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Android: aberto, fechado ou ambos?

No artigo “Android: not-so-open open source“, o ITwire faz uma análise bastante interessante (e longa: 3 páginas) sobre o licenciamento do Android e o grau de abertura oferecido aos seus usuários.

Embora não use o termo “clopen” (mistura de closed e open) cunhado por outro autor, o artigo faz um bom trabalho de apontar as diversas situações de mistura vividas neste sistema, incluindo o misto entre copyleft (no kernel) e permissividade (no restante do sistema, especialmente as partes desenvolvidas pelo Google), entre desenvolvimento fechado e aberto, entre união e separação com o upstream, e mais.

Dois pontos interessantes e bastante específicos abordados foram a diferença entre a abertura do código do projeto Android conforme publicado pelo Google ao final de suas etapas de desenvolvimento internas (que é aberto) e do Android que é inserido pelos fabricantes nos aparelhos fornecidos aos seus clientes (que pode ser diferente e incluir bom número de modificações e componentes cujo código não é disponibilizado), bem como questões de abertura que não dizem respeito ao código diretamente: de acesso ao bootloader, de atualização, de acesso de superusuário. Boa leitura! (via itwire.com – “Android: not-so-open open source”)

Leia também: Dr. Stallman responde: O Android é mesmo software livre?


• Publicado por Augusto Campos em 2012-06-14

Comentários dos leitores

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    Porfírio (usuário não registrado) em 14/06/2012 às 11:07 am

    No meu entender, o sistema puro em si (tal como publicado pela Google) tem licença livre + aberta. E, para os fins da comunidade (nós) esse é o que interessa.

    Daí vc pode rodar quaisquer aplicativos nele, que podem ser livres, abertos ou até proprietários. Porque a função de um SO é rodar qualquer coisa compatível, independentemente da licença.

    Os integradores (fabricantes de aparelhos) podem criar qualquer tipo de extensão aberta, proprietária ou até livre, pois a licença da parte que eles alteram permite isso.

    O sistema que eu tenho nos repositórios da Google é 0% proprietário? Sim. É isso o que me interessa para quase todos os propósitos práticos.

    O sistema que eu tenho no meu aparelho é 0% proprietário? Depende do fabricante que vc escolheu e das coisas que vc usa. A escolha é do cliente. Eu posso pegar um aparelho desbloqueado e ter um Android tão proprietário quanto o Ututo.

    Por mim, esse nível de liberdade é suficiente para mim e muito superior a qualquer outra coisa existente no mercado (na prática) hoje.

    O resto, essas filosofias de fundo-de-quintal, “clopen”, trollagens, arremessos de conversa fora e afins são, como diz o velho Linus, “masturbação mental”.

    Eduardo Martins (usuário não registrado) em 14/06/2012 às 11:21 am

    Toda essa discussão já ocorreu bem antes do Android, e culminou com o antigo caso da TiVo.

    O TiVo podia ser modificado pelo usuário? Não.

    Isso significa que o Linux não é livre? Com certeza não.

    Então está tudo bem e fica tudo por isso mesmo? Não exatamente, e esse é um dos motivos pelos quais a FSF publicou a GPLv3.

    A História funciona em ciclos, e aqueles que não a conhecem estão fadados a repetir sempre as mesmas discussões.

    Eduardo Martins (usuário não registrado) em 14/06/2012 às 11:32 am

    Aliás esse artigo da IT Wire na minha opinião é péssimo. Eles ficam numa ladainha de que as licenças de componentes userspace do Android não são GPL, dizendo que fabricantes podem modificar a Dalvik e a Bionic sem publicar as alterações, só que eu nunca vi isso acontecer na prática. Qual fabricante usa um Android com Dalvik ou Bionic modificada? E se vierem a usar, não vai ser nada essencial, caso contrário quebraria a compatibilidade com aplicativos da Google Play, o que eu tenho certeza que nenhum fabricante deseja.

    Depois ficam falando sobre o fato de que não é todo aplicativo disponível no Google Play que é livre. Por favor, isso é alguma piada? Quer dizer agora que o Linux não é livre porque existem programas proprietários que rodam nele?

    O único ponto válido do artigo é esse da tivoização, que aliás eles tocam bem rapidamente. É o único ponto que corresponde com a realidade. Só que, como eu disse, isso já foi muito discutido. Para evitar isso de um ponto de vista legal, só se o Linux fosse GPLv3 em vez de GPLv2 (que o Linus e outros líderes do kernel já disseram que não vai acontecer). Então só resta pressão dos consumidores em cima dos fabricantes.

    lapis (usuário não registrado) em 14/06/2012 às 12:01 pm

    Ninguém se importa com a tivoização.Se importasse o iphone e windows mobile não tinham mercado.Já que no sistema deles tudo é tivoizado.

    Se os fabricantes implementam algumas coisas restritivas é por questões de competitividade mesmo.Obviamente terá espaço para os interessados em comprar celulares compatíveis com freedroid.O android e meego são os únicos que podem fazer isso.

    Willian (usuário não registrado) em 14/06/2012 às 12:37 pm

    Alguém pode, por favor, me explicar essa história da TiVo? Aliás, nem sei o que é TiVo (pesquisando …). Perdão pela ignorância.
    Valeu.

    erico (usuário não registrado) em 14/06/2012 às 1:18 pm

    @willian http://bit.ly/a41qit

    erico (usuário não registrado) em 14/06/2012 às 1:20 pm

    oops http://bit.ly/LNrCDg

    Porfírio (usuário não registrado) em 14/06/2012 às 1:28 pm

    mkdir android; cd android ; repo init -u git://android.git.kernel.org/plataform/manifest.git; repo sync; make

    E não é que funciona? :-D

    Renato (usuário não registrado) em 14/06/2012 às 1:48 pm

    @porfirio

    Disponibilidade do código não é o único aspecto para que o software seja considerado aberto segundo a OSI ou livre segundo a FSF.

    Me lembra um artigo antigo do Stallman sobre por que os conceitos são importantes. Para se dizer aberto atualmente basta ter um bug tracker público. (obs.: não estou insinuando que seja o caso do android)

    Não li o artigo (parece que as coisas ficaram lentas no site), mas não vou me furtar a dar minha opinião.

    A maior parte do Android é regido por licença ao estilo BSD. Os defensores desse tipo de licença dizem que se o patrocinador do projeto fechar o projeto, vc pode seguir adiante com o código anterior ao fechamento, entretanto a Google inovou no Android 3.0 quando não liberou o código para todo mundo, só para umas poucas empresas. Daí os clientes que compraram os tablets lançados com o SO, não estavam usando software livre, apesar dos binários terem vindo de um fonte quase todo regido por licença estilo BSD. Assim não tinham direito de ver código algum, exceto o do kernel.

    Conclusão: apesar dos defensores dizerem que licenças BSD são livres, elas não são.

    De qq forma, é melhor assim, do que nada.

    Eu não acredito que a Google um dia feche o código ou o deixe restrito para poucas empresas (só temporariamente como já foi feito). Para mim uma forma do Android dominar o mundo sem ser um monopólio é justamente o fato de ter o código fonte disponível. Parece um pensamento contraditório, mas para se ter um monopólio é necessário exclusividade de distribuição (ou controle de preços) por parte de uma empresa, o que não ocorre no Android (que também é grátis), vide a Amazon e fabricantes chineses que distribuem seus próprios “Androids”.

    Porfírio (usuário não registrado) em 14/06/2012 às 2:33 pm

    @Renato: a OSI e a FSF (extremamente importantes e não é de minha intenção fazer parecer reduzida a sua relevância, porque isso seria impossível), não possuem a propriedade sobre o conceito “aberto”.

    Para mim um licenciamento dentro dos critérios da OSI significa “aderente à OSI”. E livre dentro do que diz a FSF significa “aderente aos critérios da FSF” ou “constante na lista da FSF”.

    Por sua vez, não entendo o motivo de bastar ter um bugtrack público para ser “aberto”, de onde vc tirou isso?

    Para mim as palavras “show me the code” do Linus dizem tudo. Pra mim, se não tem código funcional, não é aberto. Se tem (e eu posso alterar e distribuir sem ter de ser comido por uma manada de cães em um tribunal), é.

    Recentemente, aliás, o java, por exemplo, provou estar aderente a esse critério.

    De qualquer forma, reproduzo os critérios resumidos da OSI abaixo:

    1. Distribuição livre;
    2. Acesso ao código-fonte;
    3. Permissão para criação de trabalhos derivados;
    4. Integridade do autor do código-fonte;
    5. Não discriminação contra pessoas ou grupos;
    6. Não discriminação contra áreas de atuação;
    7. Distribuição da licença;
    8. Licença não específica a um produto;
    9. Licença não restritiva a outros programas;
    10.Licença neutra em relação à tecnologia.

    Até onde eu sei, o Projeto Android não viola nenhum desses critérios.

    Porfírio (usuário não registrado) em 14/06/2012 às 2:38 pm

    “apesar dos defensores dizerem que licenças BSD são livres, elas não são”

    @Xinuo, quem se refere às licenças BSD ou similares como “livres” está errado, na minha opinião também. Elas são apenas abertas, ou seja, não possuem copyleft.

    Mas aberto é melhor do que fechado, em qualquer cenário.

    É evidente que o Android é ambos. Meio aberto, meio fechado. O que a princípio não seria tão mal, num mercado onde os concorrentes são completamente fechados (iOS, Windows Phone). O maior problema que vejo é certos sujeitos ficarem defendendo o Android em detrimento de sistemas realmente abertos, como o Meego, o que faz com que estes tenham pouco apoio até entre a chamada “comunidade”.

    Spif (usuário não registrado) em 14/06/2012 às 3:33 pm

    Android, a versão binária que é a utilizada em larga escala, é muito mais proprietária do que livre.

    Android, o monte de arquivos para baixar e compilar, pode ser aberto, mas ele não é funcional. Nem Livre de verdade.

    Citando a FSF:

    “A liberdade de estudar como o programa funciona, e adaptá-lo às suas necessidades.”

    “A liberdade 1 inclui a liberdade de usar sua versão modificada em lugar da original. Se um programa é entregue num produto projetado para rodar a versão de outra pessoa, mas se recusa a rodar a sua (…) a liberdade 1 se torna ficção teórica ao invés de liberdade prática. Isso não é suficiente. Em outras palavras, esses binários não são software livre mesmo que o código-fonte a partir do qual foram compilados seja livre.“

    Spif (usuário não registrado) em 14/06/2012 às 3:33 pm

    Say, vamos fazer uma experiência: Pegue um celular Android e pegue um PC (qualquer pc), baixe o código fonte do site do Android e o Código fonte do Debian (por ex.). Compile ambos.

    Agora com o que restou instale no seu PC. Bom, funciona (assumindo que você compilou certinho), certo?

    Agora com o resultado da compilação, instale no seu celular Android. Opa. Não funcionou corretamente? Tem algumas coisas que não funcionam corretamente? Como? Tem algumas coisas que não funcionam?

    Isso é uma boa metáfora pra liberdade que o Android dá: Incompleta.

    Spif (usuário não registrado) em 14/06/2012 às 3:46 pm

    Trechos bem legais da reportagem:

    “Google Play é o mercado feito para os dispositivos Android registrados com o Google; aqui uma pessoa não pode obter o código fonte de qualquer aplicação, não facilmente, de qualquer forma, mesmo que o fabricante não faça objeção a isso. Google não provê qualquer indicação sobre a licença de qualquer aplicação.”

    O que leva você a pensar: Quanto é importante a liberdade do usuário, para os criadores do Android.

    “Adicionalmente, o SDK do Google não é open source. Isto significa que uma pessoa precisa de uma aplicação proprietária para produzir uma aplicação para um dispositivo Android.”

    É como se o Linus desenvolvesse o Linux usando Mac OS X ou o RMS escrevesse a GPL v3 no WORD.

    “Personalização pelos fabricantes não são open source. Não, cada fabricante faz o que ele quer e só precisa distribuir o código fonte para o kernel. O resto do sistema não é para olhos curiosos.”

    Me lembra da liberdade 1: “A liberdade de estudar como o programa funciona, e adaptá-lo às suas necessidades.”

    Livre, como um pássaro. Dentro de um viveiro muito grande, mas que, no final, não passa de uma gaiola.

    “Não existe garantia que um dispositivo android pode continuar a ser atualizado, conforme novas versões do OS aparecem. Alguns dispositivos são descontinuados e se você quiser usar uma nova versão, que compre um novo dispositivo.”

    Bom, já conhecemos esse drama não é?

    Porfírio (usuário não registrado) em 14/06/2012 às 4:23 pm

    Ok, finalmente tive tempo de ler todo o texto do Varghese, posso dar meu parecer:

    Em primeiro lugar, dá pra notar a atitude reacionária do autor em relação ao Android (mágoa?) durante todo o texto. Ele não se furta a usar termos ofensivos com certa frequência. Ele manifesta desagrado pelo fato da imprensa ter defendido o fato de que um produto aberto como é o java, ser aberto. E pela a Oracle, que defendeu que ele era fechado, coberto por patentes dela e de sua propriedade, ter fracassado em sua demanda.

    Segundo, ele enfatiza alguns enganos bastante comuns em relação a questão, sendo que elas já foram respondidas tantas vezes que no meu entender trazer tudo isso à tona de novo é um ato de má fé.

    1) Licenças abertas ou fechadas não tem coisa nenhuma a ver com a governança utilizada em sua produção. Licença aberta significa que ninguém que receba o binário o faça sem o respectivo código fonte.

    2) Ao se analisar o projeto Android, que se analise em relação ao projeto tal como ele é publicado. O que os fabricantes, as operadoras, os chineses, as universidades que tem projetos baseados nele, eu, você, ou qualquer um fazem com ele, é outro assunto bem diferente.

    3) Acesso root e bloqueio/desbloqueio de boot são fatos relacionados a aparelhos, não ao sistema.

    Em suma, o artigo é mais do mesmo. A mesma velha trollagem repetida de novo e de novo… Hum, será que esse tipo de gente tem o mesmo DNA?

    Eduardo Veiga (usuário não registrado) em 14/06/2012 às 4:34 pm

    baseando no fato que o android roda em hardwares totalmente fechados
    com drivers e firmwares fechados e que a unica forma de rodar “distribuiçoes alternativas” é com tecnicas de hacking

    android nao é totalmente livre

    o android rodando em nenhum aparelho esta livre de drivers ou firmwares proprietários e provavelmente o codigo android puro nao roda em dispositivo algum.

    logo o android é semi-aberto

    Porfírio (usuário não registrado) em 14/06/2012 às 4:41 pm

    Faça uma experiência. Compile um Debian no seu PC, crie um pacote de instalação. Agora tire do armário aquele seu PC Pentium 100 (ou um power PC) e instale o pacote nele. Funcionou? Não? Tem coisa que não funciona corretamente? Precisa ser customizado porque pode ter módulos não compatíveis no kernel? Ok.

    Agora pegue aquele projeto Android x386 (Android para micros Intel), cuja equipe obteve o sistema usando o mesmo git que eu usei hoje e alterou para seu propósito (olha o open source funcionando aí, geente…). Instale no seu PC. Funciona? Parabéns.

    Vc tem um smartphone do qual vc apagou o sistema? Vá no site do XDA (cujo pessoal obteve também o sistema a partir do mesmo repositório, alterou e distribuiu sem que a Google os tenha processado), baixe a ROM Cyanogen para ele e instale. Funcionou? Parabéns.

    Vc. tem um projeto acadêmico como a placa IOIO, um Rap-PI ou qualquer outro hardware experimental e te falta um sistema? Vai lá e pega o Android pelo git! Altera pra caber em seu hardware, instale e use. Funcionou? Boa sorte na apresentação do seu trabalho. Quem sabe vc não ganha uns trocados no futuro com ele?

    Ah, vc. é uma concorrente da Google que nem a Amazon e quer seu sistema próprio? Vc. pode baixar o Android do repositório, alterar para o seu aparelho, instalar e vender. Algum processo judicial do autor do sistema correndo em sua direção? Haaan… Não.

    Porfírio (usuário não registrado) em 14/06/2012 às 4:43 pm

    “logo o android é semi-aberto”

    O Android não roda na prática sem drivers, e outros softwares de suporte, que podem ser livres, abertos ou nenhum dos dois.

    O Kernel Linux também não.

    Mas isso não impede o kernel Linux de ser livre, nem o Android de ser aberto.

    Víctor (usuário não registrado) em 14/06/2012 às 6:28 pm

    @Porfirio, pelo seu raciocínio o MacOSX também é aberto.

    Porfírio (usuário não registrado) em 14/06/2012 às 7:07 pm

    “Show me The Code”, @Victor. Aquele alterado pela empresa que o distribui.

    As alterações que o Android fez no kernel Linux estão a disposição de todos.

    Eduardo Veiga (usuário não registrado) em 14/06/2012 às 7:17 pm

    @Porfírio

    mas a questao é q o kernel linux vem completo
    vem com drivers q podem rodar em diversos hardwares

    vc tendo um kernel linux e um pc provavelmente conseguira no minimo bootar

    ja alguem com o codigo fonte do android
    e um smartphone sem sistema operacional
    mt provavelmente jamais conseguirá fazer o sistema funcionar sem programar as partes q tao faltando.

    o codigo do android esta livre pq o google sabe q praticamente ninguem poderá fazer um fork dele.

    Weber Jr. (usuário não registrado) em 14/06/2012 às 7:36 pm

    O que mais importa é que o Android é, disparado, o mais aberto entre os sistemas móveis. (A não ser os menos significativos como B2G e parentes do Meego).

    Fica estranha toda a preocupação e polêmica quando que com os outros sistemas, não há nem como começar a comparar “abertura”.

    Essa é a segunda “polêmica” mais recorrente do Android, a preferida é a “fragmentação”.

    Parece que para não cansar, as publicações(ou alguém que as alimenta) alternam entre as duas.

    Porfírio (usuário não registrado) em 14/06/2012 às 7:39 pm

    “vc tendo um kernel linux e um pc provavelmente conseguira no minimo bootar”

    Bootar para o quê, @Eduardo? Um interpretador de comandos que não faz parte do kernel?

    O exemplo do kernel Linux foi apenas isso: um exemplo. Estamos falando de licença e softwares. Nenhum software funciona sozinho. Se vc. tem uma biblioteca livre que é executada por um aplicativo proprietário (ou aberto) ela não deixa de ser livre por causa disso.

    Java foi disponibilizado em GPL pela empresa que o criou incompleto (estudei bem o caso por curiosidade, durante o julgamento Oracle X Google). Faltavam várias partes (tratamento de fontes true-type, por exemplo) que eram cobertas por patentes de terceiros.

    A comunidade teve a missão de substituir essas partes por opções livres e colar tudo junto de novo. O fato de não ser completa não tirava o mérito do Java de ser GPL.

    Vc pode defender que o Android, tal como consta nos repositórios, não é um SO completo. Mas não pode dizer que ele não é aberto. O projeto é 100% aberto.

    “o codigo do android esta livre pq o google sabe q praticamente ninguem poderá fazer um fork dele.”

    Bem, diga isso para todas as sub-equipes do XDA. Diga isso para o Cyanogen. Diga isso para a equipe do Android x86. Diga isso para a Intel. Diga isso para os vários projetos universitários que existem.

    Diga isso para a Amazon. Que tem o fork mais radical do Android feito até hoje (não usa nenhum serviço Google em sua infra-estrutura).

    E diga isso ao Facebook, antes que eles percam tempo e dinheiro com essa tarefa “impossível”.

    Porfírio (usuário não registrado) em 14/06/2012 às 9:19 pm

    Ainda restam alguns trechos e aspectos a serem comentados, levantados por outros leitores:

    “Google Play é o mercado feito para os dispositivos Android registrados com o Google; aqui uma pessoa não pode obter o código fonte de qualquer aplicação, não facilmente, de qualquer forma, mesmo que o fabricante não faça objeção a isso. Google não provê qualquer indicação sobre a licença de qualquer aplicação”

    [risos] Google Play é uma loja (antigo Android Market), não um repositório. A mesmíssima empresa responsável pela Google Play mantém um repositório de projetos Open Source, que a maioria dos autores dos apps de código aberto na Google Play aliás, opta por usar.

    “Adicionalmente, o SDK do Google não é open source. Isto significa que uma pessoa precisa de uma aplicação proprietária para produzir uma aplicação para um dispositivo Android.”

    Avisa aí o pessoal que usa Windows que o Varghese diz que não é legal usar o MS Visual C++ para escrever código aberto.

    “fabricantes podem modificar a Dalvik e a Bionic sem publicar as alterações”

    Se algum fabricante vier a fazer modificações sem publicar a fonte, isso vai afetar a versão do fabricante e nenhuma outra. Prefere a transparência? Escolha um fabricante que a ofereça ou pegue a sua ROM confiável e seja feliz.

    Isso é característica de qualquer projeto com licença BSD-like. A ideia BSD é que vc possa escolher livremente entre os forks que mantém a mesma licença ou os que não o fazem.

    (Aposto 10 x 1 que semana que vem alguma viúva da maçã ou das janelas vai escrever algum outro artigo trollesco e cá estaremos nós tendo que jogar luz em cima das mesmas falácias… De novo.)

    Willian (usuário não registrado) em 14/06/2012 às 9:28 pm

    Obrigado @erico.

    Eduardo Martins (usuário não registrado) em 14/06/2012 às 9:39 pm

    “Adicionalmente, o SDK do Google não é open source. Isto significa que uma pessoa precisa de uma aplicação proprietária para produzir uma aplicação para um dispositivo Android.”

    Sério que o SDK do Google é fechado? O que é isso no repositório do Android então?

    http://androidxref.com/source/xref/sdk/

    Spif (usuário não registrado) em 14/06/2012 às 10:43 pm

    Weber, não dá pra relativar: Ou é Livre ou é Fechado. Das duas uma.

    Você não pode ser meio livre. Como isso funciona? “Ah, eu sou escravo, mas só às noites de quarta. O resto do tempo eu sou livre.”.

    Spif (usuário não registrado) em 14/06/2012 às 11:09 pm

    Acho bonito como o pessoal discute aqui. Ad hominem é regra, não exceção.

    Vamos tentar entender a lógica do fã clube:

    O Autor do artigo levanta alguns assuntos e começa a introdução pelo recente caso Oracle vs Google.

    No primeiro parágrafo ele relata o resultado, como um fato. Segundo Parágrafo ele levanta a observação que boa parte dos veículos de mídia ficou ao lado do Google, e não comenta. Terceiro parágrafo, ele comenta a forma da justiça americana permitir cobertura, diferente da Australiana. Quarto parágrafo, ele se questiona se o apoio é porque ainda percebem o Google com uma empresa boazinha, ou se porque o Android (que estava no coração do caso) é visto como um software livre. Quinto em diante, começa a discutir o tema: A abertura (ou não) do Android.

    Pra mim é plenamente normal. Redação 101: Criou um gancho para um evento relativamente atual, propôs a pergunta: “Seria o Android Livre?” e começou a dissertar.

    Mas pro fã clube o autor, pra variar, está à soldo de alguém. “Capacho corporativo”, eles pensam, do alto da paranóia.

    Daí você analisa as outras publicações dele e ele defende muitos pontos de vista extremamente pró software livre. Por ex: Dizendo que é uma má idéia o uso do secure boot pela Red Hat.

    Esse é o problema do fã clube: O cara tá mostrando que o Android precisa ser MAIS livre (o que na opinião de vários aqui, isso seria muito melhor), MAIS focado em atualização.

    Mas isso é ruim pro fã clube. Por que é mudar o que pra eles é sempre perfeito. Essa cegueira é que destrói.

    Marcos (usuário não registrado) em 15/06/2012 às 8:01 am

    “apesar dos defensores dizerem que licenças BSD são livres, elas não são””
    A FSF e a OSI discordam de voce.

    Weber Jr. (usuário não registrado) em 15/06/2012 às 10:08 am

    “Ou é Livre ou é Fechado. Das duas uma.”

    Parte é aberto, parte é fechado. E tudo mais aberto que o sistema da Apple.

    Só complica isso quem quer fazer valer sua vontade como lógica.

    Outra coisa que tem que ser vista é: quem é que se beneficia da semi-abertura do Android? Há alguma vantagem para o usuário? Para os fabricantes e operadoras sim, há, porque podem modificar o sistema da forma que quiserem. Mas e para o usuário, será que há alguma grande diferença entre usar o Android, semi-aberto, e um sistema fechado, como iOS ou WP? Conforme lembrado por alguém, de que adianta ter código (em parte) aberto, se não dá para fazer nada com este código, se não dá para rodar em celular nenhum?

    Neo (usuário não registrado) em 15/06/2012 às 10:50 am

    Resumindo: o Google pode estuprar todas as licenças de software livre que quiser. Ele pode, é o Google e a “cumunidade gostia”!
    PS: Apliquem o mesmo caso ao Chrome!

    lapis (usuário não registrado) em 15/06/2012 às 10:53 am

    Outra coisa que tem que ser vista é: quem é que se beneficia da semi-abertura do Android? Há alguma vantagem para o usuário? Para os fabricantes e operadoras sim, há, porque podem modificar o sistema da forma que quiserem. Mas e para o usuário, será que há alguma grande diferença entre usar o Android, semi-aberto, e um sistema fechado, como iOS ou WP? Conforme lembrado por alguém, de que adianta ter código (em parte) aberto, se não dá para fazer nada com este código, se não dá para rodar em celular nenhum?
    Mo”

    Oras boi quem disse isso.Tem um monte de vantagens.Criação de forks (cyanogen e fredroid) e uso do sistema sem pagamento de licenças absurdas.

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