A situação da Mandriva, confirmada inicialmente por um relato da Assembleia Geral da companhia e o subsequente anúncio da criação do fork ‘Mageia’, com participação dos desenvolvedores demitidos, ambos publicados no sábado aqui no BR-Linux, continua a se desenvolver rapidamente.

A primeira notícia nova a respeito que chegou ao meu conhecimento foi a nota da O’Reilly sobre a mudança no controle da empresa, que passa a estar nas mãos de um grupo russo – ou seja, o investimento anteriormente divulgado por parte dos russos tem proporções maiores do que havia sido mencionado, e o peso da intenção deles de ter uma distribuição desenvolvida na Rússia para competir com o ALT Linux (entre outros) deve ser adequadamente considerado.

A mesma notícia também aponta um número interessante: o fork Mageia, que divulgamos no sábado, já conta com a adesão de mais de 50 ex-funcionários e colaboradores da Mandriva, trazendo sua experiência e conhecimentos sobre a estrutura da distribuição.

E a outra novidade da segunda-feira é a nota oficial da diretoria da Mandriva, afirmando que “a Mandriva está viva e sempre estará viva para todos os envolvidos nela (comunidade, empregados, consumidores, fornecedores, etc.)“, e que a Mandriva se recuperou de uma situação difícil – que bom! – confirmando a ajuda de um novo investidor (não mencionado) e a existência de um novo foco estratégico.

A nota também fala em números: a Mandriva hoje conta com 12 desenvolvedores (7 no Brasil e 5 na França), mais 4 terceirizados, e pretende expandir drasticamente as atividades de pesquisa e desenvolvimento com a inclusão de 15 profissionais na Rússia. Além disso, ela tem “incontáveis” colaboradores comunitários, pretende expandir para até 20 (no ano que vem) o número de desenvolvedores no Brasil, e está em busca de mais terceirizados.

Além disso, a nota dá a impressão de que os desenvolvedores acima mencionados estarão com a agenda bem cheia, pois fala em melhorias na loja on-line da Mandriva, atenção aos Tablets (Intel e ARM, apoio ao Meego, desenvolvimento de uma nova interface em Qt), uma estratégia interna para a nuvem, a distribuição para servidores, o Mandriva Pulse, o Powerpack, os desktops corporativos, a versão com suporte de 3 anos, a distribuição voltada à educação e a intenção de ser a melhor distribuição KDE do mundo, em negrito no comunicado.

A comunidade de usuários também é mencionada de forma bastante específica, inclusive com a adoção da figura do “gestor de comunidades” (como existe no Ubuntu, Fedora e outras) contratado pela companhia, mas mantendo a governança independente e a disponibilidade de estrutura mantida pela empresa. Mas há expectativas também: a empresa vai encorajar a comunidade a desenvolver versões da distribuição com outros ambientes que não o KDE – Gnome, LXDE, XFCE e E17 são mencionados especificamente.

Complementando o texto, uma missão é apresentada para a companhia: ser a distribuição para todos (empresas e indivíduos, iniciantes e avançados) de toda a Europa e do BRIC. Boa sorte!