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Software Livre no Brasil: vamos nos tornar desenvolvedores de tecnologia?

Notícia publicada por brain em outubro 27, 2004 09:41 PM | TrackBack


Luis Alberto GC (luis1978@gmail.com) enviou este link e acrescentou: "Gustavo Noronha Silva (kov) levanta o problema da falta de desenvolvimento propriamente dito e de principalmente a falta de interação de muitos projetos brasileiros com os projetos de software livre originais dos quais derivam: 'O Software Livre, já estamos carecas de saber e cansados de ouvir nas palestras, possibilita ao país sair da condição de mero usuário de tecnologia e passar a ser produtor. 'País' fica muito amplo, falemos de 'pessoa'. O Software Livre me possibilita passar de mero usuário a produtor de tecnologia. Mas será que realmente compreendemos o que está envolvido e o que precisamos fazer para chegar lá?'"

Gustavo Noronha é coordenador geral de modernização e informática do Ministério das Cidades, além de participante ativo da comunidade brasileira do software livre. Selecionei mais alguns trechos do texto indicado pelo LAGC: "Voltando ao exemplo das 'distribuições' brasileiras (porque está na moda atualmente criá-las), uma coisa que me deixa feliz é que boa parte delas é baseada no Debian. Muitas delas usam GNOME ou KDE e muitas vezes fizeram melhorias e adaptações interessantes. Sendo desenvolvedor Debian ativo, participando das listas e acompanhando os relatos de erros (em especial os relacionados ao GNOME), nunca vi um patch de nenhum desses projetos. Pior: nunca vi um relato de erro sequer. Pode até ser que exista um ou outro vagando por aí, se alguém achar me mande o link. O ideal, no entanto, seria que essas contribuições fossem expressivas. (...) Vale ressaltar aqui como exceções a Conectiva, que começou quase como tradução da Red Hat mas hoje colabora grandemente com o desenvolvimento de várias tecnologias base como o apt/apt-rpm, synaptic, KDE, parted, e até mesmo o kernel e a Debian-BR-CDD, cujos mantenedores trabalham diretamente com o time do Debian na construção da infra-estrutura de CDDs."

 

Comentários dos leitores
(Termos de Uso)

» liquidslave () em 27/10 22:53

Acho que a fase oba-oba do SL no Brasil já está em decadência, acredito que com o tempo e maturidade coisas boas podem brotar por aqui.

See Ya


» Girolamo Savonarola () em 27/10 23:04

A resposta a essa questão já foi dada no próprio levantamento dela:

"Vale ressaltar aqui como exceções a Conectiva, que começou quase como tradução da Red Hat mas hoje colabora grandemente com o desenvolvimento de várias tecnologias base como o apt/apt-rpm, synaptic, KDE, parted, e até mesmo o kernel e a Debian-BR-CDD, cujos mantenedores trabalham diretamente com o time do Debian na construção da infra-estrutura de CDDs."

Os brasileiros como um todo, governo, sociedade e empresários, precisam se concentrar em torno das distros comerciais brasileiras. Aqui como lá no exterior, são as distros comerciais que remuneram os desenvolvedores, inclusive os que contribuem com distros não comerciais.

Existe uma mentalidade generalizada no Brasil de que se deve rejeitar as distros nacionais comerciais em favor de distros não comerciais, usando-se das mais diversas justificativas. E quando é forçoso usar uma distro comercial, usa-se uma distro estrangeira. O resultado é que não circula dinheiro no nosso mercado interno para remunerar desenvolvedores brasileiros em tempo integral, os quais vão se dedicar a outros projetos, inclusive de software proprietário.

O Gustavo Noronha percebeu bem o que pouca gente aqui ainda não sacou. Como software livre é tecnologia e não produto, conta competitivamente o país que tiver mais desenvolvedores remunerados envolvidos com as distros dentro de suas fronteiras. Países como os EUA e e federações como a Europa não hesitam em atrair para lá os melhores. Como fazem isso? Dando prioridade às distros comerciais locais.

Com isso, sobra dinheiro até para tocar distros não comerciais. No Brasil fazemos o contrário: caímos de boca nas distros não comerciais depois ficamos sentados no chão nos perguntando porque não conseguimos envolver nossos talentos nos projetos.

Vejo com satisfação que, a cada dia que passa, a ficha vai caindo e o pessoal aos poucos vai se dando conta de que desperdiçamos tempo, dinheiro e cérebros promovendo *prioritariamente* distros não comerciais que, apesar de certamente ter seu lugar, não redundam simplesmente em nenhum retorno competitivo para o Brasil.


» Giordano Bruno () em 28/10 00:11

Pois é. Um "autodidata" de 21 anos sem graduação e nenhuma experiência profissional está gerenciando a informática no Ministério das Cidades. Enquanto centenas de profissionais altamente qualificados com anos de experiência são preteridos.

Pura politicagem.

É uma pena que com o PT a máquina pública tenha a tendência a ficar na mão de amadores. Primeiro, um presidente semi-analfabeto, agora um moleque imberbe em cargos de gerência.

Ainda bem que agora em São Paulo, a farra vai acabar. Telecentros e a geração do oba-oba do Software Livre que mamava nas tetas do governo, podem dizer adeus.


» Osvaldo Santana Neto (aCiDBaSe) () em 28/10 01:06

"parasitar" vtd. 1 viver como parasita; nutrir-se à custa de outro animal ou vegetal; 2 tirar proveito de; explorar

É isso que o Brasil está fazendo com o software livre. Mas ainda há esperanças.

Realmente é pra deixar a gente orgulhoso podermos falar pelo mundo que usamos muito software livre no Brasil. Mas eu acho vexaminoso ver a pequena quantidade de contribuições brasileiras para o Software Livre.

Será que é assim porque estamos começando agora? Não sei. Mas se a gente não começar a trabalhar e a levantar essa questão corremos o risco de nos tornarmos parasitas de verdade. Vivendo em cima do desenvolvimento dos outros.

Justiça seja feita aos que atualmente fazem algo. São em número pequeno em relação à quantidade de cabeças brilhantes que dispomos mas atualmente já se tornaram incontáveis, o que é uma boa notícia e um sopro de esperança.

Resumindo isso tudo: vamos começar a trabalhar para desenvolver o SL aqui também. Não nos tornemos meros parasitas do SL.

Com relação ao Gustavo Noronha: eu prefiro ver gente competente trabalhando para melhorar o país do que um bando de 'intelectuais' vendendo as nossas coisas. Eu prefiro ter conhecido pessoalmente um garoto de um Telecentro que é ex-Febem me contando que agora trabalha numa empresa de desenvolvimento de sites do que ver esse mesmo garoto sendo covardemente espancado na Febem pela polícia de um estado governado pelos 'intelectuais' e 'doutores'.

O SL trouxe para nós que somos desse meio a oportunidade de reavaliar os nossos conceitos e ver que o Brasil também vai ser a terra da oportunidade (de retirante à presidente) e não mais a senzala dos intelectualóides filhos de generais.

(Augusto, desculpe por esse post. Prometo que não vou postar mais nada nessa notícia e se desejar pode excluir esse post também).


» EdCrypt () em 28/10 01:08

Cuidado, Giordano, ressentimento mata...


» bebeto_maya () em 28/10 04:55

__E já falaram muito mal da COnectiva, hein. . .No fórum Kurumin, de vez em quando aparece um ''entendido'' que mete o pau nela!E os outros seguem a boiada, isso é p cúmulo, o próprio Kurumin ou qualquer distro adaptada e compatível com português-BR, só existem, graças a excelente tradução para o nosso idioma, feita pelo pessoal da Conectiva, isso sem falar no desenvolvimento do Kernel, no design do ícones do KDE. . .Etc.Se não fosse a Conectiva, o linux seria um ilustre desconhecido no Brasil.Distros como Kurumin alavancaram o pinguim aos desktops, mas o conceito foi implementado pela Conectiva!


» rivo () em 28/10 08:00

"de vez em quando aparece um ''entendido'' que mete o pau nela!E os outros seguem a boiada"

pois é bebeto isto é o conhecido efeito manada, mas gente não é só com soft livre deviamos focar o desenvolvimento de tecnologia, o próprio título da notícia não é lá muito bom, dá a impressão que só desenvolvendo soft livre estaremos produzindo tecnologia. Sim vamos nos tornar produtos de novas tecnologias, isto é mais que necessário, essencial diria, e temos força para tal mas tb devemos fazer tecnologias não voltadas a soft liuvre e ganhar $$ com isso. O que nos falta é dinheiro, educação e incentivo a pesquisa nas universidades, só isso (aaahhhh é só estas besteirinhas :) ), mas não vamos nos cegar só em soft livre.

valeu


» André () em 28/10 09:21

O governo devia ter dado espaço para o Conectiva Linux e para o Definity Linux, para os órgaos mais resistentes a mudança o Freedows. Com isso mais empresas dariam atenção a esta mercado, a Novell com certeza iria investir pesado na melhoria do suporte a pt_BR no SuSE.

Isso injetaria dinheiro nas empresas brasileiras, dando poder de fogo para avanças no mercado latino americano, exatamente como o EUA fazem.

Todos os países poderosos de alguma forma são protecionistas, via de regra isso não é muito bom, mas em algum momento é algo que se faz necessário para o desenvolvimento.


» CWagner () em 28/10 09:21

O Software Livre ajuda, ou pelo menos deveria ajudar, o conhecimento da informática chegar às camadas mais pobres da população, que normalmente não teriam condições de pagar cursos caros e "oficiais".

A Internet cada vez mais barata (ainda muito cara a meu ver) como fonte de conteúdo tornou-se uma das melhores "bibliotecas" do mundo.

E isso facilita, enormemente a disseminação de técnicas e ferramentas de programação, análise, administração e projeto de Sistemas.

Não entendi a crítica ao autodidata de 21 anos, se houvessem ptofissionais com curso superior tão interessados e engajados com o Software Livre, talvez um deles estivesse ocupando uma posição de destaque nesse ou em outro instante político do país, mas o que vejo é que somente agora o Linux/Unix voltou a ter interesse nas universidades.

Além do mais, como disse um personagen da Guerra dos Clones "conhecimento não significa sabedoria", um cara pode não ter um diploma, mas pode ser quase tão bom programador quanto um cidadão formado.

Não estou desmerecendo, ou diminuindo os alunos e graduados das Faculdades, mas apenas alertando para um tipo de preconceito velado existente na nossa sociedade, que diz que você só é alguém se tiver um diploma.

E quanto ao desenvolvimento de Software Livre nacional, eu acho que deveríamos incentivar a formação de mais Grupos de Usuários, e dentro desses grupos poderiam existir grupos de programadores voluntários, ou mesmo usuários que poderiam fazer muita coisa, como corrigir pequenos bugs, traduzir interfaces, criação gráfica até mesmo criar pequenos projetos: sistemas de padaria, controle de presença de Escola pública, etc... mas eu concordo que devemos aumentar a produção de software livre, e não ficarmos apenas consumindo, apesar de que é melhor consumir algo que eu possa alterar, caso não goste.


» CWagner () em 28/10 09:23

O Software Livre ajuda, ou pelo menos deveria ajudar, o conhecimento da informática chegar às camadas mais pobres da população, que normalmente não teriam condições de pagar cursos caros e "oficiais".

A Internet cada vez mais barata (ainda muito cara a meu ver) como fonte de conteúdo tornou-se uma das melhores "bibliotecas" do mundo.

E isso facilita, enormemente a disseminação de técnicas e ferramentas de programação, análise, administração e projeto de Sistemas.

Não entendi a crítica ao autodidata de 21 anos, se houvessem ptofissionais com curso superior tão interessados e engajados com o Software Livre, talvez um deles estivesse ocupando uma posição de destaque nesse ou em outro instante político do país, mas o que vejo é que somente agora o Linux/Unix voltou a ter interesse nas universidades.

Além do mais, como disse um personagen da Guerra dos Clones "conhecimento não significa sabedoria", um cara pode não ter um diploma, mas pode ser quase tão bom programador quanto um cidadão formado.

Não estou desmerecendo, ou diminuindo os alunos e graduados das Faculdades, mas apenas alertando para um tipo de preconceito velado existente na nossa sociedade, que diz que você só é alguém se tiver um diploma.

E quanto ao desenvolvimento de Software Livre nacional, eu acho que deveríamos incentivar a formação de mais Grupos de Usuários, e dentro desses grupos poderiam existir grupos de programadores voluntários, ou mesmo usuários que poderiam fazer muita coisa, como corrigir pequenos bugs, traduzir interfaces, criação gráfica até mesmo criar pequenos projetos: sistemas de padaria, controle de presença de Escola pública, etc... mas eu concordo que devemos aumentar a produção de software livre, e não ficarmos apenas consumindo, apesar de que é melhor consumir algo que eu possa alterar, caso não goste.


» André () em 28/10 09:24

O governo devia ter dado espaço para o Conectiva Linux e para o Definity Linux, para os órgaos mais resistentes a mudança o Freedows. Com isso mais empresas dariam atenção a esta mercado, a Novell com certeza iria investir pesado na melhoria do suporte a pt_BR no SuSE.

Isso injetaria dinheiro nas empresas brasileiras, dando poder de fogo para avanças no mercado latino americano, exatamente como o EUA fazem.

Todos os países poderosos de alguma forma são protecionistas, via de regra isso não é muito bom, mas em algum momento é algo que se faz necessário para o desenvolvimento.


» André () em 28/10 09:26

O governo devia ter dado espaço para o Conectiva Linux e para o Definity Linux, para os órgaos mais resistentes a mudança o Freedows. Com isso mais empresas dariam atenção a esta mercado, a Novell com certeza iria investir pesado na melhoria do suporte a pt_BR no SuSE.

Isso injetaria dinheiro nas empresas brasileiras, dando poder de fogo para avanças no mercado latino americano, exatamente como o EUA fazem.

Todos os países poderosos de alguma forma são protecionistas, via de regra isso não é muito bom, mas em algum momento é algo que se faz necessário para o desenvolvimento.


» henrique paiva () em 28/10 09:38

nao subestime os "autodidatas", pois com certeza existem trocentos autodidatas melhores que você.


» Manoel Pinho () em 28/10 10:06

Eu já falei isso aqui e volto a dizer: no Brasil ainda estamos na fase de aprender a instalar, configurar e usar os softwares livres feitos quase sempre por desenvolvedores estrangeiros. Até que estamos bem nessa fase mas já é hora de passar dela para uma participação mais ativa.

Existem alguns brasileiros que participam de projetos de âmbito mundial como o próprio kov e o Eduardo Maçan (que conheci pessoalmente) no Debian, o Arnaldo da Conectiva no kernel, o Hélio da Conectiva no KDE e muita gente boa.

Infelizmente, para uma participação mais ativa no desenvolvimento de software livre, metendo a mão na massa de código mesmo, são necessárias várias qualidades que pouca gente consegue reunir:

1- Falar inglês, pelo menos técnico, é fundamental para ler documentações, código-fonte e participar de fóruns e listas de discussão de projetos internacionais.

2- Saber programar bem em uma ou mais linguagens de programação, principalmente em ambiente Unix. Ainda são poucos livros e currículos de universidades que abordam isso e inexistem cursos para isso aqui.

3- Consciência da importância da participação. Muita gente ainda fica perdendo tempo em guerras santas vi x emacs, slack x resto, etc e isso não ajuda em nada o uso de software livre. Muita gente taca pedra quando vê bugs no Conectiva, Kurumin ou outra distribuição nacional e nem sequer tem o trabalho de reportar o bug, além de ver pouquíssimos relatórios de bugs já com a solução proposta.

Auto-didatismo é sempre bom, especialmente na área de software livre que não é abordada normalmente nos cursos tradicionais, mas uma formação técnica na área é sempre bom. É difícil ajudar num projeto de banco de dados quando não se conhece o que a palavra "relacional" de um BD relacional significa.


» Ravendark () em 28/10 10:20

de certa forma acompanhei a tragetória do senhor Gustavo Noronha pela lista de discussão linux-bh e até tive o interesse de visitar o seu site, e o que surpreende é que uma pessoa que se diz "desenvolvedor debian", e que usa esse título para arrecadar dinheiro (hoje ele nao deve precisar mais, né) através de palestras, cursos e se auto promover, criticar a pouca mais "sofrida" produção nacional. mas o que ele já desenvolveu para comunidade de software livre brasileiro? estou falando sobre desenvolvimento de software. não considero uma pessoa que empacota projetos do outros, ou faz pequenos scripts um "desenvolvedor debian". por quê então criticar os outros? quantos patches ele deve ter submetido para o gnome, kde, kernel? antes de sair criticando os que se "aventuram" em fazer algo pela comunidade (mesmo sendo as tais distribuições da moda) ele deveria dar o exemplo.


» celo () em 28/10 12:39

Achei interessante e ao mesmo tempo indignante o artigo do Autor. Acho que a contribuição do pessoal da UFPR é de grande valia, integrar o que está esparso na Internet não é algo elementar, e certamente devem ter havido trocas de mensagens entre os "integradores" nacionais, e os desenvolvedores originais, no intuito de sugerir alguma melhoria ou corrigir algum pequeno detalhe, só isso já vale e muito. Criação de patches nacionais, pode não ter ocorrido neste projeto, mas a questão é: como acadêmico, vc pode até ter oportunidade e tempo pra mexer em algo, mas se você tem família pra sustentar, o que você vai procurar antes de mais nada é garantir sua sobrevivência, e para isso, você precisará ter um emprego. No seu emprego, vc usará as ferramentas da moda que a empresa utiliza e escreverá código proprietário, pois as divisas que o seu governo deveria estar investindo na indústria nacional de software, estão indo indiretamente pros bacanas gringos que contribuem com a distribuição não comercial, a título de economia de licensas e não monopólio. A questão toda é que se você quer desenvolvimento de SL nacional, vc tem de garantir a sobrevivência de quem o fará, seja num cargo público, que no meu ver estes devem se preocupar com questões de uma magnitude maior, seja na iniciativa privada, investindo nos projetos e empresas nacionais. Com raras exceções, nomeadamente Conectiva e a Freesoftware(freedows), conheço poucas empresas que sobrevivam do desenvolvimento de software livre e não da prestação de serviços sobre o mesmo, por falta de incentivo local, em especial do governo, e pelo jeitinho e cultura do brasileiro de que se tem pronto, pra que colocar a mão na massa.


» Gustavo Noronha Silva () em 28/10 12:51

Antes de mais nada, escrevi esse texto com meu chapéu de membro da comunidade e não de coordenador de ti do ministério das cidades. Sobre a 'politicagem' de terem me escolhido para essa posição, acho que podemos discutir isso se você quiser, em um fórum mais apropriado.

Eu não sei de onde você tirou, Ravendark, que eu uso meu 'status' de desenvolvedor Debian para arrecadar dinheiro. Nunca ganhei 1 centavo pelas palestras que dei e já até paguei pra ir palestrar em eventos... dei cursos sim, e prestei serviços sim (como estou fazendo agora), e não vejo nada de ilegítimo nisso. Se você duvida da minha competência, podemos tentar achar uma forma objetiva de medir competência e compararmos a nossa.

Sobre minhas contribuições, tenho pequenas contribuições feitas ao glade3 e ao devhelp. Não me considero um contribuidor do GNOME, já que só trabalhei bastante na sua tradução. Contribuí código para o debconf, gvidm, prozilla, sylpheed-claws, entre outros e escrevi alguns programinhas bobinhos como o gkdial e o gksu. Escrevi alguns manuais como o Como Usar o APT e o Guia Prático para o Debian GNU/Linux, entre outros e comecei material sobre GTK+e Python.

Você não entende o que é ser mantenedor de pacotes Debian se acha que é só juntar tudo num arquivo só que o dpkg pode instalar. Observe as listas de desenvolvimento e em especial os bug reports para entender.

Sobre o 'status' de desenvolvedor Debian, isso não vale nada. Tem muita gente bem mais qualificada que eu em muita coisa que não tem esse título. Agora, na comunidade hacker não se dá importância a título, e eu acho uma merda a importância que se dá a eu ter esse 'título' por aqui. Tudo o que 'Desenvolvedor Debian' significa é que eu dôo tempo para uma causa comum e que julgaram que eu tenho qualificação técnica e conhecimento da filosofia e dos procedimentos suficientes para isso.

Olhe os changelogs e os bug reports dos projetos que citei para me julgar, não meu endereço de email.


» Gustavo () em 28/10 12:59

Sobre os comentários do Girolamo Savonarola e do celo: por que a gente sempre tem que pensar na institucionalização da contribuição? Eu sempre fiz tudo o que citei acima nos meus horários de folga e continuo fazendo hoje nos meus horários de folga. Se você olhar os changelogs dos meus últimos uploads de pacotes para o Debian vai ver que foram feitos no final da noite ou finais de semana, em sua maioria.

Ex:

desktop-base 0.3.15 foi terminado em: Sat, 23 Oct 2004 23:34:52 -0300 (veja)

Não é 'profissionalizando' somente que vamos conseguir isso. O software livre que feito pelos nossos colegas estrangeiros não é feito porque as pessoas são pagas... é trabalho voluntário em sua grande maioria. Por que não podemos ter isso aqui?

Anyway, agora que já acabei de dizer por que razão eu acho que não é demagogia eu estar falando desse assunto, se não houver discordância, podemos voltar ao ponto central? Se as pessoas quiserem continuar no modelo tradicional, por mim tudo bem, mas é uma puta oportunidade que estamos perdendo de dar uma mudada no mundo.


» Trollloló () em 28/10 14:36

Acho o seguinte : no Brasil S.L. virou sinônimo de política ! Existem hoje "defensores" que antigamente nem sabiam o que era Linux, e viviam de mãos dadas com a Microsoft.
Existem grandes cabeças pensantes por aqui que tem projetos que sobrevivem muito mais por sacrifícios pessoais do que "apoio" da "comunidade" e do nosso querido e falador governo.

Outro papo imbecil é este que as pessoas que fazem alguma coisa pelo software livre, não possam ganhar dinheiro com isso. Este imbecil do Ravendark deve ser um filhinho de papai que não precisa pagar contas no final do mês !!!

Pessoas como estas é que acabam com as iniciativas de pessoas sérias !!! Pronto já fui alimentado !


» Torquemada () em 28/10 14:56

Hehehe... os GNU/Políticos incompetentes agora estão tomando de assalto o governo, pra mamar nas tetas do erário e promover sua ideologia tatibitati. Agora entendi o porquê de tantos cargos públicos serem abertos no governo Lula, como se fossem poucos os que já haviam. Deve ser pra abrigar os puxa-sacos e bajuladores do PT agora que a poeira das eleições abaixou.

Era só o que faltava: um empacotador de programas, que não é muito diferente de um empacotador de supermercado, controlar uma área de TI do governo. Isso é típico das repúblicas de bananas, onde conta mais quem tem costas quentes e foi indicado por politicagem, independente da sua (in)competência.

Sorte tem os habitantes de São Paulo, que muito em breve vão se livrar dos malditos petistas, dos telecentros e de toda a corja do software livre que infesta o município. O resto do Brasil ainda terá que esperar dois anos para enxotar essas víboras de Brasília, mas vai acontecer.


» Trollloló () em 28/10 15:11

Torquemada, acho que vc é pago pela M$, pera lá !!!! Mas eu concordo com uma coisa? entrou política em qualquer coisa, a mesma estraga !!!

Que saudade dos tempos em que o S.L não estava na mão destas ratazanas e sim nas cabeças pensantes !!!!


» Augusto Campos () em 28/10 15:21

Parece fácil "decidir" que o cara foi escolhido para um cargo sem ser qualificado, ou que a contribuição dele seja menor que a de outros. A minha impressão é de que ele já deu uma parcela de contribuição para o software livre maior do que a de muitos, e de que o texto publicado por ele tem conteúdo suficiente para merecer o debate de seu mérito, sem ter que desviar para uma série de acusações ao autor, ao governo ou a outras instituições.


» Trollloló () em 28/10 15:29

Augusto,

Quem deveria estar lá são caras como você que sempre lutaram a favor do S.L. e estão aí até hoje defendendo a causa !

Não uma curriolada de puxa-sacos pelegos que usam da política como escada de ascensão e batem no peito hoje e dizem : sempre fui software livre desde de criancinha !

Fala sério !


» Augusto Campos () em 28/10 16:08

Não tenho o menor interesse em estar lá, e fico feliz em saber que existe quem tenha - ainda mais quando se trata de pessoas que de fato tenham participado ativamente da comunidade livre nacional antes de entrar nesta seara, como é o caso do Gustavo "kov" Noronha.


» incrivel () em 28/10 16:49

COmo é fácil alientar trolls por aqui, acabei de ler todos os comentários e em sua maioria eles não falam da notícia em nada. Que besteirada, bando de perdedores. Se o cara é político e um ti incopetente, deixa ele, ele que vai queimar no inferno depois mesmo. huauhauhauhuha!


» incrivel () em 28/10 16:57

COmo é fácil alientar trolls por aqui, acabei de ler todos os comentários e em sua maioria eles não falam da notícia em nada. Que besteirada, bando de perdedores. Se o cara é político e um ti incopetente, deixa ele, ele que vai queimar no inferno depois mesmo. huauhauhauhuha!


» Ricardo Carvalho () em 28/10 19:17

Como as discuções andam trolladas ultimamente eim???
Eu ainda acho que no Brasil desenvolvimento tecnológico é uma piada, os militares, que até hoje acham que sabem mais do que realmente sabem, com o seu ufanismo estagnaram o já fraco desenvolvimento técnico do Brasil, destruíram nossa educação por pura politicagem e no lugar de uma boa política de fomento a empresas nacionais do setor tecnológico criaram algumas (e ineficientes) estatáis, alguns profissionais tiveram de sobreviver neste ambiente, são os verdadeiros heróis da tecnologia no Brasil. Quando o mercado tecnológico se abriu no início dos anos 90, com a informatização do Brasil várias vagas tiveram de ser preenchidas as pressas, graças a isso temos diversos pseudo-programadores, estes só sabem usar algumas ferramentas não entendem lhufas da linguagem em que estão "programando", no andar da carruagem teremos, daqui a alguns anos, pseudo-engenheiros. É lamentável, mas enquanto esta situação não for corrigido dúvido que o mercado tecnológico do Brasil vá avançar, com exceção a algumas pessoas e empresas sérias que podem fazer a diferença, creioi que a coisa vai ficar exatamente na mesma porcaria que foi nestes últimos anos.


» Critico () em 28/10 20:28

Bom eu nao sou contra a iniciativa de implantação de software livre para a educação tecnologica.

Hoje estamos falando muito de 'Independencia Tecnologica(Nem EUA, Japão, China, Russia, Italia, França, India, arriscariam tanto nesse sonho)' mas nao se esqueçam que:

- É por causa de empresas inescrupulosas como a COBRA que se escondem atrás de lobistas como Sergio Amadeu(Ou ele está sendo enganado?) que estamos no lugar que estamos hoje em tecnologia. Parece que a COBRA encontra sempre uma arvore mutante pra morder(antes era na cupula besta de FHC).

Ninguém(pelo menos eu) nao está entendendo com em tao pouco tempo a COBRA foi capaz de passar a frente de empresas de 'software livre' antigas como a Conectiva nas licitações(tem gente denunciando que elas ne. Bem quem quer se aprofundar nessa manipulação mental que esses governantes bastardos estão fazendo para se enriquecer pode ler em:
http://passaporte.abril.com.br/p_login.php
Clicar em 'Comprei a Veja na Banca'
Digitar a senha 'natal'

Pode ser levado a serio...

Um governo que afirma publicamente que não está disposto a gastar um tostão com auditoria para software livre porque tem um bando de evangelizadores apaixonados e sempre dispostos a preencher fichas de amor a Sergio Amadeu.

Um governo que permite que palestrantes gastem a garganta em eventos como FISL e não dá nada a eles.

Um governo que apoia uma iniciativa bastarda como a do Freedows e fala que estamos produzindo tecnologia. Abonitar, pintar colocar um wallpaper trocar / por %DRIVE:%\ , criar um sistema com nome quase igual ao da besta de RedMond e permitir abusos em licitações ?

Nao podemos nos esquecer da borrada dos anos 70/90 com a reserva do mercado liderada pelos clones promovidos pela COBRA, o resultado daquilo que a COBRA prometeu foi exactamente o contrario:

1) Ninguém queria aceitar os equipamentos(clones) no nosso pais porque nós nao compravamos os deles(afinal eramos independentes tecnologicamente) e se compravamos era em infima escala.

2) A suposta tecnologia que diziamos que ia ser desenvolvida nao passou de suposição mesmo, em 90 a nossa tecnologia de hardware era tão obsolta que :

3) Empresas estatais que eram parceiras da COBRA tiveram que anunciar falencia porque nao conseguiram competir com uma tecnologia de ponta vinda do exterior, em resultado da abertura do mercado.

4) As que resistiram(Metron) hoje sabemos qual é o seu estado( se é que ainda têm estado bem ).

5) Com a reserva de mercado os empregos foram diminuindo já que os lobbies de estatais sempre passavam por cima de qualquer privado que fosse, e quem quisesse sobreviver tinha que se submeter as regras dessas estatais.

6) Os nossos centros de estudo nunca estiveram em tão pobre situação. Nao era incomun você passar em laboratorios da poli(USP) e encontrar salas com apenas 4 PC's totalmente obsoletos pra uso de milhares de alunos. Se estavamos produzindo nossa tecnologia porque nao compravam as nossas universidades? Afinal é nosso e era mais barato, nao? Isso até hoje eu nao consigo entender.

7) Com a abertura do mercado o que vemos hoje? Se antes(88) o escritorio da IBM brasil tinha apenas 30 pessoas e o escritorio da M$ apenas 8, quantas pessoas encontram-se hoje nessas privadas? Por mais GHOST FACE que elas sejam, bem mas pode alimentar o filho da minha vizinha.

Deixem cada um escolher aonde ele pode se dar bem, nao obriguem ninguém nem estabeleçam leis rigidas porque um dia ou isso dá certo e batem palmas ou dá errado e escorre sangue emocional.


» César Bórgia () em 28/10 21:59

> por que a gente sempre tem que pensar na institucionalização da contribuição?

Gustavo, não estamos falando em institucionalização. Estamos falando que a iniciativa comercial nacional em torno do software livre é essencial para o seu desenvolvimento local. Porque é ela que gera renda para os desenvolvedores. Isso é aqui, ou em qualquer outro lugar do mundo.

Richard Stallman criou a FSF para ARRECADAR DINHEIRO para projetos de software livre. Ou seja, desde o início, software livre envolveu a questão de remunerar seus desenvolvedores. Sem perda de tempo, surgiram iniciativas comerciais em torno de todas as distros. No Brasil, ao contrário, a questão do dinheiro é tratada de modo negativo, como se brasileiro ganhar dinheiro com software livre fosse imoral. Gringo pode ganhar biliões com software livre, inclusive levando nosso dinheiro para fora (RH/SuSE), mas brasileiro não: tem de ficar pobrinho num canto só contribuindo, de boca fechada. E o resultado é esse que o kov está demonstrando: nossa relevância para o desenvolvimento de software livre é próxima de zero, e as poucas exceções são empresas que, contra tudo e todos, tratam software livre como negócio.

Em resumo, não há como escapar. Se o Brasil quer mesmo ser líder em tecnologia de software livre, deverá apoiar as iniciativas comerciais. O debate em torno dessa questão já está esgotado e, daqui para frente, qualquer hesitação nesse sentido só nos fará perder ainda mais tempo, dinheiro, talentos e oportunidades.


» Gustavo Noronha () em 28/10 23:03

César Bórgia, concordo com você. Só volto a dizer que 'não há incentivo' *não* é uma boa desculpa para o baixíssimo grau de contribuição voluntária. É essa colaboração voluntária, provavelmente, que vai nos qualificar de verdade e gerar investimento nos nossos talentos.

Ao mesmo tempo que concordo que a 'profissionalização' é importante, acredito que a forma mais provável de a alcançarmos é por meio do trabalho, mesmo que voluntário, em cima das tecnologias que são a base do nosso movimento.

Sobre a COBRA, não vejo onde a relação com Sérgio Amadeu aparece, mas se ele tem incentivado o uso do freedows por aí acredito que seja por engano. A COBRA provavelmente conseguiu avançar muito nas "licitações" dos órgãos de governo por ser de governo. Se não me engano, você não precisa de licitação para contratar empresas do governo. É uma questão a ser estudada, sim, e acho que a comunidade tem que se posicionar mais fortemente com relação ao Freedows.

Tem um amigo produzindo um texto especificamente sobre essa questão e que aborda várias coisas importantes, principalmente relacionadas a licenciamento, que poucas pessoas entendem, como por exemplo, a implicação do licenciamento do 'todo' nas partes que o compôe.

Em matéria de COBRA eu prefiro CORBA. (duh, não resisti)


» Alexandre I. V. () em 29/10 00:37

> É essa colaboração voluntária, provavelmente, que vai nos qualificar de verdade e gerar investimento
> nos nossos talentos.

Isso não existe Gustavo. Nem Stallman pensa como você. Em vez de pedir voluntários para produzir software livre, ele criou uma instituição, a FSF, para PAGAR desenvolvedores. Se você não entendeu que a participação do Brasil é baixa no desenvolvimento de SL porque há pouco incentivo para criar empresas que pagam desenvolvedores de software livre, mesmo que a evidência esteja na sua cara, começo a ficar preocupado então de vê-lo numa posição de gerência do governo.

Esperamos que você e o Sérgio Amadeu abandonem urgentemente a idéia de usar distros não comerciais como padrão no governo e que promovam as distros comerciais nacionais. Daí você vai ver desenvolvedores pipocarem por todos os lados, inclusive para contribuir com Debian.


» Trolloló () em 29/10 07:15

Sinceramente, depois de estar bem alimentado só queria complementar com uma coisa : S.L. no Brasil virou coisa de padrinhos ! Quem não tem padrinho neste desgoverno do PT, não faz nada ! Ou melhor faz por sua própria conta !

Tem um caso de um Sr. aí de uma ONG de S.L. que enfiou 1 milhão de reais e sumiu !!! AHAHAHAHAHAHAHA ! Eu tbm quero mamar nestas tetas !!! Buá ! Buá ! Troll que mamar !


» Rei Lagarto () em 29/10 09:06

1 milhão de reais? Como é essa história? Fala, fala.


» Aurelio Marinho Jargas () em 29/10 10:18

oi pessoal,

como o tópico é "Software Livre no Brasil: vamos nos tornar desenvolvedores de tecnologia?", gostaria de dar uma contribuição.

em http://aurelio.net/curso/material/desenvolvedor/ tem os slides de uma paletra sobre a rotina de um desenvolvedor de software livre. é útil para quem pensa em arregaçar as mangas e também desenvolver SL.

ah, convém lembrar que tudo que está ali é uma experiência pessoal e *já* aconteceu. não tem achismos ou viagens, é realidade.

falou


» Dími Rêndrix da Silva () em 30/10 11:33

> Um "autodidata" de 21 anos sem graduação e nenhuma experiência profissional
> agora um moleque imberbe em cargos de gerência.

O fato de ser autodidata, não ter graduação nem barba, não desqualifica o kov para o cargo. Mas se equivocar quanto a conceitos fundamentais em relação à oportunidade do software livre é preocupante. Basta que ele corrija esse pequeno desvio para que esteja perfeito.


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