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Universidade em SP discriminando software livre?

Notícia publicada por brain em maio 14, 2003 10:51 AM | TrackBack


Esta nota está publicada em uma série de sites da comunidade, mas nenhum deles parece ter tido acesso à posição da escola ou do professor envolvidos, contentando-se em reproduzir a crítica do aluno. Confesso que fui até a página da universidade procurar as informações de contato, mas só encontrei um link para um e-mail de sugestões... Sendo assim, convido os interessados a me contatar por e-mail caso tenham interesse em questionar as informações que reproduzo abaixo, e garanto igual espaço para sua publicação. Vamos ao texto:

(eluizbr@hyperlinux.com.br disse: " Neste link voces terão a oportunidade de ser testemunhas de um relato de um aluno de uma universidade de SP  que foi discriminado por querer usar software livre em um trabalho da universidade. Veja um pequeno trecho: 'O Professor (...) não me obrigou a faze-lo em software Proprietário, porém, caso o fizesse em qualquer outro tipo de software senão o Macromedia DreamWeaver, seria descontado uma parte de minha nota, então decidí fazer exatamente como o "instruído" e assim garantir uma melhor nota no final do curso.'"

Minha dúvida é: se o professor fez mesmo isso (incluir o uso da ferramenta proprietária como parte da avaliação), foi iniciativa dele em sala de aula, ou a universidade aprovou antes? Se consta na ementa da disciplina, o aluno que se matricula deve discutir com a universidade, e não com o professor - se ele se matriculou e sabia das restrições, tem que aceitar as avaliação (e, antes e depois, discutir bastante com a direção de ensino, é claro).

Mas eu gostaria de saber o ponto de vista do professor, sério. Porque eu vi o site que o aluno fez, e pra fazer aquilo ninguém precisa de recursos avançados de nenhum editor comercial... Alguém me arranja o e-mail dele? :-)

Esse seria um bom primeiro caso para a associação para a defesa do software livre, hein? Nada de mandar dezenas de e-mails inflamados para o diretor da faculdade. Um único ofício, em papel timbrado, assinado pelo presidente da associação... E mais um press-release bem escrito mandado para órgãos escolhidos da imprensa ;-)

 

Comentários dos leitores
(Termos de Uso)

» EnG-Linux () em 14/05 11:35

Galera, sou estudante de Engenharia de Computação e sofro algo parecido, estudo na Universidade de Uberaba, www.uniube.br, e tenho umas diciplinas de programação em C/C++ utilizando o museu TC lite da Borlando em DOS! Fiz um trabalho que poderá ser feito em qualquer compilador, mas "TERÁ QUE COMPILAR NO TC, SENÃO MEU TRABALHO SERÀ AVALIADO COM NOTA MENOR." Eu uso o DEV C++ no Windows e GCC no linux, mas meus professores adoram usar o clrscr(); e conio.h. E não conseguem largar o help do TC. Fiz um trabalho no "MUSEU" e no GCC mostrei para o professor as vantagens do GCC na programação em C. A resposta dele foi um: "EU NÃO ENTENDO DE LINUX!". Ai eu me pergunto: E se esse professor for contratado para desenvolver projetos de alta tecnologia, envolvendo o linux... ele vai dizer "Eu não entendo de Linux"? Eu acho que não!
Fiz uma HP (www.englinux.cjb.net) que o assunto principal é Linux, ORCAD(Software propietário da Cadence para simulação de Circuitos que eu eMULO NO wine) E C/C++. Onde eu tento influênciar os alunos à mudar esta situação BESTA de não entender de Linux.... Parece Piada mas é:


» EnG-Linux () em 14/05 11:39

Galera, sou estudante de Engenharia de Computação e sofro algo parecido, estudo na Universidade de Uberaba, www.uniube.br, e tenho umas diciplinas de programação em C/C++ utilizando o museu TC lite da Borlando em DOS! Fiz um trabalho que poderá ser feito em qualquer compilador, mas "TERÁ QUE COMPILAR NO TC, SENÃO MEU TRABALHO SERÀ AVALIADO COM NOTA MENOR." Eu uso o DEV C++ no Windows e GCC no linux, mas meus professores adoram usar o clrscr(); e conio.h. E não conseguem largar o help do TC. Fiz um trabalho no "MUSEU" e no GCC mostrei para o professor as vantagens do GCC na programação em C. A resposta dele foi um: "EU NÃO ENTENDO DE LINUX!". Ai eu me pergunto: E se esse professor for contratado para desenvolver projetos de alta tecnologia, envolvendo o linux... ele vai dizer "Eu não entendo de Linux"? Eu acho que não!
Fiz uma HP (www.englinux.cjb.net) que o assunto principal é Linux, ORCAD(Software propietário da Cadence para simulação de Circuitos que eu eMULO NO wine) E C/C++. Onde eu tento influênciar os alunos à mudar esta situação BESTA de não entender de Linux.... Parece Piada mas é:


» Patola (Cláudio Sampaio) () em 14/05 11:44

Não consegui ainda achar o e-mail do professor, mas na busca achei algumas coisas interessantes: o tal professor, Gian Zelada, aparece em muitos lugares como promotor de eventos e palestras da Macromedia, como nesse URL: http://www.macromedia.com/br/events/directormx_tour/ - e pelo que disse o próprio aluno, ele é vendedor da empresa. Pelo menos aparentemente, isso parece ser mais do que um problema de ensino equivocado, parece ser o problema de falta de ética de alguém que usa uma instituição de ensino para promover seus interesses comerciais.

Assim como o Augusto, eu gostaria MUITO, mas MUITO mesmo de saber a posição deste professor.


» Carlos E. Morimoto () em 14/05 12:21


No meu curriculum a parte de formação tem uma única referência: AUTODIDATA.

Depois que comecei a fazer isto meus problemas neste sentido acabaram... :-)


» Tiago Cruz () em 14/05 13:14

Olá!

Nesse ano eu me graduo em PD e lá também usamos o museu TC lite... :-/

A parte boa é que os professores de lá (http://www.unicid.br) se interessaram pelo Relatório de Migração que postei aqui a pouco tempo e querem implementar o mesmo... :-)


» macaco () em 14/05 14:22

Gostaria de aproveitar a deixa e parabenizar a iniciativa da UNICAMP (Universidade que estudei) que recentemente tem adotado diversas políticas a favor do software livre. Hoje em dia, a bixarada (calouros) aprendem a programar em ambiente Unix (Linux/gnu) e utilizam ferramentas gnu, como o gcc. Tbm deixo um abraco aos colaboradores do caco_free_software, iniciativa dos próprios alunos em criar uma mentalidade software livre dentro da Universidade. Acho que muita coisa ainda deve mudar, mas aparentemente estamos no caminho certo.


» xvxc () em 14/05 14:42

Ah! Vamos destruir todos!


» Eri Ramos Bastos () em 14/05 15:03

Olá, Senhores.
Sou estudante do Mackenzie. Faço Sistemas de Informação lá. Já estou à cata de informações. Depois dou uma posição.
Mas já criando uma discussão: O que vocês acham de curso superior em tecnologia? Eu, sinceramente, preferia estar fazendo história, mas o mercado não concorda comigo.


» Marco André () em 14/05 15:15

Olá

Aqui no Bacharelado em Sistemas de Informação do IST utilizamos tanto o Dev-C++ no Windows quanto o gcc no Linux. Incentivamos os alunos a testar seu programa nas duas plataformas e verificar a portabilidade dos seus programas. Tem dado muito certo.

Pra quem utiliza a conio.h, a ncurses.h oferece recursos semelhantes e muito mais.

A única vantagem que vejo nos "Turbos" da Borland são a Ajuda, principalmente a ajuda de contexto (Control+F1) e o ambiente de depuração. O Dev-C++ peca na Ajuda e o gcc puro assusta um pouco a primeira vista. Ainda estou a procura de um bom IDE para criar programas C++ no Linux. Algo pra produzir programas em modo texto mesmo, sem componentes gráficos.

Abraços


» thiagomz () em 14/05 15:39

Estudo na Universidade de Ribeirao Preto [UNAERP], e tambem sofro um certo preconceito, sempre que cito linux o professor de REDES diz que existe algo pago melhor, esses dias ele falou que iptable não é bom, pois trabalha na camada de software do TCP/IP , ou seja não é um firewall e sim um filtro, o bom é o software que eles paragam U$ 20.000 que usa camada 2, isso sim ele considera firewall e não um filtro. Ele sempre tem um jeitinho de dizer que existe algo melhor que o linux... ahhh e este ele não gosta... diz que solaris ou hp-ux que é S.O....


» Eri Ramos Bastos () em 14/05 15:47

Senhores, email que encaminhei à ouvidoria do Mackenzie:

Senhores,
Sou aluno de Sistemas de Informação e fiquei muito decepcionado ao ver essa matéria: http://brlinux.linuxsecurity.com.br/noticias/000235.html

Trabalho na área desde 1994 e já estava muito desestimulado a continuar a gradução no Mackenzie, visto a total falta de visão e discernimento por parte da coordenação. Mas esse fato comprovou que, realmente, o Mackenzie está perdido em relação à realidade de mercado.
É uma vergonha para mim, como defensor ativo do software livre, ver essa atitude do Mackenzie.

Atenciosamente,
Eri Ramos Bastos


» Manoel Pinho () em 14/05 16:22

Para o Marco André: Já tento o xwpe/wpe ? E o rhide ? São todos muito parecidos com a IDE do Turbo C e no primeiro há pelo menos um help integrado.

Mas saber usar um man ou info no Unix também é algo útil a ensinar para os alunos.

Não vejo tanto mal em usar o TC Lite para ensinar. Claro que usar um gcc ou Dev-C++ seria mais interessante, mas ainda seria melhor do que usar um C++ Builder para isso. O importante no ensino de programação é ensinar o aluno a pensar de forma algorítmica, não ensinar o que existe "de ponta" no mercado. Senão acontece como certos cursos onde o cara só sabe desenhar os forms e não consegue escrever nenhum algoritmo mais complexo ou que envolva estruturas de dados mais complexas.

É como ensinar redação. Tanto faz se a caneta será uma BIC ou uma Waterman. O que importa é o conteúdo.

Por incrível que pareça, a maioria das federais conta com recursos muito piores nos laboratórios de informática do que as particulares, cujos alunos geralmente exigem que o curso ensine o que há de mais recente no mercado. Os cursos nas federais costumam ser mais profundos e mais teóricos ou com ferramentas menos avançadas, porém a exigência maior e a melhor base matemática costumam ajudar.

O que adianta treinar o aluno em Delphi ? Muita gente torce o nariz quando algum professor tenta ensinar Pascal usando o Turbo Pascal ou o FreePascal. Mas se a cadeira é introdutória à programação, porque confundir o aluno com um RAD complexo como o Delphi ? Ensinar programação orientada a eventos para quem não sabe nem programação estruturada só ajuda a complicar.


» Knuckles () em 14/05 16:40

Eu estudo na USP-São Carlos e estou no 1o ano. Estamos usando o Turbo Pascal para a matéria de Introdução a Ciencia da Computação. Eu acho horrível usar o TP pra isso, preferiria muito mais o TC ou ainda o gcc, pra já ir começando a usar Linux desde cedo, mas fazer o que né?
Ainda bem que eu já tenho curso técnico, já sei programar um pouco e já uso linux faiz uns 2 anos :).

Mas aqui vai 1 pergunta: o Kylix num tá com suporte a c++ não?


» SdnNv () em 14/05 16:54

Sinceramente, acho que as reclamações não procedem, com todo o respeito que merecem. Tentar impor o uso do GNU/Linux e demais ferramentas open source seria agir da mesma forma que a Microsoft trata seus consumidores; começaríamos a fazer a mesma atitude opressiva que combatemos. O professor também deve ter a liberdade de escolher a ferramenta que usa em sala de aula, ou método de avaliação, independentemente de ser a melhor (GNU). Se ele escolhe apenas uma ferramenta porque somente conhece aquela, aí a discussão parte para o nível técnico deste professor. Enquanto a faculdade o abriga em seus quadros, significa que está atendendo aos propósitos dela. Portanto, a culpa não é do professor, mas da faculdade que o mantém.
E o GNU não vai se firmar por reclamações, mas pela força do mercado que o adotará em larga escala. Defendo forçar o setor público a adotá-lo por razões de conveniência, oportunidade e interesse público, mas não o setor privado (mercado) e usuários (praticidade, economia, compatibilidade etc). Seria forçar a natureza das coisas.


» macaco () em 14/05 17:25

SdnNv,

Vc esta deixando de lado 2 aspectos muito importantes neste assunto. Primeiramente, para alunos da área da Informática trabalhar com Software Livre é muito (muito) melhor do que com software proprietário. E a justificativa é bem simples: vc tem acesso irrestrito a códigos, protocolos, padrões que normalmente não se teria em outro escopo. Isso não é forçar ninguém a utilizar *somente* 1 tipo de tecnologia, mas apresenta de forma geral todos os aspectos da mesma, de um forma muito mais amigável e didática. O segundo ponto é que muitas Universidades Estaduais/Federais e até mesmo públicas podem nao conseguir bancar $$$ as licencas de muitas ferramentas proprietarias. E faz todo sentido quando lidamos com um pais em necessidade de investimentos altos na educacao, a baixo custo, como o Brasil.


» SdnNv () em 14/05 17:38

Macaco: nosso racínio não conflita. Só que você foi tecnicamente mais específico. Concordamos em gênero, número e grau. Primeiro, quanto ao aluno ter direito ao conhecimento integral com as ferramentas GNU, o problema é de nível técnico e pedagógico do professor. Neste ponto concordamos. Vai saber se o professor conhece GNU/Linux. Às vezes ele até gostaria de ensinar assim, mas não sabe. Segundo, quanto à economia das licenças também concordamos um com o outro, pois disse que os órgão públicos têm que adotar GNU por questão de interesse público (economia).
Assim, fiquei sem entender onde discordamos. Abraço.


» Fabiano Rech () em 14/05 17:41

Amigo SdnNv, a sua postura está um pouco equivocada, ninguem contexta ou sequer obriga o uso de determinado software, o que fica a desejar é a atitude do professor em querer impor uma norma que não é cabivel nesta situação, se o aluno tem que dispor de ferramentas especificas para determinada função, para não ter uma nota inferior, logicamente terá que ter uma licensa deste material, ou será que a solução seria o uso de uma versão "diferente", no meu curso tive que fazer um apresentação em slides, no micro da faculdade só tem power point, como não disponho de licenca do office, fiz no open, comuniquei o professor 2 dias antes e diposeram para mim a solução que estava ao meu alcance.

Abraços.


» João Melo () em 14/05 17:45

Acrescento aos comentários do "macaco", dirigidos ao "SdnNv", que o citado professor não justificou a obrigatoriedade de uso da ferramenta e, como já foi muito bem colocado pelo "Manoel Pinho" - Que diferença faz qual a caneta quando o mais importante é o conteúdo?!!


» Eri Ramos Bastos () em 14/05 17:51

Senhores,
Só ficando um pouco do lado do Mackenzie, nas minhas aulas de programação em C, uso com total liberdade o GCC, enquanto todos os meus outros colegas usam o Visual C++ da MS.
O único problema é o seguinte: o material a ser usado em casa aula fica disponível em uma pasta compartilhada na rede. O Linux não monta essa pasta automaticamente e os alunos não tem permissão de montar. Logo, eu uso 2 máquinas (quando alguma sobra). Uma para acessar o documento da aula na rede e a outra para programar.
Acredito que a atitude de obrigar o aluno a uso essa ou aquela ferramenta foi muito mais do professor do que do Mackenzie.


» SdnNv () em 14/05 17:59

Fabiano e João: vocês e eu estamos certos. Não existe conflito nos nossos argumentos. O que muda é o ponto de vista. Mas no fundo pensamos da mesma maneira. Também repudio o professor que condiciona a nota a uma exclusiva ferramenta, mesmo que essa fosse GNU. A ciência é maior que uma ferramenta.


» aCiDBaSe () em 14/05 18:12

Só uma sugestão para o Brain: alterar o título da notícia para 'Universidade Mackenzie...'. O problema é que existe uma 'Universidade Paulista' (UNIP) que pertence ao grupo Objetivo. E, apesar deles usarem software proprietário em seus cursos também, nunca ameaçaram nenhum aluno que usasse software livre.


» Augusto Campos () em 14/05 19:29

Valeu, acidbase. Mudei lá


» Marcelo R. Minholi () em 14/05 19:50

Segue abaixo o meu comentário feito no site em que a notícia foi originalmente publicada ( http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2003/05/254358.shtml ). É horrível saber que algumas instituições de ensino continuam permitindo que alguns professores transformem suas aulas em verdadeiras lavagens cerebrais. Em breve vou enviar notícias sobre como a nossa instituição passará a incentivar a produção e o uso de software livre. Assim que o projeto estiver aprovado ;-)

Gostaria de saber qual o critério adotado pelo professor para assumir a posição de que, ao usar software livre, o aluno produziria um trabalho de pior qualidade, levando-o assim a receber uma nota pior do que a de seus colegas de sala.

Existem excelentes softwares livres de webdesign e codificação HTML, tais como:
- Quanta Plus (Codificação HTML)
- Gimp (Edição de imagens)
- Mozilla Composer
- e diversas outras...

e CMS's como PHPNuke, Postnuke, Xoops, etc. que permitem a montagem de portais sem que seja necessário sequer usar qualquer ferramenta, fazendo-o através de teamplates.

Além disso é importante lembrar que a plataforma mais respeitada por designers do mundo todo, que é o Macintosh + MacOSX possue hoje como browser padrão o Safari que é baseado no código do Konqueror que por sua vez é um software livre. Portanto, aqueles que usam Mac já estão desenvolvendo conteúdo que é visualizado durante a sua criação por ferramentas derivadas dos esforços da comunidade do software livre.

O conceito da usabilidade por exemplo, que é um dos pilares de sustentação do webdesign, conforme pode ser comprovado em obras de diversos autores da área, é profundamente desrespeitado por usuários de ferramentas proprietárias assim como por usuários de ferramentas livres, o mesmo ocorrendo com a cromatologia, fluidez e padronização que em sua inobservancia acabam sendo motivo da criação de verdadeiras tragédias a todo tempo por especialistas em webdesign.

Entretanto, alguns continuam pregando soluções em sala de aula como se elas fossem a panacéia do design, como se elas pudessem fazer com que os designers se tornem inoculados a tantos problemas de formação que tais profissionais possuem. Talvéz seja mais fácil ensinar (ou enganar) dessa forma, do que mostrar que ferramentas não fazem milagres.

Quanto ao colega que acha que o usuário de software livre seria rechassado de uma empresa por tentar expor as possibilidades de se utilizar ferramentas que geram economia para a empresa, acredito que necessite de noções de administração de empresas, pois um funcionário que é capaz de produzir e ainda reduzir custos não é digno de rechassação e sim de promoção.

Finalmente posso dizer que o VI (como um colega citou logo acima) pode sim criar trabalhos de qualidade superior aos criados por ferramentas extremamente melhores, mas não faz, assim como qualquer outra ferramenta, com que o seu usuário seja um bom profissional, tão pouco que ele consiga apresentar bons resultados nos seus trabalhos, e isso é bom, pois se assim o fizesse, não seria mais necessária a utilização de outra ferramenta que parece estar esquecida no conceito de alguns que aqui deixaram seus comentários, que é o cérebro humano.


» Eri Ramos Bastos () em 15/05 00:34

Senhores, segue e-mail que o diretor da FCI (Faculdade de Computação de Informática) do Mackenzie me retornou:

Olá Eri

De fato não faço a menor idéia de qual seja a posição de que você
reclama.

Portanto solicito que me esclareça este ponto. Entrei no link que você
indicou mas continuei sem saber do que você está falando.

Portanto, por gentileza me forneça detalhes sobre a posição de que está
falando.

Saudações
Prof. Vilmar

Minha resposta foi:

Olá, Diretor.

Creio que o link que eu mandei é claro até mesmo em seu Título:
"Universidade em SP discriminando software livre?"

Com apenas um clique no link contido na notícia (http://www.proprietario.cjb.net/) É possível ler:

"MANIFESTO
Este site foi feito inteiramente em software proprietário - Macromedia DreamWeaver UltraDev 4, Adobe Photoshop 6.0 e Microsoft Windows 98
O Professor GIAN ZELADA da Universidade MACKENZIE de SP, não me obrigou a faze-lo em software Proprietário, PORÉM, caso o fizesse em qualquer outro tipo de software senão o Macromedia DreamWeaver, seria descontado uma parte de minha nota..."

Acho que está claro como a neve. Qual é a matéria? Tecnologia web ou DreamWeaver? Programação estruturada ou Visual C++? Banco de Dados ou Oracle? Ambientes Operacionais ou MS-DOS/Windows?

Minha experiência no Mackenzie até agora é de que a Universidade não impede ou repele o uso do software livre, mas faz de tudo para dificultar a sua utilização. Chegamos agora ao ponto de descontar nota do aluno se o mesmo não usar as ferramentas indicadas.

Aliás, segundo esse link (http://www.macromedia.com/br/events/directormx_tour/) o prof. Gian Zelada, o qual ainda não conheço, deve realmente conhecer bem o DreamWeaver.

Agora, resta saber: Qual é a posição oficial do Mackenzie?

Vou aguardar.


» Alex Camacho Castilho () em 15/05 00:44

Olá pessoal, pelo o que vejo o manifesto correu uma longa jornada até chegar na Linux in Brazil e CIPSGA... =o)

Bem, quanto a ementa do curso, não citava nada sobre ter aulas de software proprietário, mesmo por que estou fazendo um curso de Pós-Graduação e não um curso exclusivo voltado à uma ferramenta especifica. Inclusive quando fui buscar fazer esta Pós, existia um curso chamado de TI em Internet, no qual na ementa do curso, constava as ferramentas DreamWeaver e Photoshop, então resolví fazer TI em Análise de Sistemas, já que não tinha uma obrigatoriedade de uso de software proprietátio.

Bem, o encerramento da história foi que o professor acabou por me dar nota máxima "A", pois fiz o site exatamente como o solicitado, então sem ter como me ferrar por nota, me ferraram por falta! Exatamente, por falta... A universidade alega eu ter 8 faltas nesta matéria, sendo que só se pode faltar 6 quando na verdade eu apenas tive duas (meia aula)! Deste modo estou reprovado automaticamente por faltas, estou tentando recorrer contra esta decisão, porém é uma briga muito grande e custa muito $$$ com advogados, no qual não tenho disponibilidade.

Bem é a lei do mais forte, quem pode manda e quem é "esperto" obedece... acho que neste ponto não fui muito esperto... ou será que fui???

Abraços

ACC
castilho@ig.com.br


» Daniel Arndt Alves () em 16/05 22:01

Sou estudante de Ciência da Computação, na Universidade Mackenzie e, ao contrário de meu colega, tenho visto em meu curso um movimento de popularização de softwares livres.

Darei apenas um exemplo: a matéria de Desenvolvimento Orientado a Objetos III (programação de GUI usando API), ministrada pelo prof. Sérgio V. D. Pamboukian, era ministrada até o semestre anterior, exclusivamente em Win32API. A partir deste semestre (o qual estou cursando), o professor aumentou e melhorou o conteúdo da matéria e incluiu no currículo o uso do OpenMotif.

Outro exemplo é que tenho ajudado a alguns colegas e professores em um grupo de pesquisa de uma "distro" da Universidade, a qual será baseada no Debian e contará com duas versões: uma maior, a qual estará em breve disponível em todos os laboratórios de informática da Universidade, em todos os equipamentos para qualquer aluno utilizar, convivendo em dual-boot com os atuais sistemas Windows existentes, e uma mais compacta, que rodará a partir de um único CD (como o Kurimim), que será distribuído a qualquer aluno da universidade que se interessar no uso de tais softwares livres.

Boa parte de meu curso agora está sendo baseado na linguagem Java, devido principalmente à portabilidade e a liberdade de uso da plataforma que o aluno quiser para desenvolver/compilar seus trabalhos.

Estes são alguns esforços que estão sendo feitos em direção à modernidade da Faculdade de Computação e Informática da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

Infelizmente, nem todos os professores estão comprometidos com este movimento de modernização do curso e ainda encontramos alguns casos isolados de "dinossauros" que têm medo do software livre.


» Alex Camacho Castilho () em 20/05 04:21

Gostaria de salientar que o motivo da minha reprovação automática por faltas, talvez não seja culpa do professor Gian Zelada ou da Universidade, talvez a culpa possa ser minha, talvez eu tenha esquecido de assinar a lista de presença, mesmo sabendo que foram poucas as vezes que ela foi passada. Estarei tirando a cópia da lista amanhã na secretaria do Mackenzie, sendo confirmada o MEU erro vou ter de cumprir a pena de refazer esta matéria mais uma vez, mesmo tendo tirado nota máxima.

Gostaria ainda de salientar que em momento algum, difamei o professor Gian Zelada, apenas disse o que aconteceu num país democrático como o nosso, bem como o respeito como profissíonal e não o conheço a fundo pessoalmente portanto não tenho nada contra e com disse na última aula, são ideologias diferentes, e até o professor me elogiou. Não acho que estou o prejudicando-o em momento algum, seja partidário ao software livre ou não, apenas não acho justo ter de ser treinado em uma ferramenta específica, assim como já disse anteriormente.

Para tanto gostaria que todos vocês soubessem que não tenho absolutamente nada contra o professor Gian Zelada e sim contra sua forma de "instrução" aprisionadora.

Alex Camacho Castilho


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