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Mais sobre o cancelamento do pregão do laptop educacional: queriam mesmo pagar US$ 100?

Complementando a notícia deste sábado (“Reviravolta: segundo a Folha, Lula já decidiu cancelar o pregão do laptop educacional“), o G1 traz novas informações, incluindo a afirmação de que o governo brasileiro tinha mesmo planejado comprar os laptops, nas condições deste pregão (entrega diretamente em cada uma das escolas, 3 anos de garantia, etc.) a um preço unitário de US$ 100 – valor irreal para este momento, considerando os preços praticados por todos os concorrentes, que são de conhecimento público.

Segundo a nota do G1, com relação ao pregão que acaba de ser cancelado, em que o vencedor ofereceu um custo unitário de US$ 360, “não há recursos previstos para pagar mais de três vezes o valor previsto.”

E ainda segundo a mesma nota, a decisão já foi comunicada oficialmente:

O governo federal decidiu cancelar a licitação para comprar 150 mil laptops que seriam usados por alunos de escolas públicas. O preço mínimo obtido nos dois pregões, de US$ 360 (cerca de R$ 650), ficou muito acima dos US$ 100 (cerca de R$ 180) que se pretendia pagar inicialmente.

Depois de duas tentativas de acordo com as empresas de reduzir os preços, sem sucesso, o ministro da Educação, Fernando Haddad, comunicou ao Palácio do Planalto que a compra deveria ser suspensa. Uma outra licitação poderá ser aberta este ano.

Saiba mais (g1.globo.com).


• Publicado por Augusto Campos em 2008-02-03

Comentários dos leitores

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    O governo não tem recursos para pagar $360 por notebook (mais ou menos 54 milhões de dólares pelos 150 mil notebooks) mas pode “doar” 1 bilhão de dólares para Cuba … e viva o governo do povo!

    “Queriam mesmo pagar US$ 100?”
    Quem queria?

    Não entendi a ironia. Uma hora é um Governo perdulário, irresponsável, etc.; quando o governo aperta para conseguir preços melhores (considerando-se o montante de máquinas a serem adquiridas, totalmente justificável), vem-se com achaques, ironia, etc. As duas referências (Folha e Globo), aliás, não têm a menor condição de noticiar qualquer fato deste Governo sem um viés de achaques e de piadinhas sem graça. Outra coisa, a bem da verdade o Governo Lula estava pleiteando baixar de R$ 360,00 para R$ 300,00 e não U$ 100,00 (cem dólares estadunidenses) como se induz a pensar. Leiam as entrelinhas, e, por favor, mais notícias e menos ironia.

    Não é achaque e nem piada. O “quem” da oração é o ente público responsável pela licitação – o qual, segunda noticiado, tinha expectativa de comprar em dezembro de 2007 o laptop educacional com 3 anos de garantia a US$ 100.

    Eu realmente tenho interesse em saber o que perguntei, porque fiquei surpreso com a afirmação. Não lembro de jamais ter dito que o governo é perdulário ou irresponsável, e tenho certeza de que não costumo fazer isso. Torço até para que surja alguma negativa oficial sobre esta expectativa de preço, porque recai mal sobre os técnicos responsáveis pela aquisição, que segue um processo objetivo – e não me parece racional querer pagar US$ 100 em uma licitação por algo que sabidamente custa tão mais caro que isso no mercado, mesmo sem a garantia de 3 anos e os demais serviços adicionais. Mas já são vários os relatos de que a razão dada para cancelar o pregão foi exatamente essa, e a matéria do G1, que tem como fonte a Agência Estado, informa bem claramente que os US$ 360 da empresa vencedora correspondem a mais de 3 vezes o valor previsto.

    Estou surpreso e manifestei isso. Querer pagar mais barato é natural, mas querer pagar metade do valor mais baixo pelo qual o produto já foi comercializado, menos de 1/3 do valor pelo qual o Classmate concorreu, menos de 1/4 do valor pelo qual o XO concorreu, e mesmo assim exigir uma série de serviços adicionais, não é.

    Se você tiver alguma informação objetiva que contradiga o que foi relatado sobre os acontecimentos dos últimos dias, será bem-vinda. Discordo da tua crítica à minha manifestação, entretanto. Não duvido de que bastante gente veja isso sob um viés político-partidário, mas não é o meu caso – para mim não é uma questão de “o governo da pessoa X”.

    Bem, eu não achei o comentário do Augusto ofensivo, pelo contrário, nem vi ele expressar a opinião, apenas um “relato de fatos”.

    Quanto a laptops educacionais, volto à mesma tecla: Se os professores não quiserem saber como usá-los como complemento às suas aulas, será um fracasso.

    E como membro da classe, posso garantir: Temos uma boa chance dessa bagaça dar errado, por obra e culpa da classe docente, o que é lamentável.

    Julio Winck (usuário não registrado) em 4/02/2008 às 7:44 am

    Então está combinado: como não deve haver grana para tantos laptops, o Brasil permanece atrasado por mais 500 anos. E viva a “prosperidade para bem poucos”.

    Elton (usuário não registrado) em 4/02/2008 às 9:33 am

    O governo achar que vai conseguir comprar um produto por um preço muito abaixo da realidade do mercado é uma piada (mesmo com uma quantidade tão alta).
    Desde o começo fiquei com o pé atrás com essas propagandas deste notebook, por mais que você reduza a capacidade não dá para fazer um preço tão baixo e ainda ter que oferecer uma série de benefícios, a não ser que se use os piores produtos existentes no mercado, mas ai a qualidade do produto final ficaria péssima.
    O governo deveria procurar um bom equilibrio entre preço e qualidade e não ficar “vendendo o bezerro que ainda nem nasceu, e ele nem sabe qual é o custo final”.
    Agora um outro detalhe muito importante que destacaram, os docentes não tem nenhum tipo de preparação para usar estes equipamentos e os recursos de software que ele oferecerá, e para completar temos o problema das “pessoas espertas” que com certeza vão querer ganhar algo em cima. Isso graças ao exemplo que vemos diariamente desde pequenos onde nossos políticos querem sempre sair ganhando mais e mais (mesmo que seja de forma ilegal), então as crianças (e também os adultos) vão logo pensar “se eles podem eu posso”.
    Acho que o governo deveria primeiro colocar ordem na casa, trocar professores (e todos os servidores) acomodados que não querem nada com a vida, colocar gente preparada para ensinar nossas crianças a serem gente, ensinar a respeitar o meio ambiente e a vida, incentivar nosso povo a valorizar nossa cultura (em especial a músical que está em um declinio de qualidade vertiginoso), criar “cidadãos digitais” com “consciência digital”, e não “alienados digitais” que são escravos de certas tecnologias (que o governo não apoia oficialmente, mas apoia com suas ações), o que adianta colocar Linux em um computador destes se o fabricante entregar ele desconfigurado(quem vai ficar cobrando isso?)? De que adianta se os alunos e os professores não receberam orientação de como usar o sistema? Agora o mais importante de tudo, o governo não quer um povo inteligente pois ele seria o maior “prejudicado”, pois um povo inteligente e consciente de seus direitos e deveres colocaria todos os políticos em xeque.
    Mas é assim mesmo, enquanto eu escrevo e você lê, temos milhares de pessoas passando fome, morando embaixo de uma ponte (quando tem sorte), não sabe nem como é um computador, vários traficantes fazendo crianças e adultos de peças de xadrex jogando suas vidas fora como se fosse um mero saco de lixo(sem contar as vidas destruidas por causa de suas drogas), árvores são derrubads e animais são capturados para satisfazer o desejo de um e de outro (a um preço bem alto) e nosso planeta vai sofrendo cada dia mais, e o nosso governo prefere ignorar tudo isso pois é mais fácil fazer vista grossa do que tomar uma atitude. VIVA AO BRASIL!

    Concordo com tudo e mais um pouco sobre que o Elton disse acima.
    É uma pena que muitos aqui não gostam de ouvir a verdade, principalmente quando falam fal do “deus” deles :p

    henry (usuário não registrado) em 4/02/2008 às 2:37 pm

    Muito dificil fazer qualquer das coisas que querem. Excesso de leis que protegem funcionários públicos, constituição, a simples existência de advogados e juízes e principalmente, deputados que não fazem nada alem de MAIS leis (a maioria somente para declarar de utilidade pública empresas de conhecidos e obter vantagens fiscais- que são legalmente favorecidas – está na lei), a origem e o caráter da população – sim, os nossos funcionários públicos – professores, políticos – são brasileiros, são da nossa população, eles não vieram de Marte ou de Jupiter.
    O nosso sistema judiciário é patético. Qualquer estudante de Direito, ao ler sobre o Direito, na parte que diz que as decisões não obedecem a carater moral ou ético, mas ao simples entendimento e aplicação da Lei, percebe ai que não é necessario ter vergonha na cara, apenas seguir a tal da Lei. Nisso todos são bons.

    Kinn (usuário não registrado) em 4/02/2008 às 3:37 pm

    Amigos, não desviemos os comentários. O assunto desta matéria e sobre o Laptop. Não é se o governo e isso ou aquilo. Não vamos partir para partidarismos. Cada um tem as suas preferências, e isso é melhor manter discretamente.

    Quanto ao assunto tratado. É irreal e irracional requerer uma série de benefícios, como garantia de 3 anos e tal…

    Não obstante, neste primeiro momento, o preço seja mais alto, pois a produção dos computadores está sendo direcionada a quem puder pagar mais. Isso não é ideologia, isso é mercado, e a religião (ou filosofia) do mercado é o dinheiro.

    Pagar menos que esse valor pode até ser negociável, mas que não se espere muito abaixo desse pregão, e nem 3 anos de garantia, pois exigem custos que não podem ser diminuidos para o fabricante não ter prejuízo, em nome da vontade do governo.

    Em suma, podem até esperar uma diminuição no preço, mas não espere muito, e nem a garantia por 3 anos, como o governo requer. Isso seria inviável econômicamente.

    Um abraço!

    Joao H. (usuário não registrado) em 4/02/2008 às 5:33 pm

    Concordo com Morvan (03/02). Penso tambem que o governo quis baixar para 300 e a Positivo nao aceitou. Birra por birra (e cada um tem seus motivos), cancela-se tudo e faça-se um novo pregao.

    Meus subsidios para acreditar nesta “versao” sao os mesmos que qualquer um tem para “crer” em outra… Inclusive o mantenedor deste site.

    João, certamente você pode acreditar no que preferir. Os meus subsídios para acreditar que os responsáveis informaram ter cancelado a licitação porque haviam se preparado para comprar os notebooks a um preço unitário de US$ 100 são as informações sobre isso que foram divulgadas nos últimos 5 dias em vários órgãos da imprensa. Estas informações até o momento não foram retificadas, ao que eu saiba. Se você souber de alguma retificação ou complemento posterior, será bem-vindo para compartilhar a informação.

    Acredite, eu gostaria de ver a retificação, ou a divulgação do posicionamento da autoridade responsável afirmando que não era este o caso. Trata-se de um processo público, e no momento a informação divulgada não faz sentido para mim. Mas é o que foi divulgado, mesmo assim.

    (Reproduzindo meu post da notícia relacionada a esta)

    Infelizmente ….

    …não tiro a razão desses “subnotebooks” serem super faturados e quem já prestou serviço para o Governo que o diga.

    Primeiro é dificil entrar sem algum “esquema”. E se você conseguir entrar sem ter participado de um “esquema”, o “esquema” vai atrás de você, aí se você não for uma pessoa íntegra e honesta, você acaba sucumbindo ao modelo secular do famoso “sou brasileiro e quero levar vantagem em tudo”.

    Depois tem o fato de que o Governo acaba liberando o dinheiro do serviço, apenas 6, 7 meses, 1 ano (ou mais), após o término do serviço (um ótimo motivo para o super faturamento, pois U$100 hoje, certamente não é U$100 daqui 1 ou 2 anos).

    Existe também o fator “Shit Happens”, ou seja, cancelamento de verbas e outras maracutaias que fazem com que o dinheiro empenhado para a sua obra, seja remanejado para outro lugar e aí vai mais um motivo para demorar 1, 2 anos para liberar o dinheiro para o vencedor do “tiro no pé” que é prestar serviço para o Governo.

    É claro….esquemas acontecem……se for um bom “esquema”…porque não esperar ??

    Afinal, “Sou brasileiro não desisto nunca….de levar vantagem em tudo ” :.P

    Mas isso não é de hoje, isso sempre aconteceu como “nunca na história desse País”……e pelo visto está longe de mudar.

    PopolonY2k
    PlanetaMessenger.org

    No post acima, quando falo pessoa íntegra e honesta, adicione também “empresa íntegra e honesta”.

    PopolonY2k
    PlanetaMessenger.org

    sem@email.org (usuário não registrado) em 5/02/2008 às 1:22 am

    http://www.americanas.com.br/AcomProd/590/717819

    Peguei este link apressadamente foi a primeira loja que achei no Buscape.O notebook do anuncio custa R$ 1.399,00. Se voce quiser uma garantia extendida de 3 anos devera pagar mais R$ 210,00. 210,00 !!!! para um produto que custa 1399,00!!!!

    O custo de remessa do produto que pesa 2,4kg (com bateria) eh…(suspense)… GRATIS !!!! De graça!!!!!!! Para regiao sul e sudeste e …(suspense)… GRATIS !!!! De graça!!!!!!! para Aracaju/SE. Mas, no entanto, para Belem/Para o frete eh …(suspense)… gratis!!!!!

    Necessario dizer mais?

    Licitaçao da iniciativa publica; eh quando o governo direciona dinheiro para a privada!

    Dinheiro publico no Brasil foi feito para ser rasgado, eh o que parece!

    O Basil torra 75 milhoes em cartao de credito corporativo (http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2008/01/25/materia.2008-01-25.0084645702/view), mas nao pode gastar 30/40 milhoes nos notebooks?

    Ao trazer os dados sobre o notebook oferecido a consumidores finais no varejo você está querendo dizer que no caso do laptop educacional, oferecer a garantia estendida e a entrega e instalação em 300 escolas diferentes não tem custo? Ou que os custos destes serviços precisam ser incluídos (pelo fornecedor) no preço final, como no caso dos R$ 1399 cobrados pela loja, que certamente não planeja ter prejuízo ao oferecer estes serviços adicionais?

    Eu acredito que a correta seja a segunda opção, o que ajuda a explicar a considerável diferença entre o preço oferecido pelo OLPC ao Uruguai (sem a garantia de 3 anos, e com entrega centralizada) e no Brasil (com a garantia, e com a entrega e instalação distribuídas).

    No Uruguai o preço unitário do laptop do OLPC foi de US$ 199. A Positivo também participou da licitação de lá, segundo notícia do G1, da qual reproduzo trecho: “O Uruguai pagou US$ 199 pelo XO, criado pela organização não-governamental One Laptop Per Child (OLPC), do professor Nicholas Negroponte. No Brasil, a oferta da OLPC foi de US$ 386 por máquina. A Positivo participou da concorrência uruguaia, e seu preço ficou em US$ 245. Ou seja, 32% menor do que aqui.”

    Não estou querendo dizer que as licitações são um mar de rosas. Mas não necessariamente a culpa é delas. Quando se especifica menos coisa, o custo cai, é natural. Mas quando se especifica muita coisa, o preço aumenta. Também é natural.

    E a compra de lá foi antes do pregão daqui, o que ajuda a tornar ainda menos realista a expectativa de comprar notebooks com uma especificação de serviços superior à de lá pagando a metade do preço unitário. Mas eu concordo com você: o órgão responsável por este programa certamente deveria ter orçado um valor suficiente para adquirir os equipamentos planejados, ao custo praticado pelo mercado.

    Prezado Brain (aka Augusto Campos – desistiu do nick Brain ??)…

    …acredito também que parte dessa bagunça que é o sistema de licitação do Brasil se dá devido as leis “muito bem formuladas” pelos excelentíssimos Deputados e Senadores da Republica Federativa do Brasil, cujo grau de instrução é um dos maiores do Mundo e que jamais pensam em benfício próprio.

    Todo processo licitatório, desde uma caneta a um equipamento eletrônico carissimo e de tecnologia que as vezes é única, como é o caso, é baseado na famigerada lei 8666 (também com essa terminação numérica o que vc esperava ??), que permite apenas você especificar o produto e/ou serviço necessário de maneira genérica, ou seja, se você necessitar de um Notebook educacional nos moldes do Classmate e X0, é bem provavel que se eu chegar com um Dell Pentium 4, 2Ghz, 40Mb de HD e 1Gb de memória com o mágico valor de U$100 (o que para corporações como Intel, Dell e outras de grande porte não é impossível), eu posso vencer essa parada e uma vez dentro do Governo tudo fica mais simples…..afinal o esquema acaba batendo a sua porta. Mas isso é outra discussão.

    Segue o link da famigerada lei.

    http://www.planalto.gov.br/ccivil/Leis/L8666cons.htm

    PopolonY2k
    PlanetaMessenger.org

    Leidson, tenho familiaridade com processos de aquisição por órgãos públicos, em especial no que diz respeito a aquisições de softwares e de equipamentos de informática. Já participei de diversas comissões de licitação, já elaborei projetos básicos e descrições de objetos, e já acompanhei processos de consulta de preços praticados pelo mercado.

    Independente da amplitude de atuação de determinados órgãos, existem processos de aquisição éticos e bem feitos, e eu jamais generalizaria dizendo que todas as licitações são desviadas, viciadas ou “esquematizadas”. Caso você tenha participado ou tenha conhecimento de alguma que foi, sugiro até que a denuncie junto ao Ministério Público ou ao tribunal de contas – este tipo de denúncia pode até mesmo ser anônima, se você temer represálias.

    Mas note que não questionei em nenhum momento a lisura do processo deste laptop para uso na educação – se alguém quiser questionar, que o faça sem minha participação, pois não tenho qualquer informação a respeito, nem estou em condições de avaliar. Eu nem mesmo estou buscando debater se o objeto deste pregão específico foi bem definido, ou se os concorrentes ofereceram um produto de acordo com suas definições.

    Minha questão é outra, relacionada à afirmação de que o pregão foi cancelado porque o órgão responsável tinha expectativa de pagar um preço irrealmente baixo (considerando os valores praticados no mercado, amplamente divulgados) por um produto com uma especificação incompatível com esta intenção (especialmente no que diz respeito aos serviços associados), na minha avaliação pessoal.

    sem@email.org (usuário não registrado) em 5/02/2008 às 12:12 pm

    O que eu quis dizer foi:

    A garantia estendida eh um tipo de seguro, assim, o custo eh proporcional ao preço do item segurado. 210 R$ no caso de um notebook de 1399 R$. No caso do notebook educacional que custaria algo em torno de 400 R$ ela deveria ficar em + – 1/3 do preço.

    No caso da entrega, a questao seria: como eh que uma empresa (a Americanas.com) pode fazer frete gratis num item que pesa mais de 2 quilos para todo o Brasil enquanto as empresas que participaram do pregao do PC educacional pediram algo em torno de 100 R$ (supondo que o preço unitario do Classmate vendido ao Uruguai ,199 U$, seja o mesmo para o Brasil mas sem os “items adcionais”).

    Nao li na imprensa uma discriminaçao dos preços, tipo:

    - Preço da unidade R$ XXX,XX
    - Garantia estendida R$ XXX,XX
    - Frete R$ XX,XX

    So li sobre o pacote fechado. Caso esta informaçao esteja disponivel, otimo, caso nao esteja eu pergunto: como eh que se pode negociar assim?

    A Americanas.com pode oferecer um produto mais pesado com frete gratis e com uma garantia estendida de tres anos por um preço HONESTO. Mas, pergunto, quantos notebooks a Americanas comprou do fornecedor para poder ter um preço bom o suficiente para ter lucro oferecendo o produto nas condiçoes do anuncio ?

    DUVIDO que a Americanas tenha comprado algo como 150000 unidades!

    Alem disto, o OLPC era revolucionario em algumas de suas tecnologias, o que poderia ser um argumento em favor de um preço maior. Mas o Classmate, eh apenas o redesenho de uma tecnologia ja dominada.

    O pessoal que participa do pregao quer lucro, otimo. Mas vampiragem nao dah! Moder no pescoço do erario publico e sugar ate a ultima gota de samgue nao dah!

    US$ 360 eh muito caro. E se voce acrescentar que o dolar eh flutuante a coisa piora. A proposito, os notebooks vao ser entregues todos de uma vez ao preço de 360 U$ ou vao ser entregues em partes, cobrando o preço do dolar do dia da entrega?

    Sou a favor do lucro, claro, eh mais que justo! Mas lucro tem limite. So porque os bancos no Brasil estao arrancando ate o ultimo centavo possivel dos correntistas isto nao quer dizer que todas as outras empresas deveriam fazer o mesmo!

    Alem disto, estamos falando de educaçao!!!!!!

    Alem disto, conforme foi divulgado, o OLPC nao visava lucro mais que o necessario para se investir em futuros aperfeiçoamentos.

    E ja que este forum eh frequentado por pessoal do meio TI eu pergunto:

    Qual seria o preço justo, hoje, por um notebook educacional com as caracteristicas do OLPC?

    Para mim, R$ 500,00 seria o preço (250 U$).

    E, tambem, aproveitando o espaço eu gostaria de perguntar para alguem que entenda de licitaçoes o que impede uma empresa como a Americanas.com (ou o Magazine Luisa, ou o Submarino, ou o Shoptime etc) de comprarem estes PCs la fora por um preço justo e participarem da licitaçao?

    Provavelmente se este tipo de empresa ganhar a licitaçao o numero de empregos gerados vai ser o mesmo que no caso de uma empresa(industria) montadora nativa ganhar!

    Discutir, discutir o tempo todo!!! Eh isso ai! O dinheiro eh publico!

    Podem me chingar, sem problema, seu eu digo besteira! Mas nunca podemos parar de discutir quando o assunto eh o seu, o meu, o nosso pais e o futuro das nossas crianças!

    sem@email.org, não acho que dê para comparar estes percentuais tão diretamente assim. Longe de mim defender o vencedor do pregão, e concordo que o governo deva pagar o preço mais baixo que for possível, mas isso tem que ser considerado na hora de definir o objeto do edital também – não dá de definir um objeto custoso e ter expectativa de que ele seja oferecido por preço mais baixo até mesmo do que os modelos mais baratos conhecidos.

    Respondendo à tua pergunta sobre taxas de câmbio, o vencedor fecha um preço em reais, sem variação em dólar a partir daí. E qualquer empresa que atenda às exigências legais e do edital pode participar, mas usualmente as empresas de varejo não concorrem em boas condições contra os próprios fabricantes do equipamento, ou seus representantes, especialmente quando estes também são fornecedores ou parceiros destas mesmas empresas de varejo, e quando será necessário prestar serviço pós-venda. Mas o edital do laptop prevê até mesmo a participação de microempresas, tenho certeza de que um grande varejista poderia participar, se desejasse.

    Mas me parece que a natureza do serviço prestado nos 2 casos mencionados (notebook no varejo on-line e laptop educacional para o governo) é bem diferente, não dando de comparar tão diretamente os percentuais do custo de serviços em cada um dos 2 casos. O que as Americanas e nós, clientes de varejo, entendemos por “entrega” e “garantia” não é a mesma coisa que o edital da compra destes laptops define.

    E não são diferenças pequenas. Por exemplo, pelo que entendi, a garantia do notebook vendida pelas Americanas é a comum do varejo: prestada na rede de assistência técnica do fabricante do equipamento, e cabe ao comprador o custo e o risco de fazê-lo chegar ao balcão da assistência técnica. No caso do pregão do governo (8.3, “c”), cabe ao fornecedor este custo e risco, ao longo dos 3 anos de duração, sempre que precisar levar o aparelho pro balcão – o que só ocorre quando eles não puderem resolver a situação a domicílio. E se for demorar para fazer o conserto, ele precisa substituir o aparelho enquanto isso (9.2, “2″).

    Quem dera as Americanas nos oferecessem isso num notebook de R$ 1.399,00, né? Eu nem faria questão de eles pagarem o transporte pra oficina, mas me amarraria em uma oferta de que eles primeiro tentassem resolver a domicílio, e substituíssem o notebook por outro igual caso precisassem levar embora, sem cobrar nada a mais, e a esse preço.

    A entrega também não é nem mesmo parecida. No caso do notebook das Americanas, ele chega numa caixinha fechada, entregue pela transportadora ou correios, e era isso – está até em negrito no site: “A Americanas.com não se responsabiliza pela montagem / instalação dos produtos “, embora no caso de um notebook para uso pessoal nem tenha muito o que montar ou instalar, acho. Mas no caso do notebook definido no pregão, o vencedor tem que se responsabilizar até mesmo pela instalação dos softwares que rodarão nos servidores de cada escola (8.2.3, “c”) para apoiar o uso dos laptops. Isso também seria legal se as Americanas oferecessem junto com um notebook de R$ 1.399,00.

    Tudo isto foi definido no objeto do pregão, e precisa ser cobrado. Não é natural que os percentuais de serviços sejam bem diferentes, e difíceis de comparar diretamente, nestas 2 condições?

    Concordo com a busca de um preço mais baixo, mas ele precisa ser compatível com o objeto definido no edital. Se foi definido um objeto mais custoso, é irreal colocar apenas nos fornecedores a culpa por o preço ser caro.

    Prezado Brain…

    …em nenhum momento questionei a análise de seu post, e que eu até chego a concordar em quase sua totalidade, o intuito do meu post foi apenas expor um ponto de vista que para mim caminha em paralelo.

    Quanto a saber ou ter participado de algum processo falho ou não ético, o processo é tranquilo, bem feito e honesto, mas o que vem após ele talvez explique o porque das obras desse País serem superfaturadas.

    E a sugestão de denunciar ao MP é válida sim, na verdade a todos os brasileiros.

    Outra pergunta….Quem é esse tal de Leidson ?

    #.D
    #.D
    #.D

    PopolonY2k
    PlanetaMessenger.org

    sem@email.org (usuário não registrado) em 5/02/2008 às 5:52 pm

    Obrigado por responder !

    Nao discuto os esclarecimentos que voce dah. Esta escrito no edital, esta escrito!

    Mas, uma coisa que deve ser levada em consideraçao eh que a garantia estendida eh um tipo de seguro. Isto nao quer dizer que necessariamente todos os notebooks vao pifar e precisar de reparo. E como se sabe, seguro tambem eh negocio, que gera lucro.

    Outra coisa eh que estamos falando em 150000 notebooks. Eh muita coisa! Eh dificil ate de acreditar que uma empresa brasileira va ser capaz de monta-los todos aqui. E 150000 eh so o começo. Quando a rede publica se der conta do produto o numero de compras vai aumentar. E 1500000 eh so para suplir 300 escolas, ha mais!

    Tambem nao posso aceitar que eh mais barato as Americanas.com enviarem um produto por SEDEX (e SEDEX eh caro) uma unidade de cada vez para multiplos endeços no Brasil do que uma mega-empresa enviar todos o notebooks destinados a uma determinada escola de uma vez! Sera que esse pessoal que participou do pregao nao sabe negociar frete?

    Mas eh pertinente a questao da assistencia tecnica in loco. Pode ser dificil, mas nao eh impossivel! Se fosse assim como eh que a NOKIA venderia celulares no Brasil. Tem gente usando celular na “roça”, no meio de florestas, na beira de estradas. Estes celulares nao tem garantia?

    Se esta polemica sobre o preço do notebook estivesse acontecendo na holanda, eu ate pensaria que tudo dito pelo governo e pelo fornecedor procede.

    Mas eh no Brasil! A terra dos cartoes corporativos sem limite! A terra de gente que acha que lugar de criança pobre eh substituir os pais em sub-empregos! Muita gente esta achando um absurdo gastar 55 milhoes no projeto so porque eh com crianças da rede publica. Torraram ano passado 75 milhoes em cartoes corporativos e ninguem reclama (principalmente porque algum deste dinheiro foi gasto em empresas comerciais de algumas pessoas que criticam o o OLPC).75 milhoes que nao vao voltar para os cofres publicos!

    E o PAN do Rio? 4 bilhoes! Podem gastar 4 bilhoes com esporte para ganhar uma penca de medalhas mas nao podem gastar 55 com notebooks educacionais?

    Quanto a insençao de impostos; mas ja nao existe uma insençao correndo justo agora e que permite a Positivo vender notebooks para adultos a um preço que habilita a Americanas.com vender com frete gratis para todo o Brasil por 1399,00? Qual eh o preço na porta da loja? A Positivo entrega, ou a Americanas tem que pegar na porta da loja (duplo frete?).

    Me desculpe o mantenedor do Blog pelo tom do post direcionado ao governo e aos nosso “empresarios”. Mas vendo tudo o que vejo, so posso pensar que houve SABOTAGEM do projeto OLPC no Brasil tanto dentro do governo quanto por parte dos empresarios brasileiros tanto responsaveis pelo OLPC e Clasmate no Brasil!!!

    “As coisas tem que mudar um pouco para continuarem como estao”!

    sem@e-mail.org, estes outros aspectos que você levanta estão fora do escopo que eu estou discutindo. Sem dúvida é válido questionar se o dinheiro público está sendo bem gasto, mas não disponho dos dados necessários para oferecer qualquer análise sobre isso, no que diz respeito a esta licitação.

    Meu ponto é que as condições de venda e entrega entre as 2 situações (a das Amaricanas e a do edital) não são diretamente comparáveis, pois são completamente diferentes.

    Sobre a entrega, acrescento que o que o vencedor do pregão tem que fazer é muito mais do que a tarefa que o Sedex faz pelas Americanas. Ele não entrega um pacote fechado e vai embora. E é bom que seja assim, da mesma forma como é bom que haja garantia pelo tempo que for considerado necessário. Mas isso tem custo, e precisa ser cobrado – ou não pode ser pedido.

    sem@email.org (usuário não registrado) em 6/02/2008 às 1:25 am

    “Mas isso tem custo, e precisa ser cobrado – ou não pode ser pedido.”

    Comcordo! Mas o problema eh justamente este: o preço!

    E eu acho que o preço esta muito alto para uma compra inicial de 1500000 tanto do Classmate quanto do OLPC.

    Reafirmo que o preço de 250,00 U$ parece justo, mas que 360,00 U$ e puxar muito na busca de lucro.

    Pruda (usuário não registrado) em 8/02/2008 às 1:26 am

    As discussões estão acirradas!^^…. bem, só a título de esclarecimento: quem informou ao governo que esse laptopos poderiam ser comprados por U$100 pilas????Eu vi isso nos noticiários, a imprensa fez o maior alarde, o governo estava superotimista, enfim, será que acreditaram em papai noel???Ou esqueceram de convidar o governo chines para o pregão?!uhauhauha!!!!

    Luis Santos (usuário não registrado) em 8/02/2008 às 12:31 pm

    Morvan, o que o Governo fez foi apenas um mise-en-scène para enganar as pessoas. Estas bravatas de que o Governo está “pressionando” a empresa a baixar os valor para “preservar” o dinheiro público é apenas conversa pra enganar trouxa. Basta ver o preço e as exigências do governo do Uruguai. O preço que o governo “quer” jamais seria possível , pois as exigências de pós-venda dos notebooks estão fora da realidade de qualquer contrato sério. O que o Governo quer é apenas aparecer de bom mocinho, vestindo a fantasia do bom administrador dos recursos públicos conta as empresas “malvadas”.

    Cosme Maia (usuário não registrado) em 10/02/2008 às 6:35 pm

    Primeiro gostaria de ressaltar o seguinte: Acho que esta idéia da OLPC funcionaria muito bem nos países desenvolvidos… Se ao invés da megalomania de comprar 150000 laptops para atender apenas 300 escolas por que não se compram 100000 desktops e se equipam pelo menos 5000 escolas… não entendo a necessidade de colocar um laptop na mão de cada criança, num país onde quase não há educação em tempo integral… é muito bonito dizer que isso vai revolucionar a educação, mas conheço muitas escolas que não tem uma TV…
    Outra coisa digna de nota é como as pessoas tem dificuldade em perceber a diferança das situações: Atuo a mais de 10 anos com informática e desses, mais de 3 para governos e outros 6 para empresas públicas… posso afirmar sem sombra de dúvidas que quem compara a garantia oferecida ao consumidor (pessoa física ou jurídica) da solicitada pelo governo, simplesmente está perdido em algum mundo distante…
    O cara que paga 1.399,00 + 210,00 num laptop com 3 anos de garantia zela pelo aparelho que custou o seu dinheiro e, normalmente, só busca essa garantia quando ocorre um defeito de fabricação…Alguém aqui conhece uma escola pública??? Eu conheço, estudei em uma e posso garantir que essa garantia de 3 anos vai dar muuuuito trabalho, mesmo porque os usuários dos equipamentos objetos dessa licitação não terão o mesmo conhecimento e zelo do cara que paga do bolso dele R$1399,00 num laptop das lojas americanas, estamos falando de crianças…
    Você conhece alguém que fica com o carro da empresa em casa? kkkk…
    Das duas uma : ou sou muito pessimista ou…

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