Notícia publicada por brain em outubro 2, 2003 09:24 PM
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Manoel Pinho (pinho@uninet.com.br) enviou trecho de um artigo da Info: " 'O Brasil conta agora com uma Frente Parlamentar Mista pelo Software Livre, que vai defender a utilização de programas que tenham código-fonte público. A pauta de atuação será discutida em duas semanas, em reunião. Segundo a Agência Câmara, a Frente Parlamentar Mista é composta por 125 deputados federais e 22 senadores. Os coordenadores foram escolhidos ontem, dia 1º: a senadora Serys Slhessarenko(PT-MT) foi escolhida presidente; o deputado Walter Pinheiro (PT-BA) é o vice-presidente; e o deputado Vanderlei Assis (Prona-SP) foi eleito secretário executivo. '"
Caros amigos, não sei se interessaria ao movimento, mas começamos em Natal, Rio grande do norte, o primeiro projeto Piloto de implantação de software livre no Governo do estado do Rio Grande do Norte em Parceria com a Fiern, o projeto foi batizado como RNLIVRE. No Periodo de 27/10 à 05/11 foram treinados em OpenOffice,Pelo Consultor/Instrutor Ronald Potier, 60 funcionarios mesclados entre Estado e Fiern, com o objetivos de implantar o software em substituição ao MS-Office. O resultado foi surpreendente, e já se fala em treinamento em Outras Tecnologias, como Linux, PHP e PostgreSQL, Dando um grande passo à economia do RN. Foi criado também um Site para o estado encontrado no endereço www.rnlivre.rn.gov.br. O centro de treinamento que está sendo utilizado, é hj o centro de referência em software livre no estado o Centro de Tecnologias e Informática Aluízio Alves pertencente ao SENAI
Qualquer informação é só entre em contato
Atenciosamente
Ronald Potier
Péssimo exemplo
Por: Deputado Federal Vanderlei Assis (*)
O software livre sofreu uma autêntica punhalada pelas costas das mãos da direção nacional do Partido dos Trabalhadores (PT). Uma punhalada que o próprio presidente Lula pode ter sentido, já que sempre defendeu o software livre. Indiferente a tudo, a direção do PT adquiriu 5 mil computadores completos rodando o sistema operacional Windows da empresa TBA.
Nem mesmo o fato de a TBA estar envolvida em práticas comerciais questionáveis afastou a direção nacional do PT de seu intento. O Tribunal de Contas da União (TCU), a Secretaria de Desenvolvimento Econômico e a Advocacia Geral da União (AGU) já emitiram pareceres condenando as práticas monopolistas e anti-competitivas da Microsoft e de sua protegida no Distrito Federal, a TBA. O “império” que fatura mais de 100 milhões de reais por ano só existe porque a Microsoft deu uma credencial única para a TBA vender ao Governo Federal.
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) deverá julgar a TBA por suas práticas comerciais, podendo multá-la em até 30% do seu faturamento anual. Multa que será facilmente digerida, pois a TBA está faturando, através de uma joint-venture formada com parceiro indiano, 10 milhões de dólares por ano no desenvolvimento de soluções de informática proprietárias. Isso, talvez, explique a presença de seus dirigentes na comitiva presidencial em recente viagem à Índia.
Explica, mas não justifica. Afinal, o PT foi o mais ferrenho defensor do software livre. O mesmo PT que irá desembolsar quase R$ 22 milhões para adquirir o sistema operacional que sempre combateu. Não importa a enorme quantia gasta, já que o PT tem um orçamento superior a R$ 80 milhões. Importa, sim, o compromisso assumido com o software livre, que foi rasgado e jogado no lixo da antiética.
O PT gasta R$ 2,75 milhões na aquisição de maravilhosas impressoras multifuncionais da marca Lexmark e R$ 1,5 milhão para pagamento de licenças da onipresente Microsoft vendidas pela TBA.
O partido que defendia fervorosamente o software livre agora adquire produtos da Lexmark, empresa que enfrenta processos nos Estados Unidos, acusada por consumidores de vender impressoras a baixo custo para arrancar a diferença com seus consumíveis, vendidos com exclusividade e preços extorsivos. Em um único contrato, o PT trocou a solução livre, que sempre defendeu, pela solução fechada, que tanto combateu.
Para os reais defensores do software livre foi uma maravilhosa oportunidade perdida. Afinal, seriam 5 mil computadores interligando todos os diretórios regionais do partido, livre de pagamento de direitos autorais, utilizando tecnologia desenvolvida no País, capacitando técnicos brasileiros, disponibilizando as ferramentas desenvolvidas para outras comunidades e agremiações políticas.
O péssimo exemplo da direção nacional do PT sintetiza muito bem o drama vivido pelo partido, que coloca em prática ações totalmente diferentes de suas teorias e ideologias.
A punhalada desferida pelo PT foi um golpe duro, mas não matou a luta pelo software livre. Pelo contrário. Acabamos de aprovar na Comissão de Ciência, Tecnologia, Comunicação e Informática (CCTCI) um requerimento de nossa autoria para a realização do I Encontro Latino-americano pelo Software livre, que deverá acontecer em agosto deste ano no Congresso. Exatamente no mês que é comemorado o primeiro aniversário da semana do software livre no Legislativo. É o sinal mais claro de que estamos feridos, mas inteiros, prontos para continuar nossa luta, para dotar o Brasil de uma importante alternativa de desenvolvimento tecnológico.
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