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Convencendo seus colegas a usar Linux nos desktops

Notícia publicada por brain em fevereiro 27, 2004 08:35 AM | TrackBack


Vagner (vagnux@terra.com.br) enviou este link e acrescentou: "No site do Litrix Linux saiu um texto sobre como vender linux nos desktops para seus amigos e colegas de trabalho. Não basta instalar!" Ele prega uma abordagem mais ampla - por exemplo, quando alguém lhe pedir informações sobre como gravar um CD, ele sugere que você não explique a forma que você faz com o cdrecord na linha de comando, e sim que demonstre uma interface amigável do XCDRoast. Confira e comente!

 

Comentários dos leitores
(Termos de Uso)

» Patola (Cláudio Sampaio) () em 27/02 08:51

Desculpe o pessoal que gosta do X-CD-Roast, mas se for pra mostrar uma interface amigável sou muito mais o K3B. Mesmo usando Gnome...

Sim, eu sei, o que importa é o raciocínio, não a aplicação.


» Augusto Campos () em 27/02 08:55

Eu na verdade questiono até o raciocínio. Não me sinto comprometido a mostrar uma ferramenta mais bonitinha ou amigável, quando acho que a maneira que uso para realizar uma tarefa é adequada.

Quando alguém me pergunta como gravar CDs, mostro como faço com o cdrecord mesmo, digo que existem outras maneiras e indico onde a pessoa pode se informar a respeito...


» CwAgNeR () em 27/02 09:20

É difícil para muitos compreender como as pessoas deixam de utilizar ferramentas melhores só porque não querem aprender mais.

Mas sejamos compreensíveis, nem todos querem aprender a construir um carro apenas para se locomover de casa para o serviço e vice-versa. Creio que as ferramentas adequada para cada usuário é aquela que consegue cumprir o seu objetivo sem dificultar o trabalho.

No exemplo citado, um "usuário normal" não está interessado em opções de comandos, ajustes de velocidades, modos de gravação de CD, etc... ele está querendo "apenas" colocar uns arquivos em um CD para levar para casa, ou escutar umas músicas no carro. Para ele é suficiente selecionar os arquivos/faixas e mandar gravar.

Também acho que a natureza do computador como ferramenta multiuso dificulta o entendimento desses usuários em como realizar as suas tarefas. Isso combinado com outras características puramente humanas como orgulho, inveja, prequiça, etc... contribuem para a disseminação de programas mal escritos e defeituosos. Infelizmente para essas pessoas, a utilização de programas desse tipo são mais fáceis, pois não apresentam muitas opções de uso, mas mesmo uma interface gráfica pode ser desanimadora, caso você se aventure um pouco em suas configurações (alguém já viu as opções do grip ou do gtoaster?).

Acho que o procedimento da comunidade seria apresentar aos usuários as opções e deixá-los decidir se querem ferramentas seguras e programas bem escritos que podem ser modificados para atender às suas necessidades ou se querem continuar utilizando softwares "bonitinhos" mas de qualidade e segurança duvidosas, além de estarem, na sua maioria contribuindo para a prática da pirataria, que tantos problemas causam para a nossa sociedade.


» Augusto Campos () em 27/02 09:22

cwagner, você está assumindo que o usuário quer uma interface sem opções, e que necessariamente para usar o cdrecord (por exemplo) é necessário dominar estas opções avançadas. Mas nenhuma das duas afirmações precisa necessariamente ser verdadeira :)


» Oliver Pereira () em 27/02 09:37

Este para min é um velho paradigma Software Visual X Software Estável, deste que surgiu as primeiras interfaces gráficas as pessoas, se acostumaram a ficar dependente delas não acho isso errado pois um contador não precisa saber configurar uma placa de rede via linha de comando.mas tabem conheço administradores de redes que não sabem nem apagar diretórios em linha de comando.
A interface visual sempre foi e sempre vai ser mais instável , pois alem da aplicação vc tambem esta processando algum gerenciador de janelas e outras dependencias do mesmo, e mesmo que ele seja estável é algo a mais para dar pau.
O melhores casos da historia acho que são o windows NT e o novell 4 e o windows 95 e o OS2/Warp, no primeriro caso as pessoas achavam que o NT era melhor pois elas poderiam usar o servidor como estação e elas achavam que estavam vendo e entendendo como ele funcionava.
No segundo caso o OS2 era superior em varios aspectos mais o pessoal achava lindo o Windows95 que não usava mais a interface texto e era compativel com o word e excel.(eu sei que isso é não, bem assim).
poderia citar inumeros casos na industria VHS X Betamax o betamax era muito melhor mais os videos VHS venderam mais...
Enfim eu particularmente sou aqueles que adoro interface texto,mais a maioria dos usuários não.
Veja a cara de felicidade de alguns amigos quando mostro o Kurumin(KDE+Karamba) ... Os olhinhos deles até brilham...


» Dalben () em 27/02 10:41

Pelo jeito a discussão partiu para a interface. Isso só mostra o quanto ela é importante. E, já que o videocassete foi citado, que tal os defensores da linha de comando fazerem uma pesquisa rápida?

Perguntem a seus parentes e amigos quem sabe programar o videocassete. Aos que responderem sim, perguntem se o fazem. Eu fiz isso há algum tempo e descobri que a grande maioria não sabe e que quem sabe não faz porque é "muito complicado".

É daí que vem o sucesso de produtos como o Tivo e que talvez traga sucesso ao Sky+ no Brasil. "Point and click" é muito mais intuitivo.

Eu sempre tomo como base meu dentista: se eu achar que ele não consegue usar um software, não recomendo. Recentemente recomendei Kurumin para ele...


» Rodrigo Romano () em 27/02 11:42

O primeiro contato com computador foi por causa do AutoCAD. Qualquer dificuldade inicial era melhor do
que fazer os projetos na mão.
Quando aprendi autocad ,tinha 3 formar de executar
um comando .Via toolbar(icones), menus e prompt de comando.
Sempre utilizei o ultimo ,era muito mas rapido e simples para mim.
Adora criar meus *.bat no dos . Adorava utilizar o
Arj via prompt de comando .
O shell do linux não é complicado.
Peguei o manual do Hugo Cisneiros para criar VCD
no Windows e peguei outro aqui para Linux via shell . Muito mais simples em Linux , posso criar
um script em bash para otimizar o processo.


» EAC () em 27/02 11:43

Uma coisa é certa, não será com linhas de comandos que o Linux e outros se proliferarão nos desktops.
Muito do que faço no linux faço no velho e bom terminal pois gosto de saber o que faço.
Já outros usuários só querem executar suas tarefas da maneira mais rápida e fácil possível. Neste caso aquele velho ditado vem bem a calhar "O que os olhos não vêem o coração não sente".
Os componentes visuais do linux já avançaram muito, mas muito ainda a por fazer.


» Augusto Campos () em 27/02 11:47

Eu não acho que a interface textual, ou a de linha de comando, seja superior a qualquer outra. Nem inferior.

Meu ponto é que também discordo da afirmação do exemplo usado no artigo citado, de que quando alguém pergunta pra nós como gravar um CD no Linux, não devemos explicar como realmente fazemos isso (no caso de quem usa o cdrecord em modo texto, como no exemplo dado), mas sim mostrar uma alternativa com uma bela interface gráfica para que o cara ache tudo fácil e se sinta em casa.

Ora, eu gravo CDs de música usando um script shell chamado "gravaaudio" que simplesmente pega todos os arquivos de audio no diretorio corrente (ou no que for passado como parâmetro) e os grava, sem ficar fazendo perguntas. QUem usa este script, se não quiser, nem precisa saber que ele está chamando um programa chamado cdrecord, que ele oferece várias opções extras, etc. etc. etc. Para gravar CDs de dados, ou copiar CDs, tenho shells semelhantes, que surgiram a partir da seção de dicas de alguma revista.

E quando alguem me pergunta como gravar um CD, informo exatamente como faço. E realmente acho bem mais fácil explicar assim ("olha, vai no diretório onde estão as músicas e digita gravaaudio, aí espera o cd gravado ser ejetado") e me oferecer para instalar o gravaaudio para o cidadão do que explicar como usar o k3b ou o xcdroast.

Se ele me disser que tem alguma necessidade especial não coberta pelo script (por exemplo, se ele não pode montar um diretório com os arquivos, ou se ele tem mais de um gravador de CD, ou se precisa fazer alguma coisa mais complicada), aí sim prefiro apontar pra ele o k3b do que mandar ele ler a manpage do cdrecord...

E também nunca deixo de avisar que existe o k3b e o xcdroast - até escrevi um artigo sobre este último, bem antes da popularização do primeiro, para a saudosa Revista do Linux. São excelentes alternativas.

O que eu discordo, em resumo, é de renunciar à diversidade existente no nosso ambiente e decretar que a única resposta válida para arregimentar novos usuários é a fornecida pelo método TAL (onde TAL pode ser o modo gráfico, o KDE, o GNUStep, o GNOME, a shell, o Debian, o Slackware, o Kurumin, o SUSE, o modo texto, o screen, o ncurses ou o que for).


» Sérgio Ritter () em 27/02 11:52

A linha de comando é muito mais fácil e rápida, porém, exige conhecimento prévio, isto é, vc deve saber o que digitar, e o usuário não sabe.

Com a interface gráfica, vc não precisa saber previamente o que fazer, pois cada janela que vc abre, vc enxerga as opções.

Um exemplo é o apt-get vs synaptic
No apt vc deve saber previamente o nome do programa que vc quer instalar, enquanto no synaptic vc vai olhando as opções disponiveis e clica nela para instalar.

sds
Sérgio Ritter


» Carlos Araujo () em 27/02 11:57

Linhas de comando ou interfaces gráficas, pouco importa o método que o usuário está usando, relevante mesmo é se isso atende aos requesitos e ás necessidades dele, o fundamental é que exista, isso sim, formas diversas de se fazer as coisas.Uns vão pelo script, linha de cmd, outros preferem o modo gráfico.Se ao final o usuário tiver conseguido realizar sua tarefa com sucesso, melhor pra ele.


» danieldefloripa () em 27/02 12:16

Minha estratégia pra arrebanhar novos fiéis é bem simples. Minha estação tem uma conta "Convidado", onde TODOS os programas que um ser humano mediano precisa estão devidamente configurados. Todos os ícones dos principais programas estão lá, bonitinhos na tela. O gdm loga nessa conta automaticamente após 15 segundos. Quando alguém me pede o micro emprestado (e muitas vezes por telefone, quando não estou em casa), a única instrução que dou é: "liga e espera". Se o cidadão não conseguir usar o Gnome 2.4, editar oum texto com o OpenOffice, ver um DVD com o xine, buscar arquivos com o Appolon ou gravar um CD com o K3B, esquece, não tá pronto nem pro Windows. Depois de duas ou três vezes o cara vicia... :)


» CBral () em 27/02 13:00

O que falta e games, se tiver games pra linux eu compro.


» Patola (Cláudio Sampaio) () em 27/02 13:29

Todo mundo discutindo como faz em casa aqui, e alguns até defendendo linhas de comando e etc... mas acho que se estamos falando em apresentar pra um "típico usuário final" ou "colega de trabalho", devemos adotar a postura do Eric Raymond no outro artigo (é pra programadores de software mas serve para quem apresenta os softwares!):

1. Como meu software parece para um usuário não-técnico que nunca o viu antes?
2. Há alguma tela na GUI que leve a um beco sem saída, sem mais guias no sistema?
3. O requerimento que usuários finais leia documentação é sinal de falha na interface do usuário. A minha é uma falha?
4. Para assuntos técnicos que requerem documentação, esta documentação falha em mencionar defaults críticos?
5. Meu projeto recebe e responde a respostas de usabilidade de usuários não-peritos?
6. E, o mais importante de todos... Eu permite aos meus usuários o luxo precioso da Ignorância?

Pense nisso quando for apresentar o GNU/Linux ao seu "colega de trabalho". Por mais que eu também goste de fazer meus scriptzinhos (devo ter umas dezenas no meu /usr/local/bin), a automação personalizada não impressiona tanto o usuário quanto um programinha gráfico bonitinho que tem as opções que ele quer/espera. Tá, eu sei, é massificado, o mais legal do GNU/Linux é a diversidade, etc., etc... mas que tal apresentar isto DEPOIS? Aliás, ao apresentar o GNU/Linux pra ele, escolha uma interface que ache que ele vai encontrar mais comumente, não a que você mais gosta. Também ajuda. É preciso sair desta postura de geek e parar de mostrar as "nossas" preferências - e mostrar pro usuário simplesmente o que é mais fácil. Então eu discordo do script de gravação de CDs do Augusto porque ele não é comum parar ser encontrado nas distribuições por aí - e porque ele não é um programa que permita ao usuário interagir e maravilhar-se com o sistema.


» Augusto Campos () em 27/02 13:37

Que bom que existem pessoas como você, Patola, que fazem as coisas de um jeito, mas quando perguntadas sobre como fazer, preferem explicar de outro jeito que consideram melhor para este ente mítico, o "usuário final".

Não vejo nenhum problema em você discordar da maneira que eu adoto, acho que isso também faz parte da diversidade da nossa comunidade.

Abraços
Augusto


» Bode () em 27/02 13:53

Caros,

Penso que o objetivo final aqui é a evangelização (no bom sentido :-p ) do usuário comum.
E pensando como evangelizador... ninguem mostra o inferno, dízimo, penitência, etc quando quer converter um infiel, mostram apenas o paraíso.
Pois é, para que o usuário comum tenha seus primeiros contatos com o Linux é muito mais importante (estratégicamente falando) mostrar apenas o lado amigável, com interface gráfica e talz.
Não é que desta forma estaríamos enganando o sujeito... mas certamente, quando as coisas já parecerem "normais" para o neófito, fica bem mais simples mostrar o que tem por traz.
Desculpem a comparação, se preferirem posso mudar pra política, quando um cadidato quer se eleger... :-)


» Wagner E. Bidin () em 27/02 15:44

Amigos, vou citar um pequeno exemplo, instalei o SL9 no computador da minha esposa, com GNOME, openoffice e mais algumas coisas para ela se divertir, qual foi a primeira pergunta, como eu faço...
Depois de muita paciência(minha esposa é biomedica e não entende nada de informática, nem de windows quem dira de linux...), fui explicando com calma, eram várias ligações por dia no celular quando ele tinha que fazer algum trabalho para a faculdade ou para a empresa.
Bom o tempo passou, hoje o computador dela roda SL9.1 com KDE e os aplicativos openoffice e mais alguns brinquedos, e quando eu tenho que fazer algo no OpenOffice que eu não, adivinhem para quem eu pergunto...
Bem, o que eu quero dizer, se vc explicar com calma como fazer no modo texto o 'usuário final' vai aprender, pode demorar, mas vai.
Se vc ensinar no modo gráfico, demora menos e é menos doloroso, existe uma 'similaridade' com o windows é mais facil para aprender.
Os dois metodos servem para 'evangelizar' novo fiéis, mas depende de quem ensina.
O que adianta um PhD em matematica ir dar aula no primário....a forma como ele ensina é fora do padrão para as crinças(usuário final).
Cabe a nós, ensinar-mos o modo mais facil e depois vender o modo melhor.
Pelo menos este é meu ponto de vista.
OBS: Em tempo, fui evangelizado a menos de 1 ano e quando conheci o br-linux.org mandei alguns e-mails 'mala' para o brain, foi na pesquisa, lista e coisas do genero que resolvi abandonar meu windows, mas, sempre tive o apoio de pessoas que queriam me ensinar a usar linux, algumas eu nem conheço(brain, morimoto, bfrizo, etc...) mas todas sem exceção tiveram paciência, muita paciência em me explicar como funcionava algo.



» Linux_GUI () em 27/02 16:29

Eu ainda me lembro de quando passava dicas de como fazer as coisas de modo gráfico, ou usando assistentes, em listas de discussão e era tachado de "lamer" pelos "hackers" há pouco tempo. Mesmo sabendo o método de configuração editando arquivos com vi e digitando comandos, preferia explicar as coisas do modo mais fácil ou cômodo.

Forçar as pessoas que se achegam ao Linux a um aprendizado 1337 aumenta em muito a curva de aprendizado. A minha experiência apresentando o sistema para várias empresas e indivíduos é muito semelhante à descrita no artigo: as pessoas começam com o modo gráfico, mas depois acabam se interessando pelas entranhas do Linux de modo espontâneo. Isso é melhor que forçá-las a ler quilos de how-tos para elas detestarem o sistema mesmo antes de querer usá-lo.

É bom saber que a comunidade está mudando esta mentalidade.


» Henrique Vicente () em 27/02 18:59

Não trata de ser mais rápido, seguro, fácil para quem é acostumado já. Dizendo uma forma gráfica fica bem mais fácil, porque mesmo se a pessoa esquecer como faz, fica mais fácil lembrar como chegou até lá(pelos menus...) e assim encontra o programa com mais facilidade, a pessoa não tem que ficar lendo nenhum texto explicando como fazer porque qualquer já tem uma idéia de como fazer... em fim, eu recomendo o máximo possível em área gráfica, só recomendo no console para pessoas que não estão querendo usar como um mero usuário mas sim estão querendo e dispostos a aprener a usar.
Porque afinal, não somos 'obrigados' a saber muito bem sobre por exemplo, como usar uma maquina de lavar fazendo que suas roupas durem mais, ou então como fazer para aumentar a impedancia do sinal da tv à cabo, nós queremos é que a roupa dure mais e que a tv funcione, alguns querem saber como e outros querem apenas o resultado. Da mesma forma que tem pessoas que não estão dispostas a tornassem especialistas em computação... mas querem apenas gravar um disco, editar um texto, aumentar uma imagem...

Obs: NO FLAMES (Acho que o pessoal não anda lendo essa imagem...)


» CwAgNeR () em 28/02 00:39

Vejamos por um lado... o que alavancou o uso do Windows nos escritórios e lares do mundo todo?

Quem respondeu a pirataria tem meio ponto :)

Mas não é o ponto que quero atingir, e sim aplicações. Senão vejamos qual o primeiro "grande" programa feito "para windows"?

O CorelDraw que hoje está bem diferente de quando foi lançado, ou seja mudaram a sua interface, bem como a do próprio Windows. O caso é que temos que ver que empresas como a Corel, M$, AutoDesk, etc... têm recur$o$ para pesquisar, testar e desenvolver interfaces mais amigáveis bem mais rápido que a comunidade do Software Livre, afinal de contas eles têm como objetivo o lucro e, nos caso de algumas dessas empresas, um software de qualidade.

Ao passo que os desenvolvedores de Software Livre prezam um código limpo, eficiente (vejam a 'pressa' com que são liberadas as versões estáveis do kernel) e se der... "bonitinho", claro que temos que ver os exemplos de projetos como KDE, GNOME, XFCE, etc...

Acho que nos falta um "garoto propaganda", algo que possamos colocar como "top model" para exemplificar tudo aquilo que gostamos nos programas abertos.

Talvez um editor gráfico, o OpenOffice, o Mozilla, o GIMP, o VariCAD, alguns jogos, não sei. Creio que iniciativas como os Grupos de Usuários, Install Fests, Seminários, Congressos, etc... seriam bem-vindos para os curiosos que ainda não têm coragem de trocar as suas ferramentas por outras, sejam elas livres ou não.


» Manoel Pinho () em 28/02 12:20

Vou repetir a mesma mensagem que postei na notícia do Eric Raymoond e que acho que cabe aqui também:

"Eu acho que nem o Windows é completamente dummy-friendly por si só. A instalação do Windows é muito similar em termos de dificuldade à de distribuições como o Madrake. Como falaram acima, na grande maioria das máquinas montadas aqui no Brasil (porque aqui quase ninguém compra micro de marca com Windows pré-instalado), o Windows não reconhece vários hardwares automaticamente. É necessário instalar os drivers um a um para ficar com o micro perfeitamente funcional. A grande vantagem é que os drivers geralmente acompanham o produto, embora seja normalmente necessário baixar as versões mais novas do site do fabricante.

Nesta situação, o usuário completamente leigo normalmente apela para os milhares de "técnicos" que instalam o Windows e demais programas ou para um parente mais safo com computadores. Eu mesmo monto e instalo a maioria dos computadores para a minha família e vários amigos, alguns inclusive com pós-graduação em áreas exatas (ou seja, ser leigo em computadores não tem relação com nível de escolaridade).

Já o americano-dummy típico é um cara que compra micros de marca que vêm com o Windows e todos os drivers/programas pré-instalados e ainda com um CD com a imagem completa do hd (tal como acontece com os notebooks), de tal forma que de tempos em tempos ele restaura completamente aquele ambiente sem precisar ficar respondendo perguntas, o que é uma coisa muito mais fácil do que uma instalação feita programa a programa. O americano típico não abre o computador e nem instala placa adicionais; quando o computador fica obsoleto ele joga fora e compra outro novo e completo.

Para mim, se é para fazer um linux para dummies completos, a saída mais rápida e factível é partir para a venda casada de hardware com linux pré-instalado e configurado, tal como aquela distribuição Lindash (ex-Lindows) está tentando fazer. Uma razão do relativo sucesso da Apple está em justamente fazer isso.

Eu concordo que há várias arestas para serem aparadas nos principais ambientes desktop do linux (KDE e Gnome), mas os dois já estão num nível bem razoável para ser usado por qualquer um que tenha mais do que um neurônio vivo no cérebro.

O maior problema aqui no Brasil é mesmo a pirataria generalizada e fácil. As pessoas se acostumaram a usar os mesmos softwares (através do efeito "boiada", onde todo mundo quer usar os programas que todo mundo usa), geralmente os mais caros e cheios de funcionalidades desnecessárias, pois não pagam nada por eles. Uma prova disso é que a grande maioria dos usuários domésticos de Windows usam o Windows XP Corporate Professional (aquele que não precisa ativação e que tem em qualquer camelô por "dez merréis") e os que não usam ainda não o fizeram porque seus computadores são obsoletos demais para isso. E não falo nem do M$ Office, que é quase uma unanimidade entre eles.

Outro dia discuti em um certo fórum com usuário de windows mais safo a respeito da viabilidade do linux em desktops. O cara não era completamente dummy mas também só tinha conhecimentos superficiais de informática, suficientes para reinstalar o Windows e qualquer programinha e jogo típico de uso doméstico. Ele dizia, cinicamente, que o Windows e todos os programas para essa plataforma saíam "de graça" para ele e alguns dos hardwares mais avaçados que ele tinha (uma certa placa de captura de vídeo mais avançada) não funcionavam no linux (essa placa realmente não tem drivers para linux). Assim, ele não via nenhuma vantagem em aprender linux ou qualquer software livre, e ainda zombava dos que faziam isso. Ou seja, a grande maioria dos usuários domésticos ou são leigos demais para usar qualquer tipo de computador, mesmo com Windows, ou são pseudo-safos que se acomodam com a situação de pirataria atual e não ligam para qualquer ideologia de software-livre.

Me desculpem pelo tom pessimist, mas eu já ando meio cansado de instalar linux em computadores domésticos de amigos, alguns de nível superior e colegas de profissão, e ver que eles, na menor dificuldade, formatam o computador e reinstalam os seus Ruindows piratas. E as dificuldades são geralmente pequenas, que poderiam ser resolvidads facilmente lendo qualquer site linux na internet ou nas listas de discussão linux. É pura inércia e comodismo mesmo.

Graças a Deus hoje temos distribuições como o Kurumin ou Kalango que estão fazendo com que algumas pessoas com maior curiosidade pelo linux voltem a se interessar por ele. Elas diminuem a barreira inicial e hoje são as grandes responsáveis pela popularização do linux em desktops domésticos. Mas mesmo assim essas iniciativas necessitam de uma participação ativa por parte dos usuários, o que nem sempre acontece.

Concluindo, na minha opinião, o problema do linux em desktops domésticos é muito mais humano do que técnico, pelo menos no Brasil. Distribuições live-cd ajudam a trazer para o linux os usuários menos dummies que possuem curiosidade sobre o linux, mas para conquistar completamente a massa de usuários domésticos eu só vejo a venda de computadores com linux pré-instalado como saída viável. Sem ela, por muito tempo o linux continuará uma distribuição de geeks, por mais amigável e completo que seja."


» Ronan () em 29/02 01:38

legal


» Deyson Thomé () em 29/02 12:19

Minha filha veio em minha casa, sentou em frente ao meu PC e eu estava usando o Fedora para estudar, e deixei que ela e sua amiga usassem o Linux pela primeira vez, jogaram um pouco, apresentei-lhes o OpenOffice, Gimp e outros programas interessantes. Ficaram a tarde toda, depois eu passei para o Ruindows, XP, minha filha também tem XP, tanto o meu quanto o dela são legais, registrados, eu costumo orientar minha filha sobre o não uso de piratas. Ela ficou um pouco no RuinXP e depois falou : Pai, põe o Linux de novo, o RuinXP é muito chato, o linux é melhor.
E foi o primeiro contato dela. Depois eu salvei os dados de um HD antigo dela usando Knoppix e ela ficou feliz, pois achava que tinha perdido os dados de dois anos , arquivados no RuinME antigo que morreu por overdose de vírus, depois de tudo ela falou para mim : Pai, o senhor não podia botar meu computador igual ao seu, com o linux junto ?
E amanhã vou na casa da minha filha instalar um Kurumin 2.20 e deixar o computador dela igual ao meu, com dual boot, sendo que no meu tenho outros instalados e algumas partições para testar outras distros.
Mas fico feliz por ver minha filha adolescente, com 14 anos, se interessar expontaneamente pelo linux, e mais feliz por ter clasificado corretamente o RuinXP de "chato", essa foi o máximo.
Essa é a prova de que o Linux tem muita chance, e eu estou sempre ajudando novos usuários, mostro a interface gráfica fácil, mas estimulo sua curiosidade sobre os poderosos recursos da linha de comando, que é a alma do Linux, mas o fato é que a maioria vai sempre procuar a interface gráfica para o uso diário, e isso é natural, como natural será os mesmos irem apredendo a ampliar seus recursos através da linha de comando. E também o progresso da facilidade da interface gráfica do linux, naturalmente irá caminhar em direção do usuário final, daquele que se auto define como simples usuário.


» XMANUM () em 29/02 17:30

Parabéns Deyson, essa é uma forma clara, madura, simples e realista de analisar a questão:

"Primeiro dê o mais gostoso e com algo de nutritivo, depois vá introduzindo mais comida saudável,mas sempre com atrativos"

Seria a analogia, ou seja, ninguém pode obrigar alguém a usar SL, só podemos fazê-lo mais amigável, poderoso e prático...

Um fato é que a maioria dos usuários de computadores não são apaixonados por tecnologia e informática como nós, para estas pessoas o que vale é ver como fazer e depois repetir, a maioria delas sequer deseja saber como funciona, quer apenas um meio rápido para fazê-lo; portanto muitas coisas podem ser mais eficientes, mais seguras, mais poderosas, usarem algorítmos de última geração, mas se isto não se traduzir em algo que seja ao mesmo tempo rápido, poderoso e fácil de usar, aos olhos do usuário, fica muito mais difícil de conquistá-lo...


» Emilio Wuerges () em 01/03 15:51

Eu tenho uma irma de 12 anos.
Hoje ela estava la em casa. Queria ver seus
e-mails, bater papo.
Eu uso o Slackware 9.1 com fluxbox..
mas quando ela pediu par ausar o computador
eu criei um usuario rapidinho pra ela
rodando gnome. O que fiz foi dizer a ela que
o navegador era o mozilla e batepapo era
o xchat (configurei o xchat rapidinho prah
conectar sozinho na brasirc).
Ela nao me perguntou mais nada.
Sem duvida.. se eu deixasse o fluxbox..
mostrasse o lynx e o irsii eu
teria bem mais trabalho.


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