Íntegra do texto “Firefox é leiloado entre Bing e Google”, do Maurício Moraes, via info.abril.com.br:

A Fundação Mozilla resolveu jogar pesado com o Google, de olho na renovação do acordo que mantém com a empresa de buscas, em novembro. Sua arma é o Bing.

Nesta quarta-feira (26), a entidade uniu-se à Microsoft para anunciar uma nova versão do Firefox, que adota o Bing como buscador padrão. É significativo que o Firefox with Bing tenha surgido semanas antes do prazo final para a assinatura do contrato com o Google. Para quem não sabe, a parceria é responsável pela maior parte dos recursos que sustentam a Fundação Mozilla, pelo menos desde 2006.

Sem o dinheiro de Mountain View, o Firefox não teria conseguido bancar desenvolvedores que o ajudaram a se tornar o segundo navegador mais usado no planeta, corroendo o mercado do péssimo e então onipresente Internet Explorer 6. Por meio do contrato, o Google não apenas se tornou o buscador incorporado à barra de pesquisas do browser como também passou a aparecer em uma página inicial pré-definida, carregada sempre que se faz uma instalação nova do programa. Quando alguém usa o Google no Firefox e clica em um anúncio, parte do dinheiro vai para a Mozilla. É bom para as duas partes e, por isso, a renovação sempre ocorreu.

Mas a situação já não é a mesma. Depois da última renovação, em 2008, 0 Google criou o seu próprio navegador, o Chrome, que está prestes a destronar o Firefox como o segundo mais usado no planeta. A empresa tem investido pesado no software. O Chrome foi elevado a uma das seis áreas estratégicas de atuação da companhia por Larry Page, logo que assumiu o cargo de CEO (as outras são publicidade, busca, YouTube, redes sociais e Android). Logo, a empresa pode querer manter o mesmo porcentual dado à Mozilla ou diminuí-lo.

O pessoal da Fundação Mozilla, ao ver o Firefox ameaçado pelo Chrome, quis mostrar que está preparado para fazer uma aliança com o ex-inimigo: a Microsoft. Um acordo entre as duas provavelmente transformaria o Bing no buscador mais usado em navegadores. Claro que, se o Google pagar mais, tudo pode continuar como antes. Não é difícil imaginar que os lances têm sido dados pelas duas partes interessadas. Quem pagar mais leva a raposa torrada – ou melhor, o panda-vermelho.