Arquivos históricos do BR-Linux.org apresenta:

Diferença entre Software Livre e Gratuito

Notícia publicada por brain em maio 28, 2004 09:21 AM | TrackBack


Uma interessante discussão sobre esta diferença crucial, complementada pelo debate nos comentários: Sérgio Marcony (smarcony@brturbo.com) enviou este link e acrescentou: "Mesmo vendo a cada dia as notícias da expansão do Linux por ser aberto, ainda é frequente a confusão entre os termos Livre e Gratuito. Este artigo que saiu no Correio Braziliense esclarece esta diferença."

 

Comentários dos leitores
(Termos de Uso)

» #startx# () em 28/05 10:29

Que bom que os jornais referência do setor econômico estão começando a dar esse tipo de informação. Existem muitas empresas ignorantes (macromedia é uma delas) que não tem noção de que Linux é lucro certo.


» Daniel Dantas () em 28/05 15:42

Eu só discordo dessa idéia que o linux é livre e não gratuito. Pra mim, ele é os dois.
Essa discursão partiu da idéia equivocada de que as EMPRESAS utilizariam o linux sem nenhum custo adicional. As empresas tem que ter custos em informática porque se utilizam de administradores de sistemas, serviços de manutenção, treinamento de funcionários e serviços de suporte que a maioria dos usuários domésticos não usam, mas isso criou um idéia fantasiosa de que elas devem pagar pelo linux. Os custos de informática de uma empresa não se restringem a licenças.
Ninguém nunca pagou uma licença para utilizar o linux. NINGUÉM. Se alguém pagou, me desculpe a expressão, foi de trouxa. Muitas pessoas pagaram e pagam até hoje pelo serviço de suporte ou pelo custo de gravação do cd onde foi gravado o linux, não pelo linux em si. O linux não pode ser vendido, está na licença. Eu sei que o que todos querem dizer quando linux não é gratuito é isso. Só que nós entendemos o que acontece, a maioria não.
Uma pessoa desavisada, como é a maioria, que não quer saber muito das coisas, acha que quem detém a propriedade intelectual do linux cobra uma licença pelo sistema, por isso que você TEM que comprar um cd de uma distribuição para usar o linux, se não, está sendo pirata, o que não é muita coisa no brasil, né?? Pra falar a verdade, eu já tinha lido esse artigo e a impressão que ficou dele é exatamente essa, apesar de algumas vezes ele falar em vender serviços somente.
Acho que devemos mudar um pouco a postura em relação a esse assunto e falar claramente o que acontece. O linux é gratuito, mas se você quiser algum serviço de uma empresa especializada, você tem que pagar pelo serviço dessa empresa. Se você quiser aprender sozinho, o que é possível, não vai precisar pagar nada a ninguém.
Eu digo isso porque já vi vários comparativos de custos com o windows que incluem o custo da licença no calculo, como se tivesse que pagar a licença do linux também. Deve-se comparar custos de manutenção com custos de manutenção e enfatizar que a instalação e as atualizações serão gratuitas, claro, exceto se contratar o serviço de outra empresa para tal. Nesse caso, vai pagar pelo SERVIÇO, não pelo linux. No caso do windows, se pagaria o serviço de instalação e a licença do windows, certo??
Ah, mas tem o custo de aprendizado dos empregados. Isso é um pouco diferente porque quem paga os custos para aprender windows hoje são os próprios empregados. Esse não é um custo para a empresa porque ela obriga o empregado a ter esse conhecimento previamente, durante a seleção. Eu, se fosse dono de alguma empresa, daria um cd do kurumin pra cada um dos meus empregados e falaria: aprende. Até mesmo porque o openoffice não é muito diferente do word, apenas atalhos, posição das funções no menu e pequenos detalhes desse tipo, algo que com uma pequena força de vontade, se aprende rapidinho.
A minha idéia é de que se deve enfatizar isso para as pessoas, para que não tenham uma idéia errada do assunto. Enfatizar que as empresas ganham dinheiro vendendo serviços, não vendendo o linux em si.


» Augusto Campos () em 28/05 15:55

Oi Daniel! Só para eu entender melhor seu argumento, você pode copiar aqui na discussão o trecho da licença do Linux onde diz que ele não pode ser vendido, como você afirmou ali?

Obrigado!
Augusto


» Henrique Vicente () em 28/05 18:26

Acho que a melhor resposta para Daniel Dantas é a seguinte, entre em http://www.gnu.org/phylosophy/
E leia um monte de coisa.. se não souber inglês lá tem em outras linguas também, incluindo português...
Daniel, é o seguinte, o linux não é gratis, é mais que isso... gratis sim, se você pegar na internet e instalar... mas se você tem a liberdade de mudar algo, deixa de ser gratis, concorda? Uma vez que você vai gastar $ para fazer isso... existem várias distribuições... e nelas existem vários programas além do linux(que é apenas um kernel) que podem possuir diferentes licenças...
software gratis é aquele que você pega sem pagar nada e também não pode mudar nada no futuro... uma vez que você muda 'deixa de ser' gratis, concorda? :)
E ele pode ser vendido sim... eu posso muito bem pegar um cd e colocar vários softwares livres e vender por R$1500, compra quem quer... e uma vez que os softwares dessa distribuição imaginária são livres quem comprar pode queimar mais cds também e vender... sendo um realmente cd 'genérico'(não é pirataria...) ou melhor, apenas não é o cd original feito por mim...
Ah, e você não paga pela licença do linux(GPL) não...


» Henrique Vicente () em 28/05 18:27

Acho que a melhor resposta para Daniel Dantas é a seguinte, entre em http://www.gnu.org/phylosophy/
E leia um monte de coisa.. se não souber inglês lá tem em outras linguas também, incluindo português...
Daniel, é o seguinte, o linux não é gratis, é mais que isso... gratis sim, se você pegar na internet e instalar... mas se você tem a liberdade de mudar algo, deixa de ser gratis, concorda? Uma vez que você vai gastar $ para fazer isso... existem várias distribuições... e nelas existem vários programas além do linux(que é apenas um kernel) que podem possuir diferentes licenças...
software gratis é aquele que você pega sem pagar nada e também não pode mudar nada no futuro... uma vez que você muda 'deixa de ser' gratis, concorda? :)
E ele pode ser vendido sim... eu posso muito bem pegar um cd e colocar vários softwares livres e vender por R$1500, compra quem quer... e uma vez que os softwares dessa distribuição imaginária são livres quem comprar pode queimar mais cds também e vender... sendo um realmente cd 'genérico'(não é pirataria...) ou melhor, apenas não é o cd original feito por mim...
Ah, e você não paga pela licença do linux(GPL) não... você paga por melhorias que você faz... :)


» Patola (Cláudio Sampaio) () em 28/05 19:16

Não massacrem o Daniel Dantas. Ele falou uma incorreção, mas julgo pequena diante desta do artigo:

"Essas duas e mais uma terceira. O software que você pode modificar, adaptar às suas novas necessidades e que, como tal, é livre. Mas, para modificá-lo, você paga — e, como tal, não é grátis."

De onde o autor tirou esta idéia absurda de que para modificar um programa livre você paga? A não ser que ele esteja se referindo ao custo de programar programadores, ou ao custo de tempo de programar ele mesmo (caso que se for verdade eu peço desculpas pois minha interpretação do texto não foi essa), não existe nada disso nas licenças livres.

Quando muito, no caso específico da GPL e LGPL, você pode ter que pagar para obter o binário (e aí fontes vêm junto ou podem ser obtidas a baixo custo). Mas a partir do momento que você obtém você tem o direito automático de redistribuir à revelia, inclusive de graça, e por isso é tão fácil achar programas livres também gratuitos - ou pelo menos de baixíssimo custo.


» Patola (Cláudio Sampaio) () em 28/05 19:17

s/programar programadores/contratar programadores/


» Joao Emanuel () em 28/05 19:58

Patola faça o seguinte informe a nossa ideologia para o autor do artigo que você mencionou acima, mas por favor sem ofende-lo como a maioria está fazendo quando ler um artigo de uma pessoa que não sabe nada do nosso ambiente, ok?
E Daniel não se preocupe confudi mesmo essa história, mas não deixe isso te desanimar apreenda com isso e levante a cabeça. Além do mais se você me permitir perguntar, o que adianta investir em um sistema que é gratuito? Se sabe que isso não terá retorno? Além do mais um sisterma operacional hoje em dia não vive só de um cerne, um editor de texto e um compilador, concorda ou não?


» André () em 29/05 00:36

Eu entendi o que o Daniel afirmou quando disse que o linux é grátis. Uma das liberdades do sl é poder copiá-lo e instalar em quantas máquinas quiser sem custo de licenciamento algum. Pagar por distribuição, empacotamento, CDs, suporte é outra coisa.


» Daniel Dantas () em 29/05 18:49

Agora estão entendendo o que eu quis dizer, ou seja, poucas pessoas realmente entendem o que a GPL quer dizer. O linux é livre e grátis. O fato de você poder cobrar pelo cd onde está o linux, não quer dizer que você está vendendo o linux. Você está vendendo o cd.
Olhe a licença (http://www.gnu.org/licenses/gpl.html). Bem, o site é confiável. Ah, eu sei ler inglês. Posso colocar em inglês para não ter que ficar traduzindo??
"Our General Public Licenses are designed to make sure that you have the freedom to distribute copies of free software (and charge for this service if you wish)." E cobrar pelo serviço, se quiser. Pelo serviço, não pelo linux.
"For example, if you distribute copies of such a program, whether gratis or for a fee, you must give the recipients all the rights that you have." Pode ser de graça a distribuição, não o linux.
"You may charge a fee for the physical act of transferring a copy, and you may at your option offer warranty protection in exchange for a fee." Pode cobrar pelo serviço. Está até ficando repetitivo, mas estou seguindo a ordem onde aparece.
"Accompany it with a written offer, valid for at least three years, to give any third party, for a charge no more than your cost of physically performing source distribution". Não mais que o custo de distribuir fisicamente o código fonte, ou seja, não pode cobrar nada além do trabalho de distribuir o código. Não pode cobrar a licença. Não pode vender o linux, mas pode vender o seu trabalho de copiar o linux.
"BECAUSE THE PROGRAM IS LICENSED FREE OF CHARGE, THERE IS NO WARRANTY FOR THE PROGRAM,..." O programa é livre de pagamentos. Pagamento pode ser uma tradução da palavra charge, ou custo se quiserem. Realmente não tem uma parte que diz explicitamente e com todas as palavras que não se pode cobrar, mas isso está totalmente implícito e até visível nessa passagem. Um programa que você pode fazer qualquer coisa com ele (claro, sei das restrições), não pode ser vendido, certo?? Isso é paradoxal. Como você vai vender uma coisa que qualquer pessoas pode fazer o que quiser com ela??
Henrique, seu eu mudar o código eu mesmo, considerando que sei programar, que custos vou ter em modificar o código?? Estou falando em dinheiro, claro.
Patola, ninguém pode cobrar pelos binários também. Pode cobrar pelo trabalho de gravar os binários em um cd e pelo custo do cd em si, não pelos binários.
Alguém está entendendo onde quero chegar?? Você paga pelo serviço da cópia, não pelo programa em si, nem pela modificação do mesmo. No caso das atualizações, você pagar pelo serviço de distribuir as modificações e pelo serviço de fazer futuras modificações. Futuras...
Você pode pagar para um programador fazer uma alteração no código do jeito que você quer, mas não pode cobrar das outras pessoas por essa modificação. Você pagou o serviço, mas, apesar da modificação continuar sendo da autoria do programador e não pode mudar isso, nem ele e nem você podem cobrar pela modificação.
Só uma dúvida que deve vir a tona. As distribuições não são obrigadas a disponibilizar os isos na internet ou em outro lugar, não porque podem cobrar pelo linux, mas porque junto com todos os programas gpl, tem programas de autoria dos programadores da distribuição que não estão sobre a gpl, tipo o instalador, o particionador, o atualizador e etc...
Vendo o tipo de respota que tive, percebo que o que eu falei não foi em vão. As pessoas ainda não entendem perfeitamente a gpl. Quando dizem que o free quer dizer livre e não grátis, não é que tem que se pagar a licença do programa. O que se tenta dizer com isso é que tudo o que envolve o programa não é necessariamente gratuito. Tudo o que?? Os serviços que acompanham o sistema. Serviço de instalação, de configuração, do compromisso de corrigir os bugs que aparecerem, do suporte e etc...
O programa em si é gratuito, mas isso não contamina os serviços em volta dele. O linux é livre e gratuito, mas se pode gerar dinheiro vendendo serviços. Esse que é o sentido do "When we speak of free software, we are referring to freedom, not price." O linux é gratuito.


» Daniel Dantas () em 29/05 19:01

Só completando. Quando disse que o fato do programa ser gratuito não contamina os serviços em volta dele, quer dizer que se não se colocasse esse tipo de aviso (freedom, not price), algumas pessoas poderiam pensar que um cara que programa um software sobre a gpl está obrigado a trabalhar de graça. Claro, o programa é gratuito, como vou pagar alguma coisa por ele?? Por causa desse tipo de idéia atrasada, o que aconteceu e acontece muito, colocaram esse aviso. Freedom, not price. É gratuito, mas podem cobrar para trabalhar com ele.
Espero que tenham entendido. Desculpe pelo tamanho.


» Augusto Campos () em 29/05 20:40

Daniel, a discussão está interessante e por isto vou prosseguir mais um pouco. Eu fiz a pergunta para estimular o debate mesmo, mas já sabia a resposta e agora vou abrir o jogo.

A questão sobre a possibilidade de venda de programas cobertos pela GPL consta na GPL FAQ, da Free Software Foundation. Eles dizem que pode vender sim, e eles devem saber - afinal, são eles os autores desta licença.

A resposta completa da FSF está aqui: http://www.gnu.org/licenses/gpl-faq.html#DoesTheGPLAllowMoney

Já que você fez várias citações em inglês, vou reproduzir também a parte mais relevante da resposta da FSF aqui: "The right to sell copies is part of the definition of free software. Except in one special situation, there is no limit on what price you can charge". Claro que eles também mencionam a obrigatoriedade de disponibilizar o fonte.

Mas quando eu perguntei originalmente, eu pensei que você ia apontar algum local autoritativo afirmando mesmo que o Linux não pode ser vendido... Isso ia ser interessante e realmente polêmico, porque de fato ele pode. A licença não impede. Ela não especifica que se cobre apenas pelo serviço de cópia.

Isto é o que se depreende daquele trecho que você citou, que aliás permite explicitamente que se cobre para entregar o produto. Para esclarecer com todas as letras, a GPL permite que se cobre para entregar a cópia, e não apenas para fazê-la. Para clareza, reproduzo: "You may charge a fee for the physical act of transferring a copy, and you may at your option offer warranty protection in exchange for a fee."

Claro que se o produto pode ser obtido gratuitamente ou a preço baixíssimo (por exemplo, o custo do download, ou de encomendar um CD da LinuxMall ou da Tempo Real) de forma legítima, dificilmente alguém vai encontrar comprador se oferecê-lo (sem adição de serviço, produto ou outro valor qualquer) por um preço maior que o do mercado.

Mas isso não muda o fato de que você pode mesmo oferecer o Linux, o Gimp ou o Bash a R$ 2.000.000 (ou a R$ 15,00, não importa) sem violar a licença. Se vai encontrar comprador, é outra história (e há quem encontre), mas o fato é que a licença permite a venda. Ele não está cobrando apenas pelo ato da cópia - está cobrando para entregar ao comprador, ou seja, o ato físico da transferência da cópia, como menciona a GPL.

O que a licença impede, na verdade, e folgo em ver que você concorda com a distinção, é que neste ato de venda, o vendedor imponha alguma restrição adicional não inclusa na própria licença original. Ou ainda que deixe de disponibilizar ao receptor (que pode ser eventualmente um comprador) o código-fonte, embora possa cobrar por este fornecimento adicional (aí sim, limitando especificamente ao custo adicional de entregar este complemento).

Em resumo, a licença permite sim que se venda qualquer software GPL. Eu posso vender, você pode, a CheapBytes pode, a LinuxMall pode, a Conectiva pode, o Patrick Volkerding pode (não sei se ele quer, mas pode) e até o Stallman pode. Todos são livres para isso. Mas quando vendem, entregam ao comprador junto a licença GPL, portanto ele leva muito mais do que está na caixinha.


» Manoel Pinho () em 29/05 21:09

E aquele papo de usar o nome da distribuição nas cópias feitas pela Cheapbytes (por exemplo) ? Me lembro daquele caso noticiado aqui

http://br-linux.org/noticias/001182.html

Outra coisa: é permitido eu comprar uma cópia do Red Hat atual (que não é mais gratuito), copiar e vender cópias baratas chamando a distribuição de "Chapeuzinho Vermelho Linux" ? :-)

Uma distribuição linux pode criar uma licença que só permita a instalação da cópia adquirida em uma única máquina ? Pode limitar a instalação da cópia em máquinas com até x microprocessadores ?

Algumas das respostas eu sei com certeza mas acho que essas perguntas valem à pena serem discutidas aqui porque todo mundo costuma fazer quando vc apresenta o conceito de software livre. Sempre tem gente desconfiada que acredita que o software livre mudará algum dia, que isso é apenas dumping das empresas para derrubar a Microsoft e tal e coisa.


» Augusto Campos () em 29/05 21:36

Manoel, o uso de nomes e marcas pode ser restrito sim. As licenças livres típicas (como a GPL e a BSD, por exemplo) não mencionam o assunto. Portanto, os donos das marcas podem restringir seu uso tanto quanto a lei lhes permite, sem infringir as licenças.

Isto nos leva à resposta da tua outra pergunta: se um software é livre, mas é vendido sob um nome "restrito", qualquer interessado pode mudar o nome e distribuir o software livremente. Assim surgem os Tao Linux e White Box Linux da vida: pegam todo o software livre que vem dentro da caixa do Red Hat Enterprise, copiam, mudam o nome e disponibilizam - claro que sem o suporte da Red Hat, mas sem infringir o direito de ninguém. (http://brlinux.linuxsecurity.com.br/noticias/001663.html) Mas não basta mudar o nome, ok? É preciso escolher um nome que não viole os direitos do dono original. Em alguns casos, nomes parecidos violam os direitos (veja o caso do Lindows) - e essas leis variam de país para país. Consulte um especialista antes de fazer algo assim ;-)


» André () em 29/05 22:55

> Uma distribuição linux pode criar uma licença que só
> permita a instalação da cópia adquirida em uma única
> máquina ? Pode limitar a instalação da cópia em
> máquinas com até x microprocessadores ?

Pois é, mesmo que já saibamos muitos desses pontos sempre restam dúvidas a respeito.

Eu acredito que se houver um pacote que faca parte dela e que seja essencial ao funcionamento do sistema podera sim :) é quase o caso da SUSE quando o YAST ainda não era GPL, só que ela não era tão restritiva a esse ponto.
Mas eu não vejo esse caso com maus olhos, apenas dou preferência a distros 100% GPL , ou melhor, que use 100% de programas com licenças livres. :)


» André () em 29/05 23:11

Augusto:

Sobre poder ser vendido também concordo, mas sem dúvida o distribuidor terá que "agregar valor" ao software, já que pra ser considerado livre tem que haver permissão de copia e livre distribuição, inclusive por outros distribuidores. :)

O que o Manoel Pinho citou é interessante, já vi muita gente com essas dúvidas: E se o Linux passar a ser cobrado? E se o Linus Torvalds resolver vender kernel? etc..


» Augusto Campos () em 29/05 23:14

No passado já houve distribuições cujo programa de instalação e configuração era proprietário e tinha restrições sobre onde e como podia ser instalado, ou sobre como podia ser copiado. Acho que não há mais nenhum caso relevante disso hoje em dia.

Mas o importante aí é essa distinção: a distribuição de software livre incluía um componente não-livre, e era sobre este componente que havia restrições. O restante (kernel e todos os softwares de costume) não eram e nem podiam ser restritos.

Sobre o comentário do André especificamente, tem um aspecto interessante a considerar, que é a dificuldade de encontrar alguma distribuição que não inclua ou suporte softwares não-livres. O Stallman dizia que existia uma (o GNU Linex, da espanha, se não me engano - se ainda estiver no ar, a entrevista dele pode ser encontrada aqui: http://brlinux.linuxsecurity.com.br/noticias/000776.html), mas posteriormente ele percebeu que nem essa estava isenta de incluir ou facilitar a instalação de softwares proprietários.


» Augusto Campos () em 29/05 23:20

André: pro Linux poder mudar de licença, todos os desenvolvedores creditados como autores de alguma parte dele precisariam concordar. Dê uma olhada na lista de autores na sua versão do kernel: na minha são várias centenas. Ia ser difícil ;)

Quanto à dificuldade de vender o software livre se a pessoa não agregar algum valor a ele, estamos de pleno acordo, inclusive eu mencionei isso ali no meu comentário. Não sei se você repetiu apenas para reforçar, ou se não me fiz entender. Mas fica esclarecida a concordância então ;-)


» André () em 29/05 23:41

Ok, então pra reforçar mais um pouco aqui vai um link (em bom português:)

http://www.debian.org/intro/free.pt.html

Sobre distros livre, eu acredito que tenha sim, Mandrake DE por exemplo, existem pacores que têm restrições em alguns países por causa de patentes mas é td livre sim, agora facilitar a instalação, q eu saiba, isso tds fazem mesmo. se vc conhece algum pacote no mandrake q não seja livre por favor esclareça. :-)


» Augusto Campos () em 30/05 00:07

Não vejo nada de errado em as distribuições oferecerem software não-livre, e é tão comum que a gente nem nota: pine, flash player, opera, netscape (esse é cada vez menos comum), componentes do Java e vários outros costumam estar incluídos no pacote e deve até ter gente que acha que são pacotes livres.

Mas pra responder ao André, especificamente no Mandrake 10, além do feijão com arroz (opera, etc.) citado acima, por exemplo, tem um monte de software de fonte fechada "modelo clássico" (comercialzão mesmo, com trials e demos e outras coisas assim) incluído nos CDs: VMWare, Arkeia, VariCAD e vários outros. Na versão de download eu acho que eles não vêm.

Quanto ao Debian, também não vejo absolutamente nada de errado no modelo. Mas sei também que a não classificação dele como uma distribuição 100% livre por parte do Stallman tem base em um argumento bem claro, que é o fato de o Projeto Debian abrigar a árvore non-free, cujo objetivo é justamente manter pacotes não-livres para conveniência de seus usuários. Este ano mesmo teve uma votação sobre este tema no âmbito do projeto, e o resultado "confirmou o desejo dos componentes do projeto Debian em 'reafirmar o suporte ao non-free'". Detalhes sobre a votação aqui: http://brlinux.linuxsecurity.com.br/noticias/002081.html

Antes que me atirem pedras, é importante mencionar que o non-free não faz parte da distribuição oficial Debian - trata-se apenas de mais um conjunto de software mantido e suportado pelo Projeto Debian.

E para repetir mais uma vez: aparentemente não há mesmo exemplos de distribuições relevantes em termos de base instalada que não incluam ou suportem pacotes não-livres. Talvez isso mude algum dia, e felizmente esta participação dos pacotes não-livres é minoritária.


» André () em 30/05 00:57

Augusto:

Como usuário do mandrake não posso deixar de esclarecer: Não tem nada disso que vc citou no mandrake não! :)) , só na versão comercial!

Flw!


» Augusto Campos () em 30/05 01:21

Oi André!

Volto a repetir que não vejo problema nenhum em a Mandrake incluir softwares não-livres em sua distribuição. É prática comum, e quem tem restrições ao uso pode simplesmente não instalá-los, ou atuar junto a sua distribuição favorita para substitui-los ou elimina-los.

Mas não sei onde você olha a lista dos pacotes do Mandrake - eu consultei ela no site oficial. A lista dos pacotes "genéricos" do Mandrake 10 (Discovery Edition) está aqui: http://www.mandrakesoft.com/products/10/discovery/packages?p=index-name.html

Obviamente não fui lá procurar pacote por pacote, mas procurei só 3 softwares não-livres "comuns" para ver se algum deles estava lá, e... os três estavam. São eles: Opera, Flash Player e o Java. Clicando no nome do pacote, na listagem, aparece a página de detalhes, e para os três consta a licença como "Commercial".

Se a tua versão veio sem eles, talvez seja o caso de verificar se houve algum erro no download, ou até de reclamar junto a quem te forneceu, porque eles fazem parte da distribuição sim. A não ser que a tua seja a download edition, aí eles saem mesmo, por razões óbvias. Mas mesmo a download edition inclui softwares não-livres mas claramente "redistribuíveis", como o mpg123 por exemplo.

A lista dos pacotes comerciais que vem no Mandrake 10 Discovery também pode ser consultada online, está aqui: http://www.mandrakesoft.com/products/10/isv. Estes pacotes, me parece, não são incluídos na edição para download.


» André () em 30/05 15:36

Tem razão, verifiquei agora o mpg123 e realmente é pra uso somente não comercial. Pra muitos pode até parecer um preciosismo exagerado esse tipo de debate, mas particularmente acho interessante estar por dentro desses detalhes.


» Daniel Dantas () em 31/05 18:19

Augusto, sei lá, pode ser teimosia. Ainda acho que não se pode vender o linux. Você pode gravar em um cd e cobrar R$ 50.000,00 por ele, mas não pelo linux e sim pelo cd. Por que pelo cd?? Porque você não pode obrigar o cara a instalar em apenas uma máquina, com apenas um usuário ou por apenas algum tempo. Para mim, isso configura você vender o linux.
Talvez um advogado, depois de analisar atentamente a licença, possa dizer se pode ou não vender o linux. Se bem que isso são detalhes jurídicos. Na prática, o linux, se não é gratuito, pode ser obtido gratuitamente, o que dá na mesma na prática.
Uma coisa que você disse meio errado. O linux pode e não pode mudar de licença. É por isso que dizem que a GPL é um vírus. Tudo bem, foi a M$, mas de certa forma ela está certa. A M$ é cheia de meias verdades. O Linus pode achar todo mundo que tem alguma participação no código e mudar a licença para uma comercial, mas eu, que já tenho o kernel 2.6.4, que foi liberado antes da mudança de licença, posso abrir um cvs e continuar o trabalho pela GPL, talvez mudando o nome para qualquer outra coisa, mas o linux vai continuar sendo GPL. O que for novo e derivado do trabalho do Linux não será livre, mas o que for derivado do antigo, continuará livre.Exemplo prático disso?? Wine. A licença atual do wine (LGPL) não permitiria a existência do crossover ou do winex, porque eles não são livres, mas como eles são derivados de versões do wine anteriores a mudança da licença, podem ser vendidos. Afinal, foi por eles poderem ser vendidos que os caras do wine mudaram a licença.


» Patola (Cláudio Sampaio) () em 31/05 19:32

Daniel, sua compreensão de 'vender' é estranha. Acho que o que devia ser dito era justamente o contrário: no caso do software proprietário você paga pelo uso de uma licença para uma pessoa. Por isso que não pode instalar em mais computadores... Isso pra mim parece mais aluguel do que compra. Já no caso do GNU/Linux, uma vez que você o compre, pode fazer com ele virtualmente o que quiser - algo bem mais parecido com ter a posse dele de verdade.


» Augusto Campos () em 31/05 20:59

Daniel: você pode discutir o assunto à vontade, é legal, o tema é válido em uma conversa filosófica.

Mas atendo-se exclusivamente aos fatos, não há necessidade de analisar a licença via um advogado. Veja a sequência: o Linux é licenciado usando a GPL; a GPL é uma licença da Free Software Foundation; a FAQ da própria Free Software Foundation sobre a licença GPL diz que softwares licenciados sob a GPL podem ser vendidos. Logo, o Linux pode sim ser vendido.

E quem o adquire via compra, adquire-o com a mesma licença GPL que é concedida a quem faz o download de graça.

Quanto ao que você disse sobre o crossover e o winex violarem a licença atual do wine, você tem alguma referência ou mais detalhes sobre isso? Fiquei surpreso, porque me parecia que eles respeitavam esta licença integralmente.


» Daniel Dantas () em 01/06 15:01

Caramba, tu me pegou nessa. Faz tanto tempo da mudança da licença, que nem tem muito material na internet sobre isso. Achei esse link do faq do winehq (http://www.winehq.com/site/docs/wine-faq/index#IS-TRANSGAMINGS-LAST-PATCH-INCLUDED-IN-WINE) dizendo que as licenças são incompatíveis.
Se não servir, podemos dar outro exemplo do X.org, que fez um fork do código do Xfree antes da mudança de licença, com a mesma licença anterior. A mesma coisa poderia ser feita com o linux, mantendo o mesmo ainda sobre a gpl. Foi como um comentário que li quando a qt mudou de licença. "Mudar para a gpl é um caminho sem volta". Você não poderá realmente fechar o código. Sempre poderá ser feito um fork.
Sobre o faq que você apresentou sobre a gpl, a pergunta diz se pode se fazer dinheiro com a venda de COPIAS de software sobre a gpl, não a venda dos programas. Lá está escrito o "right to sell copies", seguindo o link tem esse comentário, que acho que explica perfeitamente o significado de vender:

"The term ``selling software'' can be confusing too
Strictly speaking, ``selling'' means trading goods for money. Selling a copy of a free program is legitimate, and we encourage it.
However, when people think of ``selling software'', they usually imagine doing it the way most companies do it: making the software proprietary rather than free.
So unless you're going to draw distinctions carefully, the way this article does, we suggest it is better to avoid using the term ``selling software'' and choose some other wording instead. For example, you could say ``distributing free software for a fee''--that is unambiguous." (http://www.gnu.org/philosophy/selling.html#TOCConfusingTerm)

É isso que estou tentando dizer! É melhor evitar falar vender o linux ou o linux não é gratuito, porque isso pode gerar confusão. É melhor falar: "a distribuição pode ser cobrada". Esse trecho acho que explica tudo. Agora cheguei no ponto principal da coisa. Tudo o que estou dizendo é exatamente o que esse trecho diz. O linux não pode ser vendido. A distribuição do linux pode ser cobrada, mas o preço é referente a distribuição, não ao linux em si. O que eu quero dizer com distribuição é a venda de cópias do linux, não distribuição como slackware, gentoo, debian... E é melhor parar de usar o termo "o linux não é gratuito" porque isso gera confusão. É melhor falar: a distribuição do linux pode ser cobrada, mas apenas a distribuição e outros serviços associados.
Esse negócio de falar que o linux é gratuito, gera muita confusão, até em pessoas esclarecidas, como o nosso editor Augusto. Não é uma ofensa, Augusto. É que estou impressionado que até você fale que o linux pode ser vendido. Pô, estou até mudando o tom, e falando que não pode ser vendido enfaticamente, por causa desse trecho, que é da própria página do GNU.
Fechamos a discussão?? Se não, leia a página em que está esse trecho toda. Espero ter acabado com esse impasse para que as pessoas não falem besteira sobre isso.
E até espero que as pessoas ainda estejam lendo esse tópico. Isso iria sanar uma pancada de dúvidas sobre o caso. Nota-se isso pelo tamanho da discussão.


» Patola (Cláudio Sampaio) () em 01/06 16:40

Daniel, a página da GNU não diz que não se pode vender software proprietário, diz simplesmente que é um termo a ser evitado por fazer as pessoas pensarem que se pode fechar o fonte e vendê-lo, ou seja, tem ambigüidade.


» Daniel Dantas () em 01/06 19:59

Bem, eu acho que a frase "distributing free software for a fee" diz tudo e é essa que deve ser usada. Distribuir o software pode ser cobrado.
Na verdade, quando se fala "vender o linux", se fala exatamente vender uma coisa que você considera como sua. Estou achando que vocês estão começando a imaginar outras coisas. Tipo, eu posso vender o site do br-linux. Poder, posso, mas na verdade não estou vendendo nada. Um cara pode me pagar milhões pela suposta compra, mas não estou vendendo nada. Entendeu?? Como é possível vender uma coisa que você não tem propriedade?? Enganando as pessoas, você até vende, mas isso não configura venda, e sim estelionato.
Na minha opinião, a idéia do texto é a seguinte: uma distribuição, digamos a red hat, não pode montar a distribuição somente com software livre e vendê-la, obrigando o usuário a pagar. Obrigando!!
Esse tipo de pensamento pode ser inferido quando você diz que o linux pode ser vendido, mas não é verdade. Como diz no trecho, melhor é falar: a distribuição do software pode ser cobrada, que não gera conclusões falsas.
Quando se fala que o linux pode ser vendido, na prática significa que um empresário terá que "comprar" o linux. Não vai passar na cabeça dele que ele pode treinar uma pessoa em linux para baixá-lo gratuitamente e utilizar o linux sem custos ou que ele pode contratar uma pessoa já qualificada. Sempre que eu fui instalar um servidor linux em alguma empresa, os caras já vinham com uma distribuição recém-comprada, porque precisava "comprar" o linux.
Pior, sempre que fazem uma comparação de preços, incluem os preços cobrados pelas distribuições pelos cds e suporte, comparando eles com a licença do windows, coisas que não tem nada a ver.
Todos os locais sempre rementem a cobrar pela distribuição e nunca falam claramente em vender o software propriamente dito. Por quê?? Na minha opinião, porque o software não pode ser vendido. Ele é livre, se esqueceu?? Como vender uma coisa livre?? Que você não tem propriedade??
Pensamento final: como posso vender uma coisa que não é minha??


» Zecamann () em 02/06 13:42

Vamos ver se eu entendi.(desculpem a intromissão)Mas se vcs não sabem, o novo MacOS X "panther" é open source (o kernel é baseado em freeBSD 5) mas não é GPL....você tem acesso ao source mas não pode copiá-lo, nem tampouco distribuí-lo à revelia, como no caso do linux, nem mesmo instalá-lo em quantas máquinas quiser.


» Zecamann () em 02/06 13:43

Vamos ver se eu entendi.(desculpem a intromissão)Mas se vcs não sabem, o novo MacOS X "panther" é open source (o kernel é baseado em freeBSD 5) mas não é GPL....você tem acesso ao source mas não pode copiá-lo, nem tampouco distribuí-lo à revelia, como no caso do linux, nem mesmo instalá-lo em quantas máquinas quiser.


» Zecamann () em 02/06 13:46

Vamos ver se eu entendi.(desculpem a intromissão)Mas se vcs não sabem, o novo MacOS X "panther" é open source (o kernel é baseado em freeBSD 5) mas não é GPL....você tem acesso ao source mas não pode copiá-lo, nem tampouco distribuí-lo à revelia, como no caso do linux, nem mesmo instalá-lo em quantas máquinas quiser.


» Daniel Dantas () em 03/06 06:43

Você está falando do Darwin, não do MacOS X. O Darwin é o kernel do MacOS X, e somente o kernel. Pelo que eu saiba, disso não sei muito, ele é derivado de um outro kernel software livre e pode ser copiado e essas coisas. Só que com o MacOS X, vem todos os outros programas que não são software livre, por isso o impedimento da cópia do MacOS X. Acho que é isso.
Nem toda licença de software livre é GPL. A GPL é apenas uma das licenças de software livre, e, por sinal, a mais restrita. Restrita no sentido do software derivado do software sobre a GPL tem que ser GPL também. Outras licenças são mais flexíveis, tipo a do Xfree, que permite que você feche e venda o software, apenas avisando que o trabalho é derivado do Xfree. A GPL também não permite que o programa seja usado como biblioteca de um programa proprietário. Tipo, se a QT fosse apenas GPL (ela é GPL e QT commercial license) nenhum programa de código fechado poderia ser feito com ela. A outra licença da QT permite que ela seja vendida pela trolltech e permite que seja feito programas de código fechado. Esse tipo de coisa, duas licenças para o mesmo programa existe em alguns outros programas, tipo o mozilla e o openoffice. Por esse motivo, criaram a LGPL, que é a GPL que permite que a mesma seja usada como biblioteca de um programa de código fechado. Deu pra entender??
A idéia do Stallman era exatamente de fazer uma licença que permite o programa ser livre e permanecer livre, por isso a GPL tem essa restrição.


» Fernando Póvoa () em 12/06 13:56

Depois de ler e reler... e essa é apenas a minha opinião.

Você pode, sim, vender o linux.

Só não se pode esquecer de que, em se negociar/vender/trocar, é preciso explicitar o conjunto de regras que irá reger o seu acordo/contrato, por exemplo as leis de direitos autorais, as licenças GPL ou mais recentemente o Creative Commons.

No caso do linux, também por sua filosofia, a GPL é o conjunto de regras que deve ser aplicado atualmente. Digo atualmente, pois como foi citado antes isso pode ser mudado e não necessariamente representará o fim pois, de acordo com a mesma GPL, sempre se pode fazer uma ramificação na árvore de desenvolvimento, em algum ponto anterior, e continuar com uma nova vertente SOB A GPL.

Você pode, sim, vender o linux. Mas apenas sob a GPL, porque ele chegou até você sob a GPL. E o seu comprador poderá vendê-lo novamente se quiser, também sob a GPL.

E se você acrescentar alguma funcionalidade/otimização/ou só mudar o nome? Aí já é um caso diferente. Como no caso do crossOver que foi derivado do wine ou como no caso dos "clones" do Red Hat.

E se você acrescentar algum sistema independente e quiser distribuir junto? Como no caso do java ou do Flash, o linux continuará livre e seu aplicativo seguirá as regras que você escolher.

Ao terminar de ler você pode reler fazendo uma comparação direta com casos de venda de sistemas de código fechado... O ponto principal disso é que existem 'vendas' e 'vendas', sendo diferenciadas pelas regras de negócio.

Esse confronto na palavra venda deverá existir até que se tenha enfraquecido o conceito de software proprietário presente a tanto tempo. E, acho, que não é se 'evitando' dizer uma ou outra palavra que a situação estaria resolvida. Acho que as palavras têm que ser ditas inteiras e a história explicada por completo, então cada um poderá fazer o próprio julgamento.

Obs. Não quis explicar ou definir a situação, mas apenas mudar um pouco o ponto de vista sobre o assunto.


» Augusto Campos () em 12/06 14:25

Fernando: legal a explanação. Só dois detalhes: o exemplo do wine é diferente, porque a licença dele não é a GPL. Quanto aos clones do Red Hat, eles são vendidos com a mesma licença do Red Hat original (que é a GPL), portanto não são um caso particular.


» Daniel Dantas () em 13/06 09:51

De novo, como você pode vender uma coisa que você não tem a propriedade?? Não pode.
Repito novamente, essa idéia de poder vender o linux veio do equívoco de que não se pode fazer dinheiro com uma coisa gratuita. O linux é gratuito, mas não os serviços que podem acompanhar o software, tipo a gravação do cd, a instalação (por uma pessoa, é claro), o suporte e etc...
O problema de falar em vender o linux é que as pessoas menos desavisadas podem pensar que elas TEM que comprar o linux. Por isso, acho que devemos evitar esse tipo de coisa. O linux é gratuito, mas pode ser cobrado os serviços que envolvem ele. Essa coisa de gratuito não "infecta" os serviços das empresas que trabalham com linux. Afinal, é com serviços que essas empresas geram lucros e a idéia de "vender linux" é a idéia de poder gerar lucro com o linux, mas não vendendo o linux.
Acho que devo repetir o trecho da página retirada do site do projeto gnu: "So unless you're going to draw distinctions carefully, the way this article does, we suggest it is better to avoid using the term ``selling software'' and choose some other wording instead. For example, you could say ``distributing free software for a fee''--that is unambiguous."
Tradução: A não ser que você faça a distinção cuidadosamente, da forma que o artigo faz, nós sugerimos que é melhor evitar usar o termo "vender software" e escolher outras palavra. Por exemplo, você pode dizer "distribuir software livre por um preço", o que não é ambíguo. (a tradução não está totalmente ao pé da letra, mas corresponde ao original)
Percebeu que ele evita falar em vender software?? O que ele quer falar é que, quando fala em vender software, ele está falando em vender os cds com o linux (distribuir), ou seja, vender um cd com o linux é permitido, mas não vender o próprio linux. Afinal, o linux é gratuito. O ato de comprar os cds com o linux, para o usuário final, seria como comprar o software, por isso a polêmica, mas comprar os cds não significa comprar o linux. Comprar os cds, mais uns livros, mais manuais, mais a caixinha, mais o suporte, não significa comprar o linux. Isso por qualquer preço que o cara quiser cobrar. Se você comprar um cd com o linux por R$ 1.000,00, você está comprando o cd, não o linux. "Ah, ninguém compra um cd por R$ 1.000,00". Você acabou de comprar.
Da próxima vez que você comprar um kit do linux da conectiva, por exemplo, olhe para a caixinha e veja que você está comprando o trabalho deles de fazer a distribuição, de criar e fabricar a caixinha e os manuais, de gravar o cd e de dar a garantia de suporte por algum tempo, mas não que está comprando o linux em si.
Isso, às vezes, é meio difícil de entender mesmo. Porém, como a própria página do projeto gnu falou, isso deve ser explicado com cuidado, para não gerar ambiguidades.


» Augusto Campos () em 13/06 10:40

Oi Daniel! Pode repetir à vontade, que é bom como exercício de retórica. Só por clareza, entretanto, e no interesse de outras pessoas que leiam esta discussão no futuro não confundam a tua opinião (que é válida, claro) e a realidade da licença GPL, reafirmo que a free software foundation afirma cabalmente que softwares sob a licença GPL podem ser vendidos sim - embora ela faça ressalvas de que a licença tem que ser mantida, e que prefere que não se use o termo "venda", ela mesma o utiliza em sua FAQ.

A dúvida é tão frequente que esta pergunta consta na FAQ deles, no endereço http://www.gnu.org/licenses/gpl-faq.html#DoesTheGPLAllowMoney

Eis o trecho crucial:

Does the GPL allow me to sell copies of the program for money?

Yes, the GPL allows everyone to do this. The right to sell copies is part of the definition of free software

Mas software livre é isso, você tem liberdade até para achar que os termos da licença deveriam ser interpretados de uma forma diferente da que o autor da licença usa.


» hamacker () em 02/07 13:56

O colega acima diz que o linux é livre e gratuito :
"Eu só discordo dessa idéia que o linux é livre e não gratuito. Pra mim, ele é os dois"
Na realidade ele nao pode ser os dois, pois se é livre eu decido o que fazer com ele, se devo ou nao cobrar pelo "HamackerLinux" é a expressão de minha liberdade.
Se eu fosse forçado a da-lo gratuitamente ele deixaria de ser "livre" e seria somente "gratuito".

Pelo jeito, muita gente ainda não "pescou" o sentido de livre (as freedom).


» André () em 05/07 03:11

Ainda tem gente que confunde o programa com a distribuição do mesmo. Se vc tiver onde copiar COM CERTEZA poderá fazê-lo! hehe Disso nunca tive dúvidas. :)


» AntiSpamer () em 28/07 07:33

André seu Spamer.
201.7.79.213.
Piratas del Caribe.


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