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Anatomia de uma má distribuição de Linux – e uma proposta de critérios de avaliação

O artigo “The Anatomy of a Crappy Linux Distro” apresenta um conjunto de critérios do autor para classificar distribuições que ele considera como de grau inferior, incluindo:

  • Não oferecer atualizações e correções de segurança
  • Ter baixo desempenho apesar de usar componentes mais leves
  • Tentar parecer o Windows ou o Mac OS X
  • Sacrificar o desempenho em prol da beleza

No artigo “O que é uma distribuição de Linux, integrante da FAQ do BR-Linux, eu apresento a definição que uso para a palavra “distribuição”, para uso aqui no BR-Linux: “Distribuição é um sistema operacional Unix-like incluindo o kernel Linux e outros softwares de aplicação, formando um conjunto.”

Por esta definição, não dá de afirmar que determinados reempacotamentos e iniciativas de vida curta não chegam a ser uma distribuição, mas eu também propus alguns critérios de classificação que permitem avaliá-las.

A versão atual foi aperfeiçoada durante o trabalho de conclusão da minha pós (que foi em Implantação de Software Livre), e tem foco exclusivamente nas demandas do usuário – e não em outros aspectos, como diferencial estratégico, por exemplo. Os critérios não são exaustivos, e estão na forma de perguntas abertas, porque assim a avaliação fica a cargo de quem estiver analisando, usando seus próprios referenciais.

  1. Esta distribuição suporta todo o meu hardware e minha demanda de processamento?
  2. Ela inclui os pacotes de software de que necessito?
  3. O processo de instalação e configuração está de acordo com minhas aptidões?
  4. Ela tem documentação, treinamento e serviços em um idioma que eu entendo?
  5. O suporte prestado (gratuito ou pago) atende minhas necessidades?
  6. Há uma comunidade de usuários da qual eu possa participar?
  7. Ela lança atualizações de segurança (freqüentemente|quando necessário)?
  8. Ela tem bom histórico de atualizações regulares? Continuará sendo atualizada?
  9. Ela é (livre|grátis|disponível a preço aceitável)?

Sob um conjunto de critérios objetivos, todas as distribuições podem competir em pé de igualdade, e você pode selecionar a que pontuar melhor nos critérios que fizerem mais sentido para a sua situação específica.

E, francamente, nem todas as distribuições atendem a todos eles. Mas às vezes seus autores as criam para atender a critérios próprios, e cabe apenas aos usuários avaliar se têm interesse nelas ou não.

Saiba mais (br-linux.org).


• Publicado por Augusto Campos em 2008-05-30

Comentários dos leitores

Os comentários são responsabilidade de seus autores, e não são analisados ou aprovados pelo BR-Linux. Leia os Termos de uso do BR-Linux.

    João Marcus (usuário não registrado) em 30/05/2008 às 2:53 pm

    Eu substituiria:

    – Tentar parecer o Windows ou o Mac OS X

    por:
    – Tentar copiar descaradamente partes das interfaces do Windows e do MacOS X, sem levar em conta a consistência dessas partes em relação ao resto do Sistema.

    Antonio (usuário não registrado) em 30/05/2008 às 3:12 pm

    Eu incluiria uma décima pergunta:

    10 – O que a torna única?

    Se o foco for mantido nas demandas do usuário, acho que a melhor pergunta seria: “O diferencial desta distribuição é relevante para você?”

    Paulo Pontes (usuário não registrado) em 30/05/2008 às 3:17 pm

    “Sacrificar o desempenho em prol da beleza” não necessariamente é algo ruim.
    Hoje em dia computador é um eletrodoméstico qualquer, como televisão. Mutos dos usuários de hoje não tem necessidade de estremer toda a performance da máquina, preferem ter uma interface gráfica bonita (inclusive pq usam em média 5% do que a máquina pode fazer).

    Até pouco tempo atrás, linux em geral era tão feio que o usuário que não é de TI não se sentia atraído nem por tentar usar.

    sendo belo e atendendo todos os itens da segunda lista. Vc pode começar a pensar em aposentar o seu windows

    Paulo, eu acho que “sacrificar o desempenho” é algo bem diferente de reduzir o desempenho ou abrir mão de um pouco do desempenho. Beleza é importante, mas não a ponto de sacrificar outros critérios essenciais.

    Antonio (usuário não registrado) em 30/05/2008 às 3:27 pm

    Concordo contigo Augusto,

    Este boom de distribuições se deve ao fato de muita gente querer fazer coisa boa, mas acredito que na maioria das vezes isto não é necessário.
    Os desenvolvedores poderiam criar software que não exista ou integrar ao grupo de desenvolvimento do existente.

    Como no exemplo citado acima, porque não ter um aplicativo que faz estas modificações visuais ao invés de personalizar uma distro e com isso ‘criar’ uma outra…
    E se já temos aplicativos de personalizações, ajude-os a serem melhorados, a contribuição será mais amplamente aproveitada.

    Joao (usuário não registrado) em 30/05/2008 às 3:29 pm

    BIGcrappylinux ?

    Já havia lido o artigo, tem pontos positivos, especialmente o final… O caso de sacrificar o desempenho por beleza é algo a se pensar porque tantas distribuições fazem marketing em cima do ponto ‘desktop bonito’. Cada qual gosta de um desktop diferente, mas eu pessoalmente não gosto de efeitar com excessos nem usar algo não padrão para melhorar a beleza. Sou contra – por exemplo – iniciar compiz por padrão.

    É claro que não existe nenhuma distro tão bela quanto o GoblinX.. hehe.. porque sem usei esse tema, mas sempre procurei funcionalidade com beleza e ACHO FEIO POR DEMAIS o Vista e quem quer imitá-lo.

    Inicie um desktop simples, e dê as opções ao usuário… até mesmo superkaramba parei de incluir como padrão…

    Agora discordo ou concordo apenas parcialmente com alguns itens. Documentação por exemplo é função não apenas da equipe de desenvolvimento como também da comunidade. Se existe um fórum, um wiki deixa de ser fundamental. E discordo muito da instalação ser necessária, tem distros voltadas para serem livecds, como o Slax, e não precisam se dedicar a bolar um instalador.

    Esta questão de atualizações de segurança… basta a distro ser baseada no K(U)buntu ou Debian ou Slackware para as atualizações já virem automaticamente. Então acho que isso não é lá muito critério prá se avaliar uma dessas derivadas, não.

    Se já vem, ela passa no critério. Nas que não vem, aí não passa…

    Ricardo Carraro (usuário não registrado) em 30/05/2008 às 5:20 pm

    Seria bom se todo esse esforço empregado no desenvolvimentos de painéis de controle super-fáceis pra usuários novatos, scripts de configuração de hardware, etc, etc, fosse empregado como programas “adicionais” das distribuições tradicionais, pois acredito que a quantidade de distros assusta um pouco até quem já mexe com o Linux, imagina quem vem de outro ambiente.
    Este procedimento, evitaria esta avalanche de distros e ao mesmo tempo, ofereceria pacotes para incrementar a distro dentro dos diversos níveis de usuários. O usuário novato, certamente iria baixar o pacote com o “painel de controle super-mega-híper-easy-config” para fazer suas configurações com apenas um clique, já o usuário avançado, não ia baixar esse pacote pois gosta de fazer tudo utilizando o seu editor VI em modo texto.
    Creio que a tempos já deveriam ter pensado em algo do tipo, para evitar a chuva de distros no mercado, que nascem e morrem em pouco tempo, fazendo apenas confundir o usuário.
    Isto com certeza facilitaria a aceitação do Linux muito mais fácil no mercado (em todos os segmentos do mercado), pois teríamos poucas distros (10 no máximo) e vários pacotes (add-on) para incrementar a distro conforme o desejo de cada um.

    Até pelas questões da relevância e massa crítica, acredito que o excesso de opções não chega a confundir o usuário. Minha opinião é de que a ampla maioria das distribuições sequer chega a ser considerada (quando muito, percebida) pelo novo usuário.

    Antonio (usuário não registrado) em 30/05/2008 às 5:28 pm

    Ricardo Carraro,

    Foi esta mesma idéia que tentei transmitir nos meus posts acima.

    E um painel de controle que rodasse em qualquer distro, ou seja, feito para LINUX, eh algo que tenho pensado ultimamente.

    Alexandre (usuário não registrado) em 30/05/2008 às 6:48 pm

    Tentar parecer o Windows ou o Mac OS X !

    Famelix – http://www.famelix.com.br

    nao tem nem o que discutir !

    leandro (usuário não registrado) em 30/05/2008 às 7:56 pm

    Tentar parecer o Windows ou o Mac OS X

    Então TODAS as distribuições linux estão definitivamente condenadas, pois não existem ambientes gráficos no X11 que não sejam baseados em alguma versão desses dois (Windows e MacOS)! ah… e não me digam que o KDE (inspirado no Windows), o GNOME (inspirado no Mac) ou mesmo o Enlightenment [livremente inspirado no 1) Afterstep que tentou ser o sucessor livre do NextStep (Apple) , ambiente gráfico que também serviu de modelo para o WindowMaker e 2) no FVWM(2) que por sua vez tinha como modelo o Windows 95.

    israroot (usuário não registrado) em 30/05/2008 às 8:25 pm

    Muito boa Augusto.
    Este artigo vem bem na hora pra acalmar os animos do pessoal que está com críticas furiosas a qualquer distro que não faça parte das 4 grandes.

    Thomas Kaufmann (usuário não registrado) em 30/05/2008 às 8:27 pm

    Ahh pelo amor de Chuck Norris!! Que tolice essa de classificar distribuições. É como o Augusto disse: “(…)cabe apenas aos usuários avaliar se têm interesse nelas ou não.” Distribuições com design mais carregado com animações existem, entre outros motivos, pra atender ao pessoal que está migrando para o Linux, ou então aos que compraram um PC recentemente que veio com software livre instalado e precisam aprender a utilizar a máquina que adquiriu da melhor forma possível, sem traumas. Já distribuições mais funcionais (em desempenho sem priorizar o visual) atendem ao grande público de desenvolvedores, programadores, fuçadores, etc., que tem um objetivo claro e específico em relação ao Sistema Operacional que estão usando.
    Todo mundo tá careca de saber disso, pô. Tô indignado!!!

    Douglas Cordeiro (usuário não registrado) em 30/05/2008 às 8:53 pm

    Bom, quanto a este tópico.

    “Sacrificar o desempenho em prol da beleza”.

    Acredito que isso esta um tanto ligado ao compiz fusion, já perceberam que muitos dos efeitos oferecidos não são necessários e deixam o sistema um tanto pessado, e não conheço ninguem ainda que use por muito tempo e depois não enjoe.
    alem de que algumas distros, acabam por ser um “pedido de resgate”, e é todo retalhado então o desempenho vai pro espaço.

    uma das coisas mais incriveis do linux é poder fazer coisas em certos hardwares onde normalmente se pediria no minimo o dobro de recursos em outros OS’s, como por exemplo edição de videos, e geração de imagens dd.

    Então TODAS as distribuições linux estão definitivamente condenadas, pois não existem ambientes gráficos no X11

    Fato 1) Existem distribuições que vem limpas. Você instala o que quiser, ela não vem com ambiente gráfico padrão.

    Exemplos? Arch Linux, Draco Linux, Gentoo, Slackware, Debian, e vários outros.

    Isso porque estamos falando de Linux. Se fosse incluir outros sistemas livres, como BSD, teria mais gente nessa lista.

    Fato 2) Existem muitos ambientes gráficos totalmente diferentes do Windows e do MacOS X.

    Exemplos? Ion3, dwm, wmii, xmonad, e vários outros.

    “Seria bom se todo esse esforço empregado no desenvolvimentos de painéis de controle super-fáceis pra usuários novatos, scripts de configuração de hardware, etc, etc, fosse empregado como programas “adicionais” das distribuições tradicionais…”

    Concordo em parte. Existem os desenvolvedores de programas, a turma de testes, compiladores, caçadores de bugs, um mundo de pessoas trabalhando. Outro dia reparei que o Zenwalk (live) colocou alguns dos scripts que preparei na distribuição deles. Baixei e dei uma olhada, eles inclusive criaram um módulo em separado de coisas do GoblinX.

    Algumas das interfaces que fiz estão no gnomefiles.org (http://www.gnomefiles.org/author.php?author_id=2085), podem ser usadas, mas por exemplo o instalador não serve para outra distro e nem eu posso usar instalador de mais ninguém, pela ENORME diferença – nem sempre percebida – entre as distribuições.

    É por isso que acho tremenda bobagem, apesar de importante, análises comparativas, porque cada qual é mais diferente entre si do que pensam, especialmente na parte funcional do sistema, o que o usuário comum não percebe, mas quem desenvolve sabe as diferenças.

    Um gerenciador de módulos lzm só serviria para distros que usam Linux live, ou seja, é mais difícil do que se pensa unificar centro de controles.

    Fabio (usuário não registrado) em 31/05/2008 às 12:52 pm

    Não vejo absolutamente nenhum problema em se copiar o windows ou mac, o que é bom tem que ser copiado ora bolas. O que mais me irrita com linux é que pros users linux tudo o que é feito no windows é do mal, cresçam.

    renan (usuário não registrado) em 31/05/2008 às 2:03 pm


    Não vejo absolutamente nenhum problema em se copiar o windows ou mac, o que é bom tem que ser copiado ora bolas.

    Não faz sentido o software livre viver de roub…copiar o que os outros já fizeram :)

    To vendo que Domingo vai ter a “Semada da discordia no Br-linux”
    kakaka

    Alexandre (usuário não registrado) em 31/05/2008 às 4:18 pm

    copiar um recurso eh uma coisa. afinal se a roda jah foi inventada, pega-se ela e melhora.

    agora copiar a interface grafica inteira, cor, botoes… isso sim eh um grande problema.

    bebeto_maya (usuário não registrado) em 1/06/2008 às 3:11 am

    Augusto:
    “Até pelas questões da relevância e massa crítica, acredito que o excesso de opções não chega a confundir o usuário. Minha opinião é de que a ampla maioria das distribuições sequer chega a ser considerada (quando muito, percebida) pelo novo usuário.”

    Discordo, basta se aventurar no superdownloads.com.br para encontrar uma gama brutal de distros redundantes com sistemas de empacotamento diferenciados e desktops mutilados, sem padronização. A percepção pela Gestalt humana de um desktop se dá num nível muito mais sútil do que podemos supor. Até a escolha pelo nome se torna confusa num emaranhado de opções sem fim.
    A fragmentação é a pior perspectiva que podemos enfrentar, aliás, já estamos enfrentando. Em 2000-2001 quando pensávamos que o Linux derrubaria o desktop WIndows(a era romântica, quando aplicativos comerciais foram portados para o Pinguim, como o Corel Draw), já sofriamos com isso, hoje está tudo insuportável.

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