASSIF o software Livre só chegou até aqui sim GRAÇÃS A IDEOLOGIA SIM SENHOR essa mesma que o senhor usa pra defender seus argumentos. Neoliberais,..não fosse a ideologia o software Livre ainda seria um mero brinquedo ,objeto de alguns poucos,,,e no entanto esta salvando vidas,educando,gerando renda e criando alternativas para o País,não fosse de fato a FÉ)não encontro TERMO mais apropriado),a energia e a IDEOLOGIA SIM SENHOR DE POUCOS não teriamos hoje alternativas ao monopolio da Microsoft..então não queira nos despir da Nossa ideologia..que pode parecer Idiota pra PERSONALIDADES como o sr mais é pedra fundamental na estrutura do software livre queiram os senhores Neoliberais ou Não....e aos deslumbrados um piparote
abraços
Luiz carlos
Vale ressaltar uma questão relacionado ao Software Livre. O código-fonte de um S.L. só precisa ser disponibilizado para as o usuário que obtiver o binário, o programa propramente dito. Assim, não seria qualquer russo, usando o exemplo citado, que teria acesso ao codigo-fonte, mas sim o cliente que comprou o produto. Logicamente que, de posse do binário e tendo direito, segundo a GPL, ao código-fonte, este cliente pode contratar mão-de-obra local para modificar e até redistribuir o código, embora eu imagine que o desenvolvedor original deve(ria) ter preferência devido ao seu know-how sobre o software desenvolvido.
Que há uma ideologia por trás do S.L. é inegavel, o problema é que cada um pega sua propria ideologia e a expande como se fosse a do S.L. Pra mim, as maiorias "autoridades" no mundo do S.L., os desenvolvedores de software, não parecem ser anti-software proprietario nem nada disso. Se assim o fossem, seria muito simples dificultar o desenvolimento de software proprietario no Linux, por exemplo. Bastava tornar GPL todas as bibliotecas básicas, de modo que o sujeito, pra desenvolver algo proprietario e nativo pra linux, tivesse que desenvolver do zero várias biblitecas importantes. No entanto, isso não acontece, visto que varias bibliotecas são LGPL, permtindo o desenvolvimento de software proprietario. Parece ser uma idelogia bem mais tolerante do que da dos usuarios radicais que travam sua luta contra as grandes empresas moinho-de-vento do mal.
Algumas observações:
Patente
Este mês estive no INPI(http://www.inpi.gov.br/) aqui em brasília e acreditem ou não lá me deram as oritentações para patentiar um software propietário que estou desenvolvento. A agora no Brasil tem ou não patente de software? no INPI eu sei que tem. Tenho até os formulários aqui. Depois de analisar achei inútil mas é possível fazer.
Exportação
Já vi comentários do silvo meira em um simpósio. Achei ele bem contra o software livre, mas ao mesmo tempo concordei com ele. Nosso país precisa ser um potência em software e tem tudo pra isso, precisamos saber como exportar nosso software. Eu vejo a exportação de software como um grande chance do Brasil "ser grande".
Como ganhar dineiro com software livre?
Isso não acho que seja uma resposta trivial, e por favor concordem comigo. Sabemos de M U I T A S empresas que tentaram ganhar dinheiro com software livre e se deram muito mal. Não vou fazer aqui uma lista delas.
Já comentei isso aqui no fórum a muito tempo. Precisamos nos unir pra vencer essa batalha. Tudo que precisamos está em nossas mãos. Acompanho o linux in brasil a uns 5 anos, acho o site muito bom e útil mas penso que a hora é de criarmos um espaço onde discutiremos menos a parte técnica e muito mais os problemas comerciais/legais e marketing.
ps.: Hoje desenvolvo um software proprietário por não saber como vender ele sem ser com licenças. Sei que vão me dizer "você tem que cobrar pelos seriços e não pelas licenças", não acho isso tão simples.
Vamos discutir sobre isso !!!!
Leonardo,
esse ponto me interessa. Conheço pessoas que desenvolveram sistemas bem interessantes em código multiplataforma, mas vivem de vender serviços sem ganhar escala com a venda do sistema.
Luiz Carlos,
gostaria de responder ao seu comentário mas nao consegui entender seu código-fonte. Quanto "às pessoas relevantes do meio", foram devidamente ouvidas na série de O Dia e da TV Cultura e no Projeto Brasil. E essa história de "personalidade" é para quem tem complexo de superioridade ou de inferioridade -- o que nao é o meu caso e acho que nem o seu. Ou é?
Luis Nassif,
Eu também desenvolvo código multiplataforma, nosso sistema é independente se sistema operacional e banco de dados e estou muito disposto a amadurecer essa idéia de transformá-lo em software livre.
Acho que essa idéia de desenvolver multiplataforma é bem melhor que escolher desenvolver pra windows apenas.
Só para lembrar aos demais. Em janeiro de 2003 tivemos aqui(no site) um boa conversa sobre as políticas governamentais para o software livre. Pensamos em nos organizar mais, sermos "mais adultos", o notícia passou e ficou por isso mesmo.
ps.: Não achei o link da notícia pra colocar aqui.
"O exemplo dado foi claro: como posso competir no mercado russo com um russo que pode baixar os códigos fontes da mesma base e conhece muito mais o mercado russo que eu."
Acho esse argumento falacioso. Se a tal empresa russa não agregar valor ao software (tradução, novas funcionalidades, serviços etc.) certamente não será um competidor sério. Um usuário com um mínimo de consciência irá direcionar as contribuições (financeiras ou não) para quem produz as características mais relevantes do software. Sendo que, por ser SL, você poderá absorver os "incrementos" que o concorrente introduziu.
Quanto às maneiras de se exportar SL, percebi que ninguém ainda citou iniciativas do gênero do Mandrake Club. Voltando à questão anterior, muitas pessoas que jamais compraram uma "caixinha" são membros do clube.
Um outro lado que muitos críticos do SL esquecem é que, para produzir um novo SL, muitas vezes se utiliza códigos existentes disponíveis livremente. O que quero defender aqui é que, se não é tão vantajoso exportar SL quanto softs proprietários, essa dificuldade a mais de exportação vira uma vantagem do ponto de vista da produção e importação (ou da dispensa de importação).
Dois pontos relevantes de discussão:
1) A questão do Leonardo, de desenvolver em multiplataforma. Li várias vezes que uma das vantagens competitivas do mercado brasileiro, em função do desenvolvimento cáotico de sistemas (com softwares de várias gerações convivendo entre si) é a capacidade de criar sistemas flexíveis, mutliplataformas.
2) Gostaria de mais informações sobre esse projeto Mandrake.
O Mandrake Club foi uma tentativa bem-sucedida da Mandrake Linux de levar o conceito de fidelização e as vantagens típicas de planos de assinaturas aos usuários/fãs de seus produtos.
A Mandrake é uma distribuição francesa de Linux que eesteve concordatária até recentemente (recuperou-se graças a iniciativas bem-sucedidas como o Mandrake Club) e cujo modelo de negócios se baseia completamente no desenvolvimento, empacotamento e venda de software livre.
A idéia do Mandrake Club é simples: todo o software da Mandrake continua livre, mas membros do clube (que pagam uma pequena anuidade) têm acesso a ele com antecedência (uma semana, dez dias, duas semanas... o período pode variar). A idéia deu certo principalmente porque o Mandrake Linux jé era um produto sólido e conhecido, porque a Mandrake tem clientes fiéis e porque a notícia da concordata fez com que muitos deles temessem pelo futuro da empresa e quisessem colaborar.
Não parece um modelo sólido para adoção "ipsis literis" por qualquer empresa (até porque a escalabilidade econômica dele não é muito grande), mas no caso da Mandrake deu bastante certo.
Uma questão que queria levantar aqui, e que foi iniciada pelo pacozila, é de deixarmos de importar antes de querermos exportar, creio que diminuirmos nossas importações seria bem mais facil que aumentar as exportarções e acredito que Software Livre seja fundamental nesse processo, para termos um superávit
na nossa balança comercial de Software ;-)
"O exemplo dado foi claro: como posso competir no mercado russo com um russo que pode baixar os códigos fontes da mesma base e conhece muito mais o mercado russo que eu."
Se você vai exportar software para o mercado
russo o mínimo que se espera é que você conheça
o mercado russo. É claro que o russo tem a vantagem de morar lá e ser mais "intimo" dos processos, mas :
Mesmo que um russo aproveite os códigos, dependendo da licença sob a qual você lançar
o software ele será obrigado a liberar os códigos alterados por ele e você acabará por se beneficiar do conhecimento dele do mercado.
E imagine a situação : Você exporta o software, algumas empresas começam a utilizar e gostam. Mesmo que alguém lance um software semelhante, a menos que este software ofereça muitas inovações as empresas tendem a permanecer com o software adquirido primeiro. E antes de mudar as empresas conversarão com você primeiro verificando a possibilidade de que você coloque em seu software essas inovações.
Pessoal,
estamos muito no campo das suposições.
Vou tentar trazer um pouco de referências a estudos internacionais sobre MODELOS DE NEGÓCIO ligados a Software Livre e código aberto (FLOSS - Free/Libre & Open Source Software)
A Comunidade Européia, como sabem, incentiva que todos os projetos executados em seu meio desenvolvam software sob licença livre (GPL, BSD ou MPL, por exemplo). A Comissão Européia já realizou diversos estudos sobre a oportunidade e as vantagens do FLOSS em diversas indústrias, no governo e na academia.
Como todos sabemos, o negócio ligado a software desloca-se (eu diria melhor: retorna) para serviços (de onde nunca deveria ter saído). QUais serviços? Consultoria, ajustes, capacitação, suporte, manutenção, evolução, são alguns exemplos.
Um exemplo de "taxonomia" de modelos de negócio é o definido pelo grupo de trabalho em Libre Software, disponível em http://eu.conecta.it/paper/ .
Resumo alguns:
a) Best knowledge here: a empresa X é a detentora do "melhor conhecimento" sobre o software. Se ela têm "poder de fogo" para atuar em outros mercados, ela *provavelmente* será a escolhida pelos clientes, pois é a que melhor pode prestar os serviços associados àquele software.
b) Brand selling: a empresa X cria uma marca forte e fatura o uso de sua marca por terceiros que queiram ter seu nome forte associado aos deles. Exemplo: Red Hat, Conectiva, e diversos outros que criar suas redes de "representantes", "partners" ou o que se queira chamar.
c) Special licenses: Por exemplo "Duplo licenciamento" (como é o caso do MySQL), onde um software é liberado como livre mas também pode ser "vendido" com uma licença proprietária para aqueles que queiram incorporá-lo a outro software proprietário ou simplesmente para quem ainda está com a cabeça no mundo das licenças Microsoft, Oracle, ... A MySQL faz bastante dinheiro vendendo licenças proprietárias, o que permite manter o código aberto para a comunidade. A comunidade, em troca, faz melhorias que devolve para a MySQL... O círculo virtuoso que já sabemos.
Variações: criatividade é o limite.
Por exemplo: "Best knowledge here" com restrições - um módulo do software pode não ser liberado como software livre (caso do Ximian Evolution que é plenamente funcional, mas para integrar-se à redes MS Exchange precisa de um módulo -Ximian Exchange Connector- que é proprietário)
Vou fechar esta e logo postar outra, para não ficar muito longa...
De LUcca
(acentos propositadamente omitidos)
Eu venho questionando os modelos de negocio relacionados ao software livre a muito tempo. Nao no intuito de denegrir, e sim, provocar a discussao para que se chegue a modelos rentaveis.
No entanto isso fica um pouco dificil pois sabemos que o ser humano necessita de algo pelo que lutar e muitas pessoas tomam o software como cavalo de batalha na luta do bem contra o mal e defendem o S.L. com fervor quase que religioso.
Mas, sabemos que tal qual o ser humano que passa por uma adolescencia idealista, a ideia do software livre chegara em sua fase adulta guiado menos pela emocao e mais pela razao.
A grande maioria das pessoas que defendem o software livre nao o tem como fim em sua subsistencia. Sao administradores de redes, vendedores de equipamentos, professores, hobbistas e ate pessoas que trabalham em empresas que vivem de software proprietario e nas horas vagas se dedica ao software livre (o que chamei aqui dias atras de "de dia e Maria, de noite e Joao).
Poucos sabem ate onde o software vai em uma empresa. Para muitos, software se limita a sistemas operacionais, banco de dados e editores de texto. Basta ver uma outra discussao aqui na Br-Linux onde as pessoas nao sabiam nem o que e um "ERP". Portanto essas pessoas perdem um pouco da autoridade quando vao discutir a liberdade ampla e irrestrita de software livre.
Muito se investe em pesquisa para desenvolver um software. E' claro que para fazer um sistema operacional como o Linux, que vai ser usado por quase todos, sera facil achar uma legiao de pessoas dispostas a contribuir com o projeto. Agora, suponhamos uma necessidade muito mais especifica, como por exemplo, um software de controle de urna eletronica, um software para controle de CNC, um software para gestao de Tinturarias. Voce nao ira encontrar pessoas dispostas a colaborar com um projeto desses, pois pessoas que entendem dessas regras de negocio sao poucas. Mas depois que tudo esta pronto, e' facil para um Ze Mane qualquer pegar os fontes, alterar o nome da empresa, recompilar e vender para um cliente cobrando apenas o servico de instalacao e customizacao desse software.
Normalmente se defende que o software deve ser livre porque o que voce esta fornecendo e' informacao. Tudo bem. Livro tambem e' informacao, e se pagam royaltees s/ cada copia vendida.
A industria farmaceutica tambem trabalha com informacao que e'publica. No entanto,sao anos de pesquisa para se coletar e se conseguir essas informacoes. Nao e justo que uma farmacia da esquina pegue a formula do remedio, monte-o e cobre apenas o "servico" de montar o remedio e a " midia"para transporta-lo (o frasco). Claro que depois de alguns anos a patente se torna publica. Mas ate la a industria ja recebeu pelo investimento.
As minhas perguntas sao: "por que o software deve ser diferente dos exemplos acima" ? e " por que justamente o software deve ser o inicio de uma revolucao socialista, onde tudo e' de todos?"
Achei muito lucida a posicao do CEO da Novell que disse que o mercado de software comporta os dois modelos: SL e SP. Um deve aprender a respeitar o outro.
Gostaria de discutir mais o tema com pessoas que estejam realmente afim de conversar sobre isso sem partir para o xingamento ou a utilizacao de argumentos vaos (meu email eh eskelsenARROBAmandic.com.br)
Vejo o software como uma atividade como qualquer outra, que deva gerar empregos e riquezas para o pais. Ate agora boa parte da discussao tem sido em torno de "nao gerar empregos la fora (leia-se microsoft)" mas nao se tem mostrado como um emprego a menos la fora pode significar um emprego a mais aqui dentro do pais.
Abracos e Feliz Pascoa para todos !!!
Cassio
Em relação à exportação, minha opinião é a seguinte:
A idéia primeira deve ser substituir inteligentemente as importações com software livre, para manter o dinheiro aqui e estimular o desenvolvimento de software livre nacional, estimulando o mercado de serviços associados ao software (consultorias, treinamento, customização, desenvolvimento de módulos complementares, etc).
Paralelamente, pelo desenvolvimento e sofisticação do mercado interno obtém-se qualificação para estimular a exportação.
Mas, como exportar software livre??? Essa é uma questão difícil de equacionar. Os modelos de negócio que permitiriam este tipo de coisa são muito sofisticados e o empresariado brasileiro não tem segurança em coisas fora do feijão-com-arroz (minha percepção, posso estar redondamente equivocado) além de não ter cacife para atuar no mercado externo, altamente fragmentado.
O modelo de negócio indiano (serviço de programação) é uma opção para fazer dinheiro, mas não pode ser a única e nem a mais importante, na minha opinião. O país não pode perder esta janela de oportunidade de outsourcing que se percebe agora, mas isso é passageiro.
Na verdade, o que a Índia oferece é mão de obra barata e qualificada para o mercado internacional (e é isso que o pessoal lá de cima procura, afinal o capital não importa onde gera trabalho, desde que gere mais capital). Ou seja, mais uma vez a "divisão internacional do trabalho" se estabelece, no mundo da TI, onde *poderiam* existir maiores possibilidades de igualar os países.
Já em 2001 (se não me engano, ou antes) o Alan Cox (Red Hat-UK) disse o seguinte em uma mesa redonda na Europa: "É difícil encontrar uma empresa européia que ainda não tenha movido o grosso do trabalho de programação para a rep.Checa, Filipinas ou Índia [ISSO EM 2001!!!]. A programação é uma atividade de baixo valor agregado [VEJAM Só!] e intensivo de trabalho. Esta atividade tem pouco futuro como modelo de negócio lucrativo dentro da União Européia - muito menos futuro até do que agricultura, porque software não deteriora, é fácil de transportar e não tem que se submeter a quarentenas. Por outro lado, a indústria baseada em SERVIÇOS precisa estar JUNTO AOS CLIENTES...."
Voltamos à questão da Rússia. Como oferecer serviços JUNTO AOS CLIENTES se eles estão na Rússia?
Só vejo 2 caminhos: ou montando filiais nos mercados-alvo (haja investimento) ou através de parcerias com gente que já está lá (e conhece o mercado, etc).
Não basta colocar o código no site para download. Não estamos falando de iniciativas isoladas - sempre haverá um russo que baixará o código e utilizará com seus próprios clientes (mas até esse é vantagem, pois é propaganda barata). Estou me referindo a estratégias de negócio de empresas estruturadas que estão abordando um país específico.
Vender um produto-software em um mercado onde não temos parceiros é suicídio. Vejamos: imaginemos uma empresa que dá na telha de participar de uma feira no Chile e, dá azar, e vende 1 (uma) cópia do produto para uma empresa chilena durante a feira. O que vai acontecer com esta empresa: problemas! Terá de oferecer suporte em espanhol, treinamento em espanhol e no Chile, possivelmente terá de traduzir a interface e o manual para espanhol, etc. Investimentos que não compensarão para atender 1 mísero cliente. Faltou estratégia.
Se o software tem futuro na Rússia (ou no Chile...), a empresa deverá buscar canais de distribuição, formalizar estratégias de capacitação, suporte, atendimento ao cliente, . Disso é que imagino pode ser a "fórmula" para obter recursos de "exportação" de software livre.
Na verdade, se observarmos adequadamente, esta também é uma das formas que o empresariado de software proprietário faz (ou pode fazer) dinheiro. Só que com FLOSS fica dentro de uma perspectiva de obter também feedback dos usuários e distribuidores em relação à melhorias no código e garantir a liberdade de seu software para terceiros, quartos, quintos, etc..
Só concluindo este post: não podemos querer que software livre faça tanto dinheiro quanto software proprietário pela simples razão que SwLivre é um modelo mais justo. Enquanto o SwPropr aprisiona e suga tudo o que consegue do usuário, o SwLivre entra em colaboração. Isso, por si só, já coloca a relação de consumo em outro patamar e, evidentemente, reduz as margens de lucro de qualquer empresa.
Mas, um empresário de SwLivre sabe que grande parte do seu pagamento não é em dinheiro...
E que ele vai ter que ter as contas muito bem feitas e fazer muito bem a lição de casa (tanto gestão, quanto desenvolvimento, quanto atualização dos seus profissionais, etc) para que fique sempre no azul, para manter seus clientes, manter-se competitivo e lucrativo.
Outra questão que muita gente esquece é que software não é só serviços de servidor e aplicativos para desktop.
Um filão imenso para explorar é o de software embarcado.
Muita gente já pode estar usando/interagindo com software livre e nem se dá conta (e nem falo da internet). Por exemplo, já há Linux embutido em modems adsl, celulares, PDAs, receptores de satélite, caixas de supermercado e de lojas de departamento, caixas de banco. A próxima geração de telefones corporativos (com Voz sobre IP) será grande parte baseada em software livre.
Este também é um filão de exportação. A indústria nacional de eletrônica de consumo vai exportar software, assim como as empresas de automação e de equipamentos de telecomunicações.
A necessidade crescente de integração e de interconexão de dispositivos digitais (desde smartfones até veículos, passando por gôndolas de supermercado, câmeras de vídeo ou leitores digitais eletro-magnéticos) leva naturalmente à necessidade de aderência a padrões abertos (ou no mínimo, que seja fácil adaptar sistemas para que conversem entre si).
Isso é natural no mundo FLOSS. Padrões abertos e software aberto são resultados de filosofias semelhantes.
Não quero dizer que SwPropr não possa aderir a padrões abertos, mas se deixarmos por conta do "mercado" o que o SwPropr busca é aprisionar o usuário/cliente (gerando o odioso lock-in pelo formato dos dados, do protocolo, da dificuldade em trocar de fornecedor, etc).
O SwLivre é, portanto, neste mundo, também a melhor opção.
Caro Cassio:
Acho super saudável você querer discutir qualquer assunto. Não quero entrar no mérito das suas perguntas, já que o seu foco é discuti-las em particular. Mas gostaria de levantar alguns pontos fora do mérito.
Em primeiro lugar: imagino que você não tenha feito por querer, mas é chato querer desvalorizar a discussão alheia só porque dela participaram pessoas que nem sabiam o que é ERP.
Este tipo de generalização é ruim porque ao mesmo tempo em que assume que saber o que é ERP é fundamental para poder discutir sobre software (embora de fato seja importante), ainda por cima nivela por baixo - já que certamente também havia participantes que sabiam o que era ERP na mesma discussão. Afinal, até desenvolvedores de ERP costumam participar de discussões por aqui.
Em segundo lugar, há representantes das categorias profissionais que você mencionou que têm no software livre o seu ganha-pão sim. Os desenvolvedores não são o único elo da cadeia de valor do software. Há administradores de rede que ganham a vida por serem proficientes em Apache, Samba, MySQL ou outras tecnologias abertas; vendedores de equipamentos que investem no Software Livre como argumento de vendas (e aí entram até nomes grandes, como IBM, HP, EMC, Dell e outros); professores que dão aula de software livre, seja em cursos profissionais ou mesmo no currículo de escolas e universidades.
Aliás, se grandes empresas cujo "core business" é a informática, como a Dell, a Oracle, a HP, a IBM, a EMC, o Google e a Novell, encontram formas de incorporar o Software Livre a modelos de negócio rentáveis, se governos do mundo inteiro encontram vantagens teóricas e práticas na sua adoção, se o mercado adota como padrão softwares como o Apache, acho que esta discussão já pode começar a avançar mais rapidamente, pulando questões que comparem o Software Livre a uma revolução socialista.
De minha parte, não tenho interesse em tentar "evangelizar" ninguém para o uso do software livre. Se você está desenvolvendo software para mercados bastante restritos (como o que opera um torno CNC, ou os outros que você mencionou), acho que ninguém o pressionaria para torná-lo livre.
Mas se você está desenvolvendo software que possa vir a concorrer com softwares livres, talvez seja a hora de você repensar algumas posições, eventualmente buscando saber as razões pelas quais grandes empresas do mercado (como as citadas acima) já repensaram. Neste caso, havendo interesse, talvez possamos ajudá-lo.
Espero que outros usuários se interessem pelo seu convite para debater suas questões no mérito. De minha parte, acho que antes de respondê-las, talvez seja hora de repensar as perguntas em si.
Feliz Páscoa!
Augusto
Cássio,
Tentarei argumentar em relação às tuas indagações "por que o software deve ser diferente dos exemplos acima"(remédios e livros) e "por que justamente o software deve ser o inicio de uma revolucao socialista, onde tudo e' de todos?"
Inicialmente, não concordo com tua idéia de que SwLivre leve à "revolução socialista"... Leva à democracia!
Mas comecemos com a questão dos remédios e dos livros. Também há um movimento sério e importante no sentido de abrir o conhecimento na área da criação intelectual que se reflete em textos. A licença GNU FDL é uma delas (as notas publicadas aqui no br-linux estão sob esta licença de uso - veja o rodapé). Creative Commons (creativecommons.org) é um movimento que vem crescendo bastante e que incentiva que os criadores intelectuais (artistas, programadores, etc) publiquem suas criações de forma aberta. Veja outros exemplos:
- MIT OpenCourseware (todas as disciplinas do MIT estão disponveis na rede)
- Projeto Gutemberg (disponibiliza todas as obras com copyright vencido gratuitamente na internet, desde 1971 - nem era internet ainda...)
- wikipedia (uma enciclopédia colaborativa aberta)
- ibiblio.org (biblioteca pública-pública! :)
- revistas científicas que publicam as descobertas dos cientistas colocam o conhecimento de forma pública...
- e um imenso etc
O caso dos remédios é um contra-exemplo do que tu citas. Ao "quebrar as licenças" dos remédios da Aids ou ao permitir a criação de remédios genéricos, por exemplo, o que está-se fazendo é a abertura do "fonte" para que o benefício seja estendido a toda a sociedade.
Da mesma forma que o conceito de SwLivre propõe que todo o software deve estar à disposição da sociedade.
Vamos pensar assim: não existe uma pessoa que estava isolado do mundo desde que nasceu e acorda parte para escrever uma linha de código. O que uma pessoa é e o que ela faz são decorrência de toda a vida de aprendizado dela e dos seus pais e dos seus professores e assim sucessivamente, ligado ao ambiente onde todos eles vivem ou viveram. Todos os que lhe ensinaram matemática ou que escreveram um livro que esta pessoa leu sobre lhamas ou mesmo a novela do Gilberto Braga ajudaram a formar aquela pessoa. E formataram o conhecimento que ele usa para escrever cada linha de código.
O conhecimento é bem público, porque foi construído pelas interrelações dos seres humanos entre si e com a natureza. Em conseqüência, a educação é dever do Estado e direito de todos. Só a educação traz o conhecimento para todos.
E alguém pode perguntar: o que tem a ver software com toda essa baboseira que esse cara escreveu?
A informática é, provavelmente, a ferramenta mais poderosa que o homem já teve em mãos e, neste momento, intervem de forma direta ou indireta em praticamente todas as atividades humanas e na manipulação das informações, do conhecimento de forma antes inimaginável.
A questão do software é um problema nos dias de hoje em qualquer país periférico (e mesmo em alguns do G7). A demanda por melhoria da competitividade, da produtividade, enfim, leva à demanda por informatização cada vez maior. Como o software "vem de fora", gera-se um sério desequilíbrio nas contas de exportação/importação, e crescente! Também a inclusão social hoje passa pela inclusão digital. Não é viável nem eticamente aceitável transformarmos excluídos sociais em "incluídos digitais" que serão apertadores de botão de software proprietário. Para quê? Para completar mais um ciclo de dependência? E com que dinheiro(apesar deste ser o argumento mais frágil) pagaríamos as licenças de software para "incluir" todo este povo?
As iniciativas das grandes empresas de software tentam resumir a discussão SwLivre X SwPropr a meras questões técnicas, o que é uma FALÁCIA!
Questões como TCO - Total Cost of Ownership, ou de desempenho, ou de número de bugs, velocidade com que se responde a ameaças, etc, são importantes sim, mas não podem nem devem ser o centro das discussões em países como o nosso.
Ou seja, as grandes empresas tentam "des-ideologizar" o software, tentando mascarar a profundidade e a importância do software no mundo sócio-político.
Mas software livre é isso: liberdade.
Não é pela questão financeira, não é pela questão técnica que se deve pensar o poder do software.
O software tem um indiscutível vetor econômico importante (atenção, econômico, macro: evasão de divisas, monopólios, exportação/importação, etc; e não micro, financeiro: custo, merrequinhas).
Mas a questão do software é política, é ideológica, é filosófica!
O modelo proprietário também representa uma postura política, ideológica e filosófica, MAS TENTAM OCULTAR isso, colocando simplesmente questões simplistas e imediatistas, para IMPEDIR que as pessoas tenham uma visão integral do assunto.
Por quê? Porque quanto mais pessoas passarem a ter esta visão, mais ameaçado o modelo proprietário estará!
Não é uma questão, como alguns pensam, do SwProprietário/capitalismo contra o SwLivre/comunismo (em alguns foruns americamos é este tipo de coisa que aparece sempre que se fala em FLOSS).
É visão de mundo, de desenvolvimento, de liberdade de expressão, de escolha, de debate...
No fim, pode-se resumir (mesmo correndo o risco de ser simplista demais):
é ditadura/proprietário contra democracia/livre...
De Lucca
Ola amigos da lista e um olá espcial ao Jornalista Luiz Nassif, é um prazer ter uma pessoa tão influente em nossas discussões.
Gostaria de contribuir dizendo que há uma premissa muito erraada quando se discute a venda de software livre e/ou a obtenção de lucro com ele. Como foi muito bem levantado por Bruce Parens há uns 2 anos atras, não se ganha dinheiro vendendo software livre, mas USANDO software livre.
O modelo de venda de licenças é totalmente oposto a natureza do desenvolvimento livre. É preciso se construir um paradigma de venda de SUPORTE nao de código.
Por exemplo, o Endeavour ERP é uma amostra de que se pode "exportar" software segundo certos principios. o Endeavour é um framework totalmente customizavel. Os criadores vendem projetos de customizaçao, mas liberam o código fonte pra quem quiser se aventurar. Agora pensem, que empresa contrataria serviços de customizacao de um grupo, em detrimento do grupo que CRIOU o framework ??
É claro que é preciso um trabalho de marketing, mas isso não é diferente do modelo de venda de licença tradicional.
Espero que tenha contribuido um pouco para esta excelente discussão.
Quanto às afirmações do Sr. Nassif
Ele confunde software livre com gratuito quando afirma que defendeu o uso de software gratuito.
Também afirma que "ele" impediu o uso do software windows no Fust. Será verdade esta informação?
Sr. Luiz Nassif
Parabéns por se dignar a participar desta discussão aqui.
Como você pode ter notado há uma grande diversidade de pensamentos e pessoas na comunidade do software livre.
Dentro da comunidade existem pessoas que trabalham efetivamente para o crescimento do SL. Um exemplo que posso citar é o Flávio Moreira que em dois tópicos onde houveram discussões inflamadas (a adoção do Kurumin pelo Estado do Paraná e este)postou informações estremamentes coerentes.
Citei o nome do mesmo pelo grande trabalho que o mesmo faz no Fórum do Kurumin.
Como ele existem vária pessoas pelo Brasil que dedicam boa parte de suas vidas para o crescimento do SL. Acredito que o Augusto pode fornecer estes nomes com mais facilidade para você. Onde você poderá obter "auxílio" para as suas eventuais dúvidas.
Infelizmente algumas pessoas passam para discussões pessoais e fazem outros perderem o seu precioso tempo discutindo futilidades.
Prezado Hermes,
defendi o Staroffice no lugar do Microsoft Office. Como você pode conferir na minha mensagem, falei em software gratuito, nao em livre ou aberto.
Embora nao tenha seu conhecimento técnico, já tive oportunidade de aprender algo sobre o tema entrevistando presidentes e vice internacionais de todas essas companhias, da Carly Fiorina, da HP, ao Craig Barret, da Intel, passando por alguns gurus do software livre.
Nao fosse minha falta de tempo, trataria de entrevistá-lo também, para aprender melhor as diferenças.
Em relação ao FUST, poderia enviar-lhe meus artigos da época, mas a obrigação de você ser bem informado é sua. Portanto se quiser, vá atrás. Poderá confirmar ou, caso contrário, ter uma excelente oportunidade de me desmentir.
Quanto aos demais, muito obrigado pelas informações preciosas que têm passado. Serão muito úteis para aprofundar o debate sobre o tema.
Alguns "gurus" do software livre????? Quem são eles?
Luciano,
a Endeavor é aquela ONG para desenvolver empreendedores, que andou investindo em pequenas empresas de tecnologia?
JCassale,
amanhã levanto o nome com a produção do meu programa. Foi ao ar no ano passado.
Para se exportar software livre, na minha opinião, a forma mais interessante é utilizando a tradicional forma "caixinha + suporte", porém com algumas modificações.
Sabendo que você pode e irá concorrer com o "russo" - que tem o direito de vender o software que você fez - deve-se buscar formar redes de parceiros de vendas, a única forma de permitir vendas internacionais para pequenos desenvolvedores.
Hipoteticamente, imaginem que desenvolvi um interessante sistema de gerenciamento de conteúdo para Web, denomidado PythonBomb (hehe). Está disponibilizado sob a licença GPL, com uma página na sourceforge, inclusive. Como poderia vendê-lo?
A solução mais óbvia, como alguns citaram, está na utilização restrita da *marca* "PythonBomb". Eu poderia lançar um programa de parceria com pequenas empresas no mundo todo (qualquer uma que se interessasse), que venderiam meu produto onde quisessem - pelo preço que quisessem -, sob a forma de caixinhas padronizadas, com manual impresso e suporte por 6 meses inclusos, com selo de "Produto Oficial PythonBomb". A caixinha seria feita pelo parceiro, e o suporte seria nosso, quando possível, feito em inglês - ou por possíveis parceiros de suporte para outras línguas hehe.
Para utilizarem o suporte, os usuários devem se registrar em nosso site, oferecendo a CHAVE disponível na caixa do produto. Minha empresa cobrará, então, da empresa que revendeu o produto, X dólares por cada usuário que se cadastre para utilizar o suporte.
A ampla possibilidade de concorrência permitiria um bom preço final do produto (do ponto de vista do consumidor).
É uma saída um pouco infantil, mas pelo menos é UMA opção. Evita a necessidade de investimentos gigantescos da minha empresa (a confecção dos CD's e distribuição seria responsabilidade dos parceiros) e teríamos uma escala relativamente boa. Isso sem contar que poderíamos estabelecer outros contatos de suporte avulso e de modificações do produto. Na pior das hipóteses, um produto que poderia ser só mais um na Freshmeat gerou alguns reais para mim e alguns dólares de divisas para o Brasil.
Sugestões?
PS: estou pensando em empresas pequenas aqui, e não em "gigantes" como Red Hat, SuSE e Conectiva.
[off-topic]
Luis Nassif,
parabéns ao seu programa na TV cultura.
Aliás, por que saiu do ar o Programa Econômico?
Ae seu Cassio, tudo beleza???
Acho que te conheço da FURB, creio que até fiz alguma disciplina contigo ??
Bem gostaria de expor alguns dos meus pontos de vista, sobre suas questões, mesmo eu não ganhando a vida produzindo e vendendo software ...
Em primeito lugar acho que niguem que defenda o SL(Software Livre) que tenha alguma coerencia pense que SL deva ser solução pra tudo, SP(Software Proprietário) tem seu lugar, mas por outro lado todos achamos que SL tem muito a crescer e muitos campos a conquistar ... baseado nisto e na atual onda de migrações de plataforma proprietárias para SL, tenho certeza que seu produto terá um grande diferencial se ele for multiplataforma, tanto no mercado interno quanto externo..
Quando ao seu produto ser SL, pode trazer alguma vantagem, tanto pra vc quanto pra seus clientes...
Vamos pensar como sendo estratégia de negocio, uma maneria de vencer um grande competidor...
Vc lembra do Fácil, pra que não conhece foi um bom processador de texto criado por uma empresa de mesmo nome daqui de Blumenau, como muitos outros foi esmagado pela concorrencia da MS, imagina então se esta empresa ao inves de ter desistido de seu produto tornase ele SL, o que ela poderia perder, a batalha jah estava perdida mesmo, e poderia ganhar muito sendo SL o Fácil poderia ter se tornado o que o OpenOffice é hoje, a empresa poderia ganhar com o que todos falam que SL permite com suporte, treinamento, venda de caixinhas etc, mas acho que o maior lucro dela seria de markting, hoje seria um empresa conhecida em todo mundo, o que abriria muitas portas para outros produtos da empresa sendo eles SL ou SP.
Vamos fazer outro possivel estudo de caso.. lembro que vc comentou em outra dia aqui, que sua empresa tinha um software tão maduro, que seus clientes não precisavam mais de suporte ou manutenção... e sabemos que isto é que realmente da lucro, imaginamos tambem que o mercado deste software já esteja estagnado, então o que poderia acontecer se tornar ele SL, vc poderia ganhar clientes de seus concorrentes uma "venda" leva outra, mais serviços prestados mais contratos, sua empresa ganharia mais visibilidade, outros poderiam implementar coisas que vc não teria imaginado, ele poderia ser localizado por outros para seus paises, com isso poderia abrir o mercado russo por exemplo para seus produtos, que sabe ter uma parceria com seu amigo russo que portou seu SL, com SP vc precisaria de muito mais estrutura para atingir o mercado russo não acha ??
isto são apenas idéias, nada que disse aqui pode ser verdade ...
Mas se vc qualquer dia quizer ter um papo sobre o assunto em uma mesa de bar, regado a um bom chopps para as ideias fluirem melhor ;-) , tamos ai
Oh Luis Nassif ! Fala pro Herodoto Barbeiro que ele estah pintando cabelo !!! Ele ta usando Grecin2000 ? hehe , Herodoto eh mto show... mas eh fein que doi tb.
Hehe
Luis Nassif escreveu: "O exemplo dado foi claro: como posso competir no mercado russo com um russo que pode baixar os códigos fontes da mesma base e conhece muito mais o mercado russo que eu."
A resposta é relativamente simples.
Se eu desenvolver um software relativamente complexo hoje, eu tenho uma janela de oportunidade de um ou dois anos, até que outras pessoas possam conhecer o código fonte tão bem quanto eu.
Portanto, um estrangeiro pode até ter a vantagem do idioma; mas se ele quiser uma solução rápida e eficaz, ele sem dúvida poderia procurar o autor do software.
Talvez uma pessoa local, nem mesmo especialista em programação, pudesse agenciar os serviços de um programador brasileiro em sua região.
Eu escrevi: "Se eu desenvolver um software relativamente complexo hoje, eu tenho uma janela de oportunidade de um ou dois anos, até que outras pessoas possam conhecer o código fonte tão bem quanto eu."
Vale completar, que quem fica parado é poste.
Neste período de um ou dois anos, o desenvolvedor de software livre tem mais é que continuar desenvolvendo o programa, para tornar-se uma referência no assunto.
Aquela história de escrever o código apenas uma vez, e colher os louros por toda a eternidade, só existe para os fabricantes de software proprietário.
Eu escrevi: "Se eu desenvolver um software relativamente complexo hoje, eu tenho uma janela de oportunidade de um ou dois anos, até que outras pessoas possam conhecer o código fonte tão bem quanto eu."
Vale completar, que quem fica parado é poste.
Neste período de um ou dois anos, o desenvolvedor de software livre tem mais é que continuar desenvolvendo o programa, para manter-se sempre na dianteira, tornando-se uma referência no assunto.
Com isso, é natural que as pessoas irão procurar o autor, ao invés de tentar fazer mudanças radicais por conta própria.
Aquela história de escrever o código apenas uma vez, e colher os louros por toda a eternidade, só existe para os fabricantes de software proprietário.
Desculpe mas eu não consigo entender essa história de SL não seja solução para tudo. Software é software, um conjunto de instruções aceitas por uma máquina. Neste nível não há diferença. A diferença, a meu ver, está na forma de produzí-lo. Um é feito de forma centralizada e escondida para que apenas o comando central possa suportá-lo, amarrando a ele o usuário final. O outro é feito de maneira descentralizada e aberta para que todos possam suportá-lo, deixando o usuário final livre de amarras. Os dois podem ser vendidos ou não. Se estou correto tanto SL como SP servem para tudo.
Nassif
Eu não quero te dar trabalho não. Eu só comentei aquela frase por considerá-la muito imprecisa, principalmente ao usar o termo "gurus". Mas se conseguir os nomes, ótimo.
Me desculpe Luis Nassif, mas o que eu gostaria ter dito era o seguinte:
1.Existe uma grande comunidade disposta a defender o Software Livre.
2. Existem pessoas que contribuem de forma admirável neste movimento (mesmo respondendo a uma dúvida de um iniciante no Linux em um Fórum ou escrevendo um artigo para publicação em um Revista Cientifica). Eu admiro estas pessoas.
3. Não pretendi questionar o seu conhecimento e sim dizer que caso necessite de alguma informação acredito que estas pessoas contribuirão.
4. E por último: infelizmente algumas pessoas criticam neste espaço sem deter qualquer conhecimento ou levam a discussão para a questão pessoal: o que eu queria dizer: Não leve estes questionamentos pessoais a sério. Sugestão: ignore.
Parabéns por se dignar a postar aqui e novamente desculpas se me fiz entender mal.
Prezado Hermes,
a lista tem sido muito proveitosa para estruturar uma discussão que estamos montando no Projeto Brasil e que deverá avançar esta semana, com os elementos que serão passados pelo Sérgio Amadeu.
O Augusto está de parabéns por ter estruturado a lista que tem, no meio, pessoas com informaçoes relevantes sobre o tema.
Sr. Luis Nassif
Acho que entendi agora.
Acredito que a resposta que você me deu foi em relação ao comentário do Luiz Ricardo.
mas tudo bem,o que havia escrito não estava claro mesmo.
Além do sujeito que desenvolveu o software ter a vantagem de conhecê-lho melhor que um pretenso concorrente que usa seu software livre como produto de venda, vale ressaltar mais uma vez que o fato de um produto ser S.L. não significa que "o mundo tem acesso ao código-fonte". Se eu desnvolvo um software livre e vendo o programa para clientes, russos inclusive, então só estes clientes podem me exigir o codigo-fonte e mais ninguém. O que acontece normalmente é que o desenvolvedor deixa seu programa disponivel na Internet, o que dá a qualuer um que faça o download do programa o direito de obter o codigo-fonte também. Assim, não seria qualuer um que teria conhecimento do codigo-fonte, o que reduz um pouco os pretensos concorrentes locais. Eu vejo uma maneira de haver concorrência neste caso. O cliente que comprou o programa, por algum motivo resolve investir no desenvolvimento do programa e passa a contratar profissionais ou uma empresa para tal. Motivo para isso: insatisfação com o suporte oferecido pela empresa desenvolvedora original, etc.
Putz, Hermes,
agora que fui conferir a resposta. Desculpe a grosseria distraída. Você nao tem nada com isso.
Prezados,
Eu estou acompanhando a discussão de longe, portanto peço desculpas pela inevitável repetição do que já foi dito... :-)
IMHO, uma falha na argumentação sobre a viabilidade (ou não) do Software Livre (para exportação ou consumo interno) está no fato de que o S.L. não é produto, mas serviço. Ninguém vai botar um S.L. numa caixinha e vender lá fora pelo mesmo motivo pelo qual não se embrulha carvão, minério de ferro ou DSPs de última geração para presente... :-)
A tendência do Software Livre é de ser uma commodity. Ele, por si só, possui muito pouco valor agregado. Mas notem que, da mesma forma que carvão, minério de ferro e DSPs de última geração, os dividendos que eles trazem para os países exportadores não são desprezíveis. Ao invés de tentar vender S.L., sugiro que se use S.L. para construir produtos e serviços de alto valor agregado, e exportar estes últimos. O lucro será maior.
Sou de opinião de que é um erro imenso (mas não óbvio) achar que o Software Livre vai criar centenas de pequenas Microsoft pelo mundo. O modelo de produção do Software Livre é simplesmente incompatível com o modelo de negócios do qual depende a estratégia de venda de softwares necessária para tanto. Simplesmente não dá.
Vender Software e Software Livre não dois conceitos mútuamente exclusivos.
Isto significa que o Software Livre é um empecilho para a geração de uma indústria de Software voltada para a exportação? Se você quer vender produtos, SIM!!. Mas se você quer vender serviços de maior valor agregado, a coisa muda completamente de figura.
Há inúmeros nichos lucrativos para fornecimento e manutenção de software onde o Software Livre não será a fonte direta de renda, mas sim a infraestrutura básica sem a qual o negócio não anda - ou ainda mais importante, pode ser o diferencial de custo entre o seu serviço/produto e o do seu concorrente!!
Luis Nassif : "Na coluna de hoje narrei uma experiência pessoal com software livre, por exemplo. Alguém poderia ler e sugerir maneiras de terceiros nao serem prejudicados pela falta de controle sobre alguns aplicativos."
Luis, não tenho como ler agora a sua coluna (não sou assinante nem da UOL, nem da Folha), mas acredito que a solução para o problema da falta de controle sobre um software é o mesmo para a solução para o problema do excesso de controle sobre um software : Escolher cuidadosamente o fornecedor do aplicativo.
Deixe-me explicar o motivo: A Zona (nada Franca - pun intended!) que impera hoje no mercado de Software começou na época do Visicalc - o primeiro software cuja licença dizia expressamente que não haviam garantias implícitas ou explícitas sobre o bom funcionamento do produto. Antes disso, o fornecedor de um software podia ser (e era!!) processado por perdas e danos como o fornecedor de qualquer outro produto ou serviço.
Como os caras da Visicorp descobriram que tinha engenheiro usando o Visicalc para fazer cálculos estruturais de pontes e outras coisinhas nada caras ;-) (e lembrando que o Visicalc era feito em Applesoft Basic - que tinha lá seus bugs nas rotinas de ponto flutuante - estamos falando dos tempos de 8 bits, coprocessador matemático era coisa de mainframe!), os caras tentaram se resguardar contra processos que poderiam terminar com indenizações com valores algunas dezenas de vezes maiores que o da própria empresa... Errado mesmo os caras não estavam.
Acontece que... a coisa colou melhor do que os caras esperavam... :-| Hoje, os softwares pifam ou criam problemas de forma absolutamente arbitrária (instala o Windows depois do Linux e vê no que dá) e as pessoas simplesmente acham que é normal... Isto não existe em nenhuma outra indústria na face deste planeta!!! Imagine a GM dizendo : "Garantimos o funcionamento do seu automóvel desde que você não instale acessórios do concorrente..."
Bom, me empolguei... :-)
Como, na prática, não existe garantia nenhuma sobre nada no que se refere à Software, a melhor forma de se proteger de tais ocorrências é fazendo contratos com o fornecedor em que ele garante manter para vc as características desejadas de um produto por um período pré-determinado. Ok, isto é caro. Mas só se o contrato for exclusivo. Quanto mais pessoas toparem assinar este contrato com o fornecedor, mais barato fica.
No fim das contas, eu acho que no futuro a melhor forma de se usar Software (com garantias) é por contrato de adesão. O que vc quer é simplesmente inexequível com Licenças de Software (do jeito que existem hoje).
"Talvez seja o caso de a comunidade reavaliar como encara o software livre e abandonar um pouco o discurso ideológico e se empenhar em atitudes de cunho prático."
Não tenho muito mais a acrescentar, mas o que o Luis Nassif afirmou aqui acima, eu já venho batendo à muito. Desde que essa novela de software livre começou aqui no estado (RS). Fico contente em ver que mais cabeças estão vendo os fatos assim, tanto mais, aquelas que podem formar opinião.
Augusto,
"(...) Não quero entrar no mérito das suas perguntas, já que o seu foco é discuti-las em particular. "
Em nenhum momento falei que quero discutir isso SÓ em particular. Apenas deixei meu email para que caso alguém queira entrar em contato, pode fazê-lo livremente. Sei que muitos tem uma posição semelhante a minha, mas não estão afim de expôr suas opiniões aqui.
"Em primeiro lugar: imagino que você não tenha feito por querer, mas é chato querer desvalorizar a discussão alheia só porque dela participaram pessoas que nem sabiam o que é ERP. "
Dias atrás, o Olavo de Carvalho (em geral não concordo com ele, mas dessa vez concordei) no Fórum da Liberdade em Porto Alegre falou da atual pobreza dos debates. Usando uma pretensa "liberdade de expressão" somos obrigados a ouvir opiniões de pessoas que não pararam 5 segundos para pensar no assunto sobre o qual estão falando. Falo isso porque em outro debate do gênero aqui na Br-Linux, algumas pessoas falaram que "o modelo de software proprietário acabou " , "os empresários vão ter que repensar tudo", "não existirá mais software de código fechado", etc etc.
Ora, com base em que falam isso? Em qual estudo imparcial se basearam para emitir tais opiniões? O exemplo do Linux/MySql/etc não pode ser automaticamente replicado para todos os tipos de softwares. Para se dar opiniões como essa se deve conhecer o mercado de software como um todo, não apenas isoladamente.
Veja, não sou um crítico contumaz do Software Livre. Acredito sim que ele seja um importante meio de inclusão digital(apesar de que existam "inclusoes" mais importantes para serem feitas antes da inclusão digital), facilitando o acesso de todos à informática (principalmente à WEB). O que critico é a pobreza do debate, levando-o a níveis quase religiosos.
Existe uma frase que diz: "As pessoas que querem compartilhar as visões religiosas delas com você quase nunca querem que você compartilhe as suas com elas."
Ora, toda vez que um estudo é pró-SL, todos aplaudem, mas quando alguém ousa contestar alguma coisa, imediatamente se insinua que o mesmo esteja sendo pago pela Microsoft para assim fazê-lo (como até foi feito com o LUIZ NASSIF). Se alguém aqui desvalorizou a discussão alheia, não foi eu o primeiro a fazê-lo.
O exemplo "Dell, a Oracle, a HP, a IBM, a EMC, o Google e a Novell" fica prejudicado pelo fato delas não terem o software livre como sua atividade fim. Usam o SL, mas não ganham dinheiro diretamente com ele. Afinal, ainda não vi o código do Oracle e do DB2 sendo liberado sob licença GPL. Dell e HP usam o SL para prestar serviços e vender equipamentos. Google apenas usa o SL ( e é um ótimo exemplo de uso de SL), mas também não libera ou vende suas ferramentas. Do exemplo acima, apenas a Novell que está mudando sua forma de ganhar dinheiro, mas isso ela já vinha fazendo mesmo antes de abraçar o SL, quando percebeu que o seu Novell Netware vinha perdendo posição no mercado. Mas o próprio CEO da Novell falou que o SL terá que conviver com o SP.
"Neste caso, havendo interesse, talvez possamos ajudá-lo."
Por incrível que pareça não estou defendendo a minha posição particular (e não desenvolvo nenhum dos softwares que citei). Sou do setor de software, a parte que tem o software como atividade fim. Você poderia ajudar dando a todos empresários uma visão de como poderiam gerar receitas (e consequentemente empregos) tendo o SL como atividade fim.
Não sou "apegado" a minha profissao. Se [na hipótese absurda de] o Lula fizesse com o setor de softwares o que fez com os bingos, eu não choraria por mim. Tem muitas outras coisas que posso fazer fora do setor. No entanto levanto essas questões pela paixão que tenho pelo setor. Imaginar que os milhares de analistas de sistemas que se formam todos os anos virarão consultores ou que ganharão dinheiro fazendo customizações para os clientes é, o que volto a dizer, ter uma visão limitada e até antes disso está pecando pelo fato de emitir um juízo de opinião sem o assunto ter se esgotado.
Augusto, espero que você não esteja levando minhas opiniões pelo lado pessoal. Realmente, meu único objetivo é tentar contribuir com o assunto, nem que seja provocando a discussão. Ah! E antes que alguém diga, não estou ganhando nada da Microsoft para fazer isso, hehhehe.
Abraços
Cássio Eskelsen
Cássio:
Como eu disse antes, não tenho intenção de debater o mérito. Espero que surja quem queira fazê-lo com você, porque de fato o assunto é interessante.
Repito que a existência de pessoas debatendo sem preparo não invalida o debate dos que se preparam, e usam o mesmo veículo. Mídias abertas tem que correr o risco de reduzir a relação sinal/ruído para que a presença de sinal suba, e possa ser captada por quem tem possibilidade de filtrar. A alternativa é limitar a postagem de comentários, algo que não gostaria de fazer, e creio que você não esteja advogando.
Para completar, não acho que o exemplo dado tenha valor reduzido - talvez a pergunta é que seja restrita demais. Modelos de negócios válidos e que integram a liberdade de software ocorrem de várias formas, e uma delas é como apoio a outros produtos.
Abraços!
Augusto
Augusto!
Com certeza não quero que se limite a postagem de opiniões. Sou um dos maiores defensores da liberdade de expressão e de outros direitos civis, como a privacidade.
Só o que não acho legal é que alguém diga "vai ser assim/assado" sem ter o conhecimento do todo ou que ainda xinguem quem tenha opiniões contrárias!
Creio que chegaremos a um meio termo com toda essa discussão em torno do SL, pois no final a democracia é isso. Todos perdem um pouco para que a coletividade ganhe.
Um forte abraço
Cássio
Olá Luis Nassif, em parte a comunidade SL(Software Livre) ficou inquieta com seu artigo porque é uma comunidade muito técnica (embora alguns queiram discutir ideologias) e ecletica, aqui estão presentes programadores, professores, administradores, empresarios, advogados,... todos discutindo software livre.
O software livre vem recebendo críticas que são verdadeiras aberrações, por exemplo, criar um SW fechado não difere dum SL na questão técnica, tanto SW fechado como aberto podem ser ruins ou bons. Mas o SW fechado já possui um modelo de negócio pronto, geralmente baseado em caixinhas e o SW aberto não, o SW aberto é hoje, como eram os navegadores quando descobriram o além-mar, tinham todo o receio de demonios, pragas, as doencas de índio,...
Igualmente hoje as pessoas tem medo de discutir o SW porque ele tem o poder de acabar com o modelo de negocio que já existe, mas isso não é verdade, software "bom" que ajude nas tarefas que se dispoe e reduza custos qualquer empresa estará disposto a pagar, seja ele livre ou não.
Abraços e meus parabens por ter aparecido na lista.
PS-- Com os passos largos com que a comunidade livre anda, daqui um tempo voce troca o Share Point e talvez troque o Internet Explorer pelo Mozilla (www.mozilla.org.br). :-)
Andei observando grande parte dos comentários e vi que quase ninguém deu atenção para as palavras do nosso amigo De Lucca.
Eu penso mais ou menos como ele, a idéia de Software Livre não é gerar riqueza, não é de gerar monopólio e nem tornar o GNU\Linux o sistema operacional do futuro. A verdadeira idéia dos "gurus" do SL não é essa que nós estamos tratando aqui. Pelo menos pelo que li e entendi da GNU o objetivo claro no mundo do Software Livre é compartilhar !!! E foi bem o que o De Lucca disse, a grande maioria quer distorcer essas idéias porque elas vão contra o "sistema".
Querendo ou não, muita gente que usa SL em geral é sim simpatizante do comunismo, socialismo , é meio revolucionário, é inconformado com o mundo em que vivemos... é lógico que isso é absurdo pra grande maioria daqui porque todos sabem que não se vive sem dinheiro hoje em dia, e que ninguém vai largar seu emprego pra viver colaborando com os outros. Mas não adianta tentar separar ideologia e o software livre, ele por si só já "nasceu" pra mudar alguma coisa, e agora cabe a nós decidirmos o que ele vai mudar.
André Michi
Obs: Parabéns Luis Nassif, por ter coragem de "aparecer" publicamente e vir expor suas dúvidas e opiniões sobre SL.
Sou apenas um usuário final do SL, mas penso o seguinte: que preço eu pagaria hoje por um Sistema Operacional Windows 98 (ou mesmo um Windows 2000) se não fosse a "novela" do software livre? Se não fosse esta "novela" do SL também não conseguiríamos "drivers" para "hardwares" tipo "scanners"... E do ponto de vista econômico, o lucro dos fabricantes de hardwares seria o mesmo, independentemente se este "scanner", por exemplo, fosse trabalhar sob Windows 98 ou Linux Mandrake. Mas os usuários de scanners custaram a se libertar da Microsoft... E isto não é questão ideológica, é reserva de mercado cativo mesmo.
E penso que o SL, independentemente de ser lucrativo via exportação, ele deve ser pensado como economia via "importação"... Principalmente na administração pública, por que se pagar um absurdo em licensa de software importado se podemos utilizar os processadores de textos, planilhas eletrônicas, etc., a preços bem menores e gratuítos? Se não fosse a "novela" do SL, eu teria ainda que pagar para poder fazer meu "Imposto de Renda" ou mesmo, colocar ou atualizar meu Currículun Vitae na "Plataforma Lattes"... Independentemente de ser questões ideológicas ou não, são questões práticas que afligem todos os usuários finais... com pouco poder aquisitivo...
Estamos todos mais calmos agora... que bom!
Exemplos práticos que relaciono para exemplificar modelos de negócios com software livre:
a) Postgresql - É um dos melhores bancos de dados livres e sem custo. Pode ser baixado da rede, porém a http://www.dbexperts.com.br/ ganha dinheiro com um pacote 'nacional' dele, vendido para quem não sabe escovar bytes. Se a organização que o mantém ganha alguma coisa? Deve ganhar, tanto que na sua página mantém link para o site nacional.
b) Compiere: Software de ERP (em java, roda em qualquer plataforma) que pode ser baixado da rede para ser utilizado para conexão com o Oracle. Há, todavia o http://www.compiere.com.br/ que o preparou para conectar com o Postgresql, bem como mantém parcerias estaduais para a sua instalação/manutenção... Também a compiere 'internacional' ganha com isto, visto que mantém parceria com as empresas nacionais.
Resumo: Se EU tivesse competência, possivelmente baixaria estes pacotes e somente com o custo de minha equipe instalaria a solução em uma empresa, porém como não sou da área, provalmente irei comprar a caixinha da Dbexperts + consultoria das parcerias da Compiere. Acredito que isto se aplica também a outros EU's espalhados pelo globo.
Ao jcassale, é obvio que software é software não importando se é SL ou SP, tecnicamente eu posso desenvolver em qualquer modelo pra qualquer coisa, a questão aqui é se isso é viavel, se um empresa pode sobreviver desenvolvendo SL, isso que quero dizer que SL não serve pra tudo, vc acham que uma empresa de Jogos pode sobreviver de SL ?? talvez em jogos on-line a empresa poderia distribuir seu jogo e cobrar pelas contas no servidor, mas caso contrario seria dificil ela sobreviver de suporte não ?? mas por outro lado creio que muitas empresas podem se beneficiar usando SL como jah exemplifiquei em post anteriores...
Gostei do comentario do xcorp, deu exemplo que gostaria de dar, a dbexpert que mostra que agregar valor a um SL e vender em caixinha tambem funciona, e compiere que mostra que varias empresas podem montar parcerias e todos saem ganhando em torno de um produto SL, e outro exemplo que gostaria de citar é do Ximian Evolution que é SL mas o Ximian Connector que permite conectar em um servidor Enchage não é, então ele lançam um produto SL de uso geral que atrae muitos usuarios pro seu sistema, mas vende um plugin de interesse para um publico especifico que é o mercado corporativo.
Ah um outro exemplo é o samba que e outros projetos que recebem grandes investimentos por ser um projeto de grande interesse para alguns grupos, outro modelo que ja foi citado é modelo do Mandrake que oferece beneficios a club de assinantes...
O que queria mostrar é que muitos são os modelos para usar SL, acho que cada empresa tem que procurar a sua dependendo do seu produto e do seu mercado.
E claro que SL tem seu papel social o que ele já esta comprindo, e pode fazer muito mais só depende da vontade politica, também não sou nenhum simpatizante do capitalismo, mas esse é o mundo que vivemos temos que nos adaptar para sobreviver e lutar para mudar as coisas mas sem ilusões.
Escrevi (sem querer) uma asneira num post anterior. A correção é a que segue:
"Vender Software e Software Livre SÃO dois conceitos mútuamente exclusivos."
Putz, os typos são uma maldição cósmica que assola meus teclados... :-P
Aqui vai um trecho do novo artigo do Luis Nassif:
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"Tempos atrás descobri um software livre de trabalho colaborativo, com boas funcionalidades. Os autores -norte-americanos- permitem que qualquer desenvolvedor baixe o software, pronto para funcionar, com o compromisso de divulgá-lo e de entregar à comunidade as implementações efetuadas.
A comunidade em questão é boa, pessoal de primeira, talentosos, porém poetas e poucos. Tanto que a empresa desses técnicos fechou e foi absorvida por uma empresa maior. Acertei com esta empresa um acordo de permuta para desenvolvimento de um portal. Foi baixado o software, e o site colocado no ar com as funcionalidades nativas do sistema. Poucas semanas depois, os desenvolvedores do sistema desistiriam ou se desentenderam com o empresário.
Com o desenvolvimento parado, pedi que a empresa me passasse o controle do site, para que pudesse ir atrás de outro desenvolvedor. O empresário se recusou. Se quisesse abrir mão da parceria, teria de pagar pelo desenvolvimento. Me mandou um orçamento com valores inflacionados e o descritivo do trabalho efetuado: 90% correspondentes a funcionalidades nativas da versão que baixara da Internet. Por sorte um dos membros da comunidade indicou um desenvolvedor de fora de São Paulo, que rapidamente desenvolveu um novo site.
Essa experiência trouxe lições importantes na hora de discutir o futuro do software livre. Qualquer política de desenvolvimento do software livre tem de contemplar pesadamente a formação de desenvolvedores. A desvantagem da Microsoft é deixar o cliente à mercê dela. A vantagem é não deixar o cliente à mercê do desenvolvedor."
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Vou interromper o copy & paste, pois *preciso* fazer um comentário.
Parece que você (Luis Nassif) teve uma má experiência com um fornecedor que utilizava softwares livres. Talvez tenha sido sua primeira experiência, aquela que, dizem, tem o impacto mais importante.
Vamos deixar isto bem claro: existem empresas picaretas vendendo soluções que rodam em cima de softwares livres E/OU proprietários. Assim como acontece na política, a honestidade não é monopólio de ninguém.
Se você tivesse optado por uma solução baseada em Windows/IIS/SQLServer/SharedPoint ou whatever, você *também* estaria a mercê do desenvolvedor -- aquele que implementaria o software para você.
A diferença é que neste caso você *também* estaria a mercê da Microsoft.
Portanto, você só teria um elo *a mais* na sua cadeia de dependências. (Será que este termo existe na literatura sobre negócios? Observe que estou falando de algo diferente de "cadeia produtiva"!)
A questão fundamental é procurar um bom fornecedor, e isto você tem que fazer tanto do lado de lá, quanto do lado de cá.
A mim não parece que o modelo de negocio baseado em software proprietário tenha se esgotado, mas acho também irreversível a exigência de repensar o modelo como um todo. Tão pouco vislumbro a possibilidade de a curto, médio ou longo prazo software proprietário e livre deixarem de conviver na mais imperfeita desarmonia. Enquanto houver gente a procura de uma solução informática para alcançar seus objetivos e insuficiência de oferta para atacar o problema, existirá espaço para o modelo de comércio que se estabeleceu na indústria de software nas últimas décadas.
O que acredito ser improvável acontecer, será o surgimento de outra companhia, que nos mesmos moldes atuais, substitua o monopólio da MS por mais candidatos a Bill Gates que se possa ter. Improvável ao quadrado se me disserem que esta empresa nascerá aqui no Brasil e através das exportações alavancará o PIB nacional a níveis que servirão de prova da tão falada benção divina a esta Terra. Jogando as mesmas regras, resta à pequena empresa de mentes talentosas que ameaça, ser incorporada ou boicotada pelo monopólio.
Por outro lado, não há dúvidas que há margem para o crescimento nas exportações de software, provavelmente software proprietário e que possivelmente correrá em linux. Independente do peso que tenha nas exportações ou no mercado interno, se estamos falando de software proprietário, acredito que a tendência é este sim estar restrito a nichos de mercado no médio/longo prazo. Dificilmente o mundo compre o Janelas-BR XP ou o Oráculo Baiano PRO, mas as perspectivas são boas para um bom software de OCR, reconhecimento de voz, auxílio ao diagnóstico médico, etc. Diga-se de passagem, possibilidades muito mais acessíveis.
E não pense que há por aí alguma revolução socialista a volta do software. O que há é o livre mercado no seu melhor interagindo na tentativa de restabelecer o equilibro no mundo dos negócios. As empresas não estão satisfeitas por ter que pagar licenças pelo SO das 14.000 estações de trabalho a cada atualização. Além disso, o SO não faz nada por si só e ter que pagar pelo Office, pelas licenças de acesso à BD, pelo anti-vírus e por tudo mais, também não tem a menor graça. Pior quando se descobre que o alternativa mais em conta do concorrente apresenta sérios problemas de incompatibilidade e você está preso a um único fornecedor. Por outro lado, o sonho de qualquer profissional de TI sempre foi ter a liberdade de poder estudar, melhorar e adaptar qualquer software as suas necessidades sem ter que pagar uma fortuna a mais por isso. Por motivos diferentes e mesmo que um não entenda o outro acabamos todos por querer a mesma coisa.
Tudo isso para dizer que se você é proprietário de uma software house e está preocupado com o seu modelo de negócio, o melhor é avaliar bem o que querem os seus clientes. Será que eles não se preocupam com o custo e querem mesmo é o produto final (caixinha) e mais nada? Talvez você tenha razão para estar preocupado. Talvez esteja por nascer aquele software livre contra o qual não há como concorrer e não importa se o autor é um estudante financiado pelo pai, um professor de universidade, um funcionário público ou da iniciativa privada dispondo do seu tempo livre. Se houver interesse e uma comunidade disposta a dar continuidade ao projeto o melhor é que o autor original seja você e que tenha encontrado uma nova maneira de agregar valor ao seu produto.
Mas não se preocupe. Sou otimista demais.
Aceitei o convite público do Nassif e me cadastrei no www.projetobr.com.br.
Achei lá esta monografia de MBI ano/2002 de Nelson Corrêa de Toledo Ferraz, que traz exemplos muitos ricos sobre o tema do estudo: Vantagens Estratégicas do Software Livre para Ambiente Corporativo.
Recomendo a leitura; particularmente gostei muito, respondendo a muitas inagações aqui levantadas e que no íntimo também as alimentava.
http://www.projetobr.com.br/competitividade/tecnologia/software/vantagens-sl.pdf
Obrigado Luis Nassif!!.. vejo que é uma pessoa de mente aberta..
Valeu..
1 - Responsabilidade pelo Software
Uma grande vantagem do software livre sobre o software comercial é a disponibilidade perene do código fonte dos programas.
Numa situação extremamente hipotética, se a Microsoft fechasse as portas amanhã e ninguém se interessasse em comprar o Word, digamos, da massa falida, ninguém teria acesso a novas versões do Word. Com o OpenOffice o código estará sempre disponível basta alguém capaz de melhorá-lo se interessar e o software poderá progredir novamente. E essas novas melhorias estarão sempre disponíveis.
Grandes softwares livres como o Linux, Apache, Mozilla e OpenOffice tem por trás uma estrutura bastante sólida para dar continuidade aos produtos. Desenvolveres entram e saem do processo sem afetar o desenvolvimento. Apache, Mozilla e OpenOffice tem fundações por trás de suas operações.
2 - Exportação
Quando se fala em modelo de negócios para software livre, tem se ter em mente serviços e não produtos acabados a serem comercializados.
Hoje o software está cada vez mais se tornando uma commodity. O conceito de fábrica de software é cada vez mais implantado pelas software houses.
O cliente contrata o desenvolvimento de uma aplicação e a fabrica de software vai entregar a esse cliente o software pronto, junto com a análise, documentação e o CÓDIGO FONTE. A manutenção pode ficar por conta do cliente ou da mesma fábrica de software que o produziu.
Quando se fala que a Índia exporta bilhões de dólares em software, está se falando em software específico, feito sob encomenda, seguindo o conceito de fábrica de software. A Índia vende homens-horas qualificadas e baratas para projetos de software. A Índia é uma grande fábrica de software.
Mostre-me um grande título de software feito na Índia? Um aplicativo de renome? Não existe.
3 - Direitos autorais e branding.
Se você cria um software, um editor de textos, o chama de Nassif Writer, registra a marca Nassif Writer, LICENCIA o seu software sobre a licença GPL.
O direito autoral sobre o código fonte é seu. E a marca é sua.
Se o seu Nassif Writer se torna um sucesso mundial e os russos se interessam por ele. Só você poderá negociá-lo sobre a marca "Nassif Writer" no mercado russo.
A Nassif software estará sempre associada ao Nassif Writer. Vai vender contratos de manutenção, suporte e documentação.
Se algum russo baixar o código-fonte do Nassif Writer e quiser
negociá-lo, terá mudar o nome do produto, pois Nassif Writer será marca registrada da Nassif software.
Enquanto isto, eh bom lembrar que vamos criando/desenvolvendo tecnologias e metodos capazes de gerar bons produtos e servicos perfeitamente capazes de serem usados pelo mercado interno e para exportação.
alguns exemplos de empresas/produtos:
- Conectiva (www.conectiva.com.br)
- Neolinux (http://www.console.com.br/centro.htm)
- BRmultiaccess (http://www.brasil-info.com.br)
- Gateway de Comunicações (http://www.gatewaydecomunicacoes.com.br/)
- solis (http://www.solis.coop.br/)
- Direto (http://www.procergs.com.br/index.html)
- Kurumin/kalango,etc (http://www.kurumin.org / http://www.kalango.org )
- DefinityLinux (http://www.definitylinux.com.br/)
- s i s t e m a o p e r a c i o n a l m a g n u x l i n u x (http://www.magnux.org/)
- samabsd (http://www.samabsd.com.br/ )
- Insigne (http://www.insignesoftware.com/)
- soluçoes IBM (http://www-306.ibm.com/e-business/br/linux/services/index.shtml)
- clusters avancados: InfoCluster (http://www.itautec.com.br/info_areas.aspx?id=12#)
- Cyclades (http://www.cyclades.com.br/)
- http://www.tdibrasil.com.br/
- Lin2Win ( http://www.brasil-info.com.br/)
- etc
ou seja tem uma gama enorme de produtos...
alem de várias empresas que vao se especializando em prestacao de servicos em determinado software, atraves de parceria, etc:
- inso ( http://www.inso.com.br/ ): flagship
- serpro (www.serpro.gov.br)
- EAC software (http://eacnet.com.br/ )
- mysqlbr (http://www.mysqlbrasil.com.br/)
- Banco de dados PostGreSQL ( http://www.dbexperts.com.br/ )
- Chilli CMS ( http://www.base64.com.br/)
- nukebrasil (www.phpnuke.org.br
- etc
e nao podemos esquecer que muitas empresas e profissionais preferem seguir o filao dos servicos, seja implemando servidores das mais diversas funçoes, seja adaptando solucoes particularizadas; para nao falam em programacao web( php+mysql/python+zope), portais cms e hostings...
e sem contar as muitas empresas de treinamentos espalhadas pelo pais, ministrando cursos nos mais diversos niveis, alem de certificações.
disto tudo, podemos considerar que o software livre gera bons produtos e servicos e sim, eles agregam valor, produzem dividendos, melhora a qualificacao dos técnicos/engenheiros envolvidos e contribui para trazer as pequenas empresas fornecedoras de solucoes para longe da pirataria que ate pouco grassava nosso pais.
OBS: este texto sem acentos! o mais eh erro de digitacao!
t+
Clovis Sena
Fred Silva escreveu:
"Quando se fala que a Índia exporta bilhões de dólares em software, está se falando em software específico, feito sob encomenda, seguindo o conceito de fábrica de software. A Índia vende homens-horas qualificadas e baratas para projetos de software. A Índia é uma grande fábrica de software.
Mostre-me um grande título de software feito na Índia? Um aplicativo de renome? Não existe."
Muito bem colocado, Fred!
O mundo passou da era dos softwares vendidos como se fossem produtos, e passou para uma nova era, onde o software é serviço.
A boa notícia é que o Brasil tem tudo para exportar serviços.
Por que um americano pagaria US$ 10 mil para um compatriota se eles podem pagar R$ 10 mil para um brasileiro e obter o mesmo resultado?
Não é à toa que os trabalhadores de TI norte-americanos andam preocupadíssimos. Procure os termos "off-shore" e "outsourcing" no Slashdot e você vai ter uma idéia do que eles andam falando:
http://www.google.com/search?q=off+shore+site%3Aslashdot.org
http://www.google.com/search?q=outsourcing+site%3Aslashdot.org
Apenas reforçando o comentário de André Michi: os posts do De Lucca estão *excelentes*.
Valeria a pena juntá-los num único texto, trabalhá-lo e submetê-lo como um artigo, com méritos próprios.
Luis Nassif:
Primeiro: legal você vir debater conosco essa questão. Isso demonstra um respeito que não estamos acostumados pela mídia. Desculpa uma ou outra grosseria que se cometa, mas esse é um espaço livre, boas coisas surgem, bem como muita coisa dispansável também.
Segundo: como economista, eu sou um administrador de redes apenas esforçado, querendo ser melhor um pouquinho. De forma que se eu falar besteira, releve por favor.
Eu concordo em parte com o que Pink colocou: não vão surgir um monte de Microsofts do mundo do Software Livre. O que vai surgir é muita empresa pequena, muitas delas parecidas com ONG's em seu funcionamento, e seu faturamento será bem pulverizado... A idéia do software livre não é o de produzir uma turma de ricaços ou a maior fortuna do planeta, mas a de gerar um modo de vida confortável para todos os que vivem dela, milhares de pessoas, talvez uns milhões no mundo todo. O livro "A Ética Hacker" de Pekka Himmanen fala bem sobre isso.
Melhor do que gerar uma única empresa com alguns milhares de pessoas no mundo, apenas algumas centenas realmente programando, e faturando mais que toda a concorrência junta. Aí o sistema fica viciado.
Eu vou dizer uma coisa que muita gente vai jogar pedra em mim (se quiserem me ofender, por favor usem minha caixa postal pessoal para evitar fazermos mais uma flame war aqui...): nem todo o software deve ser livre. Software que sejam básicos para uso do computador: sistema operacional, compilador, bibliotecas básicas, software de produtividade individual (Suite Office, E-mail, Navegador de Internet), ou softwares que gerem informções que devem ser de domínio público como softwares de mapeamento genético, em suma softwares de interesse geral, devem ser livres.
Softwares que sejam de interesse muito particular, como os usados na prospecção de petróleo, simuladores de tendência de mercado, ERP, e outros bichos de interesse bem particular, que dêem algum tipo de vantagem competitiva para as empresas que o usam, pode ser proprietário. Se vocêr analisar bem, a GPL mesmo define esses limites ao dizer que as alterações feitas no software só precisam ser abertas se você quiser distribuir o software modificado. Para consumo interno o software pode ser alterado e as alterações serem mantidas em segredo. Isso é permitido até por que não existe como fiscalizar esse uso.
Sobre a questão do comércio externo: o modelo proposto pelo software livre realmente não pode ser aplicado como você disse. Mas para usar seu exemplo mesmo, para o russo não interessa apenas baixar seu software implementar ele a seco. O cara vai precisar mudar esse software, vai precisar interagir com o brasileiro que mantém o software. Aí ele vai se dedicar a implantar esse software na rússia, mercado que ele conhece, e vai querer garantir o desenvolvedor brasileiro mantenha esse projeto (se não, ele mesmo vai ter que manter, aí não vai sobrar tempo para explorar o mercado...), e vai começar a colaborar com o desenvolvedor, em dinheiro, equipamento ou mão de obra...
A Apache Foundation funciona assim. Aliás os caras tiveram tanta contribuição que começaram a devolver dinheiro e investir em outros projetos correlatos.
Software de gestão empresarial podem ou não ser livres, isso depende muito mais da vontade do comprador querer manter uma equipe de profissionais que possa fazer algo comesses fontes. Mas para usar esse software na sua empresa ele sempre vai precisar de alguém para adecuar o produto àquela empresa. E aí o desenvolvedor vai ganhar mesmo é no serviço de implantação.
Softwares com alto valor agregado (front-end gráfico que gerencie de forma segura vários firewalls, banco de dados com replicação automática, sofware de backup automático...) também podem ou não ser livre, por que geralmente o usuário mesmo que mantenha uma equipe de alto nível vai querer alguém que tenha profunda experitise no produto para dar suporte no caso de achar algum tipo de falha grave. E mais uma vez, se ganha mais é no serviço.
Abraços, Artur.
Prezados,
a soma de informações da lista está ótima. Será de muita utilidade para formar minha opiniao e dar visibilidade ao tema no Projeto Brasil.
Alguém falou aí que vou trocar o Sharepoint em breve. Já troquei. O Projeto Brasil foi desenvolvido em software aberto, o Plone (Zope). E o tratamento de banco de dados da Dinheiro Vivo pela Totaldata.
Minha intenção, tanto no site quanto na TV é dar visibilidade, montar um catálogo de softwares desenvolvidos no país.
Já vi uma boa relação de sites, aí, mas nao terei gente para ir atrás de todos e saber qual é o produto. Por isso, quem quiser descrever seu produto e respectivo site, é só enviar para o Projeto Brasil. Em breve vamos abrir uma área só para isso.
Abraços a todos
Alguém escreveu que "a idéia de Software Livre não é gerar riqueza, não é de gerar monopólio e nem tornar o GNU Linux o sistema operacional do futuro. A verdadeira idéia dos "gurus" do SL não é essa que nós estamos tratando aqui. Pelo menos pelo que li e entendi da GNU o objetivo claro no mundo do Software Livre é compartilhar"
Não, não podemos dizer que compartilhar é o objetivo. Na verdade, compartilhar é a grande sacada!
É por esta razão que o modelo livre consegue criar produtos melhores e mais seguros que o modelo "dividir-e-conquistar".
Não confunda os fins com os meios.
talvez fose interessante montar um catalogo de produtos/solucoes/fornecedores...
Bom, a minha intenção aqui não é de gerar mais discussão, é apenas de elogiar os envolvidos. É certo que a discussão se iniciou através de uma opinião e esta opinião vem gerando idéias e soluções, por isso que o SL existe. É discutindo, tirando diferenças e mostrando potenciais que o SL poderá atingir um nível maior de aceitabilidade, seja por técnicos no assunto ou então por aqueles que buscam informações à respeito.
Por falar em ideologia
OLha alguem já ouviu falar do Richard Stallman ??
"A comunidade em questão é boa, pessoal de primeira, talentosos, porém poetas e poucos.Luis nassif "
Bom aqui está uma dessas "sutilezas" que é a base perversa do pensamento desses "sabios economistas",para eles tudo que foge a uma regra do mercado é poesia...como se grande empresas não fossem a falência ...como se a economia fosse um ciência exata...ao contrario evidentemente da POesia,então o que fazer com figuras como Richard Stallman ? --> Mitifica-los parece ingenuo Não ?? e é em breve o foco da discussão será outro aindA não notei ,,as citaçõs percentuais tão comuns,,,ao ECONOMES ;;E SR Luis nassif ...sinto informa-lo Mais como poeta eu tambem não entendo seu CÓDIGO fonte ;;pra mim UM poeta leigo nesse emaranhados...legislativos..na minha modesta opinião sinto o seguinte ,,,,O mercado quer apenas controlar o Software livre como ainda Não "controla" senhores como o senhor LUis nassif ..tentam de algum modo 'NOs" esclarecer sobre aquilo que nós mesmo somos Interessante isso;;;
Luiz Carlos,
continuo nao entendeo seu código fonte. Mesmo assim acho que o fato de nao saber escrever (e nem me refiro ao português, mas à capacidade de expor as idéias com clareza, coisa, aliás, que os poetas verdadeiros conseguem fazer) nao o desqualifica para o debate. Assim como o fato de eu nao conhecer código Linux nao me desqualifica. O importante é saber raciocinar. E a escrita é a tradução do raciocínio, se é que me entende.
É importante entrar em listas como essas para perceber que pessoas como o senhor sao barulhentas, mas nao sao a parte séria do software livre. Essa constatação aumenta a credibilidade do movimento.
Bom a regra se aplica ao senhor já que o senhor tambem não sabe tocar ou toca muito mal...mesmo assim isso não o desqualifica para falar sobre música correto;;;?? Talvez essa seja a questão existem Muitas pessoas alem da area TECNICA trabalhando e ajudando a deselvonver o software Livre é isso que "incomoda"sujeitos como o senhor que quando contrariados costumam desqualificar o pensamento alheio Não é verdade |?/
enfim o STF supendeu a prorização do softare livre no Rio grande do sul http://info.abril.uol.com.br/aberto/infonews/042004/16042004-2.shl
é isso que interessa de fato no debate...
abraço a todos..e desculpem a grosseria mais a Nossa estela maior resolveu me desqualificar do debate,,,
abraços
Veja bem meu Caro Luis nassif.. esse privilegio de não saber desenvolver um raciocionio logico não é um privelegio meu Não ...pelo jeito tem gente por ai que tambem nõa entende seu CÓDIGO FONTE "ah é gente qualificada e sabe do que fala.,talvez o senhor se recorde de alguns "errinhos no seu código fonte" isso aqui é pra o pessoal que aidna anda deslumbrado com O senhor..eu de minha parte o tenho com apenas mais um curioso dessa area nebulosa "chamada jornalismo do Brasil "
http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos/fd220720033.htm
Luiz Carlos,
não sou "estrela maior" nem tenho por hábito destratar ninguém. a não ser pessoas que tentam se valer do sentimento de grupo e do anonimato para demonstrar valentia.
Para mim esse tipo de comportamento é execrável tanto em jogo de futebol quanto em lista de discussão. Se você é uma espécie de "Camisa 12" da lista, desses que se sentem fortalecidos pelo sentimento de grupo para mostrar valentia e grosseria para que chegam de fora, problema seu.
Aqui nao tem "estrela" nem "cretino". Foi você quem foi grosseiro. Agora aguente o tranco aí sem dar de coitadinho.
Vou encerrando por aqui minha participação na lista, salientando que foi muito útil, inclusive para perceber que certo tipo de comportamento não é da comunidade de software livre, mas de "sapos" de baixo nível, que acabam fazendo mais barulho do que os técnicos.
O próprio amadurecimento do movimento se encarregará de separa o joio do trigo.
Obrigado a todos que me passaram informações, assim como os membros da lista que me visitaram esta semana com informaçoes preciosas.
Sou advogado e tenho estudado o assunto SL há algum tempo, acompanhando de perto a sua evolução além-mar, mas não quero desviar para aspectos legais ligados a modelos de negócio, patentes ou dieitos autorais.
Realmente, fora os excessos, o jornalista teve aqui muito subsídio para futuras matérias, mas ninguém tocou em um exemplo que considero fundamental para que possa situar bem a importância da discussão em torno do assunto: as eleições brasileiras são computadas por software proprietário.
É um mero exemplo de utilização possível do software livre em substituição ao proprietário, mas que ilustra muito bem a importância do tema, para além de aspectos puramente técnicos.
Sem dúvida, há que se elogiar a iniciativa do jornalista de expor-se à execração da comunidade para colher opiniões, mas teria sido melhor fazê-lo antes de publicar o texto que iniciou a discussão.
Acredito que, hoje, de posse das muitas informações que lhe foram passadas pelos participantes, não teria escrito o artigo do mesmo jeito.
Com certeza, compreendeu a importância do tema e terá mais cuidado daqui por diante.
Como jornalista de peso, espero que continue a fomentar o debate.
Roberto,
colhi os comentários e esclarecimentos em algumas áreas. Mas pontos essenciais do meu artigo continuam mantidos, inclusive a falta de um modelo adequado para exportaçao de sistemas desenvolvidos em software aberto. E a questão de nao se voltar às costas para o grande mercado de produtos na plataforma Windows.
Nassif,
Eu concordo que o Brasil não deve descartar completamente a produção de software comercial para a plataforma Windows, até porque ela ainda é dominante no mundo. Mas isso pode ser feito de forma inteligente, através de linguagens e bibliotecas multiplataforma, coisa que não costuma ser feita de forma generalizada em nenhum lugar do mundo.
É aí que o software livre pode entrar como fonte valiosa, pois a grande maioria dos projetos de software livre são agnósticos quanto à plataforma. Um sistema feito em PHP, por exemplo, pode ser usado em um sistema Windows por exemplo.
O que, na minha opinião, o Brasil tem que fugir é da tentação de ser algo como a Índia, que fornece somente mão-de-obra barata para trabalhar em trechos de código de programas comerciais idealizados por empresas americanas (com algumas exceções obviamente). O Brasil também deve fugir das ofertas de ser um centro de excelência em tecnologias proprietárias como .Net e etc.
Quer um exemplo de criatividade brasileira em que foram usados softwares livres ? Veja
http://www.linuxdevices.com/articles/AT6774299647.html
É o projeto de uma pequena empresa incubada dentro da UFRJ.
Parece simples, mas não havia sido feito por ninguém antes ? Por que ? O Brasil já está se tornando um centro de referência mundial em software livre e isso deve ser usado a nosso favor.
O que nos rendeu até agora a submissão às empresas de software americanas ? Nada, apenas o título de um dos países com o maior índice de pirataria do mundo, justamente porque não temos renda para pagar os altos custos do software proprietário, e um nível de exportação de softwares praticamente nulo.
Prezado Manoel,
me mostraram o processo de controle do desenvolvimento do Linux. Nao fiquei mais com dúvidas de que esse sistema de trabalho em rede, modularizado, é uma revoluçao irreversível. Coloquei as impressoes em coluna recente minha, e acho que poderá ser uma revoluçao no Brasil.
Atenção Nassif:
Não existe a chamada "falta de um modelo adequado para exportaçao de sistemas desenvolvidos em software aberto".
Preocupa-te angariar divisas para o país ?
Esse é um problema menor ou não é um problema do software de código aberto.
Quanto à "questão de nao se voltar às costas para o grande mercado de produtos na plataforma Windows", também não existe: o software de código aberto tem sido maciçamente oferecido multiplataforma.
Por favor, continue postando suas dúvidas: não temos assessoria de imprensa.
Interessante a discussão... Mas como outros creio que o objeto da discussão do SW livre não seja a exportação para a Russia e geração de divisas fortes para o Brasil. Não enviar 1 bilhao em royalties pra fora paga qualquer iniciativa governamental.
Pensar em exportar assim é pensar em colocar um modelo de negócios errado num legitimo movimento socio economico decorrente das inovações tecnologicas que a Web trouxe nos anos 80-90.
Aspecto economico
O SW livre é um movimento de mercado em reação a distorção criada por poucos players de tamanho excessivo no mercado de informatica. Mercados gostam de concorrencia e de disputa de preços e odeiam concentração e manipulação.
É uma resposta NATURAL (i.e. não regulamentada ou reprezada) das forças economicas sobre o mercado de informática. Este mercado de software livre existe por que o modelo proprietario não mais atende as necessidades (preço + qualidade) de empresas e usuários. Atendeu até pouco tempos mas agora não atende mais. É importante lembrar que mercados vivem de expectativas. No caso, a expectativa do mercado é ter softwares ou custos de informatica mais baratos em 2004.
O mercado tem a percepção de que o VALOR ECONOMICO do software proprietario não compensa o VALOR FINANCEIRO imposto. MERCADOS SÂO DINÂMICOS, todo mundo sabe, e com forte dose de irracionalidade e emotividade.
O mesmo drive incentiva a industria da pirataria: A certeza de que o valor financeiro da mercadoria esta acima do valor economico do bem produzido para um dado mercado. O pirata ajusta o valor financeiro à demanda do mercado. Ele vence por que tem custos de produção baixissimos mas não fara qualquer lucro pirateando sw livre.
O SW livre é o vetor poderoso de ESVAZIAMENTO do MERCADO de SOFTWARE, entendido como caixinha de balcao ou licença de uso. Ele chegou para ajustar a bolha de dinheiro que esta sendo gerada pela excessiva concentração do mercado em poucas empresas. Este modelo de comercialização não permite criar um novo Bill Gates versão software livre. Não há como pois o conceito de SW livre impede a concentração de poder. Como? por que o poder nos mercados é a informação/conhecimento e o SL tem o paradigma de não esconder o conhecimento/informação.
Os Softwares em geral se segmentam num leque cujo extremos ficam entre comodities (Windows, Office, etc...) e "taylor made", i.e. desevolvimento sob medida. Em outras palavras, os software são tais que podem necessitar serviços agregados ou não.
Comodities são softwares que não precisam de serviços. Estes não darão dinheiro em SL, pelo menos diretamente. O SERVIÇO ASSOCIADO TENDE A SER DE BAIXO VALOR AGREGADO e não se ganha com licenciamento.
No meio do caminho voce pode ter softwares que necessitam de serviços especializados, por exemplo SAP, PeopleSoft e sw empresariais. Aqui há como prover um serviço de valor agregado sobre o código. A importancia de se haver o código fonte é relativa já que no custo total, o serviço é a parte mais cara.
Ai tanto faz se o código é livre ou não. Um SW empresarial livre exigira do prestador de serviço um grande esforço de aquisição do conhecimento do software, e a janela de oportunidqade de serviço só estará aberta àqueles que investirem no software para se manter na dianteira dos outros. "mesmo que eu publique meu código, poucos saberão implementá-lo e ai fica minha vantagem".
Aspecto Editorial.
Pouca gente percebe que o SW livre tem muito a ver com o mercado editorial. No fundo está se publicando conhecimento e tecnologia na forma de downbload ou CD-ROM. Podia ser um livro ou uma revista periodica.
Mas o destino final da informação contida na midia é disseminar conhecimento que será aplicado. Um Linux ou um livro de receitas tem a mesmo destino: alguem vai assimilar a informação e criar algo, seja um servidor de correio, seja um bolo de limão.
Por isso, no fundo temos a verdadeira ameaça ao mercado tradicional de software: Uma substuição de mercado. Tal como o CD substituiu o Long-Play, o SL livre, com seu modelo de negocio pro lado editorial, está ameaçando o SW proprietario com seu modelo negócio de produto de prateleira.
Tempos fascinantes.
Olivier
PEssoal,
pretendo utilizar parte dos comentários aqui no Forum de Discussão do Projeto Brasil sobre software livre.
Como posso fazer? Preciso da autorização de cada um ou posso incluir com a assinatura do autor?
Nassif,
Minha visão é que este é um fórum público e, desta forma, tudo o que foi publicado aqui é público. É como se estivéssemos conversando em praça aberta. Para reprodução em outros locais bastaria citar o autor e a fonte (neste caso, a URL desta página).
De Lucca
Caro Luís Nassif:
Ali embaixo, no rodapé desta página, consta a atribuição de licença sobre o conteúdo. Em resumo, o texto da notícia em si está disponibilizado sob uma licença livre (no estilo do Linux), e na prática você pode citá-lo até mesmo na íntegra sem ter de pedir autorização.
Quanto aos comentários, eu não posso te conceder licença, porque cada um deles pertence mesmo aos seus autores. Mas eu acreditaria que nenhum dos autores de comentários neste site público vá se importar com citações que atribuam a origem e a autoria.
Mesmo assim, aproveito a oportunidade e peço a todos que comentaram para que se manifestem num prazo de 24 horas se quiserem negar a terceiros a citação dos mesmos. Caso contrário, o Luís Nassif vai se considerar legitimamente licenciado a citá-los na íntegra ou parcialmente, mencionando a origem e autoria.
Prezado Augusto,
agradeço.
Prezado Nassif
Meus comentários estão a sua disposição. Foram baseados em minha experiencia de 25 anos no mercado de informática, após trabalhar em 2 grandes multinacionais da área, sendo uma delas em software de banco de dados.
Abraços
Olivier Hallot
Primeiramente gostaria de parabenizar o Olivier pelos comentários muito bem colocados.
O Software livre visa exatamente substituir o modelo de venda do software proprietário.
Entretanto se isso acontecer, a grande galinha dos ovos de ouro chamada venda de software vai morrer. Tudo bem que a galinha é malvada, e que tira o leite das criancinhas quando o nosso governo, pobre por natureza, tem que enfiar a mão no bolso pra engordá-la.
Entretando, o outro lado da moeda é o que a Índia está fazendo. Aproveitando o sistema que gera a galinha, usando os custos de mão de obra menores, ela está vendendo mais software do que comprando. Logo ela está criando empregos internos e trazendo dinheiro para os seus habitantes pobres.
Um outro ponto muito interessante é que se em uma empresa qualquer, quem paga o milho pra galinha da microsoft não são os empregados, e sim o dono da empresa, que também é rico.
Se você, um idealista pobre do SL, se esforça, trabalha a noite em uma comunidade durante meses e então disponibiliza gratuitamente o seu software pra todo mundo, o que você está fazendo é livrar os donos de empresa de ter que gastar dinheiro com isso. Trocando em miúdos, vc está tirando dinheiro das empresas de software (incluindo a MS), e dando dinheiro aos donos das empresas que usam os softwares.
Conheço muita gente que desenvolve SL durante as horas vagas, e durante o horário comercial trabalha pra empresas de SW. Olhando de cima, essas pessoas estão contribuindo pro seu próprio desemprego. Porque se o mundo vai gastar menos dinheiro com software, vai existir menos dinheiro pra pagar os salários de quem vive disso.
Mas isso tudo também não vale muita coisa pq é só o meu ponto de vista...
Guilherme: Nota 10.
Voce tem toda a razão em detalhar o impacto destes esvaziamento do mercado de softwre (galinha de ovos de ouro). Efetivamente há um efeito negativo sobre o mercado dos profissionais de software.
Mas o que fazer? A informatica tem mostrado que se re-inventa a cada 2-3 anos com conceitos que obliteram as tecnologias vigentes. Acho que este é mais um que estamos vivendo e depois de 25 anos eu ja perdi o medo de ter de me re-inventar. Vivi o mainframe, o downsizing, a reserva de mercado, a micro-informatica, a multimidia, a bolha internet e seus modismos, etc.. etc.. etc.. ... É duro de viver este cenário mas não sei como sobreviver sem me re-inventar. O profissional que quer tranquilidade neste setor já morreu e não sabe. É uma pressão f.d.p sobre cada um de nós.
Voce também tem toda a razão em flagrar a tranferencia do poder de compra para o usuário. A cadeia de valor do software ficou de cabeça pra baixo. Antes o poder estava no fornecedor, agora com o SL fica no cliente. Tá indo toda pro ourto lado. Esta cadeia de valor não pode continuar desequilibrada tanto de um lado quanto do outro feito gangorra. Claramente para mim, não chegamos no ponto de equilibrio. Aliás, será que este ponto existe?
Realmente, são tempos fascinantes. Serenidade e lucidez são fundamentais.
Olivier
Outro avanço fantástico desses tempos fascinantes, como diz o Olivier, são as listas de discussão. Nos anos 90, algumas vezes fiz provocações pela minha coluna da Folha, com o e-mail embaixo. Recebi contribuições que ajudaram a definir políticas de saúde,papel da universidade, arranjos produtivos.
As observações postadas nesta lista confirma o que venho dizendo há tempos: há um conhecimento distribuído no país muito relevante, que não consegue ser canalizado através de universidades, partidos políticos e nem pela própria mídia. Mas que, com a Internet, passa a circular e a trazer benefícios para o país.
Apesar das bestas-feras que sempre se valem desse tipo de comunicação caótica, esta lista é a comprovação da importância da livre circulação de conhecimento.
Parabéns a quase todos e ao Olivier pela visao de futuro. São tempos fascinantes, de fato.
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