Caio César (usuário não registrado) em 8/06/2010 às 1:49 pm

Bom, o artigo original está em inglês, mas isso não foi um problema para mim e realizei a leitura. Sinceramente? Se ele acha que a lâmpada não brilha, é necessário verificar de forma mais próxima à comunidade os motivos dela não brilhar, uma distribuição é o famoso “conjunto da obra”, de forma que vários pedaços, uns grandes, outros pequenos, formam a experiência final do usuário. Eu já adianto que pra mim, ela brilha e muito.

O autor começa o artigo falando em mediocridade. Para nós brasileiros, muitas vezes o adjetivo “medíocre” é visto como algo ruim e não como algo que “está na média” e portanto, não necessariamente é ruim, apenas não é excelente, soberbo etc. Por isso digo que para mim, o Linux realmente brilha e de forma alguma ele é medíocre, mediano… eu admiro profundamente várias distribuições, não somente as que utilizo e nunca vi tamanha flexibilidade aliada a um sistema que apesar de ser poderoso, não necessariamente é complicado de usar, independente da visão de complicado, existem distribuições para grandes e pequenos, para leigos e experts.

O autor critica a falta de ambientes realmente bonitos e agradáveis. Eu por exemplo acredito que o tema padrão (interface, GUIs, ícones etc) do KDE 4 é um trabalho muito bom, bastante polido, bem trabalho, bonito mesmo e em vários momentos eu notei atenção aos detalhes e preocupação em inovar.

Da mesma forma que, se eu utilizar um GNOME mais antigo (diga-se, por exemplo, o GNOME de um CentOS da vida), vou achar que um tema de ícones como o Bluecurve, apesar de um pouco datado, muito bom, um trabalho sólido e de real qualidade — é, inclusive, um tema que eu utilizo até hoje — e que, combinado ao excelente engine Clearlooks e seus temas, forma um ambiente bastante confortável.

Ou seja, discordo fortemente da visão de que o “Elementary” está no caminho certo, como o autor expõe. Ele infelizmente é muito Mac OS X like e eu acredito que isso não é o ideal para um projeto como o Ubuntu. Acredito que iniciativas (em termos visuais) como aquelas encontradas em projetos como o openSUSE e o Mandriva Linux são melhores, com temas diferenciados, artwork caprichado, centros e módulos de controle para facilitar rotinas de configuração do sistema por usuários que preferem uma GUI para administrar o sistema e por aí vai. O Fedora mesmo, capricha nos papeis de parede… eles são fantásticos.

O que o autor exige basicamente:
- Maior rapidez em bug fixes
- Mais similaridade com o Windows e o Mac OS X
- Maior colaboração
- Melhor documentação

Eu acredito que colaborar e desenvolver (tanto código como documentação) é algo que exige tempo e nem todo mundo possui tempo, porém, ao menos no Brasil, eu enxergo uma comunidade que, apesar de muitas vezes divergir, é forte e sempre está presente. Documentação, aliás, tem aquele outro agravante, muitas vezes o cara é um gênio em linguagem C e possui todo o tempo do mundo, exceto para documentar a aplicação… e isso é perfeitamente aceitável, normal e fácil de defender enquanto o projeto é aberto para contribuições externas. E eu acredito que não há nada mais recompensador do que obter não só reconhecimento e receber elogios, mas em receber contribuições que fortalecem o projeto nas áreas onde se é mais necessário.

De qualquer forma, a discussão que o autor levanta é interessantíssima e me agrada o fato de que o autor promete mais artigos dentro ainda do mesmo tema, aprofundando-se sobre os pontos que ele mesmo levanta.

Marcelo (usuário não registrado) em 8/06/2010 às 2:10 pm

Muito boa resenha.

Weber Jr . (usuário não registrado) em 8/06/2010 às 2:21 pm

Eu sinto falta é de uma Distro focada no KDE.

Mandriva não me serve porque gostaria de uma baseada em Debian.

Eu gosto do jeito como se decide as coisas no KDE, como buscam melhorar não só estabilizando, mas também evoluindo.

Vi gente sugerindo a possibilidade do KDE crescer a ponto de substituir até mesmo elementos do próprio sistema, como áudio, que sempre é problema.

Apesar de gostar da idéia de projetos e grupos especializados, nesse caso, não sei se não seria interessante.

Já falei em outro comentário, mas ele sumiu (ou será que comentei em notícia errada ? :/), então repito aqui:

Augusto, categoria “mimimi” para esse assunto ?

ericodc em 8/06/2010 às 2:35 pm

O problema da questão da parte comunitária realmente não está resolvido a filosofia do “tá funcionando então tá bom” é prejudicial tanto ao FLOSS quanto ao proprietário. O programa privativo normalmente é pirateado e e o oss é usado porque é grátis.

Não por acaso isso gera acusações de parasitismo da parte de desenvolvedores, para o conjunto do mundo open source isso é ruim. Mas fico tranquilo em saber que a criação de comunidades em tornos de fundações e ou instituições mantenedoras de sistemas também tenha produzido muita coisa de qualidade.

O Benkamin Humprey também parece impressionado com o que o mundo do software pago consegue produzir, no entanto basta uma olhada na app store, na ovi store(nokia), no superdownloads… para ver que os mesmo defeitos que ele aponta no foss também estão presentes no proprietário.

Também considero muito discutível imaginar que o foss precise se assemelhar a win/mac para poder crescer, ele nem imagina que a saída pode estar em realmente se diferenciar desses dois paradigmas.

Norton Luiz (usuário não registrado) em 8/06/2010 às 2:38 pm

@Caio César

Só discordo de uma questão sua !!!

Colaborar e desenvolver exige tempo e conhecimento. Tem gente que tem tempo e não tem conhecimento. E outros que tem conhecimento e não tem tempo. Inclusive não sei se teve uma matéria aki ( br-linux ) sobre desenvolvimento do kernel, evolução e renovação da equipe do kernel.

Norton Luiz.

Paul (usuário não registrado) em 8/06/2010 às 2:53 pm

O bug do copy-paste é um típico bug que é desinteressante pros desenvolvedores, que preferem SEMPRE adicionar novas funcionalidades à corrigirem o que aos olhos deles é algo banal e inútil.

Igor Cavalcante (usuário não registrado) em 8/06/2010 às 2:57 pm

Eu particularmente estou admirado com o trabalho do ubuntu nos últimos anos, tanto é que a 3 semanas atrás passei a utiliza-lo como distribuição padrão e só tive alegria.

Existem alguns pequenos defeitos que eu encontrei no ubuntu, mas já vi que estes foram relatados no fórum deles e aceitos como bug e provavelmente serão resolvidos em breve.

Edgard Mota (usuário não registrado) em 8/06/2010 às 3:05 pm

Gostei do artigo, e concordo com o ponto de vista exposto. Achom, no entanto, que a tradução adequada para o título do post original seria “Muitas mãos fazem a luz funcionar, poucas fazem ela brilhar”. Não seria esse o sentido?

Caio César (usuário não registrado) em 8/06/2010 às 3:34 pm

@Norton Luiz, quando escrevi, falei pensando no caso do desenvolvedor, que muitas vezes se vê inundado de críticas, mas não de patches e colaborações daqueles que criticam. Sobre a notícia do kernel, sim foi aqui mesmo e citava o fato de que os principais membros estão envelhecendo, sem a entrada de novos membros.

@Edgard Mota, sua tradução se encaixa melhor, o sentido original é bem mais próximo disso mesmo.

@Paul, nunca presenciei o bug, provavelmente por não fechar aplicativos constantemente e por usar aplicativos como o Parcellite, tanto no Xfce quanto no FVWM, meu gerenciador principal. O bug realmente se dá ao copiar algo e fechar o aplicativo, onde o conteúdo copiado não mais fica disponível para colagem? Isso acontece só com texto ou envolve gráficos? O bug afeta tanto combinações de tecla (Control + V / Shift + Insert) quanto o botão central do mouse? Eu realmente nunca presenciei… pode ser questão de costume.

DSousa (usuário não registrado) em 8/06/2010 às 5:31 pm
DSousa (usuário não registrado) em 8/06/2010 às 5:37 pm

Pra mim, o texto é perfeito. Nos comentários de lá, a maioria concordou com o ponto de vista do autor.

Dá pra ver que ele tá por dentro do processo de reportagem de bugs/problemas e consequente [ausência de] correção pelo time do Ubuntu. Uso Ubuntu há quase 4 anos, por três e meio como único SO e as vezes é decepcionante ver como alguns bugs/features passam e chegam à versão final. O que foi feito do Indicator Applet na mais recente versão do Ubuntu me faz pensar “como isso passou por qualquer controle de qualidade?”.

Fiz o upgrade do 9.10 pro 10.04 mantendo a home e cadê o ícone do áudio? Eles pegaram um applet que mostrava todos os ícones necessários, fizeram ele passar a mostrar somente uma parte, e agora é necessário colocar manualmente mais um applet no painel, que tem a mesma função do outro indicator, mas mostra os ícones faltantes, e funciona diferente, tem aparência diferente e as vezes duplica ícones do primeiro applet.

O bug do copy/paste é simplismente ridículo. Mais ridículo ainda é que ele está lá há anos e pior, desde a primeira que vez que usei Linux há alguns anos, o KDE vem com o klipper na instalação padrão de qualquer distro. O Glipper, Parcellite e outros estão aí há séculos podendo corrigir esse problema de maneira paliativa, mas o Ubuntu prefere entregar um sistema que não sabe copiar e colar “de fábrica” a incluir algum desses programas. Sofrível pensar que esses aplicativos tem similares bem falhos, mal feitos e incompletos no mundo Windows, o que deveria representar uma vantagem do Linux em desktops, se as distribuições resolvessem usar a tal da vantagem…

Não é maravilhoso que o Ubuntu inclua criptografia da home tão fácil quanto marcar um checkbox durante a instalação pra qualquer usuário desktop desde a versão 9.10? E frustrante na mesma magnitude que eles tenham esquecido/ignorado que muitos usuários seguem a sábia dica de manter suas homes em partições separadas pra que não percam todas as suas configurações a cada nova instalação? Se você tem uma home pré-existente, é obrigado a seguir uma alternativa árdua e complicadíssima pra qualquer usuário médio, tipo isso. Ou seja, se você é apenas um usuário médio sem grande facilidade de aprendizado, vindo de outro SO e quer manter seus dados criptografados com medo de um dia ter seu laptop roubado ou coisa parecida, a ótima (sem ironia) feature do Ubuntu pode te ajudar, mas você terá que perder todos os seus dados e configurações de 6 em 6 meses, ou quem sabe aprender como mover toda a sua home pra outro local, utilizando aplicativos de linha de comando como o rsync, lidando com autorizações chatas e difíceis, depois copiar tudo de volta pra sua home.

Enquanto esses probleminhas irritantes e persistentes existirem, teremos que conviver que usuários vindos de outras plataformas, testando, não gostando e indo embora pra nunca mais voltar.

DSousa (usuário não registrado) em 8/06/2010 às 5:38 pm

Foi mal pelo post duplicado. O roteador caiu. Apague o primeiro por favor. O segundo tem mais informações.

Romulo Benedetti (usuário não registrado) em 8/06/2010 às 7:10 pm

Acho que ele não quis irritar ninguém, e creio que ele continue adorando muito a distribuição, mas ele não mentiu, a comunidade está virando desculpa para fazer algumas coisas banais de forma rápida e descontrolada, isso é necessário? Não podemos ir mais vagarosos e cautelosos?

Ja me deparei com muitos problemas que ele disse, todo santo dia com copy paste (sim tem programas que corrigem mas eu nunca lembro de instalar os mesmos e não esperava que isso fosse necessário), com as notificações, e tenho por motivos desconhecidos, costumeiramente falhas na rede e no som, e sempre penso depois destes anos, “poxa, isso não vai mudar nunca? Parece que vai ser pra sempre assim.”

Eu adoro Ubuntu, mas fico triste sim, com o jeito das coisas. E acredito que generalizar a falta de dificuldade não está dando muito certo, a cada usuário que convido a usar a distribuição ja imagino as frustrações que ele vai passar e me contar e como vou explicar isso para ele.

Acredito que os comentários de la sejam uniformemente positivos pois todos la usam constantemente o Ubuntu e sentem na pele todo dia essas dificuldades assim como o fato de o site não ser voltado a um assunto muito técnico também.

Outra coisa, o elementary é um projeto especifico do artista, mas vem realizando estudos e crescimento no modelo de interfaces simplificadas para usuário de forma surprendente, ninguém quer adotar o elementary com suas cores e similaridades com o OS X, mas alguns conceitos realmente inovadores que nele existem, vários moods com o tema do atual Lucid ja saíram para vários programas do Ubuntu e são de se chocar com a qualidade e com as idéias de atalhos e interação, são em geral de terceiros, mas nada são adotado… Ah sim o artista do elementary trabalhou nos icones para Ubuntu já se não me engano.

Renyer (usuário não registrado) em 8/06/2010 às 9:20 pm

Que bug é esse do cut/paste?

DSousa (usuário não registrado) em 8/06/2010 às 11:37 pm

@Renyer Você copia um texto, fecha o programa de origem (tipo Firefox) e quando cola, o texto não está mais no clippboard.

A solução é abrir novamente o Firefox/nautilus ou seja lá de onde for que você copiou, copiar e colar antes de fechar o programa.

O Parcellite não só corrige esse bug como adiciona funcionalidade ao clippboard.

Renyer (usuário não registrado) em 9/06/2010 às 1:46 am

@DSousa

Valeu!

Marcos Elias (usuário não registrado) em 9/06/2010 às 4:15 pm

O bug do copiar/colar me irrita há séculos também, dá uma tremenda raiva (odeio o fato de ter que usar programas extras para isso, o gerenciamento da área de transferência “única” seria tão bom)…

Outra coisa que odeio MUITO é a conexão via ADSL com autenticação. As distros esquecem isso e largam a segundo, terceiro, quarto plano. A aba gráfica no gerenciador de conexões da maioria das distros não faz nada, não funciona o DSL. Tenho que ficar usando o pon dsl-provider… Muito irritante. Sendo que o sistema proprietário com o qual comecei no mundo da informática tem uma interface tão simples pra isso desde 2001… (e não, não quero deixar meu modem como roteador, tenho esse direito e meus motivos).

“Sonho” com o dia que uma distro vai tratar essa questão do DSL de forma melhor. A Splashtop (sistema instant on do Express Gate da Asus) tem um ótimo programinha gráfico de conexão. As outras não poderiam aproveitar isso? Mas como os desenvolvedores “cabeças” não usam, não estão nem aí.

Vejo o sistema em geral como um eterno “testing”, onde se acrescenta coisas aos poucos mas nunca dá pra dizer “ficou pronto”. Culpa da fragmentação? Da especialização no desenvolvimento? Da coordenação na hora de juntar tudo e formar as distros grandes que existem hoje? Cada parte tem sua parcelinha de culpa. E aquilo dito em cima pelo DSousa falou é bem verdade: “Enquanto esses probleminhas irritantes e persistentes existirem, teremos que conviver que usuários vindos de outras plataformas, testando, não gostando e indo embora pra nunca mais voltar.” E eu diria mais. Eles depois vão fazer propaganda negativa do sistema, desmerecendo todo o bom trabalho que inúmeros desenvolvedores fazem.

Os usuários que vêm de outras plataformas têm a impressão de um sistema inacabado, onde os desenvolvedores estão pouco se lixando pro que os usuários passam no dia-a-dia. Isso precisa mudar.

Filipe Rosset (usuário não registrado) em 9/06/2010 às 4:26 pm

Eu só posso dizer, participe, coloque a mão na massa e faça sua parte. Todos nós utilizamos software livre, a grande maioria vive de software livre, então nada mais justo que colaborarmos e fazermos software livre de uma maneira melhor.

Kevin-Moc (usuário não registrado) em 9/06/2010 às 5:19 pm

Em relação ao copiar colar
Uma observação em relação ao sistema é que, no windows acontece de você fechar um aplicativo e ficar alguma dll´s abertas e em servidores por exemplo, com o passar do tempo, você tem que reiniciar para que tudo que esteja na memória seja liberado.
O Linux ao se fechar um programa pai, ele fecha também todos os processos filhos, devido a esse motivo eu vejo o motivo de uso de programas auxiliares para ajudar no copiar/colar após fechar um aplicativo, penso que a solução realmente é usar um programa auxiliar e no caso do Ubuntu, ele ja vir por padrão.

newbrazuca (usuário não registrado) em 9/06/2010 às 9:39 pm

Eu pensei que o bug fosse do BrOffice. Sempre que vou lidar com gráficos e fluxogramas no Ubuntu 9.10, ele me premia com um link ou caracteres estranhos no lugar das figuras.
Tem um cara aqui no trampo que parou de usar linux por conta deste “pequeno” bug.